No capítulo anterior:

E é claro que eu iria ajudar a minha amiga a reconquistar o Cullen, até porque uma Volturi é bem melhor do que qualquer outra garota sem sobrenome.

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Rosalie POV.

Heidi me fez encontrá-la num bar, pois queria saber direitinho o que eu havia visto. Bufei entediada, eu queria mesmo era ir pra minha casa, encontrar o meu maridinho lindo e transar loucamente com ele, até perder o meu juízo.

Estacionei o carro de qualquer maneira e saí do mesmo, ativando o seu alarme. Ajeitei minha bolsa e minha roupa, então caminhei a passos largos até o bendito bar. Assim que pus os pés lá dentro comecei a procurar minha amiga com os olhos e a encontrei sentada em frente ao balcão, já com uma taça de Martini nas mãos.

- Heidi – a chamei, assim que me aproximei da loira.

- Rose! – exclamou e me abraçou de leve.

Sorri e me sentei ao seu lado, ficando de frente pra ela.

- Amiga, me diz que você enxergou errado. – choramingou.

- Sinto muito, querida, mas eu vi os dois sim – suspirei – Tive que ligar pra você... Porque você me ligou dizendo que Edward tinha rompido de vez contigo.

- Eu não tinha engolido aquela história – ela disse, indignada – Tudo bem que eu tenha sido um pouco descontrolada, convencida, mas me deixar pra ficar com secretariazinha... – fez cara de nojo.

- Ew – exclamei – Edward nunca teve juízo, vamos combinar...

- Verdade, Rose – bufou irritada – Eu tenho que dar um jeito de tirá-la do caminho.

- Concordo contigo – eu disse, séria – Nunca fui com a cara daquela mosca morta, dispensei-a assim que ela fez sua entrevista na CP... Mas sabe-se lá como ela conseguiu o “emprego” – fiz o sinal de aspas com os dedos – com o Edward.

- Será que ela não tá armando alguma coisa para a Cullen’s Publicity? – Heidi me inquiriu, desconfiada.

- Acredito que não – sorri – Ela é muito sonsa pra tentar algo. Muito besta...

Pedi um Martini ao barman e sem demora ele me entregou a taça, tomei um gole e avaliei a expressão de minha amiga loira... Ela estava pensando em vingança, e quando uma Volturi pensava nisso, ela sempre conseguia.

- Eu quero saber tudo sobre Isabella Swan – disse, de repente – Tudo mesmo.

- Eu ajudarei você – falei, séria.

- Obrigada amiga – agradeceu, sorrindo – Essa vadiazinha de quinta não ficará com o meu Cullen.

Fizemos um brinde e rimos cúmplices.

Bella POV.

Eu e Edward havíamos completado um mês de namoro, e eu não podia estar mais feliz. Edward era tudo que um dia eu sonhei num homem, acho que é até mais do que eu mereço. E nós dois nos completávamos de uma maneira incrível.

O único problema, por assim dizer, é que ele quer que todos saibam que estamos juntos. Não que eu não queira, mas ainda é tão cedo e o medo que eu tenho de perdê-lo é tão grande que eu prefiro que continuemos assim, escondidos.  Esse é o único tema que gera discussão entre nós, porque nós não discutimos. Ainda estamos na fase de que tudo é novidade...

Tirando isso, a vida vai completamente bem. Estou trabalhando a beça na CP, e estou ajudando a Angela com os preparativos do casamento. Ela e o Ben marcaram a data e casarão no começo de junho. Angela também chamou Alice para ser sua madrinha e a pequena Cullen está praticamente organizando tudo. Ela encontrou um lugar perfeito para a cerimônia, será na casa que os Cullen’s têm em Hamptons.

Angela tentou protestar, mas Alice foi irredutível. A baixinha disse que a casa é herança dela, que a avó deixou para ela depois que faleceu. E com isso a Angela acabou cedendo, pra variar.

Entre trabalhar, ajudar na organização de um casamento e namorar, eu não estava tendo tempo pra mais nada.

Edward POV.

Os dias estavam se passando tão depressa que eu nem estava prestando a devida atenção. O namoro com Bella estava indo muito bem, obrigado. Ainda não estávamos saindo em público, mas isso era questão de tempo, eu ainda irei convencer Bella e tirar as caraminholas que ela tem naquela cabecinha.

