Naruto : Next Generation escrita por MarieClaire


Capítulo 1
Cap. 1 - Bem Vindos à Academia Ninja!


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic no Nyah, e em todo o ramo de histórias. Boa leitura!



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[M.U]

 

 

Ser o filho do Hokage de Konoha não ausensatava Minato da ansiedade de um primeiro dia de aula. Dizer que ele já havia acordado seria um erro, uma vez que o garoto nem se quer havia chegado a dormir em algum momento. Tanto que saltou da cama em euforia quando bateram à porta para acordá-lo.

Hinata, a mãe de Minato, enfiou a cabeça pela fresta da porta, parecendo muito menos acordada do que ele. “Hora de acordar, querido.” Ela avisou, franzindo as sobrancelhas ao vê-lo já de pé. “Ah, você está... pronto?”

Ele fez um sinal de positivo com o polegar. Já estava com sua usual combinação de camiseta preta e casaco verde-musgo militar por cima. Até tentou arrumar o cabelo antes de ela chegar, mas a tarefa exigia muito do seu tempo e paciência, então acabou por arrepiá-lo ainda mais.

“Bom, vou arrumar algo para você comer.”

E fechou a porta outra vez. Levou apenas dois minutos até o filho segui-la até a cozinha, sentando-se no balcão para observar a mãe na tarefa de cozinhar. Ela era boa nisso, e gostava bastante de passar um tempo preparando pratos diferentes. Nem sempre eles davam certo, mas Minato gostava de prová-los mesmo assim. Isso a fazia feliz.

“Olha, eu não ia perguntar, mas algo me diz que você não tomou banho, e isso me entristece bastante.” Hinata começou, ao passo em que colocava a frigideira no fogão. “É o seu primeiro dia, Minato, e seria péssimo chegar com um cheiro duvidoso.”

“Mãe, o meu cheiro está normal. Sem falar que nós dois sabemos que, quando as missões começarem, nem vou poder tomar banho por dias. Meu pai mesmo disse isso.” Minato disse, como se a sua afirmação fosse uma verdade absoluta. Hinata estava prestes a retrucar, quando o marido passou pela porta do cômodo, coçando os olhos cansados.

“Acabou de chegar?” Hinata franziu as sobrancelhas, virando-se para ele. Não havia raiva em seu olhar, apenas preocupação. “Pensei que tivesse dito que voltaria antes do amanhecer, Naruto.”

“Tente dormir quando nada está dando certo. Sabe quantos pergaminhos tive de ler apenas ontem? Estou enlouquecendo.”

Estresse certamente era visível na expressão do Hokage de Konoha. Sua testa antes lisa agora estava decorada de linhas de tensão, e os ombros pareciam mais caídos do que o normal. Hinata imaginou que poderia massageá-los, mas nem para isso Naruto Uzumaki estava tendo tempo.

Que dirá para os filhos.

“Ohayo, otou-san.” Minato cumprimentou o mais velho, tentando chamar a sua atenção. Naruto o olhou finalmente, sorrindo o mais abertamente possível para o seu estado. Aproximou-se do menino e bagunçou-lhe os cabelos.

“É hoje, não é?”

“Sim” Minato jamais admitiria, mas seu peito se aqueceu ao ver que o pai havia se lembrado. Mesmo esses pequenos momentos o faziam feliz. Naruto não era capaz de perceber, mas Hinata sim. Seus olhos transparentes não deixavam absolutamente nenhum detalhe escapar.

“Parabéns, filhote.” Naruto forçou uma animação que não lhe cabia mais. “Quando você conquistar aquela bandana, estaremos ainda mais conectados um com o outro.”

“Naruto.” Hinata o advertiu, tentando soar gentil. “Não seja tão exigente. Uma coisa de cada vez.”

“Quem não olha para o futuro, não tem determinação.”

“O menino nem se quer é capaz de tomar banho, então de que adianta pensar em futuro?”

Minato percebeu a tentativa da mãe de aliviar o clima, mas jogou o jogo dela mesmo assim. “Okaa-san!”

