A Filha de Poseidon e o Filho de Hades escrita por Rocker


Capítulo 24
Museu de arte é um péssimo lugar para fugir


Notas iniciais do capítulo

[REESCRITO]



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Museu de arte é um péssimo lugar para fugir

– O que faremos agora? – perguntou Percy.

– Não sei vocês, mas já que estamos aqui, eu quero entrar. – eu disse. Provavelmente eu estava com os olhinhos brilhando. Eu adorava arte.

– Onde? Ali? – Percy perguntou, apontando para o Denver Art Museum e fazendo uma careta.

– Onde mais seria, Perseu Jackson?! – ele fez outra careta e eu apelei para Nico. Eu necessitava ir lá. – Nico! Por favor...

– O que você não pede sorrindo que eu faço chorando? – ele disse.

– Não seria ao contrário?! – eu perguntei, confusa.

– É ao contrário, mas eu não aguentaria ver você chorando. – ele respondeu, meio a contragosto, e corou.

Acreditem, Nico di Angelo corando é a coisa mais fofa que tem.

– Obrigada! – eu disse, dando um beijo em sua bochecha e puxando-o pelo pulso em direção à entrada. Eu podia ouvir Percy vindo resmungando atrás de nós. – Deixe de ser chato, Percy! Vem logo!

Compramos – digo, Nico convenceu a nos liberar de graça usando a Névoa – nossas entradas e adentramos ao maravilhoso espaço da arte. Eu estava maravilhada. Sempre adorei arte e ver ali aquelas esculturas e pinturas era como um sonho para mim. Olhei para os garotos, procurando algum sinal de curiosidade e, por mínima que fosse, eu o encontrei no olhar deles. Nico olhava tudo aquilo confuso e curioso; e Percy olhava com tédio, mas parecia curioso sobre uma ou outra obra.

O lugar não estava vazio, mas não estava tão cheio quanto eu esperava. Ou quanto diziam que ficava àquela época do ano. E essa foi minha primeira desconfiança.

– O que acharam? – eu perguntei a Nico e Percy.

– Estanho. – disse Percy.

– Diferente. – respondeu Nico, ao mesmo tempo que Percy, e eu ri baixinho.

– Vamos, ainda temos muito o que ver. – eu chamei-os.

Passamos a outra sala de esculturas, onde se via uma réplica humana deitada de bruços em algo que parecia ser uma cama de cimento. Não sabia qual a finalidade, mas era interessante a criatividade. Passamos por quadros abstratos e quadros de pintura a óleo, retratando momentos humanos e emocionais em uma perfeita sintonia. Eu olhava curiosa para uma das esculturas. Era uma escultura de uma mulher e quatro crianças diminuindo o tamanho gradativamente. Eu conhecia aquela obra, mesmo não me recordando do nome, mas conhecia. E sabia que havia alguma coisa errada, pois havia outra pessoa, maior, atrás da mulher.

– Anh... Gente? – eu chamei-os e eles logo vieram para meu lado.

– O que foi, Ronnie? – perguntou Percy.

– Eu conheço essa obra. – eu comecei, mas interrompida.

– E...? – perguntou Nico, sem entender nada.

– Eu tenho certeza que é só a mãe e quatro filhos. – eu disse, já imaginando que estivesse ficando louca. – Por favor, me diz que não é só eu que estou vendo uma quinta... coisa!... atrás da mãe. – pedi. Ou melhor, implorei.

– Não, eu estou vendo sim. – disse Percy e eu engoli em seco. Algum sinal de emergência piscava na minha para darmos o fora daqui.

– Eu também. – concordou Nico e o sinal piscou ainda mais forte. – Por quê?

Foi quando eu vi o que estava de errado. A pessoa que estava atrás da mãe se mexeu levemente, mas eu percebi o movimento.

– Vamos dar o fora daqui! – eu disse, já puxando os dois para descer o monte de escadas que subimos para ir parar ali.

E então a confusão se instalou.

Eu olhei para trás, sentindo que algo nos perseguia, e vi um gigante se levantando de detrás da mulher e vindo em nossa direção. Merda! Justo um gigante! Não podia ser alguma coisa mais bonitinha de se matar? Como a Medusa? Ok, exagero, mas eu ainda acho que é melhor.

