Um Maroto Apaixonado escrita por Mudblood


Capítulo 15
Perguntas e respostas


Notas iniciais do capítulo

HELLOU GUYS
Então, espero q vcs não tenham abandonado a fic por causa da demora pois como eu já disse, não prometo que os caps serão postados rapidamente. Eu ando muito ocupada, mas sempre que tenho um tempinho escrevo a fic. Espero que gostem desse cap,
enjoy :)



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– E então...?

– E então o quê?

– Vocês não se falaram mais? Ele não te ligou no outro dia?

– Claro que não! Faz quase uma semana que eu não vejo ele - respondeu a garota concentrada em seu sorvete de menta – abençoada seja essa semana - ela acrescentou.

Carrie e Grace estavam sentadas na cama de Carrie assistindo um filme e comendo sorvete enquanto colocavam o papo em dia. O assunto da conversa naquele momento era o dia "empolgante" que Grace teve com Sirius.

– Então ele não foi te ajudar mais? - Carrie perguntou incrédula.

– Não.

– E aquela história de "eu vou dar uma lição nele, oh, ele quis me ajudar, agora vai ajudar" e etc?

– Já passou. Melhor assim sem ele infernizando minha vida, até porque aquele lá nunca vai aprender uma lição.

Carrie bufou.

– O que foi? - Grace perguntou revirando os olhos.

– Ele era o maior gato!

– E...?

– Esquece, você não tem jeito mesmo!

Grace riu com a frustração da amiga e voltou a comer seu sorvete. Depois de um tempo, Carrie soltou um suspiro.

– Você não ta a fim de dar uma volta? Se eu continuar sentada aqui só comendo sorvete vou virar uma bola ambulante.

– Nossa, vai mesmo - Grace respondeu irônica e a amiga levantou as sobrancelhas - Tudo bem, mas eu preciso que você me empreste uma roupa.

– Claro! - Carrie deu um pulo da cama, super animada - pode pegar qualquer uma que você achar no guarda-roupa, eu vou me arrumar!

– Ok - a garota respondeu se levantando da cama e indo até o guarda-roupa. Escolheu uma regata e um short jeans - E então?

Carrie a avaliou e por fim respondeu:

– Você quer chamar a atenção de quem com esse modelito básico?! - Grace revirou os olhos - vai ser essa.

– Adoro quando você me ouve - disse a morena voltando ao banheiro para terminar de se arrumar.

Depois de prontas, as garotas decidiram que iriam ao centro. Chegando lá, notaram que ele estava mais cheio de adolescentes do que adultos.

– Menos gente velha, mais gente nova, perfeito! - exclamou Carrie.

Após caminharem um bom tempo, (e flertarem com garotos), as duas chegaram á praça de alimentação, que era uma rua ampla, a céu aberto, que possuía vários cafés dos dois lados, onde as mesas ficavam do lado de fora. Grace corria os olhos pelo local para achar uma mesa, quando uma pessoa em especial chamou sua atenção.

– Era só o que me faltava - ela murmurou secamente.

Lá, no meio da algumas mesas estava Sirius e outros adolescentes em volta sentados, conversando. Havia uma garota ao lado de Sirius, que ela reconheceu ser Lucy, sua colega de algumas aulas. O olhar do garoto encontrou o de Grace, e por um tempo indeterminado os dois ficaram se encarando. Quando Lucy seguiu o olhar de Sirius, Grace virou-se rapidamente, a fim de que a garota não a visse.

Não deu certo.

– Ei, Grace! Carrie! - Lucy acenou para as duas, sorridente, convidando-as para se juntarem a eles.

Grace retribuiu com um sorriso amarelo, mas não se mexeu, já Carrie acenou de volta e puxou a amiga junto com ela, indo em direção ao bando de adolescentes.

– Oi! - a morena cumprimentou todos em geral.

– Oi garotas! Sentem aqui com a gente - Lucy disse simpática, soltando um risinho, (ela ria de qualquer coisa), tentando achar um lugar para as duas - Aqui!

Ela puxou uma cadeira para seu lado e Carrie sentou-se.

– Ahm... - não havia mais lugar ao lado de Carrie e Lucy procurava um lugar para Grace.

