A Filha de Poseidon e o Filho de Hades escrita por Rocker


Capítulo 31
... mas é inútil.


Notas iniciais do capítulo

[REESCRITO]

Bem, gente, quero agradecer aos comentários. Aí está o penúltimo capítulo de A Filha de Poseidon e o Filho de Hades. Já estou preparando meu lenço de papel :'( Espero que gostem do capítulo, fiz com todo o carinho!



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... mas é inútil.

Uma hora depois, eu ainda chorava no ombro de Nico, que estava apenas levemente ferido no braço. Não entramos no Lótus. Fomos para a parte mais funda do beco e afastamos as barracas. Ali, queimamos a mortalha de Lannah com uma dor funda no peito. Eu me sentia inútil por não ter me preocupado muito com essa parte da profecia, mas agora já era tarde. Eu observava tristemente a fumaça da mortalha sendo queimada, quando alguma coisa atrás dela me chamou a atenção. E apareceram três homens que me foram facilmente reconhecidos.

Hades, Zeus e Poseidon.

– O que fazem aqui? – perguntei, com um aperto na garganta.

Todos que estavam de cabeça baixa, rapidamente levantaram os olhares para os três deuses que se aproximavam. De longe era possível sentir a energia poderosa que os envolvia.

– Viemos agradecer. – disse Poseidon.

– Deuses agradecem? – Nico perguntou baixinho ao meu lado.

– E pedir-lhe desculpas. – Poseidon disse diretamente a mim, com um olhar sinceramente arrependido.

– Nossos instrumentos foram recuperados graças a vocês. – disse Hades. – Forçamos Ares a nos entregar e graças a Zeus, ele agora está no Tártaro.

Prefiro não comentar o quanto fiquei feliz e aliviada ao ouvir isso. Nico, porém, se aproximou mais de mim e me envolveu pela cintura, como se temesse que acontecesse alguma coisa.

– Só isso? – ele perguntou.

– E vim dizer que Héstia, Persephone, Ártemis e principalmente Afrodite conseguiram me convencer a não os transformar em pó. – disse Zeus a contragosto, sua voz forte como um trovão.

– Uau, me sinto honrada! – eu ironizei e Nico me apertou mais contra si.

Zeus me olhou como se pensasse em discordar com o pedido das deusas, mas Poseidon colocou a mão sobre o ombro do irmão.

– Têm minha permissão para atravessar os céus de volta ao Acampamento. – disse Zeus, antes de sumir juntamente com Hades.

– Prefiro não ir de avião. – disse a Nico, fazendo uma careta.

– Eu também. – disse Percy, não muito longe de mim.

Poseidon assobiou e dois pégasos vieram dos céus até nós.

Fala aê, chefe! – disse o pégaso negro. O outro era branco.

Oi, Blackjack. – respondeu Percy. O pégaso foi até ele, relinchando.

Pode subir, chefe.

Será que pode levar minha irmã dessa vez?

É claro, chefe.

Já disse para não me chamar de chefe!

Ok... Chefe.

Percy bufou e eu ri. Blackjack se aproximou de mim.

Olá, menina.

Oi, Blackjack. – sorri.

Pode subir, menina!

Pulei sobre o pésago negro e virei-me para Nico, que olhava indeciso entre Blackjack e o grupo de semideuses e Caçadoras que já saiam pelo beco.

– Vem, Nico, você não vai cair. – eu disse.

– Quem garante? – ele perguntou, ainda indeciso.

Sorri. – Eu garanto.

Nico então pulou em Blackjack, enquanto Annabeth montava o outro pégaso com Percy. Poseidon então se aproximou de mim, com o rosto mais abaixo pelo tamanho do pégaso em que eu estava. Ele me olhou arrependido.

– Espero que me perdoe. – ele disse e eu desviei meu olhar do seu. Não tinha certeza se poderia.

– Talvez um dia. – eu respondi rudemente.

Poseidon suspirou, antes de sumir também. Blackjack levantou voo junto com o outro pégaso. Ficamos bastante tempo calados, com Nico segurando minha cintura fortemente e sentindo o vento batendo no rosto – tentava ao máximo tirar a morte de minha irmã da mente, mas eu sabia que Nico estaria ali para me confortar. Então eu tive uma ideia louca. Não sei como, mas consegui me virar em cima de Blackjack em pleno voo, deitando-me sobre a crina dele e ficando de frente para Nico, com minhas pernas sobre as suas. Eu sorri com minha façanha, mas Nico me olhou repreensivo.

– Não tem medo de cair, não?!

– Não. – respondi calmamente.

– Ótimo, mas eu tenho. – ele disse nervoso.

– Já disse que não vou te deixar cair. – eu ri.

– Mas eu não disse que tenho medo por mim. – ele falou, com a expressão séria. Nico segurou minhas coxas quando Blackjack fez uma curva, mas não as soltou de lá.

Meu sorriso aumentou mais com o que ele disse. – Não se preocupe, eu tenho um namorado para me segurar.

Nico sorriu e se inclinou sobre mim para me beijar calmamente nos lábios. Deuses, como eu sentia falta de seu beijo! Eu ainda não acredito que sobrevivi mais de um mês sem saber que ele era meu namorado – e pensar que estava sofrendo para saber se ele me correspondia.

– Sabe o que eu estava pensando? – perguntei assim que ele separou seus lábios dos meus por falta de ar, ficando apenas com as testas encostadas.

– Fala, amor. – ele disse sorrindo.

Ignorei a parte que ele me chamou de amor e fui para o que realmente importava.

– Você ainda está me devendo um doce. – eu ri da careta que ele fez, mas logo me acompanhou.

– Eu te pago assim que chegarmos ao nosso apartamento.

Ele então começou a cantarolar uma música bastante conhecida por mim. Dear God, Avenged Sevenfold.

Dear God the only thing I ask of you is

to hold her when I'm not around,

when I'm much too far away

We all need that person who can be true to you

But I left her when I found her

And now I wish I'd stayed

'Cause I'm lonely and I'm tired

I'm missing you again oh no

Once again

Nico cantou enquanto eu sorria, se aproximando para me beijar novamente, mas eu empurrei seu peito levemente.

Eu tinha algo a dizer antes.

– Eu ainda acho inacreditável. – eu sussurrei.

– O quê? – ele perguntou preocupado.

– A Filha de Poseidon e O Filho de Hades.

Nico sorriu. – O filho de Hades é bastante sortudo.

Eu sorri. – E eu tenho sérias suspeitas de que ela ganhou na loteria.

Nós rimos e Nico se inclinou para me beijar novamente.

Desta vez, ninguém mais nos impediria.


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