“Hinata, você é quem está sendo exigente aqui.” Naruto riu um pouco, parecendo de repente bem mais relaxado, como se finalmente tivesse se dado conta de que estava em casa. A sua casa, cercado pela sua família. Ali ele era apenas Naruto, e não o Hokage de Konoha. “Eu mesmo não tomei banho no meu primeiro dia.”

“Novidade.”

Hinata se concentrou outra vez na tarefa de terminar o café que estava preparando. As panquecas cheiravam bem, e ela as empilhou num prato, pondo-o em cima da mesa de jantar onde pai e filho já estavam sentados. Ela pegou uma calda doce no armário da cozinha, e juntou-se a eles na mesa.

“O que acharam?” Ela perguntou depois de vê-los devorando as panquecas.

De boca cheia, Naruto e Minato disseram, ao mesmo tempo, “isso aqui tá delicioso, ttebayo’”

Ela sorriu orgulhosa, levantando-se em seguida. “Se não se importam, vou me retirar.”

“Você ainda nem comeu.” Naruto apontou, parecendo curioso. “O que foi?”

“Kushina precisa acordar, ou só depois de meio dia que vai sair da cama. Combinei com Kiba de treinarmos juntos agora de manhã, então vou levá-la comigo.”

“Vai sair com o Kiba?” Algo dentro de Naruto se incendiou. “Ficou louca, mulher?!”

“Naruto, achei que já havíamos superado isso.” Ela parecia muito pouco paciente para com o assunto. “E Kushina vai conosco. Não banque o ciumento, por favor. Somos amigos e você sabe disso. Enfim, Minato, boa sorte. Faça muitos amigos, e preste atenção nas aulas, ouviu?”

Depositou um beijo fraterno na testa do filho, afastando-se da mesa.

“Claro, mãe, não se preocupe com isso!” Minato sorriu, observando-a deixar o cômodo. Virou-se para o pai, que ainda a assistia com as sobrancelhas loiras franzidas em irritação. “Está com ciúmes do tio Kiba?”

O Hokage tamborilou os dedos na mesa.

“A sua mãe é uma criatura maravilhosamente boa.” Naruto afirmou, num tom que indicava que algo ácido estava prestes a deixar os seus lábios. “Mas o seu tio, , nem de longe. Ele sempre gostou da sua mãe, e casou-se com a irmã dela porque era o mais perto que iria chegar dela. Mas eu não esqueci.”

“Pai, acho que isso é meio... irreal?” Minato mastigou outro pedaço da panqueca, pensativo. “Não acho que o tio Kiba não goste da tia Hanabi... ou eles não teriam tido filhos, né?”

“Muita gente que não se ama teve filhos, Minato.”

Havia um certo rancor naquelas palavras, um rancor que Minato preferiu não perguntar a respeito.

“Bom, acho que está na hora de você ir, antes que se atrase. Se divirta, sim? Mas não se esqueça das notas. E fique longe de encrencas, ouviu? Seu pai não foi o melhor exemplo de todos quando mais novo, e não tente ser igual a mim. Peguei o caminho mais difícil.”

“Pode deixar, otou-san. Não vai se decepcionar.”

“Sempre soube que não iria.”

 

 

[M.H.]

 

 

Não muito longe dali, alguém havia dormido com mais facilidade do que o filho do Hokage, e inclusive, diferente dele, o sono havia sido tão pesado que a impediu de acordar no horário certo.

Mikoto Haruno abriu os olhos com os berros de sua mãe do lado de fora do quarto. Eles eram ferozes, irritados, e distantes daquele tom doce usado pela esposa do Hokage.

“Mikoto, se você não sair daí agora, vou te puxar pelos cabelos, ouviu bem?! Não sei por que colocamos uma maldita tranca nas portas! Minha vontade é arrombar essa porcaria!”

Ainda confusa pelo sono, Mikoto levantou-se cambaleante, indo até a porta e abrindo-a. “Okaa-san...?”

“Okaa-san nada! Você tem menos de cinco minutos pra tomar banho e tomar café, ouviu bem?! Está atrasada e esse é só o primeiro dia! Se acha que vai continuar assim pelo resto do ano, pode ir esquecendo...”

