Os Cavaleiros Mais Poderosos Do Universo escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 36
Hospedeiro


Notas iniciais do capítulo

Agora que o Myhara descobriu a verdade sobre o Anúbis, o que ele vai fazer?



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Pietro chegou ao Santuário sem que ninguém o notasse. Caminhou por todo o pátio, mas nenhum dos guardas se encontravam no momento. Era algo excepcional, pois o lugar era vigiado constantemente pelos capachos de Myhara. Seu intuito era chegar às masmorras e libertar o amigo da prisão. No entanto, viu a sombra de Gretta passar por um corredor. Nesse momento ele escondeu o seu cosmo para que ninguém notasse sua presença e chamar atenção indevida. Ele a seguiu.

Viu Myhara entrar num dos vários cômodos do Santuário. Ele se aproximou da entrada e ficou ouvindo atrás da porta.

– Qual é o plano agora? - era a voz da Gretta.

– O muleque idiota, irmão da Nefertiti, é o hospedeiro do deus Anúbis. O verdadeiro receptáculo do nosso deus.

Pietro não conseguia acreditar. Se Hathor for mesmo o receptáculo de Anúbis, ele corria um sério risco de vida. E também o fato de Myhara odiar o garoto.

– Não posso acreditar nisso, Myhara. Daonde você tirou isso?

– O Livro dos Mortos - mostrou o objeto. - Decifrei os hieróglifos e constatei que o ente mais querido de Nefertiti é hospedeiro obrigatório de Anúbis. E adivinha que aquele peste é o único parente vivo dela.

– Como conseguiu isso?

– Digamos que eu fui para Cairo, conversei com um conhecido meu e ele me ajudou prontamente. Agora não podemos mais perder tempo. Precisamos libertar Anúbis o mais rápido possível.

– Gente, e eu que pensei que você não tinha ninguém conhecido. E quanto a Nefertiti? Ela não vai permitir que isso aconteça.

– Gretta, deixa de ser provinciana. É mais do que óbvio que agora não vamos mais nos submeter aos caprichos daquela mulher. Alguém muito mais superior pode ser o novo comandante do exército e servo pessoal do próprio deus: eu. Aquela lá não passa de uma dondoca que só sabe mandar na gente.

– Tem razão...

Pietro não esperou a conversa terminar e saiu logo dali. O que ele poderia fazer era salvar a vida do menino. Um minuto a mais seria o fim para o pobre Hathor.

– ... o que pretende fazer?

– Eu vou pessoalmente atrás do fedelho. Você e Merick ficam encarregados com a Nefertiti e ponham-na no seu devido lugar. Aliás, vou ter que chamar o Tuntancâmon de volta.

...

Danyel se agarrou na estátua do centro da arena. Kalígula aproveitou que também estava segurando para desferir vários chutes no corpo do outro.

– Eu já disse e repito mil vezes, se for preciso: eu vou vencer esta batalha. Custe o que custar.

O cavaleiro de ouro segurou a perna do vilão, por algum momento. A dificuldade maior era tentar se segurar quando uma arena se movia constantemente em círculos.

– Pense o que quiser, Kalígula. Mas vou logo avisando que esta luta já tem um vencedor, e não é você.

– Não se gabe tanto, tolo. Só porque encontrou a minha fraqueza, não quer dizer que me destruiu. Tire as suas mãos imundas de mim.

Os dois ficaram praticamente agarrados à estátua quando a arena flutuou e girou em 360°, obrigando-os a ficar de cabeça para baixo por alguns instantes. As lanças aguardavam a possível vítima.

Assim que a arena voltou ao normal, Kalígula fez aparecer uma lâmina do seu punho direito e atacou Dan. Em pouco tempo, o guardião de Karnak ficou por cima do herói.

– Não vai escapar do seu julgamento, imbecil.

– Você que não vai me vencer - ele se defendia com um braço.

– E por que não? Agora que estou prestes a enfiar esta lâmina no seu rosto.

– Porque eu sou Danyel de Escorpião, seu burro.

Um raio vermelho saiu das costas do inimigo. Kalígula perdeu a força e saiu de cima do grego.

– Porque não calculou a posição do meu dedo da outra mão. Porque esqueceu, definitivamente, que eu sou o cavaleiro das agulhas escarlates. Vacilou comigou, mané.

Kalígula tentou se levantar, mas Danyel desferiu uma explosiva nele. O vilão caiu com tudo sobre as lâminas afiadas.

A neblina se dissipou depois da derrota do 4° guardião. Karnak sumia lentamente, enterrando-se para o chão arenoso.

– Danyel! Danyel!

– Sensei! Que bom te ver novamente. Já vi que venceu aquele outro guardião.

– Moleza. Mas, enfim, cadê a Jasmine?

