A Lenda Dos Amuletos Dos Sonhos Livro I escrita por Nah


Capítulo 1
Capítulo 1 - Decisões do último ano


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da leitura, vou postar toda semana um capitulo novo ^^



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Cheguei cansada da escola e joguei minha mochila na cama e fiquei olhando o teto, vi as horas: era meio-dia, então fui até a cozinha ver o que minha mãe estava fazendo para o almoço.

O dia foi estressante na escola e o barulho do transito da grande São Paulo nem era mais tão irritante assim e dava para ir a pé da escola. Quando cheguei à cozinha minha mãe estava fazendo macarrão com queijo.

Minha mãe era uma mulher alta de cabelos negros como a noite de olhos castanhos claros e se chamava Vanessa. Divorciada desde o ano passado. Eu ainda via o meu pai, mas não muito. Moro com minha mãe e meu irmão pequeno de sete anos, David, mas ele ainda estava na escola.

Eu era parecida com a minha mãe: eu tinha cabelos pretos não muito longos, morena e de olhos castanhos.

Depois do almoço liguei para minha amiga Marisa.

Marisa era o tipo de garota que não levava desaforo para casa, mas a maioria das pessoas não sabia disso, pois o seu porte de princesa enganava então todos achavam que ela era uma patricinha sem noção e que odiava quebrar a unha e essas coisas. Marisa tinha cabelos loiros curtos, usava pouca maquiagem, só usava uma sombra rosada e manteiga de cacau, às vezes usava gloss rosa claro.

Tínhamos um trabalho para fazer e eu queria terminá-lo logo. Eu era do tipo de pessoa que estudava o ano inteiro para que no último bimestre eu relaxasse um pouquinho, mas esse ano as coisas iriam mudar, pois acabou de começar o meu último ano na escola, o terceiro colegial.

Queria tirar boas notas para eu conseguir um bom emprego e ter um bom desempenho na faculdade.

Fui até à casa de Marisa para que pudéssemos fazer o trabalho, que era em grupo. Mal começou o ano e já temos trabalhos a fazer, pensei. Em sua casa estavam também Alex e Carla, meus melhores amigos, incluindo Marisa, desde sempre.

O trabalho era de física, nos estressou a tarde inteira e para nos acalmar pegamos um ônibus para o shopping do bairro Higienópolis.

–Cara, o que eu vou fazer? – perguntou Alex a si mesmo quando estávamos na praça de alimentação – Ainda não sei o que quero seguir.

Nesses dias Alex e todos nós estávamos preocupados com o que íamos seguir e era estranho ver que ele se importava, porque em geral nunca ligou para isso, mas agora no ultimo ano de escola as coisas estavam começando a ficar realmente tensa.

Alex também tinha mudado na parte física: estava mais encorpado e bonito do que antes, tinha olhos escuros e cabelos curtos e negros. A mesma coisa com Carla que agora estava cada vez mais parecida com uma mulher do que aquela miúda garotinha que eu conheci há tantos anos atrás. Usava um cabelo chanel cor castanho claro e seus olhos eram muito azuis e, diferente de Marisa, usava muita maquiagem.

–Ainda falta o ano inteiro para decidirmos – respondeu Marisa.

–Para você é fácil falar – eu falei –, já sabe o que quer.

–Eu ainda não tenho certeza, são muitas opções...

–Não acredito que crescemos tão de pressa – falou Carla.

–Está parecendo a minha avó, Carla – brincou Alex.

–Pelo menos não era eu que ficava comendo terra – respondeu ela com um sorriso de brincadeira.

–Hei, foi só uma vez e foi na pré-escola – protestou ele e todos demos risadas, até mesmo Marisa, que não tinha estudado com a gente, mas contávamos a ela o que fazíamos.

–Eu tenho que concordar com a Carla. Parece que ontem estávamos no 4ºano, sabe? Trás uma nostalgia mesmo sendo tão novos – suspirei.

Passamos a tarde toda comentando sobre o passado, o que foi algo muito divertido de se falar, pois nem eu sabia que já tinha acontecido tanta coisa legal conosco.

Depois do shopping Marisa foi até minha casa. Minha mãe tinha grande afeição por Marisa e até pediu para que ela dormisse aqui já que ela era praticamente nossa visinha, mas não deu porque íamos ficar a noite inteira conversando e não íamos conseguir acordar de manhã.

–Detesto todas elas – falou Marisa quando estávamos no meu quarto, enquanto comentávamos das garotas que se achavam um máximo. Já era cerca de sete da noite e estava escuro lá fora. O trabalho havia tirado toda a nossa tarde.

–Por que sempre caem na nossa classe? – perguntei – Tem tantas salas em que podiam colocá-las...

–Mas eu ouvi dizer que a Luiza está numa outra classe.

