A Lenda Dos Amuletos Dos Sonhos Livro I escrita por Nah


Capítulo 11
Capitulo 11 - Mas o que está acontecendo?




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Eu andava segurando a pesada bandeja com o café da manhã da princesa em minhas mãos, cheguei em sua porta e a abri com certa dificuldade.

–Bom dia, princesa. – disse assim que entrei no quarto de Akuti e me deparei com ela olhando pela janela, como sempre fazia. – Aqui está o café da manhã, com tudo que gosta.

Ela sorriu, já fazia uma semana que eu levava a comida até a princesa, desde então conversávamos bastante. Akuti me parece ser um pouco solitária, pelo que me conta, mesmo tendo uma irmã, Dara, e sendo sempre cercada de gente da realeza ela ainda se sentia deslocada. A adolescência é mesmo uma faze complicada, ainda mais sendo uma princesa, pensei comigo sobre o assunto.

–Obrigada, Ângela. – sorriu ela vindo se sentar no chão onde estava a mesinha de centro. – Sente-se também, sabe que já minha convidada.

Sentei-me colocando a bandeja sobre a mesinha e continuei a servi-la normalmente, mesmo parecendo amigas eu ainda tinha que servi-la, era o meu trabalho.

–Como se sente, alteza? –perguntei a ela, vendo sua expressão confusa apressei-me a completar – Sobre o Baile de Inverno hoje a noite.

–Ah sim. – disse se arrumando de uma maneira desconfortável sobre o assunto.

Akuti estava assustada, pelo que me dizia, pois no Baile de Inverno ela irá se noivar com o príncipe de Narcaham. Sempre que pensava no assunto ficava nervosa, era um casamento obrigado para fortalecer a aliança do maior reino de hazius do norte e do sul, mesmo ela sendo tão nova, apenas treze anos, era sua obrigação como princesa.

–Na verdade... Acho que estou melhor do que pensei. – respondeu ela olhando para o chão enquanto mordiscava um pedaço de pão sem muito apetite. –Eu sabia que esse dia iria chegar... – essa última parte disse mais a si mesmo do que a mim.

Eu queria animá-la de alguma forma, ela me parecia muito triste. Olhei para o lado, uma cor muito viva me chamara a atenção: era um vestido azul escuro de gala muito formal com a saia rodada e corpete de uma tonalidade mais escura, mangas compridas com detalhes bem trabalhado em linhas douradas, a saia era rodada mas não era de aparência pesada.

Levantei-me e fui até o vestido que estava em sua cama,

–Seu vestido é lindo. – exclamei a ela. – Com certeza será a princesa mais bonita que já viram até hoje. – falei tentando animá-la com um sorriso e esta retribuiu mordiscando o pão.

–Queria que você ficasse ao meu lado no Baile, Ângela, estou nervosa. – pediu-me ela.

–Sinto muito, alteza, mas creio que não poderei atender tal pedido, estarei trabalhando servindo no Baile – respondi.

–Ah claro... Entendo... – disse já consolada com a ideia de eu não poder ficar no Baile se não a trabalho.

–Não se preocupe, alteza, sua irmã estará ao seu lado e sua família. Virei aqui para ajudá-la a se arrumar e te desejar sorte. – sorri. –Agora coma tudo para que não desmaie de fome esta noite na festa. – disse para ela em tom de brincadeira fazendo-a rir.

Quando acabamos de comer arrumei as coisas para já levar a cozinha.

–Deixe-me ajudá-la, Ângela. – pediu-me Akuti já pegando um prato quase caindo da bandeja. – Deixe que eu levo isso para você, descerei também, vou andar um pouco nos jardins.

Quando íamos saindo pelo corredor, que dava para ver o lado de fora uma visão para o enorme pátio central que era um grande jardim, vi que começava a ter uma certa quantidade de neve caindo do céu, hoje estava realmente muito frio e usávamos roupas pesadas. Essa neve com certeza ia dar um toque mais garboso ao Baile de Inverno. Enquanto andávamos pelo corredor conversando alguém se aproxima atrás de nós, viramos para ver quem era e nos deparamos com uma garota de pele escura como eu e Akuti, bem jovem, talvez da idade da princesa; trajava roupas igualmente, um tanto indianas, como Akuti; cabelos longos em uma trança; olhos escuros; asas cor de cobre. Ela era muito parecida com Akuti.

–Bom dia, irmã. – disse a princesa à garota que acabara de aparecer. Então era isso, ela era Dara.

–Aonde vai? – perguntou Dara ignorando o “Bom dia” da irmã e ignorando minha existência na cena.

–Andarei um pouco nos jardins...

–Venha comigo, nosso pai deseja falar com você. – disse rispidamente e depois olhou para mim com olhos de quem vê um verme.

–Eu irei ver meu pai agora, Ângela, mais tarde nós nos vemos. – se despediu a princesa colocando os pratos na bandeja que eu levava.

–Te vejo mais tarde, alteza.

Ela se virou e foi com a irmã subindo a escada que tinha no fim do corredor. Desci as escadas que levavam ao térreo e fui até a cozinha lavar a louça do café da manhã. Assim que terminei fui até o jardim onde estavam Reiko, Farrah e Valentina decorando tudo por ali, o cenário do baile ficava cada vez mais bonito.

–Ahh que bom que chegou, Ângela, pegue aquela flores ali para mim por favor? – pediu Farrah que estava colocando flores nas arvores.