Ela estava ajudando – em conjunto com a minha irmã – a melhor amiga, Angela, a organizar o casamento da mesma com o Benjamin O’Donnel. Tive o prazer de conhecê-lo devidamente num jantar casual no apartamento delas, ele era um cara legal e era perceptível o quanto ele amava a Angela, faziam um belo casal. 

[...]

Era uma sexta-feira e no sábado teríamos uma festa beneficente, e eu não estava com a mínima vontade de ir, mas tinha que comparecer. Toda a minha família iria e todos da alta sociedade de Nova Iorque também iriam.

Com muito custo, convenci Bella a me acompanhar. Ela rejeitou – de início – com a desculpa de que estaríamos em público e diante da minha família e da sociedade nova-iorquina. Depois de tanto insistir e chantagear – emocionalmente, é claro –, consegui que ela fosse comigo e agora estávamos os dois terminando de nos arrumar.

Bella estava estonteante, usava um vestido simples, mas independente da roupa ela ficava linda de qualquer maneira. Seus cabelos castanhos estavam soltos e caiam numa perfeita cascata em suas costas, ela terminava de passar um perfume que eu adorava e sorriu pra mim ao perceber que eu a observava.

Retribuí ao seu sorriso e fui vestir o terno que usaria. (n/a: look Edward) Esperei alguns minutos para que Bella terminasse de se arrumar e então saímos. Assim que entramos no local da festa, encontrei minha irmã (n/a: look Alice) e Jasper de mãos dadas, eles vieram ao nosso encontro e caminhamos os quatro em direção a mesa que estava designada a nós.

Eu sentia Bella forçando um sorriso, sabia que ela não estava confortável, que estava com medo, mas ela tinha que superar tudo isso. Esses sentimentos não tinham fundamento, nós dois nos amamos e não há nada de errado nisso.

Chegamos à mesa, Rosalie e Emmett estavam sentados lado a lado, assim como meus pais (n/a: look Carlisle – ignorem a esposa do Peter − e Esme). Eles sorriram e nos cumprimentaram, minha mãe olhou curiosa para Bella e depois voltou seu olhar inquisidor para mim, mas nada disse.

Depois de todos estarmos devidamente acomodados e com o tempo se passando, percebi que Bella foi ficando mais a vontade, ela conversava tranquilamente com Alice e às vezes minha mãe também estava no meio da conversa, sem contar meu pai, meu irmão e Jasper. A única que se mantinha calada e em alguns momentos soltava um comentário maldoso era Rosalie, mas Bella também não ia com a cara da minha cunhada, resolveu ignorar, porque sabia muito bem quem era a loira.

Até que, do nada, Rosalie exclamou um nome que fazia semanas que eu não ouvia: Heidi Volturi. Eu tinha me esquecido que a loira e sua família também estariam aqui, mas isso já não me importava mais. A loira estava estonteante, pra variar, usava um vestido rosa-choque que moldava suas curvas. Ela sorria abertamente e cumprimentou a todos, e quando seus olhos castanhos claros bateram em Bella, o seu sorriso modificou e seu olhar foi duro e debochado.

Bella também percebeu e não se deixou abalar, minha morena sorriu cinicamente e não falou nada. Rosalie se empolgou e abraçou a amiga, assim como minha mãe. Esme Cullen era muito amiga de Renata Volturi – mãe da Heidi – e segunda esposa do senador Aro. Elas vieram para a festa para representar o pai, disse a loira. E todo o tempo em que Heidi ficou ali seu olhar não saía de mim e de Bella.

Alice não gostava nenhum pouco da herdeira Volturi e então se levantou da mesa, arrastando Bella consigo. Percebi que Rosalie e Heidi trocaram um olhar de desdém, eu apenas bufei irritadiço. Mulheres, quem as entendem?

- Não entendi porque trouxe sua assistente, querido – minha mãe me indagou.

- Porque eu gosto de sua companhia – respondi e tomei um gole do uísque que havia pedido ainda há pouco.

- Não me diga que está dormindo com ela? – perguntou, chocada.

Eu apenas olhei estupefato para minha mãe e nada disse. Os outros estavam por fora de nossa conversa, dei graças aos céus por isso.

- Mãe, isso não é da sua conta – disse, ríspido.

- Edward! – ralhou – Não acredito que você dispensou uma Volturi para ficar com uma assistente qualquer!

- Ela não é uma qualquer – rebati, com raiva – Bella tem caráter, diferente da loira a nossa frente – sibilei – Ela não é fútil e não está comigo só porque eu tenho um nome.

