Minha Adorável Stalker escrita por Panda san


Capítulo 13
O mendigo, o louco e o noivo


Notas iniciais do capítulo

Ei, galera! Era para eu ter postado antes, maaas sacomé!
Capítulo quentinho para vocês, meus leitores amados! Peço perdão por qualquer erro! Fiz esse capítulo um pouquinho mais longo para compensar! Beijinhos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/317262/chapter/13

A porta se fechou com um estalo.

Me afastei com certa cautela.

– Para onde aquele desgraçado foi?! - escutei a voz enfurecida do cara-de-rato. Um estrondo de objetos colidindo contra a parede do beco duraram um curto período de tempo. Os gangsters haviam finalmente desistido de me comer vivo! Estava salvo! Bem... mais ou menos.

O tal homem ruivo que me dera abrigo estava sentado confortavelmente em uma cadeira bamba de madeira. Aquele lugar parecia mais um porão imundo e mal iluminado. Seus olhos azuis escuros agora eram visíveis por de baixo do óculos. Tragava um cigarro perto de uma pequena mesa onde apoiava o cotovelo esquerdo.

Por que isso soa tão familiar?

– O-Obrigado por salvar a minha vida. - disse suspirando aliviado. - Eu conheço o senhor de... algum lugar?

O homem expeliu a fumaça e se levantou vagarosamente.

– Talvez, mas nunca nos vimos antes.

Um nó se formou em minha cabeça. Seria ele um ator decadente de algum país americano? Seu rosto era rústico, com traços fortes, mas daria certo como modelo. Um sinal vermelho soou em minha mente. PERIGO! Não sabia o porquê, mas precisava sair dali o mais rápido possível.

– B-Bem... então é isso, ok? Até! Obrigado novamente! Adeus! Vou por aqui! - disse rapidamente tentando abrir a porta que agora se encontrava emperrada. Puxei a maçaneta com força, mas antes que pudesse fugir daquele lugar tenebroso uma mão tocou meu ombro. Soltei um grito e pulei arrepiado.

Acalme-se, rapaz. - o homem disse. Sua voz soava firme, mas gentil. - Deixe-me apresentar.

O ruivo abriu um pequeno espaço entre nós. Nossa diferença de altura era de quase dez centímetros. Tirou os óculos e linhas de expressões ficaram ainda mais visíveis, revelando sua idade. Aqueles olhos. Azuis de um escuro profundo. Familiar.

– Prazer em conhecê-lo. - abriu um sorriso. - Chamo-me Kazuo Katagawa.

***
[Mizuno's POv On]

Aquele nome ecou em minha cabeça. Ane, aquela vadia. Sabia a reação que Ryo desejava ver em mim, mas não daria o que ele queria tão facilmente. Sorri.

– Era só isso? - segurei a maçaneta e a forcei para fechar. Ryo bloqueou a porta com a mão direita a abrindo novamente.

– Sim, era só isso, sobrinha querida. - ele soltou a porta e assim pude fechá-la com brutalidade. O som ecoou pelo corredor.

Encostei-me na porta. Tinha que pensar rápido. Pela janela eu podia ver o Sol se pondo no horizonte. Kotaro poderia estar em perigo, mas precisava encontrar Masami no "lugar de sempre". O que ele queria? Não fazia ideia. Precisava descobrir.

Calcei o sapato e procurei no fundo falso da gaveta de um dos bidês. Tirei o canivete com satisfação e o escondi na manga da camiseta. Precaução nunca é demais.

***

Andei a passos largos pelo gramado. O "lugar de sempre" nada mais era do que o jardim dos fundos da mansão. Ali era onde eu e Masami costumávamos brincar quando crianças. Como as coisas poderiam ter mudado tanto?

Masami se encostava sob uma árvore torta de galhos secos. Seus músculos estavam em destaque com a camiseta branca que usava. Encarava-me como um lobo encara sua presa. Não engoli em seco. Não exitei. Não desviei os olhos. Deixá-lo dominar a situação? Nunca permitiria.

– Masami. Seu desgraçado.- abri um de meus sorrisos irônicos enquanto cruzava os braços. - Qual é o seu maldito problema?

Os lábios de Masami se contraíram em um sorriso malicioso.

– Problema? - lançou uma risada debochada. - Eu tenho nenhum problema. Já você...

– Deixou-se controlar por aquela lolita vagabunda. - fechei o sorriso, mas mantive o tom irônico em minha fala. Apenas falar sobre Ane faz com que meu estômago se embrulhe.- O que me surpreende é o fato de que Ryo não fez absolutamente nada para impedir que um de nossos rivais se aproximassem.

– Rivais? - lançou uma risada debochada. - Pelo visto você não está por dentro dos negócios, Mizuno-chan.