–Está ficando bonito aqui. – eu falei entregando-lhe as flores brancas.

–Estamos trabalhando duro nisso. – sorriu ela.

Olhei ao redor e pude ver melhor o jardim: estava coberto pela neve, a fonte que havia no meio estava totalmente enfeitando de flores brancas e azuis, tinha ali também um espaço grande onde provavelmente os convidados iriam dançar, estava tudo muito lindo com toda a decoração azul e branca.

–Ajude-nos aqui também, sua preguiçosa. – disse Valentina brincando, sorri de volta e fui ajudá-los.

Nessa hora eu olhei para o céu mais uma vez vendo a neve cair, foi então que a torre norte explodiu fazendo cair parte da torre no jardim, num lugar muito mais distante de onde estávamos.

–Mas o que foi isso!? – perguntou Reiko assustado. Então todos olhamos para o céu e vimos um, dois, três grandes pedras em chamas cair nas outras torres e causar mais destruição. Começamos a ouvir o pandemônio que começava a ter na cidade.

–Vamos sair daqui rápido! – disse Farrah e corremos em direção da saída quando um escombro caiu sobre a passagem. – Ali! – ela disse apontando para a escada, ainda intacta, que levava para os quartos no andar de cima.- Vamos dar a volta.

Corremos até a escada e quando atingimos o segundo andar encontramos alguns guardas, então Farrah correu até um e perguntou:

–O que está acontecendo?!

–Não sabemos ao certo – respondeu um guarda. – Parece que estão nos atacando, mas não sabemos quem e por que. Vocês precisam sair daqui antes que o teto caia sobre vocês, se protejam porque estão atacando todos que encontram, foi o que falaram. Se conseguirem sair da cidade é melhor ainda, boa sorte para vocês. – disse o guarda e logo em seguida nos explicou uma rota de fuga para sair do castelo.

Começamos a correr para fugir da confusão que estava aumentando grandemente. Assim que passamos pelo corredor, quase chegando a escada que levava ao térrio, um enorme estrondo fez com que a parede caísse no meio do caminho: Farrah, Reiko e Valentina apressaram mais o passo e conseguiram passar antes que caísse totalmente a parede, eu acabei pulei para trás antes que as pedras esmagassem meus pés.

–Ângela! Você está bem!? – perguntou Valentina aflita do outro lado da parede caída.

–Não se preocupem estou bem. – respondi

–E agora o que faremos?

–Não se preocupem, encontrarei outra saída. – disse acalmando Valentina que parecia muito preocupada comigo. Mais uma explosão fez o chão tremer.

–Vai logo antes que tudo desabe. – disse Farrah. – Nos encontramos lá fora.

–Certo. – respondi, olhei para os lados tentando encontrar um caminho para sair dali.

Andando pelo corredor vi que a escada que levava até o andar de baixo estava quebrada, corri mais um pouco passando pelos quartos, nessa hora vi uma silhueta caída no chão ao fim de um corredor que eu passava ao lado. Corri até a pessoa que estava caída, era uma pessoa miúda, talvez uma criança. Agachei-me para poder ajudar e então vi seu rosto: era a princesa.

–Akuti? Akuti?? – chamei ela tentando acordá-la, dei alguns tapinhas de leve chamando seu nome, ela estava com a testa sangrando, só consegui pensar no pior. Seus olhos foram abrindo vagarosamente e despertou por completo, o que me deixou mais aliviada.

–Hmm... Ângela? Onde estou?

–Princesa, o que houve?

Ela recobrando suas forças e parecendo um tanto confusa respondeu:

–Estava indo para o meu quarto quando escutei um grande barulho e tudo tremeu. – respondeu ela, olhei melhor para os lados e vi que parte do teto havia caído, isso explicava sua ferida na testa.

–Temos que sair daqui antes que o teto desabe por completo. – falei levantando-a, mas parei assim que ela protestou de dor. – O que foi, princesa?

–Meu pé, acho que torci ele.

Coloquei seu braço em volta do meu pescoço fazendo se apoiar em mim.

–Se apoie em mim, temos que sair daqui. – eu falei e ela apenas assentiu.

Começamos a andar o mais rápido que podíamos, muitas partes dos corredores estavam com paredes caídas e tetos com rachaduras. Mais ao fim do corredor havia uma escada que ainda estava intacta, descemos ela rapidamente. Conforme íamos chegando a parte de baixo do castelo ouvíamos ainda mais a confusão, guardas correndo, barulhos de espadas em lutas, gritos e mais explosões.

Akuti ao meu lado parecia muito assustada, eu tinha que protegê-la, infelizmente eu não estava com minha adaga ou espada. Passamos diretamente para o fim do castelo, onde levava para a parte mais rural da cidade onde morávamos com Farrah, mas com os escombros e Akuti machucada ao meulado era difícil de passar. A confusão não estava onde nos encontrávamos, mas as torres destruídas nos causavam problemas com a passagem. Passamos devagar por cimas de pedras menores, eu queria chegar até a casa de Farrah logo.

Depois de um tempo andando conseguimos sair do castelo foi nessa hora que olhei para o céu e vi um enorme dragão negro voando sobre o castelo parcialmente destruído. Era a primeira vez que eu via um de verdade na minha frente, aquela visão encheu meus olhos, ao mesmo tempo era uma criatura majestosa e cruel. Eu só conseguia pensar em que diabos está acontecendo?


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