Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 22
Uma explicação




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 Olhei para Shiva, os olhos dela estavam igualmente brilhando, mas logo voltou a realidade, igualmente a Wrath.

  -Prazer. –Wrath disse sério, dando um aperto de mãos a Shiva.

  -Igualmente.

  -Continuando, Shiva, esse é o Sebastian. –Eu disse apontando para o mesmo.

  -Prazer Sebastian.

  -E é aqui que nós dormimos, comemos, e, as vezes, treinamos.

  -Não é nada aconchegante, mas... É o que tem. –Adella finalizou.

  -Tudo bem. –Shiva disse.

 Olhei para Wrath e a cada passo que Shiva dava, ele a acompanhava.

  -Essa aqui é sua cabana. –Adella disse apontando para a cabana que era de Antonella. –Tem algumas roupas dela mas não sei se irá servir em você.

  -Caso não sirva tudo bem, eu trouxe algumas comigo. –Shiva disse.

  -Bom, é isso. Descanse, faça o que quiser. –Adella disse. –Mas amanhã já tem treino. Ok?

  -Ok... –Shiva disse entrando em sua cabana.

 Neste meio tempo Wrath me chamou, e disse em um tom de voz baixo.

  -Eu disse que me apaixonaria... –Expressou decepção com sigo mesmo.

  -Por que está triste? –Perguntei no mesmo tom para ele só que indignada. –Eu acho que ela se apaixonou por você também. Só o olhar dela e o seu já deixaram tudo bem claro por aqui. –Finalizei.

  -O que eu faço? –Wrath perguntou.

  -Só não seja rude. Seja você. –Falei e logo alguns segundos depois Shiva saiu de sua cabana.

  -Há regras importantes por aqui que eu deva saber? –Shiva perguntou me olhando.

  -Eu até falaria, mas eu tenho que cuidar de um outro assunto. –Eu disse. –Wrath, pode falar para ela?

  -Tudo bem. –Wrath respondeu me metralhando com os olhos.

 Shiva foi até ele, e Wrath começou a falar. Achei melhor deixar os dois sozinhos e ir falar sobre o que havia acontecido na noite passada. Ele estava em pé ao lado do “meu” assento, e fui até ele.

  -Sebastian, preciso falar com você... Posso? –Perguntei.

  -Ok... –Ele disse meio cabisbaixo.

  -Não quero te pressionar, apenas estou preocupada com você. –Eu disse.

  -Preocupada com o que? –Sebastian perguntou.

  -Do jeito que você está.

  -Como?

  -Ontem, me responda apenas uma coisa. Por que estava acordado com um finco em suas mãos?

  -Não posso te dizer... –Disse me decepcionando completamente.

  -Por que não?

  -Eu até diria, mas não posso.

  -Tem alguma coisa errada comigo? –Perguntei calma para não pressioná-lo.

  -Não... Sim... Não e sim... –Ele disse confuso com as palavras.

  -Pode confiar em mim Sebastian, não irei contar para ninguém se é isso que você quer.

  -Não dá Selene, por mais que eu queira te contar, não posso.

  -Pensei que confiava em mim. –Eu disse saindo de perto dele.

 Fui até Adella me distrair um pouco depois da total falta de confiança de Sebastian em mim.

  -Temos peixes? –Perguntei sem assunto.

  -Sim, não se lembra que fomos pegar?

  -Ah, sim. Me lembro.

  -Selene, está tudo bem?

  -Não...

  -O que houve? –Perguntou e parou o que estava fazendo.

  -Sebastian não confia mais em mim. E acho que se não tem confiança não irá dar mais certo.

  -Por quê? O que aconteceu? –Adella questionou preocupada.

  -Ele não quer me falar por que ele está tão estranho assim. Disse que por mais que ele queira me dizer, ele não pode.

  -Então vocês estão terminando?

  -Na verdade, sim. Terminando algo que nunca começou... –Falei.

  -O que quer dizer com isso?

  -Me responde uma coisa, ele me pediu em namoro alguma vez? –A questionei. Ela pensou e disse.

  -Não...

  -Entendeu?

  -Sim... Mas, vocês se amam, não pode terminar assim. –Adella disse.

  -Se ele não confia em mim, não tem como continuar com isso. –Eu disse indo para minha cabana quase chorando.

 Sentei no colchão, meus olhos começaram a se encher, e várias lágrimas se escorreram sobre meu rosto. Eu ficava me culpando por ter sido tão burra de continuar o amando, era óbvio que aquilo era só temporário, afinal, se fosse sério, já teria me pedido em namoro. Deitei-me no colchão, abracei o travesseiro, e o molhei todo. Era como se jogasse ele em um lago. Wrath estava certo, se apaixonar é aceitar as decepções e as dores causadas.

 Um tempo se passou e fiquei na cabana, chorando desesperadamente, tentando me culpar cada vez mais por ter sido tão idiota. Até que Wrath perguntou do lado de fora da minha cabana.

  -Selene? Está ai?

  -Estou. –Eu disse tentando me recompor enxugando minhas lágrimas e me sentando. –Acho melhor não entrar aqui...