– Tem uma cadeira aqui do meu lado - disse Sirius para Grace, apontado a cadeira.

– Tudo bem, eu fico em pé - a garota rebateu.

– Que isso, Grace! Vai cansar se ficar em pé por muito tempo, senta aí! - disse Lucy, (rindo), e a garota, relutante, se sentou - então... Grace, Carrie, este é Sirius, meu novo amigo– ela soltou uma risadinha ao pronunciar "amigo" com certa malícia.

– Nós já nos conhecemos - respondeu Sirius - Grace é minha vizinha e ela já me apresentou Carrie.

– Oh, sério? Então qualquer dia podemos combinar um encontro nós quatro na sua casa Grace! - disse Lucy, rindo novamente.

– Ah, com certeza - ela respondeu com uma ironia que apenas Lucy não percebeu.

Carrie puxou um assunto com Lucy e as duas ficaram conversando sem parar. E enquanto todos estavam distraídos, Sirius sussurrou no ouvido de Grace:

– Você anda me perseguindo ou...?

Ela o olhou, levantando as sobrancelhas.

– É mais provável que você esteja me perseguindo.

– Ah, sério? Então o que você faz aqui?

– Vim dar uma volta com Carrie, algum problema?

– Nenhum - sussurrou Sirius de volta com um sorrisinho nos lábios.

– E você, o que faz aqui?

– Vim procurar uma namorada, algum problema?

Grace o olhou, confusa, porém não respondeu, pois mais adolescentes chegaram e se juntaram à eles. Um garoto alto, de cabelos pretos e olhos verdes sentou em cima de uma mesa perto de Grace e a cumprimentou:

– Moore! Você por aqui? Hoje é meu dia de sorte?!

A garota riu e respondeu:

– Eaí Tyler.

– Sério mesmo, achei que nunca mais ia te ver depois daquele vexame que nós pagamos no 7º ano, lembra?

Grace lembrou que no 7º ano, os dois iriam apresentar um trabalho e Tyler se confundiu com suas falas, fazendo a garota também se confundir. Os dois passaram a maior vergonha e quase nunca mais se falaram.

– Ah, nem esquenta, já superei - ela riu - mas então, você ainda estuda na McKenna Wellgrout, não?

– Estudo sim, mas agora eu passo a maioria do tempo treinando soccer, então nem da pra me ver... - assim que ele disse isso Grace o olhou novamente, analisando-o: ele tinha crescido e ficado mais forte, seu cabelo estava mais rebelde, ele tinha tirado o aparelho e seu sorriso estava mais lindo do que nunca, ela reconheceu.

– É, você mudou... Pra melhor -disse mordendo o lábio.

– Digo o mesmo de você, Moore. Não ta nada mal, hein?! - ele respondeu, por sua vez, olhando a garota de inteiro e piscando.

Os dois engataram numa conversa com muitas risadas até que um dos amigos de Tyler o chamou:

– Ei, será que não tem jeito da tia lá nos dar as bebidas? A gente já pode beber e mesmo assim ela não vende pra gente!

– Sem chance cara - Tyler respondeu e o amigo bufou.

– De quem vocês tão falando? - Grace perguntou.

– Ta vendo aquele bar lá? - Tyler apontou para um local à esquerda de Grace - a vendedora não deixa a gente pegar umas bebidas aí porque ela acha que nós somos muito novos.

– Vocês já tentaram mostrar a carteira de identidade?

– Já, mas mesmo assim ela não vende - disse o amigo de Tyler.

Nesse momento, poucos adolescentes estavam sentados na mesa, à maioria já tinha ido embora.

– Nem sei por que ela ainda trabalha ali, se ela não vende direito - comentou uma garota na frente de Grace. Ela tinha cabelos pretos e curtos, olhos castanhos e um piercing no nariz.

– Já tentaram pedir, sei lá... Com jeito? - perguntou Grace.

– Jeito? E você acha que se alguém for lá e pedir com jeito ela vai vender? - Sirius se intrometeu.

– Acho - Grace rebateu e se levantou - quais são as bebidas?

– Grace, o que...

– Quais são? - a garota interrompeu Tyler.

– Garrafa vermelha - disse Sirius.

