Minha Adorável Stalker escrita por Panda san


Capítulo 12
Quando não se quer achar...


Notas iniciais do capítulo

Bem... Olá? Ainda lembram dessa história e da escritora preguiçosa aqui?
EU SEI que estou TERRIVELMENTE atrasada e peço perdão por isso. Acabei largando a fic de mão por uma questão de auto-crítica (além de probleminhas da vida). Sei que não justifica, mas vou tentar compensar postando mais e trazendo esse capítulo quentinho para os leitores que ainda não desistiram de mim D:

Bem, sem mais delongas.... Boa leitura e amo você que está lendo isso agora. Obrigada desde já



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Um gosto metálico percorreu minha boca. Mizuno não... Sentia nada por mim?
Meus pés moveram-se sozinhos em direção a ela.

– Isso é impossível! - sentia meus olhos transbordarem. Empurrei Mizuno com brutalidade contra a parede. Apertei seu braço bruscamente e forcei a mesma a olhar em meus olhos. - Você... não...

– Pare com isso. - sua voz soava trêmula. Seus olhos não encontravam mais os meus. - Você não vai atrapalhar meus planos. Não há como fugir. Em poucas semanas nos casaremos. - levantou a cabeça e pude ver suas órbitas de um azul incômodo. - Não há nada ao que discutir. Esse é o trato.

Meus braços falharam e me afastei com lentidão. Não suportava tal situação. Meu coração parecia que pularia do peito a qualquer momento. Doía. Doía tanto que minha vontade era correr dali. E foi o que fiz. Não houve impedimento.

***

Meus pés andavam sem rumo pelo pátio da mansão. Eu já tinha uma ideia que o assunto "amor" era um tanto complicado de entender para alguém como eu. Gostar de alguém nunca foi meu objetivo. Pegava algumas de minhas colegas, nos divertíamos bastante, mas não envolvia nenhum tipo de sentimento (pelo menos não da minha parte). Eu só posso ser um maldito masoquista mesmo. Mizuno nunca fez nada que merecesse o meu amor. Não é como se o MEU AMOR valesse muito, mas ela ameaçava cortar meu pinto! Meu tesouro! Nada romântico. E o pior de tudo: como ELA não gostava de MIM? Pelo amor de Deus. Eu me pegava, de verdade.

A arquitetura da casa era formidável. Sim, admito, tenho meus "Hobbies" estranhos - se vestir de mulher e falar sozinho não é tão ruim, vamos? -, porém tenho um amor pela arquitetura. Construir algo que agrade os olhos é interessante. A arquitetura é algo tão belo que trás harmonia se utilizado de forma certa. Nunca fui bom com desenhos, portanto, Mizuno seria aquela obra desconcertante que agoniza só de olhar. Por que ela?

– Oh, se não é Kotaro-kun. - uma figura loira de estatura baixa se apoiava em um dos pilares que davam para o jardim. Era o que me faltava. Deus? O que eu fiz?

– Parabéns ao noivo. - dizia com tom de zombaria.

Apressei o passo. Queria apenas sair daquele local o mais rápido possível.

– Aonde vai, Kotaro-kun? - correu em minha direção, impedindo a passagem.

– Vou embora. - respondi rispidamente. - Vai me impedir?

Uma expressão de surpresa e descrença assumiu o rosto da pequena.

– Claro que não! Porém... Poderia saber como conseguirá esse ato de proeza com esses dois armários no seu encalce? - cochichou apontando discretamente para dois homens vestidos de preto que aguardavam no portão. Merda. - Sua expressão me diz que não tem o que fazer! Que pena!

Suspirei. Não havia o que fazer, ela estava completamente certa. Provavelmente Mizuno havia impedido minha saída da mansão, prevenindo minha possível fuga. Compreensível, afinal, não é todo mundo que quer casar com uma maluca que acabou de te rejeitar. Aguentar aquela família de psicopatas? Era o que me restava. Me virei para ir embora, mas mãos pequenas me seguraram.

– Bem, eu posso te ajudar. - ela sorriu de forma maliciosa. - Mas precisamos fazer um trato, ok?

– Um trato? - indaguei.