  -Mas se eu quiser, eu posso? –Perguntou.

  -Pode. –Respondi.

 Ele entrou e disse tentando me fazer sorrir.

  -Alguém deu um soco no seu nariz? Porque está muito vermelho... –Disse sorrindo assentando-se em minha frente.

 Eu apenas o olhei mostrando que não estava para brincadeiras.

  -Quer me dizer o que foi? –Se recompôs.

  -Sou uma idiota.

  -Por quê?

  -Já devia ter percebido faz tempo. Me responda uma coisa. Ouviu alguma hora Sebastian me pedindo em namoro?

  -Que eu saiba, não. –Respondeu.

  -Concluímos que, o que estava acontecendo entre eu e Sebastian era apenas temporário. –Eu disse irritada, mas deixando escapar lágrimas. Abaixei minha cabeça e pus minhas mãos apoiando-a.

  -Hey, não fique assim. Tudo irá se concertar na hora certa. –Wrath disse. Então levantei minha cabeça enxugando minhas lágrimas.

  -Você acha? –Perguntei querendo a verdade.

  -Sim.

 Neste momento ficamos nos olhando por alguns segundos, sem dizer nada, apenas nos olhando. Até que por um impulso que não sei de onde vira, nós fomos nos aproximando cada vez mais, fechamos nossos olhos, e nos beijamos. Até hoje, fico me perguntando o por quê do beijo, afinal, ele estava apaixonado por Shiva, e eu ainda tinha esperanças com Sebastian, mas, sem motivos, nos beijamos. Nada fazia sentido na hora do beijo, então achei melhor parar com aquilo.

  -O que foi isso? –Perguntei confusa e com certa vergonha.

  -Eu não sei. –Ele respondeu do mesmo jeito.

  -Nós não devíamos ter feito isso...

  -Concordo... –Falou ainda envergonhado pelo o que havia acontecido.

  -Vamos esquecer que isso aconteceu ok? –Sugeri.

  -De acordo. –Confirmou.

 Wrath achou melhor sair da cabana. Aquilo foi realmente assustador e vergonhoso. Não tínhamos motivos para o beijo, muito menos sentimentos. Apenas nos olhamos, e nos beijamos. Foi totalmente sem nexo o que acontecera. Achei melhor ficar quieta sobre isso e não falar nada para ninguém para evitar cochichos com outras pessoas.

 Fiquei dentro da cabana por mais um tempo pensando sobre Sebastian e Wrath, até que resolvi sair. Me deparei com Shiva desesperada, Sebastian confuso, Wrath tentando a acalmá-la e Adella me berrando.

  -Selene! Selene!

  -O que está acontecendo aqui? –Perguntei preocupada.

  -O cavalo da Shiva, fugiu! –Adella exclamou.

  -Vou procurá-lo. –Avisei.

  -Eu vou junto. –Sebastian disse.

 Eu não hesitei, apenas fui adentro da floresta e comecei a procura-lo.

  -Está me evitando? –Sebastian disse tentando me alcançar.

  -Não... Por que motivo eu estaria? –Ironizei.

  -Selene, por favor, não fique brava comigo, eu só... –O interrompi.

  -Só não confia em mim... –Me mostrei irredutível. E com passos longos, e rápidos, me apressei para achar logo o cavalo e acabar com a conversa.

  -Eu juro que...-Interrompi novamente.

  -Jura que quer me contar, mas não pode... Eu já sei disso. –Continuei com os passos apressados.

  -Mas, Selene, se você sabe disso, por que insiste em ficar com raiva de mim? –Perguntou indo o mais rápido possível para me acompanhar.

  -Por quê? –Parei e olhei para traz, bem nos olhos dele. –Tem coragem de me perguntar o por quê? Escute, eu já devia ter percebido a muito tempo atrás, mas eu estava cega de paixão, se você realmente me amasse iria confiar em mim. E, sinceramente, nós nem temos algo sério, se é que pode se dizer sério... –Me virei e continuei andando, até que me deparei com um campo com gramas cor verde escuro, galhos entulhados um em cima do outro, árvores cercando o lugar e o Sol clareava esta parte da floresta. Parei e respirei para recuperar o folego.

 Sebastian, logo chegou ao meu lado, ofegante, me dizendo.

  -Selene, se quer saber, eu te falarei por que estou assim. Alguns dias depois que expulsamos Antonella, ela me pegou de surpresa enquanto eu andava pela floresta e disse que você estava ameaçada a partir daquele dia, e que qualquer coisa podia lhe acontecer, desde este momento, fiquei lhe observando e tomando a maior cautela. E, aquela noite, você percebeu isto. Quando me veio perguntar hoje, eu realmente queria te contar, mas com medo de que Antonella estivesse nos observando, achei melhor não, a qualquer hora ela poderia nos atacar. E, agora que estou te dizendo isso, acho que me esforcei demais para uma pessoa que não me entende. Pensei que você saberia compreender, mas vejo que me enganei, e o pior de tudo é que Antonella pode nos atacar a qualquer momento. Inclusive agora.


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Notas finais do capítulo

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