–Que vá então – eu dei risada. Eu não suportava as garotas da minha classe e Luiza era uma delas, pois elas só pensavam em garotos, maquiagens, festas, bandas que tocam e cantam mal e garotos. Não havia necessidade de elas gritarem tanto quando vêem ou fazem algo empolgante. Tudo bem, eu também grito de alegria, mas elas exageravam. Eu nunca me encaixei nessa categoria de garotas, eu sempre tive meu próprio bando: Alex, Carla e Marisa. Nem sempre com Marisa.

Marisa ficou quieta, o que era bem estranho, pois ela nunca ficava quieta, mas desde que começaram as aulas a senti mais quieta.

–O que aconteceu? Está tão quieta – falei. Ela me olhou nos olhos e vi que algo a afligia.

–O que vai acontecer conosco?

–Como assim?

–É o último ano e nós podemos nos separar e eu não quero. Se eu passar numa faculdade federal, vou estudar longe daqui... Talvez interior de São Paulo.

De imediato vi o que estava acontecendo. Marisa era do tipo “amigas (os) até morrer” e era difícil para ela ver que já estávamos virando adultos e que, talvez, pudesse até acontecer de nós nos separar.

–Fique tranquila. Tudo vai ficar bem. Não vamos nos separar eu tenho seu celular e e-mail – então lhe dei um abraço apertado.

–Amigas para sempre – falou ela meigamente.

–Para sempre – respondi.

Depois que Marisa foi embora eu não via a hora de descansar e assistir a novela das nove. Confesso que nunca perdi um capítulo.

Os dias passaram num pulo e logo eu já me via estudando para as primeiras provas do bimestre. Minha mãe notava o quanto eu andava estressada por causa das provas e eu também já estudei para a prova da faculdade pública. Eu não tinha dinheiro para uma faculdade particular. Era só no fim do ano, mas era melhor já estudar desde agora.

–Fique calma, Ângela! – falou Alex um dia na escola na hora do intervalo. Eu estava falando sobre tudo: provas, faculdade, futuro profissional, e, principalmente, o medo de nunca mais ver os meus amigos – Todos nós ainda vamos nos ver. Você está muito estressada para alguém de dezessete anos.

–Eu sei, eu sei. Desculpe.

–Eu te entendo. Também estou assim, mas tenho certeza que as coisas vão se acertar.

–Não vejo a hora de chegar em casa e dormir.

Ele deu risada.

Assim que acabou a novela das nove eu não pensei duas vezes em cair na cama e dormir.

–Ângela? – chamou meu irmão quando eu passava pela a porta de seu quarto.

–Fala – falei mais ou menos curta e grossa, pois o cansaço me consumia.

–Me conta uma historinha para dormir? – perguntou meio cauteloso.

–Você já vai dormir? – perguntei e ele simplesmente assentiu. Sentei-me na cama – Que história você quer ouvir?

–Qualquer uma.

Eu não era uma boa contadora de histórias, mas arrisquei chapeuzinho vermelho, que durou menos de cinco minutos para ser contada.

–Já acabou? – perguntou desapontado. Cocei a nuca e respondi sem jeito:

–Bem, é. Desculpa, mas não sei contar historias.

–Então invente uma.

–Tudo bem eu prometo inventar uma historia para você, está bem?

–Tudo bem – respondeu com entusiasmo. Dei-lhe um beijo na testa e uma boa noite.

Antes de deitar eu fiquei olhando uma foto que eu tirei com Alex, Marisa e Carla no dia das bruxas. Não demorei muito para adormecer.



Eu sonhei que estava na rua com Alex, Marisa e Carla e estava muito sol. A rua era uma que eu e Marisa pegávamos para ir à escola só que não estávamos indo para a escola. Estávamos brincando e rindo. Eu estava com minha roupa mais básica: calça jeans preta, blusinha branca, um casaco preto e um tênis. Nós três andávamos e conversávamos e, principalmente, brincávamos quando derepente uma forte luz, que parecia vir do além ou do sol, invadiu meus olhos e me vi parada, sozinha, diante de uma imensa floresta de árvores. Um buraco começou a se abrir na árvore que estava a minha frente e apareceu um portal azul e roxo com algumas faíscas azuis.

Vá em frente, entre, disse uma voz masculina em minha cabeça. Não, respondi, isso vai me matar. Não vai não, confie em mim e entre, disse a voz do homem e, por algum motivo eu acreditei nele e senti como se nada pudesse me acontecer de mal. Estendi primeiro o meu braço e fiquei com medo que aquelas faíscas eletrocutassem-me, mas fui mesmo assim. Num pulo entrei com tudo no portal não sentido mais minhas pernas no chão e uma estranha sensação de estar voando. Um turbilhão de cores apareceu e então...



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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem. Gostaram? Mereço comentários? ^^