- Tudo bem, por onde começamos? - Ele perguntou, puxou o pano e revelou um armário retangular e cumprido, devia ter uns dois metros e meio de altura, e havia uns detalhes medievais nele, era um preto petróleo, e na parte de cima ele era inclinado para o lado esquerdo e era pontudo no lado direito. Era um armário realmente bonito.

- Aqui, procure alguma coisa nesse livro – Entreguei a ele um livro de feitiços antigos, e o loiro começou a folear.

Abri o armário e observei por dentro. Coloquei uma pena lá e esperei. Ouvi barulhos dentro dele e quando abri a pena ainda estava lá, na mesma posição que eu colocara e sem se mover, é, aquele armário realmente não funcionava. Confesso que acho que teríamos que usar magia negra.

Draco então deu um urro de felicidade, e fez com que eu me sobressaltasse.

- AH! O que foi, maluco?! - Perguntei, e fui até ele. Ele dobrou a página e lá estava escrito os feitiços que explicava como desfazer ou refazer feitiços já inutilizados. Era algo em latim.

Ele começou a fazer os feitiços, mas logo recuou e se sentou em uma cadeira próxima, ofegante.

- O que houve? - Perguntei me aproximando, ele me fitou e ofegou.

- Esse feitiço cansa, parece que eu vou desmaiar – Ele disse, e colocou as mãos sobre a cabeça.

Peguei o livro e comecei a sibilar as palavras em latim que eram extremamente dificieis. De repente um mal estar bateu em mim e eu arfei. Cambaleei para trás e cai no chão.

- Por hoje chega – Eu disse, assim que retomei minhas forças e consegui me levantar – Vamos ter que nos juntar pra fazer isso durante dias. E você vai ter que se comunicar com algum comensal da Borgin & Burkes pra tentar resolver o problema, talvez tenha alguma coisa no armário sumidouro de lá também.

- Tudo bem – Draco concordou e eu já ia caminhando em direção a porta, e aí ele me seguiu. Parei no meio do caminho e ergui a mão.

- Ah! Espera eu sair, não quero ser vista com você, é arriscado – Saí da sala precisa e assim que alcancei o quadro da mulher gorda, mandei uma mensagem na moeda pra que ele saísse.

- Sangue de salamandra! - Sibilei e o quadro abriu, passei pelo corredor, Rony estava roncando no sofá.

“Faça seu papel de boa namorada e vá acordar ele. Dá um beijo nele e acorda ele, dê boa noite e suba pro dormitório”

Minha consciência disse.

Fui para cima dele e lhe dei um beijo.

- Cheguei. Vou pro dormitório. Eu te amo – Disse e acariciei seu rosto e depois subi pro dormitório na surdina. Por sorte ninguém havia me visto.

Ao entrar eu me troquei, e adormeci rapidamente depois de deitar na cama e fechar os olhos.

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Era de manhã, eu já estava pronta. Estava uniformizada, com o uniforme vermelho e branco perfeitamente alinhado, e como sempre a manga cumprida da capa caiu sobre meu braço esquerdo, pra que não deixasse a marca exposta em meu antebraço. Minha primeira aula era com eles – Rony e Harry – Era poções, que por Merlin, não era com o eu-não-lavo-meu-cabelo, Professor Snape, e sim com Slughorn.

Desci para o salão principal. Sentei ao lado de Fred e Jorge, e como sempre meu querido namorado – notaram a ironia? – Estava com as bochechas quase estourando de comida, e a franja caindo sobre os olhos amêndoa. Soltei um suspiro discreto, eu nunca imaginei que aquela pessoa com um olhar angelical, um rosto simplesmente perfeito, fosse fazer isso comigo. Ele era maravilhoso. E, garanto que se não fosse essa traição, nada disso teria acontecido, e nós seriamos um casal feliz.

Dei de ombros, peguei algumas panquecas e tomei suco de laranja.

Harry estava comendo também, mas parecia apreensivo. Olhei-o de esgoela e lancei um olhar preocupado. Ele fez um gesto com as mãos e gesticulou um “Preciso falar com você depois” com as mãos. Apenas assenti, e nós caminhamos para a primeira aula, o “Trio de Ouro.”

Slughorn estranhamente saldou Harry, como se fosse extremamente satisfatório tê-lo ali. Mas Harry era péssimo com poções e eu sabia disso. Dei de ombros.

- Minerva nos arrastou... Eu e Rony não temos o material – Ouvi Potter comentar com o professor gorducho.

- Tudo bem, pegue o material no armário – Ele gesticulou para o armário e ambos pegaram os livros.

- Bom – Slughorn se virou para a sala – Essa poção é a Félix Felicis – Ele apontou para um frasquinho preso por uma pinça grossa no ar – Alguém sabe me dizer pra que serve?

Ergui minha mão no ar, e o professor apontou pra mim.

- Félix Felicis, mais conhecida como sorte líquida. Uma gota e você obtém sucesso em tudo que deseja fazer. A Félix demora cerca de seis meses para ser preparada – Expliquei, orgulhosa.

- Correto! Hoje vamos preparar a poção do morto vivo. E quem preparar uma poção aceitável, ganhará esse frasquinho de Félix – Ele disse. Ótimo. Exatamente PERFEITO. Eu precisava ganhar essa poção, e estaria feita. Bom, se eu não ganhasse, eu correria atrás de fazer, eu era boa com poções – A receita está na página dez de seus livros.