- Ah tá. – revirou os olhos – Meu querido e ingênuo filho, todas as mulheres que não têm um berço ficam com um cara só porque ele tem um sobrenome. E essa Isabella não é diferente.

- Você a conheceu, achou que ela era uma boa pessoa – intervim.

- Eu achei, como sua assistente – explicou – E não como minha nora.

Olhei para ela sem acreditar no que ouvia. Não parecia a Esme que eu sempre conheci, era tudo uma fachada para manter um status? Sinceramente, não duvido de nada.

- Felizmente mãe, não é a senhora que escolhe com quem eu devo namorar – disse ríspido e me levantei da mesa.

Rosalie POV.

Eu sabia que era só jogar lenha na fogueira que as coisas começariam a dar certo.

Conhecia muito bem minha sogra para saber que Esme Cullen não aceitaria uma qualquer para ser sua nora. O plano estava funcionando, Edward pensava que eu e Heidi não estávamos à escuta de sua conversa com a matriarca dos Cullen. Doce ilusão.

- Não disse que só a sua presença a faria se sentir incomodada? – disse, sorrindo, para a minha amiga depois que vimos à sonsa da Swan sair da mesa com a Alice e sem demora Edward se irritar com a mamãe.

- Você tinha razão, Rose – disse Heidi, sorrindo – Sem falar que nós conhecemos Esme muito bem para saber que a doce mamãe Cullen não aceitaria um namoro desses.

- Isso porque as coisas não estão escancaradas – rebati – A Swan é esperta, os dois ainda não assumiram o romance perante a sociedade. Ela sabe que se saírem fotos e coisas do gênero o conto de fadas vai acabar – ri – Subestimamos a coitada.

- Mas esse relacionamento está com os dias contados, querida – Heidi disse e brindamos.

Bella POV.

Edward na maioria das vezes era ingênuo demais. Como ele pôde pensar que era só eu aparecer em público com ele que as pessoas iriam me aceitar? E o que eu tenho na cabeça para concordar com isso?

É claro que Heidi Volturi estaria nessa festa beneficente, e também é claro que Esme Cullen me olharia torto por estar ao lado do precioso filho dela. Isso porque ela ainda não sabe que estamos juntos. Deus... Onde eu fui me meter? Por que eu sempre tenho que escolher o mais difícil?

Ainda bem que existiam pessoas boas nessa história. Alice percebeu claramente que eu estava desconfortável naquela mesa, então se levantou e me puxou para irmos ao bar. E aqui estou eu, bebendo para tentar relaxar. Nós duas conversávamos animadas sobre os preparativos do casamento de nossa amiga até que Jacob chegou acompanhado de sua namorada, Leah.

Alice já tinha superado essa babaquice de aversão aos Black. Então o cumprimentou animada e é claro que a namorada estava querendo sair de perto da gente. Eu não entendia, mas também nem fazia questão de entender a aversão da Clearwater por mim. Sem demora a morena se dispersou, dizendo ao Jake que tinha encontrado uma amiga e que iria falar com ela.

- Bella, estava mesmo querendo falar com você – ele disse, sorrindo.

- Voce tem o número do meu telefone, Jake – brinquei.

- Eu sei, mas não tive tempo nesses dias – suspirou – Julguei que você viesse com o Cullen – fez careta e Alice lhe deu um beliscão – Ei! – ralhou.

- Fale do meu irmão direito, viu Black? – a baixinha disse, bravinha.

Eu ri e Jake apenas revirou os olhos.

- Então – voltou a falar – Preciso conversar com você, podemos marcar de ir naquela cafeteria que você gosta?

- Claro – disse prontamente – Me diga quando e eu irei.

- Ótimo, vou ver como meu dia ficará amanhã e te mando uma SMS – disse, contente.

Então se despediu de nós duas e foi atrás de sua namorada.

- Eu sempre achei que o Jacob tinha uma queda por você – falou Alice.

- Não posso negar que eu também – disse, suspirando – Mas Jake sempre soube que eu só quero amizade – sorri.

- Ainda bem – disse Edward, do nada aparecendo atrás de mim.

Tomei um susto tão grande que quase derrubei a taça de Martini que eu bebia. Edward e Alice gargalharam da minha cara, é claro.