– Finjam que são adolescentes comportados, já volto - ela disse para todos que estavam na mesa.

Caminhou até o bar com todo ar de maturidade que pôde e chamou a mulher, que estava arrumando seu cabelo.

– Pois não?

– Moça, eu gostaria de umas cinco daquelas garrafas vermelhas, por favor...

– Você é nova demais para beber - ela respondeu seca.

– Mas eu tenho 16!

– Não parece.

– As aparências enganam.

– Eu que o diga - a mulher falou, bufando.

Grace suspirou e recolheu toda simpatia que tinha.

– Você parece ter no máximo 30 anos e duvido que tenha mais - falou com um sorriso sínico.

A mulher a olhou desconfiada e então respondeu:

– Tenho 47.

– Oh! Impossível! Me diga qual seu segredo para conseguir parecer ser tão mais jovem!

Ela abriu um micro sorriso.

– Ah, você sabe... Sempre hidrato minha pele, cuido de meus cabelos, mantenho boa forma...

– Funcionou muito bem em você! Devo imaginar que a senhorita tem muitos pretendentes, não?

– Sinceramente? Não. Os homens de hoje em dia preferem loiras burras sem cérebro. Nem tenho mais esperanças.

– Concordo, mas não perca as esperanças, tenho certeza de que se você se empolgar mais, achará sua alma gêmea!

– Você acha? - ela indagou esperaçosa.

– Total!

– Oh, querida! Muito obrigada, vou levar bem a sério sua dica!

– Ah, imagina! Uma moça tão bonita quanto você tem mais é que se divertir.

– Você parece ser muito responsável... - a mulher encarou Grace por um tempo como se estivesse pensando e por fim, virou-se e pegou a bebidas - Aqui, tenha juízo!

– Obrigada! - Grace respondeu surpresa e pagou as bebidas. Despediu-se da vendedora e se dirigiu a mesa com um sorriso nos lábios.

– O quê?! Não acredito! - exclamou o amigo de Tyler.

– Garota, como você conseguiu?! - perguntou a menina dos cabelos negros.

– Simpatia - Grace respondeu com seu sorriso ainda nos lábios.

– Eu sabia que você era demais, Grace, mas não tanto assim! - exclamou Tyler abrindo as bebidas. Sirius revirou os olhos.

– Vocês têm certeza de quem querem beber? Quero dizer, de dia? - perguntou Lucy receosa.

– Não é nada demais, Lucy - respondeu Sirius.

– Bom... Então tudo bem - rendeu-se a garota, dando uma risadinha.

Depois que todos estavam com seus copos servidos, Tyler falou chamando a atenção de todos:

– Então pessoal, devemos essas bebidas a senhorita Moore aqui - ele indicou Grace com o copo - um brinde a Grace Moore!

********

Após vários goles e risos, a turma de adolescentes se desfez e cada um seguiu seu caminho. Já era noite e Carrie e Grace voltavam para casa.

– E aí ele perguntou se o meu número é o mesmo de quando eu era do 7º ano - contou Grace à amiga sobre Tyler - ele disse que vai me ligar.

– Sorte a sua, ele virou um gatão - as duas riram.

– Nem me fale.

Chegando à casa de Carrie, as amigas se despediram e Grace tomou o caminho para ir à sua casa.

– Alô? - seu celular tocou no bolso de trás do short.

– Grace?

– Ah, oi pai. Acabei de sair da casa da Carrie.

– Ok, já está vindo para casa então?

Ela estava prestes a responder que sim, porém olhou o horário em seu celular e, notando que ainda não havia escurecido totalmente, respondeu:

– Hum... Não exatamente, eu só vou dar uma passadinha num lugar e aí vou pra casa.

– Tudo bem, qualquer coisa é só ligar.

– Ok - disse e colocou o celular de volta no bolso do short.

Como Grace adorava noites com o clima agradável e com o céu não totalmente escuro, (lembrava-lhe de quando viaja ao Brasil), resolveu então ir à London Eye e, desta vez, andar na incrível roda gigante.

No caminho, um motoqueiro parou na calçada e a chamou.

– Moore? - ela reconheceu a voz imediatamente.

– Black.

