Hesthia, Ainda Há Esperança escrita por Luiza Rabelo


Capítulo 11
As pessoas não são tão más quanto parecem, ou são




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Aquilo só me deixou curiosa para saber o método. Mas achei melhor não insistir. Adella e eu a agradecemos, e nos despedimos.

-Estou te devendo uma. –Eu disse enquanto caminhávamos de volta para o acampamento.

-Se me ajudar com Austin, não me deve nada. –Ela disse sorrindo, e eu a retribui. –Olha, eu não costuma fazer isso para qualquer pessoa,... Para falar a verdade, não faço para ninguém, apenas para mim, mas chegando ao ponto, eu posso cortar seu cabelo? –Me perguntou.

-Cortar meu cabelo? –Perguntei me imaginando careca.

-Sim. Está comum demais. –Ela disse.

-Vai me deixar careca? –Tirei minha dúvida.

-Não! Eu sei como se faz... –Adella afirmou.

-Então tudo bem... –Eu disse não com toda a certeza de aceitar aquilo. Mas eu estava impressionada com Adella, ela realmente estava se soltando. E pensando nisso, acabei aceitando.

Ela retirou uma espécie de tesoura do bolço de sua calça, e pediu para eu assentar em uma pedra que ficava em baixo de uma árvore com flores azuis. Depois que assentei, ela foi atrás de mim e disse.

-Preciso que você evite se mexer.

-Ok.

E ela começou a cortar, eu via mechas vermelhas de meu cabelo caindo no chão. Senti que elas me fariam falta de alguma forma. Mas esperei saber como iria ficar até terminar. Depois de algum tempo sentada, e barulhos de cortes, acabou.

-E ai, ficou bom? –Perguntei me levantando e olhando as mechas vermelhas caídas na grama.

-Na minha opinião, não pode ficar mais lindo. –Adella respondeu sorrindo.

Passei a mão em meu cabelo, ele estava menor, notei, e havia umas partes mais curtas.

-Tem certeza que ficou bom mesmo? –Eu disse insegura.

-Sim. Quando chegarmos no acampamento, eu lhe empresto o meu espelho. –Adella afirmou.

-Esp.. O quê?

-Espelho... No mar não tem isso? –Questionou.

-Não. O que é?

-Como vou te explicar... –Pensou. –É como você se vendo, ou seja, ver seu reflexo. –Explicou.

-Interessante... –Eu disse imaginando como seria um espelho.

-Agora vamos. Só quando chegarmos no acampamento, mantenha sua mente em outra coisa que não for sobre Sebastian. E tente esconder o frasco o máximo possível. –Adella alertou.

-Tudo bem.

Começamos a caminhar de volta para o acampamento. Conversamos sobre coisas que haviam na terra, mas não na água. Me alertou de certos animais que eu deveria tomar cuidado, certos tipos de plantas para ter cautela, e comentou para que eu evitasse passar perto do pântano, eram lá que as ninfas rodeavam.

Depois de longas conversas, chegamos no acampamento, o frasco estava bem guardado, e eu mantive meus pensamentos longe do mesmo, e de Sebastian. Combinamos antes, que quando chegássemos, Adella teria de dar um grande abraço e um sorriso em Sebastian, apenas para ver sua reação.

-Chegamos gente. –Avisei.

-Sebastian! –Adella disse sorrindo e correndo para um abraço caloroso com Sebastian.

Eu precisei rir, a cara dele era de pavor, ele não acreditava que aquela, era a Adella. Logo se afastou imediatamente da mesma e disse.

-Quem é você? –Gritou.

-Calma! Sou eu Sebastian, Adella. –Ela disse sorrindo.

-Não é não. Ela não sorri, ou abraça as pessoas desse jeito... –Sebastian disse realmente acreditando que Adella não era a verdadeira.

-Sebastian, é ela sim. Eu tenho certeza. Ela só está aprendendo a aproveitar mais as coisas de um jeito diferente. –Eu disse.

-Bem diferente... –Sebastian afirmou.

-Selene vem me ajudado desde essa manhã... –Adella disse.

-Nossa! Quando você cortou o cabelo? –Antonella perguntou.

-Adella cortou pra mim... Gostou?

