Aquilo foi muito forte, deveria ter ficado muito vermelho. Coloquei minha mão aonde ela bateu.

-O que você está fazendo Antonella?! –Gritei.

-O certo. Se meus poderes não funcionam em você, eu uso minha força. –Ela retribuiu o grito.

-Mas Antonella... –Ela me de um soco, que me jogou no chão.

-Para. –Eu disse não suportando a dor.

-Não. –Ela me deu um chute na barriga. Deitada, ainda, comecei a tossir, e o sangue escorria pelo meu nariz.

-Por favor... –Pedi, o que a fez dar outro chute em mim.

Aquilo realmente era estranho. Antonella não parecia capaz de fazer isso com ninguém, ela parecia mais um ogro daquele jeito me batendo e socando. Para mim, Antonella já tinha estourado o limite de irritação. Já havia se tornando uma inimiga oficial.

-Isso é por tudo o que você fez com Sebastian. –Gritou me dando chutes. O que me fez gritar de dor, e creio que foi alto bastante para Sebastian nos ouvir com seu sentido de audição aguçado.

-O que está acont... –Ele percebeu o que realmente estava acontecendo, e se interrompeu na frase. –Antonella, o que você pensa que está fazendo? –Ele gritou com ela.

-Selene me bateu, e eu tive que revidar. –Ela disse na cara de pau.

-Quem você pensa que está tentando enganar aqui Antonella? –Sebastian disse furioso.

-Ninguém! Só estou dizendo a verdade. –Ela tentou escapar.

-Por favor Antonella, está na cara que você bateu na Selene de propósito, sem nem mesmo ela ter te batido, ou revidado. –Sebastian falava mais alto.

-Mas é... –Sebastian interrompeu Antonella.

-Mas é, nada! Fora daqui! –Gritou o mais alto que pode.

Antonella foi correndo para longe dali. Eu estava acabada, não conseguia falar, só tossia, e colocava minhas mãos em minha barriga para fazer uma tentativa de amenizar a dor.

-Selene! Selen... –Foi tudo o que eu ouvi antes de ter desmaiado e fechado meus olhos para enxergar a escuridão.

Acordei com uma pequena quantidade de água em meu rosto. Tentei me levantar, mas estava fraca.

-Tem como você se curar com este balde cheio de água? –Adella perguntou em volta de mim.

-Sim. É só... –Interrompi a frase para tossir. Retomei o fôlego e continuei. –É só você jogar em mim toda e o resto eu faço. –Tossi mais.

Adella jogou em mim, e com dificuldade lancei a Zona de Cura. Ainda um pouco tonta, me esforcei para me sentar.

-Antonella vai me pagar por isso... –Eu disse com raiva enxugando o sangue escorria pelo me nariz.

-Ela é uma idiota. –Adella disse.

-Sim. Onde está Sebastian? –Perguntei ainda assentada.

-Está conversando com Antonella longe daqui.

-Ela pode fazer alguma coisa com ele. –Falei.

-Não, Sebastian sabe se defender. –Adella tentou me confortar.

Me levantei cambaleando um pouco, mas retomei a posição rapidamente. Até que vi Antonella chegando correndo e falou.

-Selene, você está fora.

-Fora? –Perguntei querendo bater nela.

-Fora da Hesthia. Agora saia daqui agora. –Gritou.

-Quem concordou com isso? –Perguntei estressada.

-Sebastian e Wrath. –Respondeu.

-Sebastian? –Perguntei confusa, e decepcionada.

-Sim. Não é garotos? –Antonella disse, logo aparecendo Wrath e Sebastian no acampamento. E ambos concordaram. Adella ficou sem o que fazer.

-Se é assim... Tudo bem... –Eu disse querendo chorar, mas tentando mostrar que eu era forte.

Fui caminhando para a praia, e havia guardado aonde era. Um pouco longe, mas de uma visão que ainda dava para ver todos, eu me despedi de Adella, o que me fez escorrer uma lágrima. Me virei, e comecei a caminhar deixando tudo para traz. As lágrimas iam escorrendo involuntariamente em meu rosto. Eu ficava pensando em Sebastian, por que ele havia decidido aquilo? Pensei que nós nos amássemos... Aquilo tudo, pelo o que parecia, foi em vão. Todos os beijos, todos os sorrisos, todos os sentimentos apostados naquele relacionamento, foi, definitivamente, por água a baixo. Sebastian não era o primeiro que eu havia me apaixonado, mas uma coisa eu garantia, ele sim, era o que eu mais amava. E Adella, todas as pequenas coisas que eu havia conseguido mudar nela, foram jogadas pelos ares, havia uma hipótese em minha mente que depois de minha partida, ela poderia voltar a não sorrir, mas evitei pensar nisto. Sentiria muita falta da pirralhinha, e ao pensar nisso, me veio um leve sorrido em meu rosto lembrando das brigas estúpidas de Sebastian e Adella, e suas piadas sarcásticas. Sentiria falta daquilo tudo. Antonella e Wrath só me deixaram marcas ruins, que eu dava prioridade de esquecer o mais rápido possível.

O caminho foi longo, passei a tarde caminhando e chorando, aquilo realmente estava mexendo comigo. Hesthia poderia ser algo de mais importante na minha vida. Sentiria saudades, e eu estava disposta, e queria, participar da Guerra da Lua Púrpura. Cheguei na praia, com dor no coração, me assentei na areia, na beira do mar, o Sol já estava se pondo, estava radiante, brilhando, era como se estivesse tentando deixar a situação que eu estava vivendo mais amena. A temperatura estava relativamente aconchegante. Parecia que tudo estava tentando ficar perfeito para mim, inclusive a vista que eu tinha. Mas eu sabia que faltava Sebastian e Adella comigo, e sem eles, nada era tão perfeito quanto deveria ser. Respirei fundo, uma leve brisa passou entre meus cabelos e os jogou para traz de um dos ombros. A água tocou meu pé, e fechei meus olhos, senti o prazer de estar com a água perto de mim, me tocando, tentando me puxar de volta para aonde eu vinha, pensei que naquela situação, era o certo a fazer. Uma lágrima caiu sobre meu rosto, que escorreu até meu pescoço e caiu na água do mar. Suspirei e tentei me acalmar, ainda com meu solhos fechados. Até que escutei uma voz dizendo.

-Selene?