Meu coração palpitou de forma diferente. Minhas mãos suavam, mas não poderia deixar que ele notasse minha apreensão.

– Então, me conte o que eu perdi.

Masami caminhou em minha direção obrigando-me a recuar. Meus olhos ainda encontravam os seus, mas eles não pareciam mais pertencerem ao primo que brincava comigo nesse mesmo jardim durante a infância. Senti a árvore se aproximar sob minhas costas. Nossos corpos, agora, estavam separados por poucos centímetros. Permaneci com a lâmina em meu alcance. Minha respiração estava acelerada, não consegui controlá-la. Masami ria da minha cara sem emitir som algum.

– Fizemos um acordo com os Shimizu. - o moreno apoiou seu braço direito na árvore, logo acima da minha cabeça, tentando me encurralar.

– Que tipo de acordo? - perguntei mantendo a calma na voz. Ele aproximou seus lábios dos meus, mas virei a tempo de evitar o toque. Contrai-me de desgosto quando Masami beijou minha orelha. Logo sussurrou:

– De paz. Não é óbvio?

Cerrei os dentes. Aquele situação era incômoda demais para aguentar.

– Afinal, por que você me chamou aqui? Anunciar o acordo de paz é que não foi. - virei meu rosto novamente a posição inicial. Masami afastou-se fechando a cara. Ué, tudo perdeu a graça agora?

– Não posso permitir que se case com... Ele. - disse com tom amargo.

– Já discutimos sobre isso. - massageei minhas têmporas. Que desperdício de tempo.

– Você não entende, Mizuno! - Masami socou o tronco da árvore. Senti a lâmina do canivete sob a manga e o segurei exitante, sem transparecer na face. Sua expressão era transtornada. - Vai deixar alguém como ele assumindo NOSSOS negócios?!

– Sim. Ele é mais bem capaz do que você, Masami. - mudei o peso de uma perna para outra. Conseguia ver ódio que transbordava dos olhos azuis de meu primo. - Olhe só para você.

– Olhe só para MIM?! - Ele riu colocando as mãos na cintura. - Olhe só para VOCÊ! Toda apaixonadinha por um bosta como aquele?! Francamente, Mizuno!

– Eu não estou "apaixonadinha". - disse séria.

– AH-HA! Não está?! - Apoiou violentamente as mãos entre a minha cabeça, na árvore. Senti-a tremer. - Está transparente na sua cara!

– E você?! Virou a vadia da Ane agora?! - se for para mostrar os podres que se mostrem todos então. Masami passou sua mão pela barra da minha blusa, ameaçando adentrá-la. Estremeci. Aquele movimento fora inesperado. Tentei escapar, mas ele me segurou logo abaixo dos punhos, posicionando-os sobre minha cabeça.

– Você que se tornará a minha agora.

Senti o toque de sua mão quente sob minha pele. Por sorte ele houvera me prendido em uma posição que o canivete, escondido sob a manga, era possível de ser empunhado. Antes que os a situação pudesse se tornar perigosa peguei a lâmina e a girei, lançando um golpe em sua mão. Masami recuou de dor. Sua mão sangrava, mas eu não ligava para seu sofrimento. Ele merecia.

– Masami, não seja ingênuo. - colocava-me em posição de ataque caso o moreno resolvesse revidar o golpe. - Onde está Kotaro?

Um silêncio permaneceu. Masami apenas continuava estacando o sangue.

– ONDE ESTÁ KOTARO, MASAMI?!

Ele riu.

– Ele já deve estar longe daqui.

[Mizuno's POv off]
***

Só um minuto.

SÓ UM MALDITO MINUTO!

– O-o-o-o-o QUÊ?!!!! - virei gago por um momento.

Aquele homem com uma aparência toda misteriosa que havia acabado de SALVAR a minha vida era PAI da MIZUNO?! Sim! PAI da maluca psicótica e membro daquela família de assassinos! O mesmo PAI que havia desaparecido e que todos procuravam insesantemente! COMO ASSIM, DEUS?

Tragou novamente o cigarro e expeliu toda a fumaça na minha cara, como se observasse um animal desconhecido.

– Uau. Você está bem, garoto? - ele disse despreocupado.

– É CLARO QUE NÃO! - gritei. - V-V-Você! Você é o p-p-pai da Mizuno?!

Ele refletiu por algum tempo e respondeu calmamente.

– Sim, eu mesmo.

PUTA QUE PARIU! O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO?!

– O QUE CARALHOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?! - Arregalei os olhos. - TODOS ESTÃO PROCURANDO TE PROCURANDO!

O homem permaneceu a me encarar com aqueles olhos azuis familiares. Voltou a sentar-se na cadeira bamba e tragou o cigarro novamente.

– Fiz o que foi preciso.

