Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 6
Importante.


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é mais uma continuação do capítulo passado que eu não pude finalizar naquele dia.
Mais uma pitadinha de Percabeth antes das coisas ficarem bem mais sérias e românticas entre eles. Que tal?
Teremos a iniciação a uma antiga relação do Percy. Annabeth não foi a primeira mulher que ele gostou!
Boa leitura!



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Pov: Perseu.

–Ele reflete o maior medo de quem me vê. Não importa quem seja ou onde esteja, sempre que olhar para mim será aquilo que tem mais medo... sendo assim... nem mesmo eu sei como meu rosto é de verdade. A maldição impede que qualquer um fica tempo suficiente comigo para perceber como realmente sou...

Eu esperava a reação dela ansiosamente, como se dependesse dela para continuar meu caminho; de certa forma, aquela era realmente a verdade. Nunca contara para mais ninguém sobre minha maldição, apenas Grover sabia do que realmente se tratava, ele e a namorada sabiam do que se passava comigo, mas já fazia tanto tempo que nem mesmo sabia se eles ainda temiam, ou mesmo se lembravam, o que ela significava. Verdade seja dita, fora Annabeth, ninguém mais realmente se aproximara de mim depois de minha mãe. E eu posso muito bem culpar-me por tal fato. Mesmo eles que entendem minha situação, não consigo deixá-los se aproximar. Não é muito fácil deixar que as pessoas se aproximem depois de passar anos e anos achando que estaria destinado a morrer sozinho. Minha mãe morrera quando eu ainda era muito jovem, fazendo com que eu tivesse de dar conta de minha criação e educação por altos e apenas por instinto. Apenas anos depois Grover apareceu nos arredores de minha propriedade procurando pelo deus da natureza -Pã- que estava desaparecido há muitos anos. Ele e eu logo nos tornamos próximos o suficiente para que eu pudesse chamá-lo de amigo e convidá-lo para morar nos arredores da propriedade. Quando ele conheceu Júniper, que vivia no enorme bosque atrás da mansão, os dois logo se apaixonaram e, temendo perder o amigo, eu permiti que ela frequentasse a casa e tivesse sua próprio canto em meu terreno. Era bom saber que eles estavam por perto... mas ao mesmo tempo precisava passar muito tempo trabalhando para que pudéssemos viver em paz, sem que eu os assustasse e os fizesse ir embora... voltando a ficar sozinho.

Eu estava acostumado a assustar as pessoas, estava acostumado a sentir-me sozinho e estar confortável com isso, estava acostumado a saber que mesmo olhando meu reflexo no espelho nunca veria mais do que feições vazias e uma bela porção de nada. Doía saber que mesmo que eu gostasse muito de alguém, essa pessoa sempre me veria como aquilo que tivesse mais medo... sempre veria em mim aquilo que mais temesse e nunca teria coragem suficiente de chegar perto de mim ou mesmo dar-se a chance de conhecer-me melhor. Era pedir muito? Talvez fosse. Para mim... tal coisa poderia ser impossível.

Annabeth não fora a primeira mulher que atraíra meu afeto, porém... era a primeira vez que sentia-me confiante o bastante para permitir que ela se aproximasse. Quem sabe dessa vez as coisas poderiam ter um final melhor. Remoer o passado era meu passatempo favorito. Não podia sair da casa e não podia ma aproximar demais dos outros, sendo assim, meu quarto acabava sendo o lugar onde podia juntar e reviver minhas lembranças, sendo elas boas e ruins. Tenho de admitir que as boas eram muito escarças e momentâneas, o que só as fazia ainda mais preciosas para mim. Todas elas estavam diretamente ligadas à minha adorada mãe e uma moça por quem uma vez me vi perdidamente apaixonado. Seu nome ainda não saíra de minha mente... de tempos em tempos suas feições adragáveis apareciam em meus sonhos e seu nome era rapidamente pronunciado por meus lábios no meio da noite, enquanto eu pensava no que poderíamos ter sido. Rachel Elizabeth Dare fora meu amor do passo... mas meu amor por ela era tão forte que mesmo nos dias de hoje ainda sinto meu coração pesado ao pensar nela.

Os cabelos ruivos frisados, os olhos verdes encantadores e o sorriso corajoso e esboçava toda vez que precisava passar confiança. Sentia a falta dela todos os dias... era muito triste encara o fato de nunca mais poder estar em sua agradável presença.

Era bom, entretanto, saber que agora podia conversar e conviver com Annabeth. Uma jovem realmente notável e agradável. Devíamos ter mais ou menos a mesma idade, o que nos era favorável e, o mais importante, ela parecia entender (até certo ponto) o que era não ser aceito pelas pessoas que nos cercam, o que é ser isolado de tudo e de todos sem taxado como uma aberração natural. Seria sempre bom ter sua companhia... e eu estava mais do que disposto a deixá-la se aproximar de mim.

-E o que vê com sua maldição, digo, quando olha-se no espelho? -perguntou-me Annabeth depois de alguns minutos de um silêncio desconfortável que instalara-se entre nós, tirando-me de meus devaneios sobre Rachel. Sua expressão era indecifrável, seus olhos miravam o chão e eu não sabia dizer se ela estava ou não com medo. Temi ter estragado tudo com ela.

-Nada. -respondi sentindo um leve tremor em minha voz. -Não vejo nada.

-Então nem mesmo você sabe como seu rosto é sem o efeito da maldição. -ela concluiu depois de pensar por alguns segundos.

-Sim. 

-Alguém já teve essa oportunidade? -perguntou ela curiosa.

