Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 35
A última visita


Notas iniciais do capítulo

Três capítulos seguidos, ufa! heuheu



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–Selene, você está ficando louca!? Esqueceu de que aprendeu a controlar a temperatura da água? –Quando Sebastian disse isto, eu fiquei totalmente calma.

–Verdade...

–Nunca mais me dê um susto desses. Quase morri antes da Guerra. Pensei que você havia visto algo que aconteceu na Guerra e foi terrível...

–Bom... –Pensei nas visões que Hunter vinha tentando me mostrar, mas decidi não contar.

–O que? Você viu algo?

–Não é nada... –Falei tentando mudar de assunto. –Esquece isso, pensei alto.

–Tem certeza?

–Sim, pode ficar tranquilo. –Falei o beijando.

–Vamos lá para dentro? –Sugeriu. E eu concordei.

–Antes, preciso falar com Adella. –Me lembrei de algo, que eu havia prometido à ela e deveria cumprir naquele dia.

–Ok.

Fui procurar Adella, e ela estava em seu quarto. Me deparei com uma cena inédita, era evidente que ela estava chorando. Fui correndo sentar na cama ao seu lado, e perguntar o que aconteceu e estar cheia de frases reconfortantes, ver Adella chorando era como ver uma filha chorando, embora ela fosse “irmã” de Sebastian, para mim, era como uma filha.

–O que foi querida? –Perguntei sentando ao seu lado.

–Eu estava pensando em todas as possibilidades do que posso perder nesta Guerra. Por mais que doa, tudo é possível. Posso perder Austin, você, Wrath, Shiva e até mesmo Sebastian, no fundo, eu amo aquele chato. –Adella disse enxugando as lágrimas que caiam. –Tudo o que quero, é não perder, novamente, pessoas que eu amo.

–Você não irá perder ninguém, fique tranquila, ninguém vai morrer. Nem eu, nem Austin, nem Sebastian, nem Wrath e nem Shiva. Vai dar tudo certo, vamos ganhar, e se não ganharmos, que não é uma opção, a liga de Austin ganhará. E ninguém irá morrer. Vou estar ao seu lado, o tempo todo. –Prometi acariciando seu cabelo.

–Mesmo? –Adella queria a confirmação.

–Pode ter certeza disso. –Confirmei.

–Te amo Selene. –Adella disse sorrindo e me abraçando.

Naquele momento, fiquei paralisada, novamente, o mundo resolveu dizer que me amava, exagero, apenas duas pessoas. Mas era muito difícil, se para Sebastian demorei a aceitar isso, Adella seria igualmente difícil, mas confiei em mim, e no meu coração, eu a amava igualmente.

–Eu também te amo meu anjo. –Sorri. –Mas então, se lembra esses dias que lhe prometi levar até Austin para matar sua saudade?

–Sim.

–Então, vamos hoje? –Sugeri.

–Claro! Quando? De tarde, ou de noite? –Perguntou.

–Que tal agora? –Sorri.

–Tudo bem. Vou me arrumar então! –Adella disse empolgada.

–Quando acabar, me chame que nós vamos. –Disse me levantando da cama e indo ao encontro de Sebastian que estava sentado no sofá da sala.

Sentei-me ao seu lado e avisei a ele.

–Vou ir com Adella na liga Chronos, ela quer ver Austin.

–Austin? Por que ela quer ver ele? Como assim ninguém pediu minha permissão? –Perguntou indignado, e parecia ser sério.

–Sebastian, Adella não é uma criancinha, deixa ela. –Reclamei.

–Não estou nada satisfeito... –Retrucou.

–Deixa sua irmãzinha ser feliz... –Pedi.

–Só hoje... –Tentou se mostrar o chefe da casa, mas não funcionou.

–Você sabe que ela não liga para o que você pensa sobre isso não é?

–Sei... –Confessou me fazendo rir.

Adella chegou na sala toda saltitante e risonha.

–Estou pronta. –Avisou.

–Ok. Tchau Sebastian... –Falei me levantando do sofá.

–Juízo... –Se referiu à Adella.

Adella saiu da sala e foi até a varanda da casa. Fui seguindo ela, mas Sebastian me puxou.

–Cuida dela por mim... –Pediu.