Balancei a cabeça.

– O que foi preciso? Sua filha precisa de você! - sentia uma raiva rasgar meu peito. - Ela tem procurado e se preocupado enquanto você se esconde nesse buraco?! - disse sentindo meu tom de voz se tornar agressivo.

O homem continuou a me encarar. Tragou seu cigarro.

– Ora, ora. - sorriu expelindo a fumaça. - Você não é tão cagão quanto parece.
Senti minhas bochechas queimarem. Ódio, vergonha.. SEI LÁ! Me sentia ameaçado de alguma forma! Apesar do homem parecer um mendigo ele continuava ser o pai de Mizuno.

– Você ouviu o que eu disse? - me afastei. Cautela nunca é demais. - Ela está procurando por você! Precisa de você!

– Eu sei.

– Ela vai ser... Obrigada a se casar com alguém que não... Ama. Por sua causa.

Um silêncio constrangedor manteve-se. Kazuo olhava-me com olhar irônico.

– Mizuno fazendo algo que não quer? - riu de forma controlada. - Minha filha nunca faz algo que lhe desagrade. - o homem tornou a se aproximar. Tropecei em meus pés tentando recuar e acabei caindo no chão com um baque surdo. O ruivo agachou-se encarando-me com seus olhos azuis. - Ele ama você.

Consegui ouvir meu coração pulsando em meus ouvidos. Senti minhas bochechas corarem e encarei o chão para tentar disfarçar. Como ele poderia saber? Abandonou a própria filha! Mizuno tinha me dito que não sentia nada por mim há poucas horas! Tentava encontrar todos os argumentos possíveis para negar o que Kazuo havia acabado de me falar, mas eu simplesmente não conseguia. Eu só conseguia pensar em quão feliz eu estava por aquela maluca me amar. Eu sou um idiota.

– Por que a abandonou? - disse tentando mudar de assunto.
Conseguia sentir seus olhos sobre mim. Ele me observava enquanto tragava pela milésima vez aquele maldito cigarro. VAI MORRER COM CÂNCER NO PULMÃO, PORRA!

– Negócios. Você deve ter conhecido Ryo. Ele é esperto. Planejava dar um golpe sobre mim, corrompeu meus homens de confiança...

– Bem, então não eram de tanta confiança assim.

– Não me interrompa. - disse sério. Meu sangue gelou. Agora já sei de onde Mizuno puxou seus olhares malignos de satanás. Ele continuou. - Precisava me reerguer, montar um plano concreto e deixar Ryo fora do ar.

– F-Fora do ar? - gaguejei.

– Sim, e você vai me ajudar. - Kazuo pegou o cigarro e o apagou no chão, no espaço que ficava entre as minhas pernas. - Não vai?

***
[Mizuno's POv On]

Algum tempo havia se passado. Já havia anoitecido. Senti ódio. Tanto ódio que mal conseguia me manter em pé.

– O que... Você... Quer dizer... Com isso?! - esbravejei.

– Oh, não é óbvio? - Masami olhou em meus olhos. - Ele partiu para tooooodo o sempre, Mizuno-chan. - riu de forma histérica. - QUE PENA, NÃO É?!
Pulei sobre Masami, mirando um ataque em seu peito. Senti meu sangue ferver.

Tudo a minha volta ondulava. Queria bater em alguma coisa. QUERIA MUITO ESTRIPAR QUALQUER COISA QUE FOSSE.

Minhas mãos tremiam. Senti o peso do canivete sendo liberado da minha mão. O moreno a segurava agora. Apertava de forma violenta. Posicionou o canivete em meu pescoço estrategicamente.

– Oh, Mizuno. - falou enquanto sorria. Com a mão livre tentei desarmá-lo, mas Masami continuava sendo muito mais forte do que eu. Segurou meu punho e encarou meu rosto enquanto apertava o canivete contra minha pele. Tentava pensar em formas de me soltar, mas ele parecia uma rocha. Doía tanto. Ele era impenetrável. - Não precisa segurar as lágrimas, priminha. - aproximou seu rosto do meu. - Você fica ainda mais linda quando está vulnerável.

Fechei meus olhos. Amoleci meu corpo. Não havia mais o que fazer.

Hove um silêncio contínuo e de repente... Passos.

– Faça o favor de se afastar da minha noiva.

Estava escuro, mas eu sabia quem era. Sua voz soava diferente, sua expressão estava determinada. O cano da arma reluzia em direção a cabeça de Masami.

Um sorriso percorreu meus lábios.

– Kotaro, é ótimo ver você respirando com uma arma na mão.

[Mizuno's POv off]

...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olha só que loucura.
Então é isso, meus leitores queridos! Digam o que acharam através de um belo comentário que me animará muito



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Adorável Stalker" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.