– Não sei se você se esqueceu, mas... Sua casa é pro outro lado.

– Eu não me esqueci disso, sei perfeitamente o caminho de casa.

– Então ta tentando achar um atalho ou coisa do tipo? Já vou dizendo que você não va...

– Eu não quero achar um atalho ou coisa do tipo - ela o interrompeu - eu to indo pra outro lugar.

– Qual?

– Não te interessa.

– Qual é, Moore. Se você vai se embebedar ou encontrar seu namorado secreto pode contar pra mim, eu juro que não conto pra ninguém.

– Eu não vou fazer nada disso, idiota.

– Não? Então o quê? Vai se embebedar e se pegar com vários caras ao mesmo tempo? E se for isso mesmo eu posso ir junto com você, não me importaria de te dar uns amassos escondidos.

– Eu não vou fazer nada disso! E só nos seus sonhos que nós vamos nos pegar.

– Então prepare-se Grace Moore porque seus sonhos vão virar realidade! - Sirius exclamou e Grace estava prestes a falar alguma coisa, (provavelmente xingá-lo), porém ele foi mais rápido - mas voltando ao assunto principal, onde você vai?

– Já disse que não te interessa.

– Não vai me dizer, é? Isso só comprova que você vai fazer umas das coisas que eu citei ou até pior. Grace, você mesma se entrega, sabia?

– EU VOU NA LONDON EYE, OK?! AGORA CALA A BOCA, BLACK! - exclamou a garota e Sirius levantou uma sobrancelha.

– Na London Eye? E você por acaso sabe o caminho?

– Claro que sei.

– Sabe mesmo?

– Se eu disse que sei é por que eu sei.

– Então ta, Grace Moore. Tenha uma boa ida à London Eye - despediu-se Sirius ligando a moto - Oh, e cuidado com os esquilos raivosos no caminho.

– Eu não preciso de seus conselhos - o garoto a olhou intrigado e por fim deu a partida na moto.

Grace bufou e continuou andando, xingando Sirius.

– Sério mesmo? Esquilos raivosos? Ele realmente acha que eu vou acreditar nisso? - falou alto zombando de Sirius, porém no fundo, ela pensava de que jeito espantar os possíveis esquilos raivosos se os encontrasse no caminho.

–-

Sirius não foi para casa. Em vez disso ele deu meia volta com a moto e virou na direção que Grace ía e foi seguindo-a sem que esta percebesse. Ela aparentava saber para onde estava indo e isso irritava Sirius: ela estava se saindo bem; Portando, ele resolveu chamar sua atenção.

– O qu... - ela resmungou quando uma moto bloqueou seu caminho - Black?!

– O motoqueiro sensual e gostoso.

Ela revirou os olhos.

– O que você quer?

– Avisar pra você que esse é o caminho errado.

– Oh, sério? Como eu já disse, não preciso da sua ajuda. Eu sei me virar sozinha.

– To vendo - Sirius zombou.

– Então continue vendo enquanto eu acho o caminho - falou Grace virando-se.

Ela não conseguia acreditar que estava indo pelo caminho errado, parecia que estava tão perto. "Mas não importa" pensou, iria achar o caminho certo. Virou uma rua à esquerda, passou por um restaurante japonês, virou à direita e depois à direita novamente, voltou, andou mais três quadras e todo esse tempo Sirius a seguia com a moto.

– Não, não e não! Eu não quero uma carona! - ela exclamou para o garoto quando entravam numa rua deserta - agora quer calar a boca?

– Talvez você possa me calar.

– Claro, você prefere com um soco ou tapa?

– Ahm... Continue procurando seu caminho - a garota sorriu vitoriosa.

Depois de andarem mais alguns minutos, Grace avistou as luzes da London Eye e, com um sorriso no rosto, foi em direção a esta. Como era noite, foram ligadas luzes coloridas e brilhantes que decoravam a roda gigante. A garota estava maravilhada.

– Finalmente - falou Sirius, que tinha estacionado a moto em uma rua por perto e agora estava ao lado de Grace.

– É tão mais bonita à noite - disse a garota, ignorando Sirius.

Ela foi em direção à bilheteria. Sirius a seguiu.

