Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 24
Força Interior


Notas iniciais do capítulo

Demorei né? Mas ta ai :3



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 Algum tempo se passou, e lá estávamos, com fome, e impacientes para fugir logo daquele lugar. Quando os capachos de Antonella entraram na sala, Sebastian foi logo para cima dos dois, em forma de lobo. Quando inesperadamente Dustin, o homem loiro, o apontou uma espécie de tubo, não muito comprido, para falar a verdade, eu não sabia o nome daquilo.

  -Tem certeza de que quer me atacar? –Permanecia com o objeto mirado na testa de Sebastian; ele recuou, e se transformou em humano novamente. E Dustin disse. –Ótima escolha... –Guardou o objeto em um suporte para o mesmo que ficava em sua calça.

  -O que irão fazer com nós? –Perguntei sem medo.

  -Muitas coisas... –Jared sorriu maleficamente logo olhando para Dustin.

 Sebastian os metralhou com os olhos.

  -Quando irão nos deixar sair daqui? –Perguntei. E logo, os capachos de Antonella começaram a rir incansavelmente.

  -Deixar sair? Sério? Mas se quer uma resposta, de preferência, até a suas mortes... –Jared disse se acalmando.

  -Estamos adiando demais, vai, pega ela... –Dustin disse me olhando. Enquanto Jared ia em minha direção e eu me afastava. Sebastian ficava atento a qualquer coisa que iria acontecer comigo e pronto para atacar.

 Jared me pegou e comecei a me debater afim de me livrar das mãos, do mesmo. Sebastian o atacaria com toda a certeza, mas mantinha cautela com Dustin. Com palavras, tentou, mas não valeu de nada.

  -Solte-a idiotas! –Sebastian gritou.

  -Ou o que? –Jared me segurava cada vez com mais força, enquanto Dustin dizia apontando para sua arma. Sebastian revirou os olhos com fúria e ficou em posição de ataque caso me machucassem.

  -Vamos, Antonella quer os ver. –Jared disse, me carregando pelo braço, e Dustin apontou o “bastão” para a cabeça de Sebastian, o que serviu de ameaça e o fez andar na direção proposta, sem fugir.

 Fomos parar numa espécie de praça da pequena, alias minúscula vila. Antonella estava em pé, nos esperando, e no meio desta praça, havia duas cadeiras.

  -Sentem-se meus amores! –Antonella disse sorrindo falsamente, e eu a metralhei com os olhos.

 Nos sentamos e os capachos dela ficaram, um do meu lado, e outro do lado de Sebastian.

  -Acho que querem saber o que aconteceu comigo depois do dia em que fui expulsa da liga Hesthia, não é? –Eu e Sebastian apenas ficamos olhando para ela sem dizer nada. –Enfim, se não quiserem saber, pouco me importa, vou contar assim mesmo. Bom, depois de uma fuga cansativa com várias mordidas e flechadas, eu consegui despistar, você, -Disse olhando para Sebastian. –E o Wrath. Sem rumo, eu comecei a me rastejar no chão procurando algum lugar seguro para passar a noite. Fiquei assim por um dia e meio, até que Dustin me encontrou. Eu não tinha mais esperanças a não ser entrar para a liga dele, Emporium. E, aqui estou eu, a mais nova integrante da liga de Foghus.

 Eu e Sebastian trocamos olhares “dizendo”: Traidora.

  -Mas continuando... Selene, pode ficar com Sebastian agora, não preciso mais dele, e nem de ninguém. Mas eu te garanto que vou fazer você sofrer por tudo o que eu já sofri, e, já que Sebastian, tem um hábito muito ruim de ficar te super protegendo, ele ficará só lhe observando desta vez, sem revidar ou algo assim. –Antonella disse sorrindo maliciosamente. –Que tal começarmos agora, com pequenas punições...? Jared, segure ele, Dustin, segure ela.

 Antonella estava vindo em minha direção e Sebastian ficava encarando ela e logo em seguida eu. Parou em minha frente, e deu um tapa na minha cara, doeu. Não podia devolver pois meus braços estava presos por Dustin, então, o mais viável, foi cuspir na cara de Antonella. Confesso que sua cara ficou engraçada, mas evitei debochar. Ela passou sua mão em seu rosto, afim de limpar meu cuspe de sua cara, e me metralhou visivelmente com os olhos.

