Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 28
Para tudo tem sua primeira vez


Notas iniciais do capítulo

Semana de provas, nem preciso explicar a demora ://



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 Ficamos nos olhando por bastante tempo, só nos admirando, Sebastian estava diferente parecia outra pessoa, estava feliz, dava para sentir isso quando estava junto a ele. Seus olhos brilhavam tanto, que chegava a me hipnotizar às vezes. Ele acariciava meu cabelo e sorria olhando para mim, e eu retribuía o sorriso automaticamente.

  -Vamos para outro lugar? –Sugeriu.

  -Por mim, tudo bem.

 Sebastian sorriu, levantou-se e estendeu suas mãos para me levantar. Ele fez força e conseguiu me fazer ficar de pé e, como de costume fez uma piada sem graça.

  -Meu Deus! Quantos peixes você está comendo? –Eu o olhei séria. –Sabe que é brincadeira não é? –Confirmou se eu estava sabendo.

  -Sei... Mas não vou ficar com raiva porque hoje tudo tem que dar certo, não é? –Confirmei sorrindo.

  -Sim. –Sorriu igualmente.

  -E agora, para onde vamos? –Questionei o abraçando.

  -Em um lugar que é bastante pessoal, e queria que conhecesse.

  -É longe daqui?

  -Um pouco, não se preocupe porque eu vou te levar. –Sorriu. Afastou-se de mim, e se transformou em lobo, aquilo era realmente de dar arrepios, achava maravilhoso a forma como se transformava, tão mágica.

 Subi em cima de Sebastian, me segurei firme, e ele começou a correr. Segui a rotina que sempre fazia: abaixar minha cabeça para não pegar o vento que batia em meu rosto e esperar pela chegada ao local. Sebastian, diminuindo a velocidade me fez perceber que já havíamos chegado, levantei minha cabeça e olhei ao meu redor. Não era lindo como o lugar que ele me levara a poucos minutos daquele momento, se via uma fresta de sol, o lugar não tinha muita coisa, apenas um colchão no meio do nada. Uma região deserta seria a palavra para definir. Mas me simpatizei com o local que Sebastian me levara. Desci dele e ele se transformou na forma humana novamente.

   -O que achou? –Perguntou.

 -Gostei daqui. –Sorri. –Mas por que me trouxe aqui? –Questionei.

  -Queria compartilhar uma lembrança minha com você... –Disse se sentando no colchão, e eu o acompanhei.

  -E essa lembrança é boa?

  -Não. –Ele abaixou sua cabeça.

  -O que é?

  -Bom você sabe que eu fui abandonado por tudo e todos. E o dia todo fiquei procurando pela minha alcateia, mas nada. E foi nesse lugar que eu perdi minhas esperanças. Não havia mais como procurar; todas as possibilidades foram se tornando impossíveis. Passei três dias isolado, sem ninguém, apenas com esse lugar para me abrigar, qualquer coisa podia me atacar, afinal, estava indefeso, e era jovem. E de tão desértico que esse lugar é, o colchão que eu usava aqui quando tinha dezessete anos ainda permanece intacto. –Finalizou.

  -Quanto a mim, pode ficar tranquilo que eu não vou te abandonar, ok? –Sorri e o beijei.

  -Espero... –Brincou. –Vem cá. –Disse me puxando e dando início a um longo beijo.

 Nunca pensei que estaria com o amor da minha vida, num lugar desértico, sentados em um colchão e nos beijando. E posso confirmar o que minha avó, por parte de pai dizia: “A vida é cheia de surpresas. Quando menos se espera, ela te surpreende.” E a prova, está em evidência, aconteceu algo que nunca esperaria que acontecesse, e o mais surpreendente, é que por traz disto tudo que estava acontecendo, eu estava noiva. Para mim, uma coisa impossível se tornou possível.