– Aqui está, querida. É a 4ª cabine - indicou a senhora que vendia os bilhetes.

– Obrigada.

– Também gostaria de um bilhete para a 4ª cabine - falou Sirius atrás de Grace, com uma voz tão formal que nem se parecia com ele. A garota revirou os olhos.

– Claro - ela entregou o bilhete.

Por um tempo, a senhora da bilheteria ficou encarando Grace e Sirius sem nada dizer e isso já estava deixando Grace inquieta. Sirius não notara ou não estava incomodado.

Por fim, Grace pigarreou e a senhora perguntou:

– Vocês são namorados?

– Como? - Sirius perguntou surpreso.

– Desculpe... - a senhora baixou os olhos envergonhada.

– Não, não somos - Grace disse - longe disso.

– Bem... Ainda não– o tom de vergonha sumiu e um tom de mistério assumiu a voz da senhora quando ela falou. Deu uma piscadela para os dois e continuou atendendo as pessoas que chegavam.

– Essa mulher não bate bem da cabeça - falou Sirius.

– Nem um pouco - Grace concordou - não ta na cara que você não é do tipo que namora?

– O quê? Como assim...? - nesse momento, a 4ª cabine chegou e Sirius e Grace entraram.

Havia mais nove pessoas com eles, um senhor, uma mãe e seu filho e três casais; A cabine começou a subir. Grace prendeu a respiração.

– Meu Deus... - ela olhava para baixo com os olhos brilhando.

Sirius não tinha o costume de contemplar paisagens: ficar quieto e apenas admirá-las. Ele não fazia isso, (exceto quando a paisagem continha garotas bonitas), porém desta vez não havia garotas, era apenas a cidade de Londres, com o céu já escuro e as luzes dos estabelecimentos ligadas. Ele sentia-se tranquilo: a vista linda que se estendia abaixo, o silêncio confortável do local. Espiou Grace pelo canto do olho e notou que ela provavelmente se sentia igual a ele.

Aliás, todas as pessoas que estavam na cabine deviam estar se sentindo assim.

Durante todo o percurso da cabine na roda, todos que estavam ali ficaram quietos contemplando a paisagem, até a criança ficara quieta; Enfim acabou o "tempo" e a cabine chegou ao térreo.

Grace saiu quieta dali. Ficara pensando sobre sua vida, cada lugar que morara, os amigos que conhecera, as escolas que estudara, sobre seus pais, suas escolhas e sobre sua cidade, amigos e escola atuais. Devia ser para a London Eye que as pessoas iam quando estavam confusas e precisavam pensar sobre sua vida, refletiu ela.

– Então... - Sirius interrompeu seus pensamentos.

Ela olhou para ele.

– Dessa vez vai aceitar a carona? Quero dizer, já ta escuro e uma carona não vai te matar.

– Tudo bem - ela suspirou e sentou na moto, atrás de Sirius - mas sem piadinhas.

– Não prometo nada - ele respondeu e deu partida.

–-

Chegando na rua onde os dois moravam, Sirius parou a moto e Grace desceu.

– Hã... Obrigada - ela respondeu. Ele apenas desceu da moto e sentou na calçada.

Grace o encarou por um tempo e então quando se virava para sua casa, Sirius perguntou:

– Você é colega da Lucy?

Ela voltou-se para ele.

– De algumas aulas. Por quê?

– Por nada.

– Como assim por nada? E o que você quis dizer na praça de alimentação com "procurando uma namorada"?

– E o que você quis dizer com eu "não sou do tipo que namora"?

– Eu perguntei primeiro - ela cruzou os braços sobre o peito.

Sirius suspirou. Nem ele ao certo sabia por que havia perguntado à Grace aquilo, apenas escapara de sua boca a pergunta.

– Foi o que você ouviu, eu só to procurando uma namorada.

Grace sentou na calçada ao lado dele e o encarou.

– Eu fiz uma aposta com os meus amigos...

– Ah, claro.

– E a aposta era se eu conseguia achar uma namorada até o final das férias...

– Simplesmente achar uma namorada? - ela levantou as sobrancelhas.

– Eu posso continuar ou a senhorita-sabe-tudo vai ficar me interrompendo?