Ela continuou reclamando, mas Mikoto não se deu ao trabalho de ouvi-la. Passou pela mulher no corredor, e seguiu para o banheiro, lavando-se tão rápido quanto possível.

Do lado de fora do banheiro, a voz de Sakura continuava estridente. “É tudo culpa do seu pai! Ele esteve acordado, e só fez o favor de me levantar agora. Como pode se abster assim de tudo o que eu considero importante?! Vocês dois vão me deixar maluca, estou dizendo.”

Rolando os olhos, Mikoto secou-se, vestindo a roupa que a mãe entregou pela fresta da porta. Era uma camiseta de alças preta, e uma saia vermelha cortada nos lados, de cintura mais alta. O símbolo do clã Haruno na roupa a deixava mais confortável de sair em público. Era o seu álibi, embora esse fosse o seu segredinho. “Arigatou.”

Quando passou pela cozinha/sala de jantar, sua barriga de repente roncou de fome. Felizmente para ela, Sakura não havia se dado ao trabalho de preparar nada, do contrário teria de experimentar alguma gororoba horrível logo pela manhã.

"Aqui." 

Virou-se assustada para o pai que a observava recostado ao balcão da cozinha, a expressão minimamente divertida. Estendeu uma sacola em sua direção, de tamanho mediano. "Tem uma barrinhas de cereal e um suco. Foi o máximo que consegui comprar ontem à noite." Explicou-se. 

Ela sorriu, sentindo-se de repente aquecida pelo pai ter se lembrado dela voltando do trabalho. "Arigatou, otou-san."

"Agora vá."

Mikoto assentiu, pegando a sacola e correndo pela estrada de terra que levava do clã Uchiha para o centro de Konoha. Correu o mais rápido que pôde rumo a Academia Ninja, e chegou ao portão desta justamente quando o mesmo se fechava. A ninja que o fechava a avistou chegando, e cruzou os braços, impedindo a sua passagem. 

"Você está atrasada." Afirmou, o que parecia bastante óbvio àquela altura. 

"Sora, deixe a menina." Uma terceira voz as interrompeu, e Mikoto virou-se para o homem moreno que a observava. "É o seu primeiro dia, não? Eu sou Iruka, e vou ser o seu sensei. Deu sorte que também perdi o horário."

Ele sorriu de forma tão simpática que Mikoto retribuiu o gesto, o seguindo para dentro da Academia. Era imensa por dentro, e os corredores já se encontravam totalmente vazios. 

Mikoto estava bastante nervosa e, reparando nisso, o professor quebrou o silêncio. "Posso saber o nome da minha nova aluna atrasada?" Ele quis saber. 

"Mikoto." Ela disse, acrescentado depois. "Haruno."

Iruka surpreendeu-se, parando de andar por alguns instantes. "Haruno." Repetiu, mais para si mesmo do que para Mikoto. "Poderia ser que você é a filha da Sakura?"

"Sim, sim." Mikoto concordou, parando à porta da sua provável sala. "Você a conhece?" Perguntou curiosa. 

O professor assentiu, gesticulando para que ela entrasse na frente, e ela o fez, recebendo vários olhares curiosos em sua direção. Com o rosto queimando, a Haruno procurou uma carteira vaga, sentando-se ao fundo da sala. 

Ao seu lado, um menino com duas marcas de triângulos invertidos nas bochechas morenas, a observava descaradamente. Mikoto tomou coragem e o encarou de volta, sustentando o seu olhar. "Perdeu alguma coisa?"

Ele sacudiu a cabeça, recompondo-se. As bochechas cor-de-rosa. "Foi mal, estava pensando em outra coisa, e olhando um ponto fixo... bom, você era o ponto fixo, então desculpa mesmo."

Mikoto riu, parecendo muito pouco convencida com a resposta, embora satisfeita com ela. "Sei como é. Sou Mikoto."

"Akira." Ele sorriu levemente pelo canto da boca, exibindo uma covinha simpática.

