Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 4
Sebastian, o lobo esquecido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/319479/chapter/4

Antonella ficou muito feliz com minha resposta.

–Selene, você é a nossa salvadora! Erah está orgulhosa de você, pode ter certeza! –Ela disse me dando um abraço.

–Mas já vou avisando que não tenho o controle total das minhas pernas, o que acaba nos prejudicando, então eu preciso de um tempo para lidar com elas. –Eu disse saindo do abraço.

–Com certeza, não só terá mais controles de sua perna, quanto de seus poderes. O nosso clã está disposto a lhe ajudar e dar todo o apoio necessário. –Disse se lembrando de algo que estava faltando. –E em falar nosso clã todo, onde será que Wrath está? Não vejo ele desde hoje cedo.

–Wrath? –Perguntei.

–Sim, é outro membro do nosso grupo. –Antonella respondeu.

–Quantas pessoas temos no clã?

–Contando com você e comigo, no total, temos cinco.

–E todos os clãs, possuem cinco?

–Quase todos, apenas um possui seis, que é um dos mais perigosos grupos.

–E de qual é?

–O clã Emporium, do herói Foghus. –Ela disse mudando sua expressão que me deixou confusa.

–Se não for perguntar de mais, por que a sua mudança de expressão tão de repente?

–Besteira. Deixa isso para lá. –Ela disse voltando à sua expressão normal. –Mas enfim, vou lhe deixar a sós para descansar do longo dia. Se sentir insônia, você pode me chamar que eu estou ao lado de sua cabana, estarei acordada. Caso queira ficar sozinha, pode se sentar ao redor da fogueira, é bem aconchegante. Bom... é isso que temos por hoje, boa noite. E mais uma vez, obrigada pernas! –Nós rimos.

–Tudo bem então, muito obrigada por me acolher, prometo não decepcionar. –Eu disse finalizando com um “Boa Noite Antonella.”.

Ela saiu “dos meus aposentos”, e foi para o dela. Me joguei no colchão, e fiquei pensando em tudo o que eu deixei na imensidão azul, mas agora eu estava destinada para uma outra jornada, e logo, fiquei imaginando no que o destino me aguardava, perdas, romance, ódio, lembranças para serem guardadas para minha vida toda, tudo podia acontecer a partir do momento em que aceitei a proposta de Antonella. E de tanto pensar em todas as possibilidades, eu acabei ficando sem sono, já era previsível, decidi apreciar as estrelas de um ângulo diferente do que eu via todos os dias, do mesmo ângulo, da mesma forma. Sai da cabana, com o cabelo ainda úmido do mar, e o vestido, já seco, sentei-me ao redor da fogueira, apoiei minhas mãos no chão, e me inclinei de tal forma que a minha visão era apenas as estrelas e uma mancha que eu nunca havia visto, era maravilhoso, foi a visão perfeita, de uma paisagem perfeita, era como se alguém tivesse pintado aquilo com a maior delicadeza para sair a perfeição. Aquilo chegou a me dar um calafrio. Fiquei observando aquele fenômeno por algum tempo, até que ouvi a voz de Sebastian.

–Lindo não é?

–Demais.

–Não é sempre que isso acontece. –Sebastian disse assentando ao meu lado.

–E tem alguma explicação para um fenômeno tão maravilhoso? –Perguntei ainda deslumbrada e sorrindo, não tirando os olhos do céu.

–Talvez tenha. –Ele disse sorrindo também.

–E você sabe qual é? –Perguntei olhando para ele, ainda sorrindo.

–Você. –Ele disse sorrindo e olhando diretamente para mim. O que me fez ficar envergonhada, olhar rapidamente para baixo e voltar meu olhar para as estrelas.

–Mas então, Sebastian, certo? –Perguntei a fim de confirmar de que eu estava falando certo.

–Sim. –Ele respondeu.

–Está sem sono também? –Perguntei.

–Não muito. Eu geralmente faço rondas por essa região antes de dormir, para manter o acampamento seguro.

–Hmm... Entendi. Para não acabar o assunto, conte um pouco de sua história. –Pedi.

–Ok. –Ele concordou, e eu tirei a minha atenção do céu, e comecei a prestar atenção nele, o olhando diretamente. –Bom, meu nome é Sebastian Franck, sou um lobisomem. Nasci em uma vila perto daqui; minha família era toda da mesma espécie, todos muito poderosos, sou filho único, e tecnicamente, não tenho pais. Sempre tive uma vida muito normal, morávamos em uma aldeia, de manhã todos os lobisomens adolescentes iam aprender coisas sobre o universo com o sábio Ancião dos Lobos, logo após de aprendermos, íamos fazer competições bobas num pátio que ficava ao lado de uma cachoeira, o pátio era de grama, para falar a verdade, era apenas um vão da floresta sem árvores, nos divertíamos lá... Mas voltando a história, logo após nos divertirmos, íamos encontrar nossa comida. Nós mesmos, após atingir a maturidade de um lobo jovem e maduro, temos de caçar e comer, cada um por si. Depois íamos descansar, e á noite ficávamos revezando para olhar se não há nenhum perigo na redondeza. E ai sim, de madrugada, nós encontrávamos nossos devidos pais. Mas em um dia, tudo mudou, os lobos de nossa tribo são nômades, ou seja, não tem um lugar fixo para morarem, e foi justamente no dia que fui caçar a minha presa, todos foram sem mim, o que eu não sei é se meus pais lembraram-se de mim, mas se tivessem lembrado, teriam me esperado e me buscado. E fui vagando em forma humana, perdido, sozinho, com frio e fome, de noite, que Antonella me encontrou, então, após ela me explicar tudo, assim como você, eu aceitei. –Ele terminou tentando sorrir, apenas levantando um lado de sua boca.

–Eu sinto muito... –Eu disse séria e ainda olhando para ele.

–Mas agora eu estou bem. –Sebastian disse puxando ar e o soltando. E, agora, sorrindo novamente. Mas seus olhos brilhavam mais, era como se quando contasse a história, que para ele é um drama familiar, seus olhos perdessem o brilho, e quando nos olhamos fixamente, o brilho ressurgiu como uma fênix ressurge das cinzas. Até que ele pegou em minhas mãos e disse.

–Eu não consigo tirar meus olhos de você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Comente (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hesthia, Ainda Há Esperança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.