Minha Adorável Stalker escrita por Panda san


Capítulo 7
Um simples copo de suco azedo [Parte II]


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas! Lembram de mim? Estão com vontade de ler este capítulo que eu escrevi? Não? Okay ;-;

Bem, escrevi esse capítulo com muito carinho. Não está tão movimentado como os outros, mas está legal! (eu acho)

Paçoca para vocês e uma ótima leitura!



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O maldito despertador tocou. Seis da manhã de uma segunda-feira normal. Normal? Mizuno havia sumido do mapa.

Sim, isso mesmo! Não era incrível? Não, claro que não. Eu estava seriamente preocupado, nem sabia direito o que fazer ou pensar. O pouco que conheço aquela doida é o suficiente para saber que ela não desapareceria assim... Tão repentinamente. Apesar de ter perdido a chance de me castrar, ela não desistiria assim tão facilmente.

A fiquei esperando o fim de semana inteiro, todos me perguntavam à mesma coisa:

“Onde está Mizuno-chan?”

Como diabos eu poderia saber?

A única coisa que eu tinha plena certeza é a de que ela foi embora furiosa e levou Coqueluche consigo... Mas isso realmente não ajudava em nada e eu não podia sair falando isso com as pessoas.

Levantei da cama e fui tomar o café da manhã. Alguns dias atrás Mizuno me daria um chute no traseiro por “acidentalmente” pisar nela quando, por um milagre, ela dormia no colchão de baixo. Não que eu sentisse falta disso! Era apenas... Diferente.

Fiquei admirando o canivete que ainda estava cravado na porta. Eu sou uma decepção para mim mesmo. Nunca tive dificuldades para beijar uma garota, mas não posso me culpar, quando se trata de Mizuno as coisas nunca acontecem da forma que eu espero. Tirei o canivete dali com um pouco de esforço e o enfiei no bolso da minha calça do uniforme que estava pendurada, por sinal, no telhado da provisória casa de Coqueluche.

Desci as escadas com certa rapidez e logo cheguei à cozinha. Dei uma boa olhada para a mesa do café-da-manhã. Parecia apetitosa, estava cheia de pãezinhos e geléias variadas que eu adorava, mas eu não sentia vontade de comer. Parecia que meu estômago estava embrulhado. Sentei a mesa e me servi um pouco de café que tomei em alguns goles.

–Brigou com a Mizu-chan, não foi filho? – Disse minha mãe caridosamente. – Não se preocupe, ela volta Kotarozinho. Eu e seu pai brigamos tantas vezes e veja: Nós ainda estamos juntos! – Lançou um sorriso caloroso.

– Mãe, não me chame de “Kotarozinho”. Não sou mais um bebê. – Resmunguei enquanto ia lavar a minha xícara.

– Se não fosse já teria ido atrás de Mizu-chan! – Falou de um jeito engraçado, mas com raiva socando com força a mesa.

– Mamãe, pegue mais leve. Não quebre outra mesa, por favor. – Murmurou Yui que segurou um dos punhos fechados de nossa mãe.

– Você fala como se fosse fácil. – Respondi em um tom mais alto que eu desejava.

Dei a volta pela mesa e subi novamente as escadas para colocar meu uniforme, escovar meus dentes e tal.


– O que você disse garoto? Não me responda em murmúrios seu bastardo! Volte aqui! – Gritava minha mãe da cozinha. Apenas ignorei e voltei a subir as escadas.


***

Mizuno’s POV [on]

Acordei com uma luz forte refletindo do que parecia uma janela. Reconheci o lugar, era o quarto do meu adorável primo que havia me sufocado até desmaiar ontem à noite. Que bela família que eu tenho.

– MASAMI SEU DESGRAÇADO! EU JURO QUE QUANDO EU SAIR DAQUI, VOCÊ SERÁ O PRIMEIRO QUE EU VOU ASSASSINAR! – Gritei até ficar sem fôlego nenhum.

Eu estava deitada na cama dele com os braços e pernas algemados na cabeceira. Oh, maravilha eu estou de camisola! Aquele maldito pervertido.

– Oh, você acordou Mizuno-chan? – Disse sarcasticamente. AH, ALGUÉM VAI MORRER HOJE!

– Masami, querido Masami... Seu saco inútil e cheio de lixo.

– O que é isso? Onde estão seus modos? – Soltou uma gargalhada e se atirou em uma das poltronas que estavam no quarto.