– Não fujam! – o gigante gritava atrás de nós, enquanto via-se pessoas gritando e correndo de todos os lados. – Hera me deixou brincar com vocês!

– Que droga, hein! – eu disse, mas para mim mesma, mas os dois, que corriam ao meu lado, conseguiram ouvir o que eu dissera.

– Me diz que Hera também não quer o mesmo que meu pai. – Nico quase implorou, quando viramos uma esquina que dava para uma sala escura.

– Infelizmente, metade dos deuses mais importantes querem a mesma coisa! – eu respondi, puxando-os para a escuridão, enquanto o gigante nos seguia.

Mas não permaneceu escuro por muito tempo, pois algumas pequenas luzes coloridas foram acendidas, formando desenhos desconexos na parede. Conseguimos driblar o gigante ali dentro, para que desse tempo de voltarmos pela porta. O que, graças aos únicos deuses que gostam de mim, conseguimos.

– Jura?! – perguntou Percy, rindo.

– Pare de rir, idiota! – resmungou Nico.

– Voltem, semideuses! – ouvi a voz do gigante e ele estava perto. – Sra. Ártemis não gostou de saber, mas Hera me deixou para brincar com vocês!

– Ah, meus deuses! – resmunguei, indignada, - Será que passaremos por algum lugar onde os deuses não vão colocar algum monstro?!

– Quem é aquele gigante, afinal?! – perguntou Nico, enquanto estrávamos em uma sala toda pintada de vermelho.

A sala simulava uma refeição, com pratos, copos, mesas e cadeiras vermelhas, com apenas as raposas – ou lobos, tanto faz! – de miniatura estava ali. Infelizmente, foi todo destruído enquanto passávamos por ali. Vasos e vidros foram quebrados enquanto passávamos e isso não seria nada legal.

– Se não me engano, é Órion. – eu disse, forçando a memória. – Ele foi um gigante caçador, um dos melhores a serviço de Ártemis. Ele foi colocado por Zeus entre as estrelas na forma da constelação de Órion.

– Mas isso não é o importante! – disse Percy. – Como derrotamos?

– Ninguém nunca o enfrentou antes! – eu disse, entrando em desespero quando ficamos encurralados entre duas esculturas parecidas.

E eu pensei que era o nosso fim. Órion se aproximava cada vez mais de nós e minha mente funcionava a mil por hora, procurando uma solução, mas não foi preciso isso tudo. De repente, uma ave laranja-avermelhada planou sobre o gigante, com alguma coisa no bico que foi jogada sobre o rosto dele. Um escorpião.

– Por que tem um escorpião na cara do gigante? – perguntou Percy.

– A lenda mais famosa é que o escorpião da Constelação de Órion foi o mesmo que o matou. – eu disse. – Então quer dizer que fomos salvos por essa ave.

E quando o escorpião picou o olho dele, Órion se transformou em fogo primeiramente, para depois cinzas.

– Uma fênix. – disse Nico, enquanto a ave pousava em seu braço.

A fênix, diante de nossos olhos, pegou fogo e se transformou em cinzas, que foram caindo no chão. Agachei-me e vi uma pequenina fênix ressurgindo dali. Era um lindo milagre. Mas me assustei ao ver o fogo ressurgindo, para depois sumir com um passe de mágica, junto com a fênix e as cinzas. Me levantei de novo, encarando os dois garotos, confusa.

– Não era para a fênix simplesmente ter voltado mais nova? Ela simplesmente sumiu!

Nico sorriu, me deixando ainda mais confusa. – Foi um símbolo de Héstia. Ela estava a favor, não estava?

Eu sabia sobre o que ele estava falando.

– Estava. – confirmei, sorrindo.

Ele me abraçou forte, e eu só aproveitei o momento. Até que ouvi uma tosse forçada atrás de mim. Quando me separei, deparei-me com Percy impaciente.

– Será que dá para ir procurarmos um hotel logo? – ele bateu o pé. – Estamos acordados desde a noite – era quase dez da manhã, mas ele estava certo – e eu já estou quase desmaiando de sono!

Eu e Nico rimos, ainda meio abraçados, e ele respondeu ao meu irmão.

– Conheço um hotel perfeito aqui perto.


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