Eu abri e comecei a fazer, com um tanto de dificuldade. Oh poçãozinha complicada. Bom, vou resumir. Minha poção ficou roxa e fumegante, quando o certo era ela ficar azul e sem fumaça. Harry preparou uma poção perfeita, algo que me deixou indignada, Harry NÃO era bom em poções! Maldito. Bufei.

O próximo tempo era livre, e eu tinha combinado com meu melhor amigo e meu querido namorado que iríamos a Hogsmeade.

- Vamos? - Rony perguntou enlaçando-se em minha cintura assim que eu saí da sala.

- Vamos – Eu disse e selei nossos lábios falsamente, e caminhamos eu, ele e Harry para o vilareijo.

Fomos ao três vassouras, e eu pedi cerveja amanteigada. Rony estava sem vontade de tomar – e olha que pra Rony recusar comida ou bebida é milagre – porque Gina estava aos beijos e abraços com Dino Thomas. Eles formavam um casal bonito.

- Para de nóia, Ron. Sua irmã já é grande e faz o que quer, deixe ela ser feliz – Bufei, mas Harry parecia enciumado também. Uni as sobrancelhas, confusa. Então, um pouco ao longe, ouvimos uma voz, um berro agudo.

Saí correndo em direção a neve e tropecei em meus próprios pés. Caí diante de uma cena extremamente deplorável, e assustadora. Katie Bell, uma garota, artilheira de quadribol, estava suspensa no ar, com os braços abertos, a boca aberta e os olhos negros. Por seus lábios saia um som estranho. Olhei aterrorizada e logo abaixo da garota possuída, havia um pacote com um colar. Um colar enfeitiçado, obviamente.

Hagrid rapidamente chegou e tirou a garota que agora estava desacordada no chão, levando-a pra enfermaria. Peguei o pacote por cima do papel, e corri a entregar para Minerva.

- Chame Snape, por favor – Ela disse para uma garota que estava em sua sala, e a garota o fez.

Minerva ficou observando e analisando o objeto com cautela e sussurrava coisas como “eu tenho certeza que foi enfeitiçado.” E após alguns minutos, Snape adentrou a sala.

- Mandou me chamar? - Perguntou

- Sim, sim – Ela disse se livrando de seus devaneios – Katie Bell foi encontrada possuída com isso, Severo, eu tenho certeza que foi enfeitiçado.

Ele não disse nada, apenas pegou sua varinha e lançou um feitiço que fez o objeto flutuar.

- A senhorita Bell tem sorte de estar viva – Ele disse simplesmente. Alguém tentara enfeitiçar Katie, agora, com que objetivo, e quem?

- Foi o Malfoy – A voz do moreno me surpreendeu. Como ele acusaria assim? Snape se virou pra ele, perplexo, mas visivelmente incomodado com a acusação do moreno.

- Isso é uma acusação realmente grave, Potter – Concluiu, mas parecia perturbado. Algo estava errado com Snape, foi Harry mencionar Malfoy que ele mudou completamente.

- De fato! Quem lhe disse isso, Potter? - Minerva disse.

- Simplesmente sei.

- Simplesmente... sabe – Ele bufou, largou o colar em cima da mesa e saiu.

Sem dar explicação a ninguém, eu saí atrás dele. Havia alguma coisa e eu precisava saber o que era.

Corri atrás dele na surdina, seguindo Snape. Então eu vi uma figura loira ser encostada chocada contra a parede, em um canto escuro e isolado do castelo. Me escondi, na parede do começo do corredor.

- Eu não preciso da sua ajuda! - Era a voz de Draco.

- Eu fiz o voto! - Snape sibilou, ainda pressionando o loiro contra a parede.

- Eu não me importo! Ele me escolheu, essa missão é minha, é o MEU momento! - Berrou Malfoy.

Do que ele estava falando? Snape olhou pro lado, e eu ofeguei, indo pro lado, colando minhas costas nas paredes frias e arfando.

- Eu fiz o voto perpétuo! Eu devo proteger você! - Snape disse em um grito surdo.

- Essa missão é minha! - Ele berrou mais uma vez.

Que missão? Bufei, e saí do local vendo que Snape logo me descobriria. A próxima aula era com ele. Corri para a sala comunal e peguei meus livros. Assim que deu o horário de sua aula, desci correndo e entrei na sala de Defesa Contra Artes Das Trevas.

- Detenção, Granger – Snape disse sem se virar, fazendo anotações na lousa.

- O quê? Mas por que? - Perguntei indignada, e bufei.

- Chegou atrasada, a aula começou em cinco minutos.

- Mas professor, são SÓ cinco minutos – Eu disse.

- Saia da minha sala agora – Ele sibilou e fechou a porta em minha cara. Fiquei fitando a porta sem dizer nada, e bufei. Voltei pra sala comunal da Grifinória.

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E lá estava eu, indo pra detenção. Minha detenção era limpar a sala de troféus.

Arrestei-me pelos corredores frios e bufei. Senti algo puxar-me pelos ombros e me empurrar contra a parede fria. Arfei, abri os olhos que eu nem notei ter fechado e vi o cabelo oleoso e os olhos negros me fitando.

- O que você está tramando, Granger? - Disse Snape, e eu ofeguei, lembrando, que ele estava na reunião com o Voldemort.