-Acho que minha mãe conheceu meu rosto... não posso afirmar ao certo. Mesmo vendo um monstro... ela nunca diria isso a mim. -eu expliquei e ela finalmente levantou a cabeça para me fitar. As luzes das velas que estavam ao redor dela produziam um brilho ainda mais especial em seus lindos olhos cinzas. Olhando bem para eles podia muito bem dizer que eles estavam repletos de curiosidade.

-De fato... ela não diria. Mas você acredita que isso seja possível, sr.Jackson? -perguntou-me ela esperançosa.

-Eu quero acreditar, mas quero tanto isso que temo estar acreditando em uma mentira, uma vez que essa parece-se muito mais agradável que a dura verdade que estou acostumado a enfrentar. -falei e temi que minha voz tivesse saído bem mais penosa do que gostaria que fosse. Tudo o que eu menos queria era que ela tivesse pena de mim.

-Eu creio que ela esteja certa em relação a isso. -ela comentou olhando na direção em que vinha minha voz.

-O que faz com que tenha tanta certeza disso, minha cara? -perguntei gentilmente.

-Apenas acredito que ela não mentiria para o filho, mesmo que a verdade seja dolorosa. -respondeu ela rapidamente. De fato, seu argumento não era facilmente contestável.

-Talvez esteja certa, mas nunca saberei disso ao certo. -comentei andando pela sala.

-Eu poderia tentar contar o que vejo em seu rosto... -ela propôs vagamente.

-Quando vai desistir dessa ideia? -perguntei um pouco irritado, tentando fazê-la desistir desse terrível plano que ela mantinha em sua mente.

-Desculpe, sr.Jackson, mas creio que devo avisá-lo que sendo filha de Atena é muito pouco provável que um dia vá desistir de algum plano e ou ideia que tenha proposto. -ela respondeu educadamente, mas com leve tom de impertinência. -Pensei que soubesse disso antes de pedir-me em casamento.

-Eu sabia. -respondi um pouco constrangido. -Só não imaginei que fosse tão evidente esse fato em sua pessoa.

-Minha pessoa... pode ser bem mais persuasiva e insistente do que o senhor pensa. -ela disse com um leve sorriso.

-Não duvido de tal coisa. -respondi já cansado daquilo. 

-Já está ficando tarde... -ela comentou depois de alguns segundo de silêncio. -Talvez fosse mais prudente que eu me retirasse agora. -ela disse levantando-se rapidamente. Provando que aquilo não era uma ideia ou mesmo uma menção de ato, ela sua decisão.

-Claro... lamento tê-la... mantido aqui por muito tempo. -falei rapidamente um pouco constrangido e atrapalhado.

-Não, por favor, não lamente! Foi um prazer poder saber mais sobre sua pessoa. Gostaria de conhecê-lo ainda mais, porém estive acostumada a recolher-me cedo todos os dias, então... -ela começou a explicar e sorri ao perceber que eu não fora o motivo de sua vontade de retirar-se.

-Podemos conversar mais... se não lhe for um incomodo. Gostaria de saber mais sobre você também. -falei em um pulo antes que ela fazer sua referência e sair pelas grandes portas em direção ao seu quarto.

-Eu adoraria. -respondeu ela sorrindo. Descobri que adoro vê-la sorrir. Seus olhos brilham ainda mais quando ela faz isso.

-Podemos nos ver nos jardins. -ele disse.

-Me parece perfeito. 

-Então nos veremos depois do desejum. Tudo bem? -perguntei rezando mentalmente para receber um resposta positiva.

-Sim... esperarei ansiosamente. -ela respondeu sorrindo carinhosamente para mim. -Mas até lá posso pedir-lhe um favor? -perguntou ela um pouco sem graça.

-Claro, farei o que estiver ao meu alcance para realizá-lo. -eu respondi e observei seu rosto iluminar-se.

-É algo bem simples... -ela parecia envergonhada, o bastante para que a frase morresse no ar.

-Pode me dizer. -eu tentei fazê-la falar.

-É que eu apreciaria muito se o senhor chamasse-me apenas de Annabeth, assim como... também apreciaria se pudesse chamá-lo apenas de Perseu. -ela disse e pude observar seu belo rosto corando. Era incrível como seu rosto podia enfeitiçar-me tanto assim.

-Não vejo problema nisso... mas acho que você pode me chamar apenas de "Percy".

-"Percy"? -ela perguntou divertida.

-Sim... era assim que minha mãe me chamava...

-Tem certeza que não é algo especial demais para compartilhar comigo? -perguntou ela tímida.

-Você é especial para mim... mais do que pode imaginar. -confessei e ela desviou seus belos olhos cinzas para o chão, visivelmente corada. Quando parei para pensar no que tinha falado, meu rosto corou também, dei graças por ela não poder me ver. -Quer dizer... por ser... uma... pessoa... muito... hã...ah... -comecei a tentar arrumar o que tinha feito, mas nada consegui a não ser complicar ainda a situação.

-Hã... acho que é aqui que dizemos boa noite. -ela disse depois de tomar coragem.

-Sim, receio que sim. -falei ainda atrapalhado.

-Nos vemos pela amanhã. -ela disse passando pelas portas e me deixando sozinho já sonhando com seu lindo rosto.

POV: Annabeth.

-Você também é especial, sr. Jackson... só não sei como e nem o porquê. -eu disse assim que consegui sair daquela sala.

Estava pronta para descobrir o que fazia meu marido ser tão especial... de um jeito estranho, claro, mas ao mesmo tempo perfeito...


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Notas finais do capítulo

Recomendem! (não custa nada e ainda ajuda a divulgar).
Deixem reviews!
Digam "oi" autora!
Não dói nadinha e faz bem pra a pele! u.u (okay, exagerei)
Beijos
até mais *--*