A Filha de Poseidon e o Filho de Hades escrita por Rocker


Capítulo 8
Inicio meu treinamento de semideusa


Notas iniciais do capítulo

[REESCRITO]



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Inicio meu treinamento de semideusa

Acordei com uma enorme dor de cabeça e ciente que nada daquilo era um sonho. Ver Nico e Drew se beijando havia mexido comigo. Só não entendia o porquê. Afrodite não podia estar certa. Eu não podia simplesmente estar apaixonada por ele, mas eu não podia negar que nutria sentimentos fortes por ele. E se eu realmente o amasse? Como eu podia pensar assim quando o conhecia não tinha nem uma semana? Como aquele sonho poderia ter aparecido para mim assim tão de repente? E se fosse um sonho qualquer e não um de semideus? Eu não podia excluir essa possibilidade. Mas também não podia excluir a possibilidade de que a maioria dos sonhos que tive, ou terei, fará parte da minha vida. De quem eu sou.

Ouvi alguma coisa se mexer próximo à minha cama. Meus sentidos de semideusa diziam que devia pegar o pingente de meu pescoço – que era uma espada – e arrancar a cabeça de quem ou o que quer que fosse, mas minha parte racional insistia em ficar parada e de olhos fechados, fingindo que ainda estava desmaiada e só partir para o ataque quando sentir-me realmente ameaçada.

– Ronnie? Está acordada?

Ao ouvir a voz suave e séria de Nico pairando pouco acima de mim, meu corpo ficou tenso de repente. Fiquei receosa, pois pensava nele há poucos minutos atrás. Abri meus olhos devagar, encontrando o rosto preocupado de Nico a poucos centímetros do meu.

– Nico?

Ele se afastou um pouco e sentou na beirada do meu beliche. Senti meu coração disparar quando ele tomou minha mão e acariciou-a com leves círculos formados por seu polegar. Senti fortes faíscas em minha pele.

– Você me assustou sabia?! – falou, olhando para baixo. – Percy também ficou preocupado.

– Eu... senti-me mal, só isso. – por ver você beijando Drew, acrescentei mentalmente.

Ao lembrar-me desse episódio, tomei minha mão de volta. Sentei-me de pernas cruzadas, de frente para ele, e apertei minhas mãos uma na outra embaixo do cobertor. Ele olhou para mim e chegou mais perto, o olhar de preocupação evidente em seu rosto. Pegou meu rosto com uma das mãos e o analisou. Fiquei receosa sobre o que ele poderia achar em minha expressão.

– Ronnie, você está pálida! Devia ter comido alguma coisa!

Arredei minha cabeça para trás, livrando-me de sua mão que liberava calor por meu rosto – mas não o suficiente para trazer a cor de volta, não quando a imagem dele e de Drew se beijando estava gravada atrás de minhas pálpebras.

– Como sabe que não comi nada? – perguntei.

– Percy me falou.

– Cadê ele?!

Ele me olhou confuso e assustado.

– Treinando.

– E por que você não está? – insisti.

– Preferi ficar aqui até que você acordasse.

– Vou procurar por Percy. – falei, levantando-me e indo vestir-me para o treinamento.

– Por que está tão evasiva? – perguntou-me, parecendo decepcionado.

Parei no meio da ação de colocar a armadura. Nessa hora pensei em dizer-lhe tudo. Sobre o sonho, sobre o que eu esperava sobre aquele quase beijo, sobre o que pensei quando ele me salvou da Quimera, sobre o que senti quando ele quase me beijou e, principalmente, sobre o beijo que ele deu em Drew e em como aquilo me afetou.

Mas eu sabia que não podia falar. Não agora. Eu ainda estava muito afetada sobre aquilo tudo. Mal consegui engolir ainda que sou semideusa e que Zeus tenta me culpar de roubar os instrumentos mais importantes de seus irmãos. E ainda não consegui engolir que Afrodite acredita com todas as forças que eu e Nico formaremos um casal.

– Não estou evasiva. – respondi por fim, apressando-me em colocar a armadura. Encaixei uma faca afiada e uma adaga com sangue de dragão, que Percy me arranjou, em meu cinto.

Virei-me e andei até a porta, com a intenção de sair dali o mais rápido possível. Mas Nico foi mais rápido do que eu podia imaginar – levantou da cama e postou-se entre mim e a porta, impedindo-me de passar.

– Deixe-me passar, por favor? – pedi-lhe, fechando os olhos e tentando de tudo para me acalmar.

– Só quando me disser o que está acontecendo. – ele insistiu.

– Já disse que não está acontecendo nada!

Aproximei-me com a intenção de alcançar a porta, mas ele segurou minha mão no alto e me puxou para mais perto. Com a mão livre, alcancei o cabo da minha adaga em meu cinto, mas ele segurou minha mão no lugar, impedindo-me de pegá-la. Sua aproximação não estava fazendo muito bem para meu coração. Tinha quase certeza que ele podia ouvi-lo bater aceleradamente.

– Não me machucaria... – sussurrou, quase como em desafio.

De repente, fiquei ciente que ele estava próximo o bastante para que se inclinasse e tocasse seus lábios nos meus. Era o que eu estaria esperando, mas não mais. Não depois de vê-lo beijando aquela filha de Afrodite.

– Não duvide de nada vindo de mim. – respondi, tentando puxar minhas mãos, mas ele simplesmente deixou os apertos mais fortes.

– Você não tem experiência para isso. – desafiou, arqueando uma sobrancelha.