  -Selene agora é aventureira... Bom saber, fiquem acordados até mais a noite, que terá uma aventura dolorosa lhe esperando neste mesmo lugar... –Antonella disse furiosa. –Leve-os daqui. –Ordenou.

 Assim feito, fomos levados de volta para a Igreja. Depois de trancados, e a sós, Sebastian disse.

  -Selene, está doendo?

  -Não. –Menti tentando me parecer forte.

  -Está vermelho... –Ele disse colocando a mão em minha bochecha. –E fervendo. –Retirou sua mão.

  -Está tudo bem. Antonella não vai conseguir me derrubar só com um tapa... –Falei.

 Sebastian se encostou, sentado, no banco que estava caído no chão e quebrado ao meio. Ele pareceu estar desapontado.

  -E você... Está tudo bem? –Perguntei do mesmo lugar que eu estava.

  -Sim... –Ele disse cabisbaixo.

  -Pare... –Falei com o tom de voz calmo.

  -Parar com o que? –Suspirou e olhou para mim.

  -De mentir, eu sei que não está bem. Eu te conheço. –Sorri de lado.

  -Não é nada demais Selene...

  -Se não é nada demais, me diga.

  -São duas coisas que estão me deixando assim. –Ele confessou.

  -Pode me falar?

  -Sim. –Respirou fundo. –A primeira é que eu jurei te proteger quando Antonella me encontrou, e eu falhei. E a segunda é sobre o presente de aniversário que eu iria lhe dar...

  -Pelo contrário, você não falhou, acertou e foi além de sua promessa. Me protegeu o tempo todo e não desistiu de mim quando eu implicava com você. –Eu disse. –Mas quanto ao presente, não sei o que falar, afinal, você disse que não me contaria até lá...

  -Estou inseguro sobre o presente, os dois fatores que fazem ele se realizar estão sendo interrompidos por outras duas coisas opostas... –Falou.

  -Que são... –Pedi que completasse.

  -Eu precisaria de que estivesse viva até lá, mas com a Antonella, é bem capaz de nós não estivermos vivos quando chegar.

  -E o outro?

  -Não posso te dizer... –Sebastian afastou uma formiga que estava caminhando sobre seu braço.

  -Tudo bem então... –Olhei para o chão.

 A partir daquele momento, o silêncio se alimentou do local que estávamos. Até a noite ficamos sem dizer nada um ao outro, foi estranho. Sentia falta de sua voz, se eu não dissesse que queria dar um tempo, estaríamos abraçados um ao outro, aproveitando nosso pouco tempo que ainda tínhamos antes de morrer.

  -Anda! Vamos, Antonella os espera. –Jared disse chutando a barriga de Sebastian, que havia pegado no sono.

  -Calma! –Reclamei sobre Dustin estar me puxando com força pelos meus braços.

  -Cala a boca ruivinha, você não manda em nada não... –Respondeu.

 Eles nos conduziram até a praça onde Antonella nos esperava.

  -Que bom que chegaram! –Disse animada demais. –Traga-os para cá Dustin e Jared. –Antonella ordenou caminhando em direção a uma das casas abandonadas.

 A casa, em uma visão interna, era acabada, objetos caídos no chão, vasos quebrados, portas de cômodos arrombados, e uma coisa que eu não deixe de perceber foi um sangue que escorria na parede. Aquilo me chamou a atenção, era recente; se não fosse, estaria apenas a marca seca do mesmo, mas ali, não, estava escorrendo. Me assustou um pouco. Dustin me largou enquanto ia trancar a porta principal. Jared fez Sebastian se assentar na cadeira que havia no meio de uma sala, e o prendeu os braços e as pernas com uma espécie de algema. Estranhei um pouco por estarem prendendo ele e não me prendendo. Até que Antonella disse.

  -Ela é de vocês... –Disse subindo para o andar de cima da casa.

 Dustin e Jared me olharam maliciosamente e sorriram com o mesmo tom. Fiquei confusa e resolvi me afastar a medida que chegavam perto de mim. Uma hora, o meu espaço de afastamento iria acabar, e acabou. Dustin se aproximou bem de mim, comigo encurralada na parede e começou a morder o meu pescoço. Enquanto Jared tentava retirar minha roupa. Comecei a afastá-los antes que acontece o pior, consegui afastar Jared, mas Dustin insistia. Levantei levemente uma de minhas pernas, e o chutei no meio de suas pernas. Não se conteve de dor, e caiu no chão gemendo. Olhei para Sebastian, ele estava furioso, mas não dizia nada porque não iria adiantar. Me afastei dos dois.