– Sim! Soube que Kotaro-kun adora tratos. - rio animada. Minha mão fechou-se com força. Ane percebeu e recuou um pouco. - É bem simples. - aproximou-se com receio e permaneceu nas pontas dos pés para sussurrar em meu ouvido. - Eu te ajudo a sair daqui, mas em troca não poderá voltar antes do anoitecer.

– Você acha mesmo que EU vou querer voltar aqui? - a empurrei tentando abaixar o meu tom de voz após perceber os olhares curiosos em nossa direção.

– Kotaro-kun. - seus olhos castanhos brilhavam com graça. - Você é um maldito masoquista.

Ok. Eu admito: EU SOU UM MALDITO MASOQUISTA!

– E então? - Ane riu coçando a nuca. - Trato feito? - ela esticou a mão para um "fechamento de contrato". Sabia que apertar aquela mão seria a mesma coisa que fazer um pacto com o diabo, mas o que me restava?
Estiquei a mão e apertei com força. Ela sorriu satisfeita após o gemido de dor.

– Como vai se livrar dos "armários" ? - perguntei com receio.

– Nada que um pouco de cupim não resolva, certo?

***

[Mizuno's POv on]

Minhas pernas tremiam tanto que desabei no chão com um baque surdo. Eu não sentia nada por Kotaro, então por que meu peito doía tanto? Um vazio preenchia meu estômago. Era como se esperasse que algo acontecesse e eu soubesse que não iria. Já havia colocado os guardas atrás do Kotaro. Ele não fugiria. Isso era suficiente? Não.

Ouvi batidas na porta. Privacidade não é algo conhecido nessa maldita casa. Minhas pernas não se moviam. Soquei-as com força para reagirem. Levantei ainda trêmula. Respirei fundo, afinal, quem quer que fosse não poderia me ver nesse estado. Peguei minha camiseta que se encontrava no canto do quarto e a vesti com rapidez. Cada botão lembrava-me ele. Escondi a marca em meu pescoço e abri a porta.

– A que devo a honra de sua presença, Ryo? - disse ironicamente.

– Querida sobrinha. - o homem sorriu como resposta. - Então resolveu ceder aos meus pedidos?

Ele só podia estar zombando com a minha cara.

– Querido tio, você está me subestimando.

Ele riu em alto e bom som.

– Ainda.. acha.. que... pode.. encontrar... seu pai? - a gargalhada interrompia suas palavras. - Você é orgulhosa e burra como ele, sabia? - esticou a mão e segurou meu cabelo. - Vocês são tão parecidos, mas admito... - examinou-me da cabeça aos pés com um sorriso nojento nos lábios. - É muito mais bonita.

Ergui minha mão em direção a seu rosto. Queria estapeá-lo, mas ele era ágil. Segurou meu punho e o apertou com força. Não esbocei reação e tentei permanecer calma.

– Não basta a mulher de seu irmão? Quer a sua filha também? - minhas palavras carregavam desgosto. - Você me enoja.

Soltou meu pulso de forma brusca.

– O que me enoja é você misturar meu sangue com o dele. Ele não é meu irmão. - sua voz era seca. - Nunca foi e nunca será.

– Afinal, Por que veio aqui? - cortei o assunto antes que eu cortasse a cabeça dele fora. - Fale logo e suma.

Ele riu.

– A mesma maldita personalidade. - ele secou os olhos que lacrimejavam por conta de seus ataquezinhos. - Vim perguntar se você sabe onde seu noivinho está, Mizuno.

– No jardim, provavelmente. - respondi rapidamente ignorando o tremor de minhas pernas.

– É mesmo? - abriu um sorriso largo. - O meu pessoal não viu ele em nenhum canto da minha propriedade.

– Nossa propriedade.

– Oh, sim. - Ignorou meu comentário. - Eles o viram a última vez com aquela garota...

Um sentimento raivoso cresceu dentro de mim. Não sentia mais nada além de uma vontade correr o mais rápido possível e encontrá-lo. Eu precisava encontrá-lo. Sabia quem era a garota que Ryo fingia tentar recordar o nome. Só poderia ser...

– Ah, sim. Ane.

[Mizuno's POv off]

***

Ane estava certa. Realmente eu consegui sair da mansão, mas não fazia a mínima ideia de onde me encontrava. Ao longe eu podia ver o Sol se pondo de forma preguiçosa. Caminhava pela cidadezinha por onde passara com rapidez. Estava com... Mizuno naquela vez.

