Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 56
Bônus


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, não resisti.
Um pequeno conto Posena e saberemos mais sobre a neta deles -acharam que eu tinha esquecido?
Obrigada mais muita vez per serem incríveis.
Dedicado à Laryssa, que lê a minha fanfiction e não deixa de comentar nenhum capítulo, e ao Titã, que me deu uma recomendação (yes!!), valeu cara!



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Pov: Atena.

A menininha corria rapidamente pelo casarão, os cabelos loiros brilhantes se agitavam enquanto ela seus pequenos pés inquietos. Carregava nas mãos um passarinho com a perna quebrada, pronta para levá-lo aos pais e perguntar o que poderia fazer para ajudar o pequeno animal. A pele era alva e levemente corada devido ao tempo que passava brincando no jardim pela manhã sob o sol de outono agora estava um tanto quanto suja de terra batida e o vestido verde, da mesma cor dos olhos da menina, estava com pelo menos dois centímetros de lama na bainha –o que certamente deixaria sua madrinha, Silena, horrorizada. Não que a menina fosse se importar, é claro. No máximo daria uma risada alta e gostosa de criança e faria com que todos rissem com ela- Era realmente muito parecida com a mãe, exceto pelos olhos. Sim, os olhos eram do pai, o que, portanto, também faziam-nos ser do avó. Orbes verdes brilhantes, expressivos ao excesso e tão profundos que poderiam facilmente se perder nele. Uma criança linda, sábia e adorada por todos. Fora agraciada com o dom da beleza, da sabedoria e, acredite, da traquinagem –por seus respectivos deuses, no caso, Afrodite, eu e Hermes. Na verdade, não havia nenhum olimpiano que a menininha não houvesse calorosamente cativado, assim que seu nascimento foi-nos informado.

Certamente, era a criança de cinco anos mais inteligente que já vimos em tempos, a última criança que vimos tão inteligente quanto ela era, acredite, a própria mãe da criança. Devo dizer, que, é claro, essa característica segue a minha linha de parentesco. E devo destacar bastante esse fato, pois há quem ache que isso é presunção de minha parte (obviamente esse fato se dá a perspectiva clara de que a outra linha de parentesco da família acredite que possa ser considerada a parte detentora do fator da sabedoria- ambas as coisas citadas nessa frase são absurdas. Afinal, nada pode-se afirmar a cerca de transferências de características, ainda, e também apenas um tolo poderia discutir o fato da linha de parentesco sábia da família, afinal eu sou Atena. Deusa da sabedoria! Pode ser mais conclusivo?), mas é claro que não se pode discutir ou convencer o avó paterno desses fatos.

Quem, afinal, tem paciência para discutir com Poseidon?

–Admirando nossa neta? –perguntou uma voz rouca e conhecida bem ao meu lado, a mesma pessoa falava tão perto que podia sentir sua respiração em minha nuca, fazendo com que os pelos de meu braço se arrepiassem com o contato. –Também não canso de fazê-lo. –falou passando os braços ao meu redor.

Por um segundo, esqueci onde estávamos e quem éramos, assim como as consequências que poderiam ser geradas de alguém nos visse assim....Tão próximos e nem um pouco incomodados quanto a isso. Gostava de sentir a pele dele próxima a minha e o calor que emanava da pele bronzeada dele.

Durou apenas cinco segundos, mas foi o suficiente para mim. Uma mente centrada não pode-se dar ao luxo de tamanha perdição, ainda mais considerando onde estávamos.

–Não. –falei empurrando-o para longe, com certa delicadeza, admito. Em outra época eu poderia tê-lo jogado contra alguma pilastra da sala. Mas isso fora antes.

–Não? –perguntou ele confuso. –Por que não? –ele perguntou não entendendo minha atitude e muito menos minha expressão preocupada. Ele parecia um tanto desesperado. Acho que ele imagina que a qualquer momento iríamos voltar a ser como éramos antes de tudo aquilo acontecer, como se a qualquer momento eu fosse simplesmente mandá-lo embora de uma vez por todas.

Como se eu pudesse.

–Quero dizer, aqui não. –falei em um tom mais baixo.

–Ah. –ele pareceu mais calmo, porém ainda não parecia convencido. –Por quanto tempo vamos continuar negando?

Nós não estamos negando nada. Apenas não contamos nada aos outros Olimpianos.

Por quanto tempo vamos continuar “não contando” –ele perguntou mal humorado.

–Até eles estarem prontos para receber e entender a notícia. –eu disse e ele parou pensativo.

–Você não citou “aceitar a notícia” –falou. Por um momento achei que ele estivesse brincando, mas seu tom, assim como seu olhar, era sério. –Por quê?

–Porque eu não acho que um dia seremos aceitos como um casal. O que não significa que iremos parar de nos ver. –eu expliquei rapidamente antes que ele pudesse sequer contestar.

Ele não disse nada por alguns segundos. Achei que talvez ele fosse recomeçar com o discurso sobre como seria muito melhor se não tivéssemos que guardar segredo e eu, obviamente, começaria a falar sobre o que poderia acontecer se todos soubessem. Mas, contrariando as expectativas, ele apenas disse:

–Só queria que tivéssemos mais tempo. –ele disse por fim, dando os ombros e sorrindo de forma contida. Ele parou, virou a cabeça e respirou fundo olhando ao redor.

–Eu também queria. Você sabe. –respondi.

–É, eu sei. –ele sorriu pela primeira vez.

–Observando a neta, outra vez? –perguntou a melodiosa voz de Afrodite. Ela sabia quando usar a voz para ser agradável e também sabia usá-la para ser irritante. –Notei que vocês têm feito muito disso nos últimos tempos. Eu não poderia culpá-los, afinal, nunca vi uma criança tão adorável. Mas também, fruto de um amor tão puro, não poderia se esperar o contrário.