Para falar a verdade o quarto era bem chato. Paredes brancas chatas, essa cama que eu estou algemada chata, as várias poltronas chatas com estofado bege em volta de uma mesinha de chá chata e várias janelas chatas com cortinas chatas. Tudo muito certinho e monótono.

– Ah, cale a boca seu desgraçado. Você quase me mata e ainda pede para eu ser educada? – Soltei uma risada. – Muito bom Masami, você se supera cada dia mais.

– Não fale assim. Minha intenção não era essa. – Ele sorriu e levantou da poltrona, vindo em minha direção. Sentou sobre o colchão e segurou o meu queixo com força para olhar diretamente em seus olhos, tão azuis quanto os meus. – Você sabe que não quero que você morra. O que seria de mim sem você?

Virei o rosto e consegui ouvir seu longo suspiro. Minha vontade era fazer o mesmo. Suspirar e logo em seguida matar alguém... Não bem nessa ordem.

– Por que diabos eu estou aqui? – indaguei. Ele apenas pigarreou em resposta.

– Uma armadilha.

– “Uma armadilha”? – Perguntei confusa.

– Sabe, como eu disse anteriormente, não quero que você morra. Porém, isso não quer dizer que eu não queira que outras pessoas morram.

Kotaro... Merda.

– O que você pretende fazer com Kotaro?! – Virei meu rosto com raiva em direção a Masami.

– Calma, calma priminha. Eu não vou fazer nada. – Falou calmamente, levantando as mãos como se fosse inocente. Inocente é o caralho. – Pelo menos eu não vou fazer nada.

– O que você quer dizer com isso, Masami? – rosnei.

– Ane-chan fará isso por mim.

– Ah... Tudo faz sentido. Você se juntou com aquela vadiazinha, não? – Sorri em satisfação.

– Não fale besteiras, – a expressão de Masami tornou-se séria e fechada. – Você sabe que isso é impossível.

– Eu não sei de mais nada. Agora. - respirei fundo - ME SOLTE!

– Desculpe-me Mizuno-chan, mas no momento isso é impossível. – Choramingou. – Bem, tenho umas coisas para fazer, já volto minha querida prima. – Se aproximou vagarosamente e me encarou por alguns segundos. Tentou me dar um beijo, mas eu virei meu rosto. Estava sentindo um ódio tão grande! Se não estive algemada já teria arrancado àqueles olhos malditos e dado aos cães. – Espero que você não tente fugir, se não serei obrigado a abusar de você. – Tentou um sorriso malicioso, mas para mim soou cômico. Fui obrigada a segurar a gargalhada até Masami sair porta a fora.

– E agora? Como eu vou sair daqui?

Mizuno’s POV [off]

***

Estava juntando meus materiais até que uma garota de cabelos castanhos presos em tranças se aproximou.

– Ahn... M-Masaji-san?- Falou em tom nervoso. – Não quero me intrometer, m-mas você brigou com Katagawa-san?

– Pode-se dizer que sim. – Dei de ombros. Para falar a verdade, nem lembrava quem era essa garota. Fui à direção da porta até que ouvi a garota me chamar novamente.

– M-Masaji! Lute por seu amor! – Gritou com vontade.

Fiquei parado por alguns instantes. Como lutar por algo impossível. Estúpido isso, não? “Lutar pelo meu amor”... Fácil falar quando o seu suposto “amor” não é uma louca psicopata. Mas por algum motivo aquilo me encorajou... Mizuno pode estar em perigo ou algo do gênero.

– Ei, garota. – virei e pude ver a surpresa em seus olhos – Obrigado. – Esbocei um sorriso no canto da boca. – Vou tentar!

Sai da sala correndo. Eu precisava encontrá-la... E já tinha uma pista de como fazer isso.

***

O Sol já estava se pondo, mas as paredes do beco sem saída cobriam toda e qualquer forma de vê-lo. Foi ali que eu encontrei Ane e era a minha última chance de saber onde Mizuno estava. A possibilidade de aquela garota morar ali era bem baixa, mas eu tinha que tentar afinal. Tudo estava igual. Muros de tijolo cheios de musgo, um poste de luz que piscava freneticamente e uma grande caçamba de lixo.

Bati algumas vezes na porta de madeira e esperei algum tempo até ouvir o rangido de sua abertura. E lá estava Ane com os olhos castanhos brilhando em minha direção.

– Masaji-san! Você voltou! – disse animada, esticando os braços para me dar um abraço, mas eu os afastei.

