Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 8
Doces azuis.


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, estou viajando ainda, por isso esse capítulo está meio chatinho, porém Percy e Annie se conhecerão melhor. O que vocês acham de Percy e Annie sendo só amigos? (never!).
Capítulo dedicadíssimo à duas lindas que me mandaram, cada uma, recomendações perfeitas e inspiradoras. Esse capítulo é para vocês Annie Chase e MiihEvangelista, suas divas! Amei a recomendação e não sei como agradecer!! Ah, sem esquecer da Ane Scartt que mandou minha primeira recomendação! Vocês sabem fazer uma autora feliz!
Leias as notas finais, beleza?



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Pov: Annabeth.

Nem minha imaginação, julgada por muitos como fértil, poderia imaginar um lugar tão belo quanto aquele jardim em que andávamos. Mesmo que ele não fosse construído para igualar-se a um labirinto, é muito provável que dezenas de pessoas acabassem perdendo-se nele devido às fabulosas paisagens nele dispostas. Perseu e eu... não! Percy e eu caminhávamos lado a lado por entre os corredores feitos de arbustos altos e bem aparados, olhando cada bela flor que podia-se encontrar entre eles. Em poucos metros de caminhada, pude perceber que em nenhum outro lugar poderia haver roseiras mais belas e mais diversificadas do que aquelas que enfeitavam e deixavam um aroma delicioso no ar daquele jardim. Eu não podia estar mais maravilhada do que agora! Tinha vontade de ficar ali para sempre. Porém, apesar de não imaginar vista mais agradável do que aquelas recolhidas naquele passeio, o silêncio que minha admiração requeria começava a ser um pouco cansativo. Havia esquecido-me que antes Percy e eu estávamos tendo uma conversa reveladora e bastante para atiçar ainda mais minha já existente curiosidade sobre ele. Verdade seja dita: eu mal podia esperar para saber ainda mais fatos sobre ele. Está certo que o maravilhoso jardim tirou bastante minha atenção, mas aprendi nunca subestimar o poder de minha vontade de saber mais de se   revelar ainda mais forte do que visões e atividades alegres. Antes mesmo que eu pudesse começar a falar alguma coisa, ou mesmo lembrar em que pé estávamos no assunto mencionado minutos atrás em nossa conversa, ele resolveu levar nosso diálogo para outro patamar, um pouco fora da esfera que pretendia retomar, mas não menos importante para ser tratado naquele momento.

-Soube que hoje o correio agraciou-a com uma carta... -ele começou um pouco tímido, com certeza pelo fato de passarmos um tempo considerável em silêncio. Levando em consideração que ele não começava um diálogo com alguém a anos, até que ele saiu-se perfeitamente bem. -Ela lhe foi agradável?

-Sim. -respondi rapidamente tentando colocar um sorriso no rosto, mas isso não foi possível, uma vez que lembrei que uma parte da carta de Silena trazia notícias não muito agradáveis sobre alguém que ainda tem meu coração em suas mãos. -Bastante... -minha voz acabou falhando, acabei deixando que a frase morresse no ar antes que pudesse pensar em algo concluí-la.

-Desculpe duvidar de sua palavra, mas... creio que levando em conta sua expressão isso é algo quase impossível. -ele comentou fitando-me com atenção como se esperasse que eu desmentisse algo ou mesmo desmoronasse ali mesmo.

-Você é um bom observador, sr, Jackson. -disse tentando trazer um lado divertido a conversa, mas tudo o que consegui foi deixar as coisas ainda mais melancólicas.

Aquele era o último assunto que pretendia abordar naquele momento, mas sabia muito bem que não podia negar tal informação a meu marido, uma vez que ele mostrou-se tão comunicativo com suas questões pessoas (mil vezes mais complicadas que as minhas). Não seria nem um pouco educado, para não dizer "justo", que eu comentasse os recentes acontecimentos com ele. Afinal, fora as cartas que podia trocar com Silena ninguém mais poderia saber o que estou passado nesse exato momento. Podia muito bem fingir que estava bem ou mesmo atuar com vontade o papel da moça feliz, só que não tenho este taleto. Nunca tive. Mais cedo ou mais tarde aquele assunto voltaria a minha mente e não poderei mais manter o semblante sério e cético. Se fosse para me abrir com alguém e compartilhar aquele sentimento que fazia meu coração estar pesado, seria com meu marido e, pelo visto, meu melhor amigo.