–Pode deixar, eu sei o que estou fazendo. –Falei saindo da sala e indo até ela que já estava fora de casa.

Chamei Hunter e subi em cima dele, perguntei se Adella queria uma ajuda para subir em cima do mesmo, mas ela conseguiu se virar.

Após eu dar as coordenadas para o pégaso ir, chegamos ao destino. No caminho todo, conversávamos sobre minha infância. Adella ficou encantada com as brincadeiras que eu fazia no mar, afinal, eu podia ver crianças com pernas brincando na praia, mas não podia fazer as mesmas artimanhas que elas. A única escapatória que eu tinha, era brincar com os golfinhos, competições com as baleias, e outras brincadeiras que os humanos que vivem no mundo acreditam que é impossível. Adella mesmo no início não acreditou que golfinhos e baleias podiam brincar, mas podiam muito mais do que isso. O que os indivíduos não sabiam era que podiam comunicar com os seres marítimos, afinal, eu sou um destes e consigo falar, porque não os outros não conseguiriam? Mas estes, não falam, é como o mecanismo do pégaso, é apenas por ligação.

Ao chegarmos ao destino, Adella foi direto aos braços de Austin, e o deu um longo beijo, como eu e Sebastian. Fiquei um pouco surpresa. Alias, fiquei muito surpresa. Nunca imaginei esta cena, mas agora pude que Adella e Austin se amavam. Os outros integrantes da liga ficaram surpresos igualmente a mim, mas se acostumaram, afinal, que bom amor incomoda? Fui em direção aos integrantes conversar com eles enquanto ambos matavam a saudades que sentiam. Cumprimentei todos, e começamos a conversar sobre a Guerra. Nada demais, ambos estávamos torcendo para que se nossa liga não ganhar, que a deles ganhasse, e se a deles perdesse, a nossa ganhasse. Prometeram não nos atacar, e nós prometemos o mesmo. E que se só sobrássemos nós na batalha, “governaríamos” juntos Freljord. Me perguntaram se estava tudo bem no acampamento, mas informei que nós nos mudamos, e disse onde estávamos agora. Perguntaram também se eu tive mais problemas com Antonella, que por mais incrível que pareça, eu não estava nem me lembrando mais dela. E pensei no fato dela estar planejando algo maléfico, e eles, da liga Chronos, prometeram nos proteger, e nós, protegermos eles. Cheguei à conclusão que nós não éramos diferentes uns dos outros, éramos iguais, defendíamos as mesmas coisas. Em um momento pensei em nos unificar, mas isso não cabia a mim, era a decisão dos dois grupos, mas não me importei em tratar daquilo naquele momento. Voltei meu olhar à Austin e Adella, Austin estava abraçado à Adella e ela sorriu para ele, e contava algo que os faziam felizes. Imaginei como Adella se sentia por estar longe de Austin por todo este tempo, como deve ter sofrido calada. “Como sou egoísta!” me repreendia. Em todo este tempo só pensei em mim, nem olhei para o lado das saudades de Adella, me forcei a prometer à mim mesma que isso não aconteceria novamente.

Após acabarem com a agonizante saudade, fomos de volta à nossa casa. Anunciei nossa chegada, e fui pegar uma maçã para comer, e fui para meu quarto. Sebastian não estava lá então, fiquei um tempo sozinha, deitada. E me veio a cabeça aquele cheiro no dia em que fomos domesticar os pégasos. A voz que tentava me avisar que algo iria acontecer, que algo de muito ruim iria acontecer. E me veio um impasse. Aquilo, realmente poderia ser uma voz do bem tentando me avisar de que algo terrível na Guerra iria me acontecer, e não acabaria nada bem. Ou então poderia ser Antonella, ou qualquer pessoas que me queira fazer mal. Antonella poderia ter mandando alguém me fazer sentir aquele cheiro e escutar aqueles conselhos, fazendo assim minha cabeça, pedindo para eu ficar sozinha, para que ela me atacasse. Mas depois de muito pensar decidi que depois de tudo o que passei com a liga, não os desapontaria, na véspera da Guerra. Seria covardia e egoísmo da minha parte fazer tal ato. Se era para a Guerra que estava me preparando, era a Guerra que eu teria.


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Notas finais do capítulo

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