– Precisamos conversar. – falei o mais sério que pude. Não queria e nem podia me deixar levar pela aquela garota novamente. Isso havia me custado muito. – Posso entrar?

Ela esticou os braços para dentro da saleta em um gesto positivo. Eu já ia me sentar em uma das cadeiras, mas Ane puxou minha mão e me levou a caminho de uma outra porta que estava trancada com um cadeado. Ela tirou um pequeno molho de chaves... Digamos que... Do sutiã. Eu não pude evitar de olhar, ok?!

Escolheu delicadamente a chave correta e abriu o cadeado com um “click”. Quando ela girou a maçaneta e empurrou a porta eu não acreditei no que estava vendo.

O chão da sala era coberto por um longo tapete cor-de-rosa que cobria todo o lugar, havia um grande sofá de estofado branco e uma mesa de vidro baixa em sua frente com algumas revistas e quase que um mini-bar no canto do lugar, com um grande balcão, vários copos e uma geladeira. As paredes eram bem pintadas de rosa também e um grande lustre de vidro estava preso no teto. Sinceramente, meu queixo caiu. Eu nunca imaginaria que naquele beco haveria um lugar assim... Tão aconchegante. Bem, exageradamente aconchegante.

– Sabia que você viria! Masaji-san! Estava com tanta saudade! – Disse animada vindo em minha direção. – Não consegui esquecer o que aconteceu aquele dia. – Tentou me abraçar mais uma vez, mas eu novamente a afastei.

– Desculpe. Não quero falar sobre isso.

– Mas então, - ela caminhou até o "mini-bar", nem parecia ter ficado abalada com o que eu disse. – Se não estava com saudades, por que veio? – Perguntou apoiando os cotovelos no balcão.

– Ane... Preciso perguntar algo... – respondi coçando a cabeça.

– Pergunte.

– Você conhece aquela garota que apareceu... Bem, quando nós estávamos...

– Nos amando? – Continuou empolgada.

Eu não estava amando ninguém, afinal, meu único pensamento enquanto agarrava Ane era em outra garota... Uma garota psicótica que eu conheço. Resolvi não ser tão rude, a deixei pensar assim.

– Você a conhece? É Mizuno seu nome.

Ane pensou por alguns segundos e respondeu positivamente com a cabeça.

– Ela desapareceu... Você faz ideia de onde posso procurá-la? – Perguntei meio sem jeito. Tinha uma grande chance dela não saber e outra grande chance de saber e não querer me contar.

– Claro! Quer que eu te leve até lá? – Perguntou animada.

Surpreendente. Acho que julguei um pouco mal Ane. Ela era realmente uma pessoa legal. Quem se ofereceria para isso? Acho que quase ninguém! Tive uma grande sorte de conhecê-la.

– Sim! Seria ótimo Ane, muito obrigada!

– Hmn, você gostaria de beber um suco antes? Está muito quente esses dias, não? – Falou enquanto pegava uma jarra da geladeira e servia em um dos copos do balcão.

Na verdade não estava quente, mas resolvi ser educado e aceitar o suco, afinal, aquela garota estava sendo muito legal comigo. Qual o problema de um simples copo de suco?

Peguei o copo servido e bebi quase tudo. Estava uma delícia.

– Então Ane, eu volto aqui amanhã. Tudo bem por você?

– Claro. – respondeu com um sorriso gentil nos lábios.

– Ah, só mais uma coisa: Como sabe meu nome?

Ela parou e olhou para o relógio em seu pulso, como se contasse algo.

– Ane?

– Três... Dois... Um! – Ela pulou como se comemorasse a entrada do ano novo. – Boa noite Masaji-san!

“Boa noite Masaji-san”? O que ela queria dizer com aquilo?

Quando fui girar a maçaneta da porta para ir embora, tudo ao meu redor começou a rodar. Tentei me apoiar em uma das paredes, mas acabei perdendo o equilíbrio e caindo no chão. Senti meu estômago embrulhar novamente e perdi totalmente os meus sentidos. A última coisa que ouvi foi:

“Au revoir, bonne nuit...

...Kotaro Masaji.”

M-Mizuno? C-Cadê você?


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Notas finais do capítulo

AAH! O que acharam do capítulo e da capa nova? :33
Comentem para que eu possa melhorar, ok?

Até o próximo capítulo uwu
P.S.: Me desculpem por meus erros de escrita ;_;