Ninguém disse nada enquanto ela tagarelava e nos encarava. Olhei para Poseidon e vi que ele ainda estava relativamente perto, não o suficiente para se tornar suspeito, mas levando em conta o sentimento repulsivo que ainda tentamos interpretar, poderia ser revelador.

–De fato, Helena é de longe a mortal mais encantadora dos últimos tempos. –eu disse rapidamente.

–Pergunto-me se a criança é sua única desculpa para vir até aqui. –ela disse sorrindo maliciosamente.

–O que está insinuando? –perguntou Poseidon.

–Eu –ela disse apontando para si mesma, fingindo estar ofendida. –Não estou insinuando nada, meus caros. Não preciso disso. Mas fico realmente muito sentida em pensar que vocês podem achar que são capazes de guardar um segredo desses de mim! Logo de mim! A deusa responsável por esse sentimento que os une. Aliás, se eu não os tivesse ajudado, não estariam nem ao menos aproveitando a visão da neta, estariam se matando tentando separar os filhos.

–Afrodite... –começou Poseidon assustado.

–Não, não me peça para parar! Estou ofendida, bastante ofendida, na verdade. Mas, vou perdoá-los, porque acho que meu trabalho teve os melhores frutos possíveis, mas não pensem nem sequer por um segundo que não devem sua aparente felicidade a minha pessoa e, além disso, que podem ser mais espertos que eu. Ninguém pode ganhar do amor, meus caros. Aceitem.

Um segundo de silêncio se fez entre nós, Afrodite nos encarava, esperando uma reação.

–Você não vai falar nada, Atena? Contestar-me?

–Como eu poderia? Por mais que doa dizer... Você está certa. Não pense que o amor venceu a razão, pois eu não poderia fazer tamanha concessão. Porém, vou deixá-la dizer que ele foi o mais importante. Posso permitir-me aceitar que razão e sentimento podem andar juntas. Mas é só, sinta-se satisfeita.

–Pode apostar que eu estou. –ela respondeu com um sorriso travesso nos lábios.

–Você não pensa em revelar nosso segredo, ou será que pensa?

–Não. É claro que não. Como poderia deixar meu melhor trabalho ser destruído. Vocês nem imaginam o quanto fiquei cansada tentando juntá-los! –ela riu alto por um segundo e, quando se acalmou, disse: -Seu segredo está seguro comigo, não temam. –ela disse com um olhar confidente. –Apenas prometam não estragar meu trabalho. Só depende de vocês. –ela piscou para nós com o olho esquerdo e saiu mais do que satisfeita da sala.

Eu encarei Poseidon confusa, ele também estava com essa mesma expressão.

–Por essa eu não esperava. –disse ele dando os ombros. –Mas acho que podemos lidar com mais essa. Querendo ou não, ela está certa. Sempre esteve. –ele disse lançando-me um olhar sedutor. –Mas eu sempre disse que nós poderíamos ter algo... –ele disse em um tom não mais alto que um sussurro.

–Pare de se vangloriar tanto. –eu disse lançando-o um olhar repressor. –Preciso ir, na verdade, passei muito tempo aqui, observando Helena. Você também deve partir. Conhece as regras. Não podemos passar mais do que duas horas observando nossos filhos e demais parentes mortais.

–É um avanço, afinal. –ele disse sorrindo. –Estou indo embora. –ele disse pensativo. –Você ainda vai... Você sabe –ele tossiu disfarçando. –Estar lá... Naquele lugar. –ele disse e eu ainda não havia entendido. –Onde nós costumamos... –ele disse sorrindo maliciosamente.

–Tudo bem, entendi... –falei sacudindo a mão no ar, pedindo para que ele fosse embora logo. –Estarei lá, na mesma hora.

Ele saiu. Deixando-me sozinha, já imaginando quando nos encontraríamos mais tarde. Fazíamos de tudo para ir até o mesmo lugar seguro dos olhares Olimpianos e passarmos um tempo juntos sem ter que fingir que ainda nos odiamos.

Desde que toda a história com a ex-rainha dos mares, os demais deuses concordaram que não podíamos mais passar tanto tempo sem contato com nossos filhos semideuses, por mais poderosos e perigosos que possam ser, por ora, não seríamos mais impedidos de manter contato com eles, apesar deste contato ser realmente muito limitado, mas ainda assim era alguma coisa. Devíamos comemorar as pequenas vitórias.

Annabeth e Percy, certamente eram os semideuses mais observados. Ainda me lembro quando fiz de tudo para tentar separá-los, achando que aquela união era de longe o pior erro que poderia atingir minha filha. Mas eu estava errada. Errada de uma forma que nunca se espera que uma Deusa possa estar. Mas eu sei que ainda posso reparar todos esses erros e eu trabalho nisso todos os dias.

Quando Helena Chase Jackson nasceu, eu soube que nunca mais poderia dizer nada contra eles. A criança é simplesmente linda. Pude estar presente com ela apenas um vez, mas sempre a observo. A verdade é que o Olimpo todos ficou com os olhos grudados nela e não apenas por ser uma benção natural, mas por, certamente, estar destinada a fazer grandes feitos futuros. Disso podemos ter certeza. As aventuras dos Chase-Jackson estão apenas começando. Acriditem.

E eu, é claro, estarei pronta para ajudá-los, sempre que quiserem.


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Notas finais do capítulo

Muito, muito, muito, muito, muito, muito (e muito) obrigada por terem acompanhado, minha gente. Vocês são os melhores. Nós veremos logo, eu espero.
Próximas fanfictions:
1-Look after you (percabeth/ Universo alternativo)
2- Treacherous (percabeth -ah, jura?- ambientada em outra época/ todos semideuses