  -Aonde pensa que está indo ruivinha? –Jared disse me perseguindo novamente.

 Fugi novamente dele.

  -Não tem como você fugir... –Dustin disse se levantando e me encurralando entre Jared e ele.

 Não havia como fugir dos dois. Dustin segurava meus braços com uma força descomunal, e tentava me beijar, enquanto Jared tirava minha roupa. Os dois conseguiram o que queriam depois de muito tempo. Eu estava cansada de tanto me debater para sair daquilo, mas no final, Dustin me beijava (já eu, não fazia esforço algum para isso), e eu estava apenas com as roupas íntimas. Quanto de repente, ouvi um rosnado. Dustin parou de me beijar, e olhou para o lado, Jared parou de ficar se esfregando em mim, e fez igual, e só me restava fazer o mesmo. Sebastian, tirou forças de algum lugar oculto escondido em seu interior que conseguiu se libertar nas algemas, e se transformar em lobo. Ele foi caminhando lentamente batendo com suas patas fortes no chão, chegou na frente de Dustin rosnou, o olhou fundo e o jogou no chão com tanta força que o quebrou. Receio que a coluna de Dustin havia sofrido fortes feridas. Logo depois, se controlando para não arrancar a cabeça de Jared, caminhou a sua frente, e com medo, ele disse.

  -Não me machuque. –Não deu dois segundos e levou uma patada na cara.

 Olhei assustada para Sebastian, e envergonhada, por estar apenas com as roupas íntimas me cobrindo. Peguei meu vestido, o coloquei, e disse.

  -Vamos, antes que Antonella nos veja. –Sussurrei.

 Ele se abaixou, eu subi em cima dele, e fugimos da “prisão”. Como não sabíamos onde estávamos, ficamos perdidos no meio da floresta atentos a qualquer coisa. A única coisa que atrapalhava era a noite que diminuía a visão. Tivemos que nos hospedar perto de um lago que havia ali por perto, tomei a água dele, por estar sem opção e com sede. Sebastian se transformou em humano novamente.

  -Idiotas. –Gritou furioso. –Vou matar aquele dois e aquela vadia!

  -Conte comigo. –Avisei.

  -Você não tem noção de como eu estou com raiva... –Ele disse se controlando, mas dava para saber que não funcionava, pois suas veias saltavam de seu braço que fazia força nos punhos.

  -Já passou, fica calmo. –Tentei acalmá-lo.

  -É mais forte do que eu... –Ele disse.

  -Melhor dormirmos, acho que irá te acalmar... –Sugeri.

  -Não resolve.

  -Venha aqui. –O chamei para onde eu estava encostada numa árvore, sentada com as pernas esticadas.

  -Para quê?

  -Venha. –Insisti, e ele veio, e parou na minha frente, de pé.

  -Agora deite no meu colo.

  -Não vai funcionar.

  -Vai sim, só deite, que o resto eu faço.

  -Ok... –Ele disse se deitando e olhando para mim. –E agora?

  -Feche os olhos, pense em alguma coisa boa e relaxe. Respire pausadamente no tempo mais calmo que puder. Acredite, isso funciona. –Alertei-o.

 Sebastian fechou seus olhos e fez tudo como eu mandei, comecei a fazer carinho em seu cabelo e cantei a música que meu pai cantava para mim quando eu era pequena: “Longe sobre as montanhas enevoadas e frias”. Não demorou muito, e ele já havia dormido. Me aconcheguei na árvore, e dormi, com ele deitado no meu colo.

 No outro dia, acordamos com fome, mas não havia o que comer, apenas bebemos água, e partimos em busca de volta para o caminho do acampamento. Passamos por vários lugares lindos, e vivos que eu já havia visto, aquilo foi como um tranquilizante pelo o que nós passamos no dia anterior, os pássaros cantavam alegremente, as borboletas voavam levemente, tudo estava calmo. Acho que foi devido a isso que nos guiou ao caminho certo, levou poucas horas, aproximadamente e chegamos ao acampamento. Adella e os outros logo prestaram atenção, mas ela perguntou preocupada.

  -Aonde estavam?


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Notas finais do capítulo

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