A Filha de Poseidon e o Filho de Hades escrita por Rocker


Capítulo 5
Somos enviados numa missão suicida


Notas iniciais do capítulo

[REESCRITO]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317889/chapter/5

Somos enviados numa missão suicida

Apressei-me para sentar entre Percy e Evanlyn. Nico apenas ficou em pé atrás do sofá em que estava sentada, apoiando as mãos no encosto do sofá. Sua proximidade fez meu coração acelerar e um frio correr através de minha espinha, mas fiz o possível para disfarçar.

– Está faltando gente, Nico? – comentou Quíron, olhando-o com especulação.

– Pensei que éramos apenas nós. – ele respondeu.

– Nico, pode trazer até nós Guilherme Lirium, Lannah Castellammare, Betty Heartlight, Bradley e Hailley Black, Angeline Christoper, James Bell e Jhoi Peckman?!

– Para que trazer praticamente o acampamento inteiro? – sua voz estava inalterada atrás de mim, o que causou certo arrepio em minha nuca.

– Apenas busque-os, Nico, por favor. – a voz de Quíron pareceu falhar um pouco e ele mantinha uma expressão cansada no rosto.

Senti quando Nico afastou-se do sofá, vi que ele havia desaparecido.

– Ele é filho de Hades, pode viajar nas sombras. – alguém falou e, ao virar-me, vi Annabeth sorrindo para mim.

Esperei até que ele voltasse com os outros campistas. Fiquei brincando com a bainha da camisa laranja escrito “Acampamento Meio-Sangue”, sentindo uma sensação desconfortável na boca de meu estômago, que só se aquietou quando vi Nico ser o primeiro a entrar. Ele sentou ao meu lado, que com espanto percebi que estava vazio. Procurei em volta à procura de Evanlyn, achando-a do outro lado da sala, de frente para mim. Ela deu uma piscadela tão rápida em minha direção que eu poderia constatar que poderia ter sido minha imaginação – mas não me impediu de corar violentamente.

Quando percebi que os campistas convocados estavam entrando, reconheci alguns, mas havia uma garota de pele clara, cabelos castanho-claros (quase loiros), olhos cinzentos, de estatura alta e apresenta corpo bem definido. Betty. Entraram também um menino de estatura mediana cabelo rebelde castanho-médio, olhos negros, mas envolta avermelhados, usava uma calça preta e uma blusa vermelha e uma camisa de flanela aberta; e outro menino meio forte meio fraco, rápido, cabelo topete moreno escuro com mechas loiras.

James e Jhoi.

Ao perceber que eu o olhava, James – que parecia muito com Nico – mandou-me uma piscadela que me fez corar e desviar o olhar. Ao desviar minha atenção de James percebi que Nico notou nossa troca de olhares e a carranca séria que controlava sua expressão, tornou-se algo indecifrável para mim.

Aproximei-me dele para falar, apenas de curiosidade.

– Não sabia que tinha um irmão. – sussurrei para que apenas ele ouvisse. – Por que não me apresentou?

Ele desviou o olhar para sua frente e resmungou algo inaudível antes de me responder.

– Porque não me dou bem com ele. – falou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

– Mas isso não quer dizer que eu não vou me dar bem com ele. – murmurei para mim, pensando que ele seria uma boa nova amizade, que era minha meta como adolescente. Pude sentir que Nico ouviu, mas ele não falou nada.

– Bem... – começou Quíron. – Temos quatro semideuses correndo perigo por aí e Zeus informou que eles serão importantes. Mas como os sátiros estão ocupados atrás de outros semideuses, mandarei vocês em dois grupos diferentes.

– Por que todos nós? – perguntou Guilherme.

– Porque a missão não é apenas salvar esses semideuses.

– Tem algo a ver com os instrumentos dos deuses? – perguntou Betty.

– Bem... Sim. Enquanto procuram os instrumentos, vocês vão achar salvar os semideuses. Eles terão informações preciosas sobre o paradeiro deles.

– Por isso todos nós? – Evanlyn desencostou da parede, aparentemente animada com a ideia.

– Isso.

Um brilho passou por seu olhar e eu olhei envolta, pensando se mais alguém havia percebido. Meu olhar caiu sobre Annabeth e ela me lançou um olhar cheio de significado. Ela sabia de alguma coisa, que eu com certeza irei perguntar-lhe mais tarde.

– Quais são as duas equipes? – perguntou James.

– A primeira equipe é Nico, Ronnie, Percy, Annabeth, Evanlyn, Hailley, Lannah, Edward e James.

Senti Nico enrijecer ao meu lado ao ouvir que seu meio-irmão iria conosco. Queria poder abraçá-lo e dizer para esquecer essa rixa por um tempo, mas finquei as unhas em meus joelhos, tentando me controlar.

– Procurarão o Elmo – ao dizer-lhe, Quíron lançou um olhar significativo a mim e a Nico, que estava ao meu lado, mas nenhum de nós dois pareceu entender –, encontrando Violet e Oliver Davis, Filhos de Hebe.

– Quem encontraremos, Quíron? - perguntou Jhoi.

– Vocês vão à procura do Tridente, encontrando James Holbrook, Filho de Hermes.

– Porque um Filho de Hermes? – perguntou Angeline friamente.

