Ele me olhava com as mãos ainda estendidas e bem dentro dos meus olhos, era como se pudesse ver minha alma. Peguei-a:

– Isabella, Isabella Swan! E este pequeno? Suspeito ser seu filho certo?

– Sim, esse é Anthony! Fale oi filho, e não se esqueça do pedido de desculpa a essa adorável moça! – Ele ainda me fitava ao proferir as palavras “adorável moça” e eu claro, corei.

– Dicupa Isabella! – Disse se escondendo de novo.

– Ooh, não precisa se desculpar querido... Venha cá, me de um abraço sim? – E nisso me abaixei e recebi o abraço mais gostoso do mundo.

Me levantei e ficamos nos encarando alguns segundos atém me dar conta de que meu café já me esperava na mesa.

– Ãn, se importa se nos sentarmos juntos? Tonny me fez vir até aqui somente pelos frappuccinos do café.

– Não... Claro que não, estava sozinha mesmo, acho que seria boa uma companhia, o dia não foi fácil...

Sentamo-nos a mesa um de frente para o outro enquanto o garçom trazia aquelas cadeirinhas altas para Tonny junto com frappuccino.

– Aliás, pode me chamar somente por Bella, prefiro assim.

– Tudo bem... Então Bella, o dia não foi fácil, me conte um pouco do que você faz trabalho, casa... Marido?! – Sua afirmação mais me parecia uma interrogação.

Olhei baixo em minhas mãos e vi que mexia agitada no meu solitário que avia ganhado dele quando me descobri grávida de Elizabeth.

– Oh não... Er, quer dizer! Eu não... Não sou casada. Ganhei este anel quando estava grávida da minha mais nova. – Me incomodei com o assunto e penso que ele percebera isso. – Em momento mais oportuno contarei sobre esse detalhe... Quer dizer, se formos nos ver de novo claro...

– Com certeza, quer dizer, adoraria me encontrar com você mais vezes.

– Bem, continuando, trabalho ao lado do Hospital Maternidade de LA, tenho um consultório de obstetrícia...

E começamos a contar um ao outro sobre nossas vidas. Descobri que seu pai era Diretor Chefe do hospital em que eu trabalhava, Carlisle Cullen se chama. Senti-me uma burra por não ter ligado os nomes. Edward me disse que era separado, Tanya, sua ex-esposa avia o traído logo depois que Anthony nascera então ele desfez o seu casamento ganhando a guarda de seu filho 100%. Disse-me que era médico e que seria o braço direito de seu pai no hospital, até mês passado me dissera que trabalhava em Orlando em um hospital escola, mas que seus pais começaram a reclamar da distância e de saudade do filho e neto e bem, ele tivera que voltar, me disse que começaria amanhã lá. Fiquei feliz com isso, estranhamente eu o queria perto, senti que podia confiar nele.

Ficamos uma hora conversando e quando sol já se ia e Anthony já estava a pedir por banho e cama, decidi que já estava na hora de ir embora, minhas filhas precisavam da mãe.

– Vou te ver amanhã Bella? – Ele me perguntou já perto de nossos carros. Ele tinha um volvo prata lindo. O meu era uma nova Eco Sport vermelha Ferrari, eu sou apaixonada por carros brasileiros, e este era perfeito para carregar minhas filhas no maior conforto possível.

Despedimos-nos e parti para minha casa cuidar das minhas princesas. Hoje mais do que nunca precisava delas.

Desliguei o carro já em minha casa e estava tudo parcialmente apagado, imaginei que Alice já as tivesse colocado na cama. Entrei pé a pé, chegando ao quarto das meninas me deparo com a cena mais linda que já vi. Minhas meninas cada uma em sua respectiva cama. O quarto delas avia sido corado por Alice, minha melhor amiga e de dia, babá de minhas filhas. Aquela fadinha era minha alegria, um pouco mais baixa que eu, ligada em uma tomada e cabelos curtos, essa era Alice, noiva de Jasper Halle, irmão gêmeo de Rosalie Halle, uma daquelas mulheres que somente sua respiração nos humilhava.

No quarto havia uma beliche e em cada cama em sua parede tinha seus nomes em madeira branca, as paredes eram verde e minhas pequenas eram quase afogadas por suas cobertas, bichinhos e travesseiros. Cheguei mais perto e Catherine dormia na cama de cima profundamente, seus cabelos loiros caídos na face, olhei na cama de baixo e vi Elizabeth dar uma longa suspirada, daquelas que as crianças costumam dar quando estão em seu mais profundo sono.

– São lindas não são? – Acho que acordei Alice.

– Ops, desculpe, acordei você?

– Não Bells, eu já havia escutado você entrando na garagem.

Alice se levantou e saímos do quarto, antes fui a cortina da sacada que dava com visão pra piscina e a fechei. Sai do quarto com uma Alice um tanto murcha ao lado.

– O que ouve hoje Allie?

– Tivemos uma pequena briga hoje... – Disse suspirando. – Cathy não quis brincar hoje e Lizzie chorou o resto da tarde, parou quando começamos a assistir filme da Barbie.

– Catherine deve estar cansada de... – Tentei dizer enquanto entrávamos em meu quarto, mas fui cortada por ela.

– Você sabe bem o por que ela estar ficando desse jeito Bella... – Disse me olhando séria. – Catherine não tem mais 3 anos Bella, não pode mais mantê-la trancada dentro de 4 paredes sem nenhum contato com as crianças lá de fora. Ela sente falta disso, está cansada de ter somente Lizze por perto uma tia louca e uma professora particular a tira colo.

Aquilo doeu, mas era a verdade, desde que meu marido morrera não queria mais perder nenhum segundo da vida dos meus filhos, e naquela época tinha acabado de descobrir da minha gravidez e da leucemia de Joshua então uma coisa puxou a outra e quando me dei conta, Alice era minha babá particular e minhas crianças tinham uma professora particular, só saiam de casa com alguém da família.

– Ok Alie, você tem razão, talvez eu realmente deva começar a pensar em deixá-la voltar a escolhinha, prometo pensar no assunto.

– Eita? Que bicho te mordeu Bellinha? Ta mais compreensiva, pensei que teria que falsificar sua assinatura pra matricula-la na escola.

– Alice. – A repreendi.

– Tudo bem, tudo bem. Mas que você ta diferente está, tem um brilho diferente nesses seus olhos... Quem é o causador disso tudo?

Pelo visto a noite seria longa...