-Sim! Está lindo. –Sinceramente, não sei se foi irônico, ou se foi verdadeiro. Achei melhor nem pensar antes que ela lesse minha mente.

-Que bom que achou. –Sorri.

-Vou sair com Wrath para pegar mais peixe. –Antonella disse. –Alguém quer ir?

-Vou ficar aqui mesmo. –Avisei. Ela me olhou fixamente, creio que tentava me controlar, não funcionou, e, realmente o frasco funcionou. Ela ficou confusa com aquilo, disfarçou, e foi.

Quando ela tomou distancia eu precisava falar.

-Acreditam que Antonella tentou me fazer ir pegar os peixes com ela? –Disse indignada.

-Acredito. –Adella respondeu.

-Até que acredito, mas como não funcionou? –Sebastian perguntou confuso.

-Adella me levou até uma bruxa que me deu esse “escudo” contra os poderes de Antonella. –Respondi. –E trouxemos um pra você. –Completei.

-Sério? –Perguntou.

-Sim, Selene era a única pessoa suportável daqui, e decidi me aliar a ela, a levei até a bruxa anciã, pedi a ela uma poção que deixasse Selene imune dos poderes de Antonella, e, como estava sobrando Nectuns, comprei dois, um para Selene e um para você. –Adella disse.

-Nossa Selene! Você fez um ótimo serviço. –Sebastian debochou de Adella.

-Sim, eu fiz. –Disse rindo.

Adella o olhou como se estivesse o metralhando.

-Tome isso. –O entreguei o frasco.

Ele abriu o frasco e tomou inteiro, como era para ser feito.

-Agora poderemos ficar em paz sem Antonella nos perturbar? –Sebastian perguntou.

-Sim! –Respondi.

Ele sorriu, e veio em minha direção logo seguido de um beijo. Foi tão bom o beijar depois de dois dias terríveis, e além do mais, sem ter que me preocupar com Antonella. Era como se agora, eu me sentisse segura novamente.

-Eu estava com saudades. –Sebastian disse sorrindo quando paramos de nos beijar.

-Eu também. –Sorri igualmente.

Adella estava nos assistindo, fiquei meio que sem graça deixar ela sozinha sentada. E logo fui animá-la.

-Hey Adella! Conhece algum jogo? –Perguntei indo em sua direção.

-Não. Bem... Eu jogava um jogo quando eu tinha cinco anos, mas não garanto se eu lembro disso direito. –Ela disse.

-Então como é? –Perguntei.

-Precisaremos de quinze pequenos gravetos. Mas precisa ser, realmente, pequenos gravetos. –Ela disse procurando.

-Podem ser esses? –Sebastian chegou com os quinze pequenos gravetos em suas mãos.

-Podem. –Adella pegou-os da mão dele. –Então, se é que eu me lembro, o jogo é assim, cada um de nós ficaremos com cinco gravetos escondidos, nas mãos. Escolheremos alguns desses cinco gravetos e colocamos em uma de nossas mãos fechadas. Assim, colocamos as mãos fechadas com os gravetos escolhidos no centro, e logo depois falaremos quantos palitos tem ao todo, quem acertar tira um palito de sua mão. –Explicou.

-Acho que eu entendi. –Eu disse.

-Acho que peguei também. –Sebastian falou.

E começamos a jogar, escolhemos secretamente os palitos, colocamos a mão que eles estavam, no centro, e estimamos quantos haviam ao todo. Adella acertou. Depois de muito jogar, e estimativas erradas, no final de tudo, quem havia ganhado era Sebastian.

-Como sou bom nisso! –Se gabou.

-Sorte de iniciante. –Adella disse.

Isso soou como um desafio, e lá fomos jogar de novo. E desta vez, Adella venceu.

-Eu disse. –Adella sorriu,

-Sorte de veterana... –Sebastian a provocou.

Quando íamos jogar mais uma vez, Antonella e Wrath chegaram com os peixes. Creio que por um descuido, Antonella havia visto o frasco e percebeu o que aconteceu. Mas achei melhor não pensar nisso.

-Selene vamos aqui. –Antonella me chamou. Aquilo não me parecia nada convidativo, mas fui.

Entramos um pouco floresta a dentro, perto do acampamento. E ela disse.

-O Sebastian é meu, vadia! –Antonella me deu um tapa na cara.


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Notas finais do capítulo

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