– O poder dele é a lábia. Muito persuasivo, como seu próprio pai Hermes, James é um diplomata nato, podendo conquistar qualquer pessoa com sua conversa, e a sua argumentação é sempre muito convincente, mesmo que não seja verdadeira. Ele conseguiu informações, persuadindo alguns monstros que encontrou pela frente. Informações sobre o paradeiro dos instrumentos.

– E o que a que os filhos de Hebe nos será útil? – chegou a vez de Annabeth questionar nosso lado.

– Violet pode prever o futuro. Suas visões geralmente acontecem de cinco a dez minutos antes de acontecer (mas podem falhar as vezes). Oliver tem a habilidade de voltar alguns minutos no tempo (mas não muito, cerca de 1 a 5 minutos). Imagino que isso será útil na batalha.

– Ótimo! O que estamos esperando? – perguntou Percy, exaltado, e levantando-se de seu lugar ao meu lado.

– Esperando por mais um mês de treinamento, Perseu Jackson. – disse Quíron, dispensando a todos com um simples aceno de mão.

Quando vi todos se levantando, virei para a minha esquerda, à procura de Nico, mas ele se afastou rapidamente para uma sombra perto da parede e ali desapareceu. Senti um aperto gentil em meu ombro e ao virar-me, vi Quíron olhando-me com pesar.

– Procure-o e peça que lhe ensine a golpear com a espada.

– Obrigada, Quíron, mas não sei se ele gostaria de conversar comigo nesse momento.

– Acredite, criança, ele quer conversar com você.

~*~

Depois de duas horas de procura, não o havia achado ainda. Procurei pela Arena, pelo Pavilhão do Refeitório, pelos campos de morango, até mesmo me atrevi a procurá-lo no Chalé de Hades, mas ele também não estava ali. Por fim, cansei de minha busca incessante e procurei o local exato em que eu havia conversado com Nico mais cedo, em frente ao lago. Estava praticando alguns golpes com água, puxando um grande tentáculo aquático e empurrando-o em todas as direções à minha frente, tentando aperfeiçoar meus dons aquáticos.

– Ronnie?

Ouvi uma voz atrás de mim e, por susto ou por instinto de defesa, joguei toda a água concentrada em direção ao dono da voz que me assustara. Mas ao ver que havia deixado Nico totalmente molhado, encolhi, envergonhada e esperando que ele gritasse comigo. Mas ele apenas riu.

– Nico, me desculpe, não era a intenção. Me desculpe mesmo!

Lancei a mão aberta, com os dedos em garras, um pouco à frente, e puxei-a bruscamente, deixando-o livre de qualquer indício de que estava molhado há apenas alguns segundos.

– Não se preocupe, não tem problema.

Olhei-o, incrédula. Sentei no chão, de frente para o lago e ele se sentou ao meu, a quinze centímetros de mim.

– Quem é você e o que fez com Nico? – ele olhou-me confusa e eu fiz uma pergunta mais óbvia. – Que bipolaridade é essa?

– Bipolaridade?!

– Hoje na Casa Grande, com James... – balbuciei, e ele fechou a cara, mas logo respirou fundo e abriu um sorriso que até me deixou tonta.

– Esquece isso!

– Mas como você me achou?

– Perguntei a Lannah onde você estava e ela me disse que você disse que viria para onde conversamos mais cedo.

– Ela parece mais uma filha de Afrodite. – comentei, sem consciência do que falava, mas ele não pareceu escutar.

– Quando se lê mentes, fica mais fácil localizar as pessoas.

– E eu estava te procurando há meia hora! – exclamei.

– Para quê? – ele virou seu rosto para me analisar e vi um misto de curiosidade e esperança em seus olhos.

– Quíron queria que você me ensinasse a lutar.

Assim que respondi, o brilho em seu olhar escureceu um pouco, mas não totalmente.

– Mas você já sabe lutar muito bem. Quase matou aquela Quimera quando chegou.

Quase. – enfatizei a palavra. – Mas não matei. Preciso ser mais forte e ter certeza de que consigo sobreviver lá fora. Não quero depender dos outros.

– Você não parece o tipo de pessoa que depende dos outros. – ele foi se aproximando e eu senti minha respiração tornar-se irregular.

– Promete que não vai deixar nada me machucar?

Não sei o que deu em mim, pedir a um estranho que não deixasse nada me machucar! Minha mãe sempre me dizia para não confiar nos outros e foi o que deu. Pedindo a um estranho, filho do inimigo de meu pai, que me protegesse. Mas não tinha sentido, eu me sentia segura junta com Nico – de uma maneira que nunca me senti antes.

– Prometo.

A essa altura nossas testas e narizes já estavam encostados. Parecia haver um campo magnético que me fazia sentir atraída a me aproximar cada vez mais. Já podia sentir sua respiração irregular sobre a minha, deixando-me quente de repente. Senti o toque leve de seus lábios macios e o gosto delicioso de creme dental. Senti-me tentada a me inclinar e iniciar de vez esse beijo, mas algo interrompeu.

– NICO DI ÂNGELO, AFASTE-SE DA MINHA IRMÃ AGORA! – ouvimos a voz de Percy não muito longe e eu sabia que estaria encrencada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Filha de Poseidon e o Filho de Hades" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.