 Não sei se foi apenas a impressão de minha parte, mas eu achava que nós iríamos muito mais longe do que apenas um mero beijo de um casal. Eu tinha

certeza de que Sebastian também sabia disso, mas notei que nós dois estávamos com um pouco de receio sobre isso, ou seja, inseguros. Não sei se para ele era a mesma situação que eu estava enfrentando, mas a verdade era que eu nunca havia tido uma relação sexual antes, e estava meio que com medo de ter naquele momento. Eu não sabia de que forma fazer, porque, a reprodução das sereias com as dos tritões é de uma forma bem diferente do que a dos humanos. Ocorre da seguinte forma, em uma época do ano, mais conhecida como Época da Fertilidade, sereias de uma grande região e tritões também, se encontram em uma ilha desconhecida pela raça da terra e do ar; chama-se Ilha Nautilus. E, nesta reunião de acasalamento, os tritões tentam encontrar seu par ideal que irá caminhar a jornada de sua vida junto a ele. Este fato nem sempre acontece, às vezes, é preciso voltar todos os anos para se procurar, novamente, a sereia perfeita. Quando encontram sua alma gêmea, vão à Anciã Willa, que é responsável para dar pernas aos casais formados para que possuam seus órgãos reprodutores, e para que as sereias possam ficar grávidas. Nota-se que é bem complicada a reprodução de nossa espécie, por isso somos em menor quantidade do vasto oceano que abrange o mundo. E, indo direto ao ponto, eu nunca fui nessa “jornada”.

 Resolvi continuar e ver até onde dava. A situação apenas começava a ficar quente. Sebastian, com um de suas mãos, segurava minha cintura, e com a outra, passava a mão da minha coxa até meu joelho repetidamente. Aquilo me arrepiava violentamente. Minha respiração começou a ficar rápida e forte igualmente a dele. Sebastian começou a tirar minha roupa, no caso, o vestido que Antonella havia me dado. Achei, a partir disso, melhor parar.

  -O que foi? –Sebastian perguntou e eu olhei para baixo.

-Eu não estou muito segura de fazer isso. –Respirei fundo e o olhei. –Quer dizer, e se eu engravidar?

-Tome. –Sebastian disse tirado um frasco de seu bolso. –Vai impedir...

-Mas... Como sabia? –Perguntei pegando o frasco e o olhando.

-Mais cedo ou mais tarde ia acontecer...

-Quer dizer que sempre anda com isso no seu bolso?

-Apenas para prevenir. Mas, então, vamos continuar?

-Olha, não é que eu não queira, mas, estou com medo.

-Medo?

-Medo não é a palavra certa. Mas é algo parecido.

-Te entendo... –Confessou mudando para uma expressão decepcionada.

-Como?

-Nunca fez isso não é? –Eu não disse nada, apenas mostrei que sim com a cabeça. –Queria ser você.

-Por quê? –Perguntei.

-Me arrependo de com quem fiz isso pela primeira e última vez, até agora... –Confessou.

-E eu conheço?

-Sim, e odeia. –Disse me deixando confusa.

-Posso saber?

-Antonella... –Sussurrou.

-ANTONELLA? –Me surpreendi.

-Infelizmente, sim. Mas não fique brava comigo. –Pediu com medo de que eu surtasse, mas não, eu não fiz isso, não queria o perder, de novo.

-Tudo bem Sebastian, não estou brava. Mas por que ela?

-Você sabe que ela controla mentes...

-Ah, sim. Entendi... –O clima ficou um pouco pesado depois da minha fala. Mas Sebastian o quebrou.

-Eu queria tentar esquecer isso e marcar agora, como se fosse minha primeira vez. –Eu o olhei, peguei o frasco que ele sempre levava consigo, abri-o, e bebi o líquido que estava dentro dele. Respirei fundo e sorri. –Quer fazer isso? –Sebastian perguntou, e eu assenti com minha cabeça, sorrimos, e fui quente em direção aos seus lábios.


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Notas finais do capítulo

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