Iruka interrompeu o que poderia se tornar uma conversa entre os dois, tomando a palavra e a atenção da turma de pré-adolescentes. "Ohayo, alunos, eu sou Iruka, mas de agora em diante podem me chamar de Iruka-sensei. Sejam muito bem-vindos à Academia Ninja."

O clima de euforia era visível na classe. Todos pareciam animados com o início das aulas, e se não tivesse lecionado por boa parte da vida, talvez Iruka também estivesse. Agora tédio era só o que lhe consumia. "Bom, pensei que já que vamos passar boa parte do tempo juntos, podíamos nos conhecer melhor. Quem quer começar a se apresentar para o restante da turma?"

Akira suspirou entediado ao seu lado, fazendo-a sorrir internamente. 

 

Alguns alunos logo se voluntariaram. Entre eles, uma tal de Maiko Mitsashi, cujo sonho era se tornar a ninja médica mais famosa da Aldeia da Folha. Ela parecia de fato bastante inteligente, mas os olhos de Akira se reviraram tão teatralmente quando ela abriu a boca, que Mikoto se perguntou se ele ficaria cego.

Um menino loiro levantou-se, sem pedir a permissão do professor, atraindo a atenção que provavelmente era a sua intenção inicial. "Eu sou Asuma Nara, filho de Ino Yamanaka e Shikamaru Nara. E o meu sonho é ser um jounin treinador de equipes, só as mais fortes, claro, além de um verdadeiro arrasador de corações."

Alguns risinhos repercutiram na sala, embora o de Akira e Mikoto tenha sido bastante debochado. O loiro sentou-se, e o garoto ao seu lado, também loiro, levantou-se em seguida, embora tenha pedido a permissão de Iruka para tal. 

Ele virou-se para a classe timidamente, embora animado. "Eu sou Minato Uzumaki, e, bom, sou filho do Hokage e de Hinata Hyuuga. Amo ramén, e qualquer outro tipo de macarrão. Diferente do que vocês imaginam, meu sonho não é ser Hokage como o meu pai. Mas como até eu mesmo imaginava isso, agora estou procurando um sonho mais original." Seu tom era de brincadeira, de forma que boa parte da turma riu, mas Mikoto sentiu certa verdade naquelas palavras. 

No fundo, ela sabia exatamente como ele se sentia. Ser a sombra do pai não era nem de longe um fardo fácil de se carregar. 

Percebendo que o fundo da sala estava muito quieto, Iruka chamou a atenção de Mikoto. "Mikoto, por que não nos dá a honra de saber algo sobre você?"

Envergonhada, ela levantou-se devagar, virando-se apenas para o professor. "Ahn, ok. Eu sou Mikoto, Mikoto Haruno, e gosto bastante de ficar ao ar livre, acho. Poderia passar semanas em uma missão onde tivesse de dormir sob o céu estrelado. Não é algo que me incomode..."

"Mikoto Haruno?" Era o tal Asuma Nara que estava falando com ela, parecendo desconfiado. "A minha mãe já me falou sobre você. Você não é Haruno, é Uchiha."

Um murmúrio explodiu entre as quatro paredes da sala. Mikoto sentou-se, sentindo-se intimidada pela própria paternidade, o que era bastante ridículo para ela. Percebendo a sua situação, Akira pôs-se de pé e assoviou para chamar a atenção dos colegas outra vez. 

"Então, eu sou Akira Hyuuga, mas como não tenho o byakugan a maioria me considera Inuzuka mesmo. Sintam-se a vontade. Basicamente sou bom em dormir, e gosto muito disso, na verdade é só o que faço... mas gosto bastante de cães, também. Algum dia poderia domesticar um lobo..."

"Auuuuuu!" Asuma fez a classe rir, e Akira rolar os olhos, sentando-se outra vez. 

Mikoto tocou o braço do colega por baixo das carteiras, para chamar a sua atenção, enquanto o professor tentava pôr ordem na turma outra vez. "Arigatou."

"Não foi nada, Uchiha." Ele fez um gesto de descaso com a mão, mas ela soube que aquele havia sido um voto de confiança. Um do qual ela não se esqueceria tão cedo. 

"Esse é um belo sonho, sabe."

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

E então , gostaram ?