– Droga, ela foi presa num círculo de fogo. Não consegui salvá-la. Ela vai morrer. Precido ir.

– Não. Danyel, escute. Você precisa ir. Não fique preocupado com ela. Eu tenho a arma necessária para desfazer a armadilha que ela caiu. Vá.

– Mas sensei...

– Vá, siga em frente. Continue com a missão. Atena ordenou que parássemos Anúbis, e missões paralelas só atrapalhariam o plano original. Agora vá, rápido!

– Eu vou, mas quero saber se ela está bem.

Seiya observou Danyel correr para fora do que restou de Karnak. Agora era procurar Jasmine em meio os escombros.

Na saída do templo, Dan se deparou com cerca de cinquenta soldados esperando por uma batalha. Merick saiu de trás dos subordinados e se apresentou pela primeira vez ao cavaleiro dourado.

– Não fique com medo, cavaleiro. Aqui são as minhas boas-vindas. Sei que não é algo nada ortodoxo, mas uma luta sempre é boa.

– Eu te vi na entrada, pouco antes de Kalígula aparecer. Quem é você?

– Eu sou Merick de Tuntâncamon, guardião da última casa. O segundo mais poderoso dos guardiões e, também, o mais velho. Sou o fiscalizador de toda a cidade e eu que passo as informações para os demais quando há alguma invasão. Digamos que eu sou o cérebro dos 9 guardiões.

– Pois bem, senhor cérebro. Se não sair da minha frente, vai ter o mesmo fim do outro.

– Kalígula era fraco. Eu o venceria com um estalar de dedos. Porque ele não detinha a velocidade da luz, eu sim.

Danyel sentiu-se ameaçado. Realmente o cosmo de Merick era muito mais superior.

Merick tentou ficar mais próximo do rapaz à sua frente, porém sentiu um cosmo chamar. Era de alguém conhecido e que precisava da sua ajuda.

– Myhara, que droga...

Os soldados não entenderam o que estava acontecendo. O cosmo foi embora, e Merick saiu do transe depois de poucos segundos.

– Cavaleiro, teve sorte. Os meus companheiros precisam da minha ajuda para libertarem o deus Anúbis do sono profundo e dá-lo um corpo carnal.

– Espere um pouco. Quem vocês adoravam anteriormente?

– Uma longa história. Saiba que agora o nosso deus vai acabar com as pessoas que se opuserem a ele. A primeira da lista é, com certeza, a maldita Atena. Pode apostar.

Merick deixou o campo de batalha. Os soldados se preparam, Danyel também.

...

Isis de Tebas, o 5° guardião da cidade dos mortos. Era um sujeito nada pacífico e muito menos normal. Seu jeito excêntrico era compatível aos poderes psíquicos que costumava usar. Não era um cavaleiro convencional, pois detestava se vestir com calças e acessórios; era o único homossexual dentre os nove.

Sereia queimou o seu cosmo, materializou uma aura em forma de flor, correu na direção de Isis e deu alguns golpes físicos nele. O cavaleiro de Tebas não moveu um músculo sequer. A amazona de Peixes se distanciou, mas foi surpreendida por uma onda de choque que surgiu do cosmo maligno do vilão e se espalhou por toda a arena.

Isis desapareceu e apareceu atrás de Sereia. Criou várias bolas de energia que foram na direção dela. Ela desviava dos ataques, mas o cavaleiro conseguia atingi-la algumas vezes.

Sereia correu até o meio da arena. Tentou subir uma árvore, mas o cavaleiro apareceu sobre os galhos. As folhas caíram e explodiram quando entraram em contato com o corpo dela. A pisciana caiu. Sua próxima ação era se defender formando uma rosa gigante que surgiu do solo e a envolveu por completo. O vilão acertou um raio que destruiu a flor, mas Sereia já não estava mais lá.

– Não se esconda, covarde. Eu ainda nem me aqueci - disse Isis ao saber que a amazona havia sumido.

...

Pietro conseguiu descer para a parte baixa do lugar, onde havia corredores iluminados por tochas. Dois guardas vigiavam a entrada das masmorras, num andar mais embaixo. Pensou em como iria passar por eles, mas o jeito mais fácil ainda era mentir dizendo que havia sido Myhara quem ordenara.

– Myhara deu ordens para buscar o garoto - falou com tamanha tranquilidade.

Os guardas permitiram a sua passagem. O russo foi na direção da cela de Hathor e abri-la no mesmo instante. O garoto dormia no chão mesmo.

– Hathor... Hathor... - sussurrava.

– Hmph... Quem está me chamando?

– Sou eu, Pietro. Acorde logo.

– Amigo, que bom que veio. Ajudou os cavaleiros como pedi?