Até que a festa não foi tão ruim, depois que saímos da mesa, não voltamos mais. Jasper veio nos fazer companhia depois e ficamos conversando. A festa terminou na cama de Edward, conosco fazendo amor e gemendo o nome um do outro. Talvez tenha sido o excesso de álcool que eu ingeri, mas eu me sentia mais desinibida. Depois de cinco vezes ou mais – quem está contando? – eu desabei na cama e me aconcheguei em seus braços, caindo meio que instantaneamente na inconsciência.

[...]

Acordei no sábado com o barulho do meu celular, tinha recebido uma mensagem do Jacob. Ele queria me encontrar para tomarmos um café. Já passava das dez horas da manhã, Edward dormia profundamente e não parecia que iria acordar tão cedo. Fui direto para o banho e depois me vesti, coloquei um vestido folgado e calcei sapatilhas. Deixei meus cabelos molhados mesmo, peguei minha bolsa e os óculos escuros. (n/a: look Bella)

Escrevi um bilhete para Edward e então saí de seu apartamento, já estava atrasada. Fui andando mesmo, pois a cafeteria era a apenas um quarteirão do prédio onde Edward morava, e quando entrei no recinto Jacob já me esperava. Ele se levantou e nos cumprimentamos.

- Então, o que você tinha tanto a me falar? – perguntei, depois que fizemos nossos pedidos.

- Bom, a RP da Visual Productions entrou de licença maternidade – começou – Gianna é uma excelente profissional, sentiremos muita falta dela. Ela lutou para conseguir engravidar e quando finalmente conseguiu, descobriu que são gêmeos – sorriu – Daí ela decidiu a se dedicar aos pequenos bebês que estão vindo ao mundo, por isso, assim que sua licença terminar Gianna decidiu que irá pedir demissão.

- Bem, e onde eu entro nessa história? – indaguei, sem entender.

- Então... – suspirou, hesitando – Eu sei que você é uma grande profissional, Bella... E sei que trabalhar como assistente de Edward Cullen não é o que você realmente quer – disse, bem sério – Você pode me dizer que é, mas só dirá isso porque estão juntos e está apaixonada por ele – falou, sem fôlego.

- Jacob, não é bem assim...

- É sim – ele me interrompeu – Bella, você praticamente faz tudo que ele faz, mas seu cargo é inferior e seu trabalho também. – olhou-me sério – Você que trabalha e ele que leva o crédito, não negue. – fiquei calada – Então, o que eu quero propor a você é: venha trabalhar na VP, seja a nossa RP. Trabalhe naquilo que você realmente quer.

Fiquei muda, perplexa, pasma, estupefata, sem palavras...

- Olhe, não precisa responder nada agora – disse ele, gentil – Você tem duas semanas para pensar, é o tempo que Gianna consegue colocar tudo em ordem. – falou – Irei entender se você não quiser Bella, mas pense com carinho, pense no seu futuro. – sorriu encorajador.

- Prometo a você que irei pensar – consegui dizer.

Jacob sorriu e então mudamos de assunto e nossos pedidos chegaram, comi pensativa. Não sabia realmente o que pensar. Jacob falou muitas coisas que são verdades, era uma oportunidade incrível trabalhar naquilo que eu realmente quero, mas por outro lado eu perderia de ficar com Edward. Será que ele entenderia?

Depois de estarmos satisfeitos, Jacob insistiu em pagar a conta, mesmo eu dizendo que pagaria a minha parte. Deixei – a contragosto – que ele pagasse e então nos despedimos, Jake me deu carona até o apartamento do Edward e fiquei sem entender o tumulto de paparazzi que havia na frente do edifício. Os seguranças e o porteiro estavam tentando conter o caos que se instalava, despedi-me de Jacob e saí de seu carro.

Mal pisei na calçada e escutei:

- É ELA! É ELA! ISABELLA, ISABELLA!

Arregalei meus olhos vi aquele bando de paparazzi vir ao meu encontro, nem percebi quando os seguranças me puxaram e me colocaram pra dentro do prédio.

- Bella! – ouvi a voz de Edward e depois já estava em seus braços.

- O que é isso tudo? – perguntei, ainda em choque.

Edward me fitou, visivelmente preocupado e tenso.

- É que... – hesitou, respirando profundamente – Saíram fotos nossas saindo da festa ontem e somaram dois mais dois.

E então me entregou o jornal, na página destinada à alta sociedade. Lá continha uma gigantesca foto de nós dois com uma manchete:

EIS A MISTERIOSA NAMORADA DE EDWARD CULLEN!

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