– E é exatamente por isso que quero sair por essa porta! – exclamei, a raiva chegando ao limite. Filhos de Poseidon têm fama de ser muito emocionais. – Para treinar!

– Está quase vencendo... Mas ainda não vou deixá-la sair.

Eu já estava arfando de raiva. Então algo veio a minha cabeça. Os Três Grandes não se dão muito bem. Isso quer dizer que eu não posso voar e nem me sinto bem em lugares escuros. Ou seja, Nico também não poderia ficar muito em contato com água salgada.

E havia a fonte aqui no Chalé de Poseidon.

Fechei os olhos e concentrei-me.

– O que você...? – ele começou, mas quando parou, senti que estava dando certo.

Manipulei a água da fonte para tonasse a forma de um braço saindo dela, com o punho fechado. Abri os olhos e encontrei-o me olhando com... Orgulho?!

– Por favor, Nico. Saia.

Ele deu um passo para o lado e eu sorri, correndo porta afora antes que a raiva tomasse conta completamente de mim e eu acabasse atacando quem eu menos queria que se machucasse.

Corri até o centro da área dos Chalés e encontrei Clarisse, gilha de Ares, lutando sozinha.

– Clarisse!

Ela olhou-me, furiosa por ter-lhe tirado do treinamento. Puxei o cordão de Tridente de meu pescoço – ele logo se transformou em uma grande espada de bronze celestial.

– Me ensine a lutar!

– Eu?! – ela me olhou surpresa.

– Preciso de treinamento se quero sair em uma missão no mês que vem! – e se quero esquecer Nico também. Treinar seria uma bela forma de me distrair.

– Ah, eu soube! Quem ficará na sua parte da missão?! – ela fincou a espada no chão e apoiou seu queixo no cabo dela.

– Nico, Percy, Annabeth, Evanlyn, Hailley, Lannah, Edward e – engoli a seco antes de continuar, lembrando-me da reação de Nico quando perguntei. – James.

– James?! – ela pareceu surpresa.

Olhou por cima do meu ombro e sorriu.

– James é gatinho. – falou, um pouco mais alto que o necessário.

Olhei por cima do ombro e vi Nico às minhas costas, encostado na soleira da porta do Chalé de Poseidon. Ele só parecia ter ouvido Clarisse chamando seu irmão de gatinho. Sua expressão endureceu e eu vi uma ótima oportunidade de me vingar por ele ter beijado Drew.

– Concordo. – falei, no mesmo tom de sua última frase. – Ele é bem bonito mesmo.

Olhei de soslaio para ver se Nico tinha saído, mas permanecera no mesmo lugar. Mesmo com os ombros tensos e a expressão dura.

– Vai me treinar ou não, Clarisse?!

– Agora!

Endireitei minha espada e começamos a luta. Das voltas que dávamos em volta do lugar, percebi que Nico continuava lá, olhando-me treinar. Não me importei com isso, estava tentando fazer o meu melhor para impressioná-lo, mesmo que ele não soubesse. Certa vez, Drew passou atrás de Clarisse e acenar para Nico com uma piscadela. Distraí-me com a raiva o suficiente para que Clarisse viesse por trás de mim e golpeasse a parte de trás do meu joelho com o cabo de sai espada. Enquanto caía sobre os joelhos, finquei a espada na grama e me apoiei nela.

– Aprenda uma coisa, Ronnie... – falou Clarisse. – Sempre espere o inesperado do inimigo...

Levantei meu olhar apenas alguns centímetros para Nico e percebi que ele olhava para Drew com um olhar indecifrável. Drew. Isso fez crescer um ódio e um ciúme que mal se puderam conter em meu.

– ... e supere-o com esperado. – terminou Clarissa.

Meu autocontrole foi para o espaço. Adrenalina correndo por minhas veias, tendo o ciúme como combustível. Levantei-me numa guinchada e levantei a espada. Ao ver que ela estava com os braços meios abertos, redirecionei a espada e causei-lhe um pequeno cortei na palma da sua mão direita. Sem dar-lhe tempo de reagir, girei meu pulso e deixei-lhe outro corte na bochecha. Ela reagiu e cortou o ar em direção à minha cabeça, mas abaixei-me e cortei levemente acima de seu joelho esquerdo. Quando ela abaixou a mão, girei no lugar e meti o punho da minha espada em seu pulso, arrancando sua espada. Dei uma cambalhota para trás, pegando sua espada no ar, e, ao cair sobre meus pés, apontei minha espada para seu coração e a sua para sua garganta.

Quando ela percebeu que estava derrota, ficou parada e eu entreguei-lhe a espada.

– Te vejo mais tarde, para treinarmos, Ronnie. – sorriu e se direcionou, mancando, para o Chalé de Apolo.

Virei-me para meu próprio Chalé e vi que Nico continuava no mesmo local, sorrindo orgulho para mim. Isso foi gratificante. Sorrindo, fui até ele.

– Uau! Nunca vi ninguém vencendo Clarisse numa primeira luta antes. – falou, impressionado.

– Ninguém mandou os Filhos de Poseidon serem tão temperamentais e emocionais.

– E ninguém me mandou gostar de uma filha de Poseidon tanto quanto gosto de você.

Sorri, meio sem graça. Ele sorriu de volta e puxou-me pelo pulso até perto do pinheiro de Thalia, onde nos conhecemos. Senti mil borboletas socarem meu estômago quando sua pele causou faíscas em mim.


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Notas finais do capítulo

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