– Claro, mas agora a minha missão é salvá-lo.

Myhara chegou na entrada da masmorra e viu dois guardas conversando. O comandante foi até eles e perguntar o porquê da tremenda descontração.

– Qual o motivo da conversa? Estamos passando por uma guerra, estão cientes disso?

– Sim, senhor. Só que a masmorra está segura - disse o primeiro guarda.

– Como é que é?

– Ele disse que a masmorra está segura. O guardião do Rio Nilo acabou de entrar para levar o garoto para o senhor.

– Pietro está aqui? Mas eu não... Pensando bem, é melhor eu descer para me certificar. Podem continuar nos seus postos.

Myhara desceu os degraus até chegar ao longo corredor. Ele caminhou até chegar numa encruzilhada. Escutou a voz de Pietro conversar com o prisioneiro.

– Como assim me salvar?

– Escutei o Myhara dizer que vai usá-lo como hospedeiro de Anúbis. Não temos muito tempo. Vou tirar você agora mesmo daqui.

– Filho da p... Enganou-me esse tempo todo. Devia tê-lo matado quando tive a chance. Mas se ele pensa que agora sairá impune dessa, vai estar completamente enganado - murmurou.

Myhara voltou o caminho, correndo o mais rápido possível.

– Senhor, o que houve?

– Não deixem-nos passar. Se Pietro e o muleque aparecerem aqui, interrompa-os. Amut chegará em breve.

Nefertiti acordou com um pouco de dor de cabeça. A rainha se levantou do seu colchão imperial e foi até a mesinha ao lado da cama, a fim de pegar alguns comprimidos para a possível enxaqueca. O vidro estava vazio e a frustração tomou conta. Foi ao closet colocar uma roupa.

Depois de alguns minutos se arrumando, ela saiu com uma camiseta branca e calça bege. Não usava vestidos quando não havia cerimônias importantes, e, mesmo que a cidade esteja sendo invadida, ela não se importou muito com isso. Finalizou com o famoso colar vermelho que ela tanto usava. Saiu.

Viu um dos soldados na entrada do corredor que dava acesso a um dos salões. Antes disso foi à cozinha pegar um comprimido e beber àgua. O dia estava sendo puxado, principalmente agora que os cavaleiros de Atena se intrometeram no caminho. Seria muito mais fácil se Nêmesis e Eros dissessem os planos de uma vez por todas.

Respirou fundo e saiu ao pátio, mas o soldado impediu a sua passagem.

– Quer sair do meio?... A minha pergunta não é retórica. Saia.

– O senhor Myhara não quer que a senhora saia daqui.

– O Myhara pode mandar no exército, porém aqui quem manda sou eu. Saia da frente, agora!

O soldado abriu caminho. Ela desceu as escadas que dava ao andar do térreo do Santuário. Caminhou no longo corredor até se deparar com mais dois guardas.

– Mestre Myhara não permitiu a sua vinda.

– O quê? Mestre Myhara?

– Isso mesmo - uma voz vinda do pátio. - Deixem-na vir. Ela verá com os próprios olhos, o nosso triunfo.

– Merick de Tuntancâmon e Gretta de Babilônia. Mas o que vocês fazem aqui e não nos seus templos?

– Merick, explique você. Eu não tenho paciência - reclamou Gretta.

– Digamos que há um novo soberano nesta cidade. Há um novo comandante, um novo pacto. Há uma nova ordem - Merick tentou explicar.

– Merick, como sempre, muito ortodoxo - falou Gretta.

– Não mais nos submetemos às suas ordens e caprichos, rainha Nefertiti. Como tudo na vida que muda, aqui não seria diferente. Digamos que é uma questão de sobrevivência do mais forte.

– Merick de Tuntancâmon, eu não entendi aonde vocês querem chegar...

– É claro que não entendeu - disse Myhara chegando bem no exato momento. - Uma pessoa ignorante feito você não entenderá nunca. Mas eu vou explicar de uma maneira mais coerente para o seu nível. Neste mesmo momento, você está destituída do seu cargo de rainha, porque está ocorrendo agora um golpe perpetrado por mim e pelos os meus colegas. Ou seja, vamos dar um pé no meio da sua linda bunda, uma saraivada de "chega pra lá", dar a você um banho de água fria. Acabou, meu amor. Agora você, ex-Nefertiti, não vai passar da reles... como é que é o nome mesmo, Merick?

– Akmer.

– Reles Akmer. Da vagabunda que se acha a rainda da cocada preta, mas não vale nem um coco seco. E aí, já entendeu?

Nefertiti ficou horrorizada com a traição. Nunca pensou que algo assim poderia acontecer.


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Notas finais do capítulo

Eita, porra. Não está sendo nada fácil para a Nefertiti...



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