Lua Crescente e Estrelas No Céu escrita por msanaa


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiii gente! Queria agradecer os comentários e muito obrigada por lerem!
Comentário inútil (não precisa ler): eu gosto de compartilhar tudo que faço com qualquer pessoa que esteja disposta a ouvir, então, compartilharei com vocês a nova música de uma das minhas bandas favoritas: Hot Chelle Rae (eu fui no show deles, dia 29/09/12 UHUUUUUUU! Hahaha!) http://www.youtube.com/watch?v=dKIZ26YRJtc



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Capítulo 04 – Rodrigo

            Depois que saímos do shopping, me amarraram e me jogaram dentro de um porta-malas, e depois do que me pareceram horas, um dos bandidos, ainda usando máscara, abriu-o e me levantou.

            “Ande, saia daí. Vamos”.

            Ele me jogou por cima de seu ombro enorme e forte, e me carregou por um galpão, até uma porta lateral, onde ficava um banheiro imundo. Lá, ele tirou a mordaça da minha boca.

            “Qual o seu nome?”

            Não respondi.

            “Responda, idiota, qual o seu nome?”

            Novamente, não me pronunciei. Devido a isso, levei um soco no estômago que quase me fez vomitar.

            “Vai responder ou prefere levar outro desses?!”

            “Rafael. Souza.”

            O ladrão me olhou e levei um tapa na cara.

            “O seu nome verdadeiro, idiota.”

            “Rodrigo Lidman Rochette”

            “Muito bom”, ele foi embora, me deixando sozinho naquele cubículo que não devia ter mais do que dois metros quadrados.

            Rapidamente, tentei abrir a porta com os dentes, mas não funcionou. Cuspindo na pia, tentei usar a boca para abrir a torneira, e novamente não consegui. Uma dica para esses caras: torneiras de pressionar o botão.

            O ladrão logo voltou, com uma lista telefônica enorme aberta em uma página mais ou menos no meio.

            “Lúcia Lidman Rochette. Sua mamãezinha, eu suponho. Telefone: 9091-2992. Ótimo. Agora vamos ensaiar. Quando eu passar o telefone pra você, você vai dizer ‘mamãe, me socorre. Estou com medo’. Repita.”

            “Mamãe, me socorre”.

            “Quero ouvir tudo”.

            “Mamãe, me socorre. Estou com medo”, repeti, totalmente inexpressivo.

            O homem ignorou minha falta de emoção e discou o número de um aparelho de celular.

            “Alô, Dona Lúcia Rochette? Um momentinho, tem alguém aqui querendo falar com você”.

            Ele colocou o telefone na minha orelha, e prometi a mim mesmo que não pronunciaria uma palavra. Mas foi só ouvir o “alô?” da minha mãe que comecei a chorar.

            “Mãe, sou eu, o Rodrigo!!”

            “Rodrigo?! Onde você está?! Você está ferido?!”

            “Eu estou bem, mãe.” Respondi, e senti uma faca próxima ao meu pescoço. “mãe, me socorre! Estou com medo”.

            Antes que eu pudesse ouvir a resposta da minha mãe, o bandido já havia pegado o telefone de volta, e afastado a faca de mim. Voltou a me amordaçar e saiu do banheirinho, trancando-o, para discutir os detalhes da negociação do lado de fora.

            Uma vez ali dentro, procurei chances de sair. Se eu subisse em cima da privada, conseguiria alcançar uma minúscula janelinha que havia quase no teto. Porém, havia três problemas: 1) A privada não tinha tampa; 2) A janela era muito pequena; 3) Ela tinha grade. Portanto, nada de escapada pela janela. A minha única outra opção: sair pela porta.

            Foi então que a luz do Sol que saia da pequena janela refletiu em algo no canto do meu olho. Virando-me, percebi que o ladrão – amador, só pode ser – esquecera a faca que ele usara antes para me ameaçar, largada na beira da privada. Peguei-a e, me cortando duas vezes antes, por acidente, consegui me desamarrar.

            Muito bem, Rodrigo, e agora?

            Ouvi um barulho de motor de carro por alguns minutos, depois mais nada. Deduzi que os bandidos haviam ido embora por um tempo, então essa seria minha oportunidade. Usei a faca para destrancar a porta e saí com ela em punho. Felizmente, meu palpite estava certo e parecia não haver ninguém ali.

             Corri pelo galpão e logo achei a saída. Quando arrombei a porta, porém, vi que um dos comparsas estava de guarda ali. Não titubeei: virei de costas e saí em disparada. O bandido saiu atrás de mim, atirando. Um dos tiros passou de raspão, e senti minha perna esquerda começar a arder.

            Se você não apertar o passo, não vai ser só sua perna que vai arder. Então, vamos Rodrigo, liberte o seu eu atlético!!

            Continuei correndo por um terreno de terra, até chegar à uma estrada. Vi uma bicicleta velha largada ali e montei nela. Disparei a pedalar, e o bandido voltou para o galpão, provavelmente para avisar aos seus comparsas da minha fuga. Se eu não me afastasse o suficiente, eles estariam de volta com o carro e eu estaria perdido.

            Pedalei pela estrada deserta, desviando dos buracos, até perceber que estava de volta à BH, em um bairro da periferia, longe de onde moro. Fui até a delegacia mais próxima e entrei lá, com o coração batendo a mil por hora.

            “Ei, moço, por favor me ajuda”, eu disse, tentando recuperar o fôlego. “Eu fui sequestrado e fugi, acho que os bandidos estão vindo atrás de mim”.

            “Senta lá e espera, garoto”, respondeu o policial, me apontando um grupo de cadeiras. Sentei-me, com umas sete pessoas ao meu redor.

            Uma senhora já de certa idade, vendo o meu nervosismo, foi até um bebedouro e pegou um pouco d’água pra mim.

            “O que aconteceu, garoto?”

            “Acabo de fugir de um sequestro”, respondi, bebendo a água toda de uma vez.

            “Vim aqui prestar queixa contra uma tentativa de assassinato”, respondeu ela.

            Arregalei os olhos:

            “O que aconteceu? Tentaram assassinar a senhora? Quem?”

            “Não, meu vizinho tentou matar meu cachorro. Pobre Teddy... Por pouco não consigo salvá-lo de um enforcamento!”

            Achei ridículo, mas sabia que a Pri ficaria horrorizada com isso. Depois de uns minutinhos, um policial me chamou:

            “Ei, você, garoto de camiseta vermelha. Venha cá.”

            Sentei-me em frente a um policial.

            “Então, qual é a sua?”

            Contei toda a história pra ele, que simplesmente deu de ombros e, fazendo pouco-caso de mim, mandou um outro policial me levar na garupa da moto de volta para a minha casa.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!
Beijos,
Ana :)