-Creio que ninguém precisa ser realmente um bom observador para saber que você não encontra-se feliz. -ele disse parando perto de um banco e convidando-me para sentar-se ao seu lado. Assim o fiz, fiquei bem ao lado dele com a cabeça baixa para que não pudesse encontrar seu olhar observador.

-Parece que sou realmente péssima em esconder certas coisas. -comentei depois de um longo suspiro.

-Não entendo o motivo de precisar esconder algo. Estamos nos conhecendo agora, de fato, mas eu realmente gostaria que pudéssemos conversar um com o outro.

-Sim... é o que eu mais quero... que sejamos amigos o bastante para compartilhar esses fatos sobre nós. -falei tentando parecer um pouco mais animada e passar segurança sobre o que estava dizendo. -Podemos ser amigos, não é? Nosso casamento foi algo bastante singular, mas isso não significa que precisamos agir como estranhos, podemos ficar bem próximos. Uma amizade verdadeira. -minha empolgação, porém, não o contagiou totalmente. Imagino que seja porque aquilo tudo é muito novo para ele, mas daremos tempo ao tempo.

-Parece-me um ótimo plano. -ele disse em voz baixa. -Mas fale-me o que aconteceu. O que lhe disseram na carta? -ele perguntou recuperando-se rapidamente da dúvida e voltando-se para mim com as sobrancelhas juntas e franzidas.

-Ah... são coisas bobas sobre alguém que eu já deveria ter deixado para trás, mas ainda não consegui esquecer completamente. -falei tentando encurtar o assunto, mas só de pensar em Luke... meu coração doeu bastante e meus olhos instantaneamente ficaram marejados.

-Eram notícias ruins? -ele perguntou, mesmo que já imaginasse qual seria a minha resposta.

-Não... longe disso. Eram ótimas notícias... só não para mim. -confessei respirando fundo por um segundo para não deixar que as lágrimas tomassem o controle e saíssem sem minha permissão.

-O que elas diziam? -insistiu ele por mais detalhes.

-Eu não acho... não acho que sejam apropriadas... para comentar... -tentei dizer, mais simplesmente não podia falar ou mesmo explicar o quão embaraçoso seria falar para meu marido que estava triste porque o homem que amo iria casar-se em poucas semanas.

-Somos amigos, lembra? Pode me contar o que está acontecendo, senão ficarei ainda mais preocupado com você. -ele disse em um tom aflito, realmente ele não merecia que eu desse esse trabalho todo.

-É só que... antes de casar-me com você, eu estava... estava apaixonada por outro homem.... só que todas as circunstâncias estavam contra nós, ele era pobre e mal podíamos pensar em um casamento sem logo dar de cara com todos os obstáculos em nosso caminho. Ele ficou furioso quando descobriu que eu iria me casar com um homem rico e... depois de um briga terrível nunca mais nos falamos de novo. Hoje... a carta que recebi de minha amiga... contava que ele está noivo de uma moça rica que estivera sempre muito interessada nele.... eles se casarão em breve. -falei rapidamente apesar das pausas para espirar e das hesitações no meio do caminho, minhas mãos tremiam um pouco e não pude evitar que uma lágrimas escapasse de meus olhos e atravessasse meu rosto.

-Sinto muito. -foi tudo o que ele pode dizer, de certa forma eu entendia sua timidez e desconforto ao me ouvir relatar aquelas coisas, ele acabara de me ouvir falar que meu casamento com ele fora o que separa-me de Luke. -Não imaginei que já estivesse comprometida quando fiz a proposta à sua família, eles deixaram bem claro que estava livre e desimpedida para o matrimônio. Eu nunca teria afastado você desse homem se soubesse melhor sobre a sua situação! Meus deuses! -ele disse quase desesperado por saber mais sobre o que fizera. Não podia sentir-me mais culpada, antes de saber mais sobre ele, com toda certeza eu o culparia por isso, mas agora... não posso deixar de achar que tudo isso não passou de um mal entendido, pelo menos para ele, minha família ainda tinha culpa no cartório.