Grace levantou as mãos em sinal de rendição.

– Pode continuar.

– Então eu to tentando achar namorada. O que não é muito difícil, afinal, olha pra mim - disse ele se elogiando.

– Então por que eu ainda não vi você namorando?

Sirius bufou frustrado.

– Porque essas garotas ou são chatas ou ciumentas demais pra namorar. Me diz, como alguém consegue namorar assim?

– E o que você esperava, Black?! As garotas sabem que você é o maior galinha e não leva nada a sério, é claro que elas vão sentir ciúmes! Você nunca namorou por acaso?

– Hã... Não - respondeu Sirius como se isso fosse óbvio.

– Ah, sim. Não sei ainda por que eu pergunto.

– Dã – ele zombou.

– O idiota aqui é você, não eu - ela retrucou e Sirius ignorou.

– Mas sério, pra que namorar se você pode só curtir o momento com a pessoa uma vez na vida e hasta la vista baby! E aí depois você curte outro momento com outra pessoa!

Grace levantou as sobrancelhas e ficou encarando-o.

– O que foi?!

– Nada – ela pensou que Sirius perceberia a besteira que dissera, mas ele nem sequer repensou - mas sobre Lucy, o que você achou dela? – Grace mudou de assunto.

O garoto demorou um tempo para responder.

– Ela é legalzinha até. Mas ri demais - ele frisou a última palavra.

– Novidade. Mas ela é perfeita pra você, ela ri das suas piadinhas idiotas e você não se passa por um palhaço completo.

– Você não consegue falar uma frase sem me insultar?

– Não.

Sirius revirou os olhos.

– Palhaço - ela repetiu.

– O que foi agora?!

– Desculpa, escapou - ela reprimiu um riso.

– Oh, claro - ele disse irônico - Agora sua vez.

– Minha vez do que?

– De responder minha pergunta.

– Não é meio óbvia a resposta?

– Não muito - ele se aproximou de Grace e sussurrou em seu ouvido - quem sabe você possa me relembrar.

Ela estremeceu com o som rouco da voz dele no seu ouvido e o empurrou.

– Quer que eu responda ou vai ficar sussurrando igual a um idiota?

– Vai nessa.

– Simples: você nunca vai conseguir ser fiel a alguém, Black e muito menos amar. Você só pensa em si mesmo e em mais ninguém. Talvez você consiga vencer a aposta conseguindo uma namorada, mas vai ser só fachada porque você não vai realmente amá-la ou coisa do tipo. Você só usa garotas pra se divertir e não se preocupa com nada mais que não seja carnal - ela se levantou, mas antes sussurrou em seu ouvido como ele fizera antes com ela - nem que a sua alma gêmea estivesse embaixo do seu nariz você ia perceber - e se virou em direção a casa, deixando, (outra vez), um Sirius sem reação.

–-

O garoto voltou para sua casa, comeu um lanche rápido, ignorou as reclamações da mãe, checou se havia recebido alguma carta, tomou um banho e acabou esquecendo tudo o que Grace dissera. Mas quando estava no seu quarto, se preparando para dormir, olhou na direção do quarto da vizinha e notou que as luzes ainda estavam acesas, mas não a viu. Apenas olhar para seu quarto, fez com que todas as palavras da garota viessem à tona em sua mente, como uma bomba. Ele se lembrou dos olhos chuvosos da garota lhe olhando de um jeito óbvio enquanto falava. Ah, aqueles olhos que quando ela ficava com raiva, tornavam-se mais escuros, ele pensou.

E deitado em sua cama, Sirius não conseguiu evitar refletir sobre as palavras de Grace, que ele achava que conhecia, porém cada vez ficava mais intrigado com ela.


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Notas finais do capítulo

O que acharam dessas últimas palavras da Grace?? Será que o Sirius realmente vai refletir sobre elas??
E o que vocês acharam da Lucy? Do Tyler, (que vai aparecer mais vezes na história) ??
Enfim, o que acharam do cap inteiro?
Comentem pessoal hehe
Então, relembrando: se eu demorar para postar o próximo cap, não se preocupem pois eu NÃO vou abandonar a fic, ok? Nem pensem numa coisa dessas.
bye xxx