Balancei a cabeça para afastar os pensamentos. Aproximei-me do chafariz que centralizava a cidade. Sentei-me e suspirei. Ouvi múrmuros a minha volta. Todos me observavam.

– Aquele não é o noivo da sobrinha daquele carrasco? - uma senhora baixinha e corcunda conversava com uma outra senhora ligeiramente alta e magricela. Os rumores voam mesmo.

– É ele mesmo. O vi chegando ontem. Por que ele permanece aqui? - cuspiu no chão sem nenhuma cerimônia.

Aquela situação era desconfortável demais. Resolvi caminhar logo em direção a estação de trem. Ane havia me dado uns trocados. Era o suficiente para uma passagem de ida sem volta. Era isso o que eu queria?

–Ei, você! - Um homem moreno musculoso aproximou-se. Estava acompanhado por um grupo de quatro homens, todos mal encarados que pareciam mais membros daquelas gangues que perseguem o personagem principal por nenhum motivo aparente nos filmes famosos. - Por que não vaza daqui logo?! - gritou. Seu sotaque era estranho. Falava como se tivesse algo por debaixo da língua. O que o impedia de falar como um ser humano normal.

– Ahn, desculpe? - respondi confuso, levantando-me para uma possível fuga.

– Você ouviu o Mike, cara! - um dos gangster se aproximou, ligeiramente mais baixo que o tal "Mike", possuía uma cara de rato com doença mental, o que combinava com sua voz incrivelmente fina. Até riria da situação se cara-de-rato não estivesse devidamente armado com uma barra de ferro.

–Eu... ahn... estou indo embora. Com licença. - Tentei sair da roda que agora formava em minha volta, mas cara-de-rato parecia irritado demais para me deixar sair. Segurou meu braço com força.

Eu sei que como homem másculo e corajoso que sou eu deveria brigar. Soltei-me do aperto de suas mãos e... Corri. De que adiantava ser um homem másculo e corajoso se eu estiver morto?

Ouvia uma torcida atrás de mim. Ficaria feliz se não estivessem torcendo para que quem fosse apanhado fosse EU. As velhas desgraçadas que antes se cochichavam agora gritavam: "PEGA ELE, MIKE!". Quem foi o idiota que disse que velhinhas são adoráveis?! Corri com tudo o que tinha e consegui ouvir os passos atrás de mim. Precisava me esconder, mas aonde?! Passei por diversas ruas, variando entre a esquerda e a direita. Não adiantavam. Eles pareciam cães do inferno e eu, pelo visto, era o último pedaço de bife do planeta! CARALHO ESSES CARAS NÃO CANSAM DE ME PERSEGUIR?!

Já estava há tanto tempo correndo que já havia perdido as contas. Suor escorria por meu rosto e minha respiração ficava cada vez mais ofegante. Eu devia voltar para a mansão, mas não poderia antes do anoitecer. Merda. Fiz a pior escolha da minha vida e acabei por parar em um beco sem saída. Ouvia os cães infernais se aproximando. A pergunta agora era: seria servido bem ou mal passado?
Estava rezando para todos os deuses possíveis quando avistei uma pequena porta se abrir no canto do beco mal iluminado. Um homem se esgueirou pela fresta. Vestia um chapéu que lhe cobria os longos cabelos ruivos. Óculos lhe cobriam os olhos e o reflexo me impedia de ver sua cor. Possuía uma barba mal feita e vestia uma casaco marrom.

– Por aqui. - entrou e deixou a porta aberta como um convite.

Não havia o que fazer. Realmente não havia o que fazer.

– Cadê você, viadinho?! - ouvia os berros do cara-de-rato que pareciam cada vez mais próximos.

– Por favor não seja um psicopata. - murmurei e adentrei a porta, a trancando as minhas costas.


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Notas finais do capítulo

E então? Quem será esse homem que salvou Kotaro? ohohohoho
Gostou? Não? Sim? Comente, me xingue e tudo mais!~

Agradecimento especial a Saaya. Sem ela provavelmente não escreveria esse capítulo.

Obrigada por ler e até o próximo capítulo



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