-Não... está tudo bem... não é culpa sua. -eu falei tocando seu ombro de leve,  eu não precisava mais ser consolada, já ele...

-Você deve me odiar. -ele disse olhando em meus olhos esperando uma resposta positiva.

-Não, eu não odeio você. No começo... pode até ser que sim, mas agora... eu vejo que a culpa não é sua. Foi tudo armado para que as coisas fossem assim, você precisava de uma esposa e eu precisava de um marido, foi apenas isso que minha família pensou quando aceitou o acordo. Por mais que aquilo tenha me matado por dentro, eu vejo que isso não passou de um plano deles... ah... deixe tudo isso para trás. Não podemos arrumar a bagunça já feita, podemos apenas seguir em frente. -eu disse em um ótimo discurso, é uma pena que eu mal podia acreditar nele.

-Eu fiz algo horrível com você. Apesar de tudo ter dado errado e eu ter causado um embaraço em sua vida, estou feliz por ter você aqui comigo. Pareço realmente muito egoísta, mas faz um bom tempo que não tenho ninguém. -ele disse e eu tentei sorrir.

-Podemos juntar nossas frustrações aqui. -falei sorrindo com algumas lágrimas no rosto. -Vamos deixar isso para lá.

-Você o amava? -perguntou para mim constrangido.

-Sim. Bastante. -respondi deixando uma lágrima rolar. -Mas parece que ele não correspondia da mesma forma como eu pensava. -eu disse não podendo segurar o choro. -Mesmo com raiva de mim, ele não teria desistido tão rápido, me esquecido tão rápido...! 

-Não, você não é fácil de esquecer, Annabeth.. -ele disse limpando uma lágrima que rolava dos meus olhos. -Ele não deve ter outro motivo, por não ter tido escolha. -ele disse, quando sua mão encostou em minha pele um calafrio tomou conta de meu corpo.

-Você acha mesmo? -perguntei triste.

-Eu tenho certeza. -falou ele abrindo os braços para que eu me aconchegasse em seu peito. Se fosse qualquer outra pessoa e em qualquer outra situação eu não me aproximaria de alguém que, levando em conta os últimos dias apesar de tudo, eu mal conhecia, mas Percy era especial, alguém que eu podia confiar. Meu amigo. Se havia alguém em quem eu poderia confiar agora além de Silena, era ele. Ele me abraçou com força, apesar de estar um pouco desajeitado comigo. -Qualquer homem daria tudo para ter você por perto. -comentou em um tom mais baixo.

-Obrigada. -eu disse. -Por tudo. É bom saber que posso contar com você como amigo. -falei limpando uma lágrima.

-... eu também acho. -ele disse olhando o horizonte. -Venha, acho que vai chover. -ele disse e chamando para ir embora. -Acho que depois de tantas revelações e coisas mais, podemos passar o tempo comendo doces azuis.

-Desculpe... azuis? -perguntei rindo.

-Sim, era uma tradição de minha mãe. Um dia eu lhe disse que nunca conseguiria fazer comidas azuis. Desde então ela fez de tudo para fazer todos os pratos que podia azuis, os doces eram os melhores. -ele disse animado. -Não tem como comer com lágrimas nos olhos. -ele disse dando-me a mão para levantar.

-Eu adoraria comer doces azuis. -falei animada.

-Prometo que afastará sua tristeza.

-Não preciso de doces azuis para isso, eu tenho você, mas eles serão mais do que bem vindos.m


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Notas finais do capítulo

Oi! Se você está lendo isso, parabéns! Saberá mais do que vai acontecer capítulo que vem!
Teremos uma carta da Annie e... saberemos sobre Rachel e o romance dela com Percy! Que tal?
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Digam "oi" para a autora, não custa nada!
Até mais *--*
Beijos!