Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 54
Fim 1/2


Notas iniciais do capítulo

Oi amores. Olha quem está aqui... Eu! Eu sei, vocês querem me matar, mas essa capítulo é muito grande e eu ainda tive de dividi-lo (de novo). Eu sei, é o fim e todos querem saber a grande conclusão, mas é que eu gosto de detalhes...
Espero que gostem.
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316957/chapter/54

Pov: Afrodite.

A verdade, é que somos apenas peças de um grande tabuleiro. Cada movimento que fazemos está sempre ligado a uma estratégia ou mesmo convenção que visa a iminente chegada ao fim do jogo. E por mais que nossas mentes relutem em acreditar que possamos ser controlados por forças que não compreendemos, é nosso dever aceitar e tentar descobrir a melhor forma de lidar com o jogo e, se pudermos, vence-lo.

Com certeza, alguma vez na vida já paramos para pensar no Destino -e quando me refiro a ele, não se limite a pensar apenas em acontecimentos ou ações programadas ou não para o futuro, pense nele como uma entidade, assim como os gregos e romanos aprenderam a entender. -O que eu mais gosto no Destino, é o fato de conseguir ser tão absolutamente abstrato da forma mais concreta que se possa imaginar. Ora, ele não existe sem nossa existência, mas também... O que seria de nós sem ele?

Até mesmo os deuses estão a mercê dessa força. Não podemos prevê-la, mas ao menos... Podemos muda-la. Sim, meus caros, estou mesmo afirmando que se pode mudar o destino -dessa vez com a conotação de acontecimentos. -E qual a melhor forma de mudar o destino? Pergunte-se e, depois, me pergunte. Já tem sua resposta? Não sei o que pensou, mas posso lhe dar a minha resposta agora: Amor, obviamente.

Vivem dizendo que não se pode ter razão e amor ao mesmo tempo, mas e quando a razão passa a ser o amor? Essa possibilidade é tão comum quanto respirar. O amor é a maior virtude e o maior vício do homem (mortal ou não), sua maior força ou a mais temível fraqueza. Pode salva-lo ou mata-lo da forma mais cruel e dolorosa. O destino pode ser influenciado pelo amor, para melhor... Ou para o pior. Quem vai decidir ou descobrir isso não sou eu e nem mesmo o Destino, vai ser você e qualquer um que se disponha a lutar pelo que ama -e, é claro, vencer (porque é o que todos querem).
Mas agora, vamos ver como o amor mudou o Destino de Perseu e Annabeth.

Percy empunhou a espada e encarou o inimigo a frente. Sabia que estava enfrentando sua madrasta mais do que cruel, mais ainda assim era o corpo do pai de Annabeth. Não podia deixar que a filha de Atena o visse lutando e, quem sabe, matando o pai. Olhou rapidamente para Grover e para Nico, que estavam não muito distantes da luta e apenas com um olhar lhes instruiu a ordem clara para tirar Annabeth do campo de batalha.

Bons entendedores, assim fizeram. Logo, Nico preocupou-se também em proteger aqueles que mantinham-se dentro da igreja. Não podia deixar que vissem o que estava para acontecer e, mesmo que a névoa pudesse enconbrir parte da magia que vigorava durante cada segundo daquele momento perturbador, precisava garantir que nada e nem ninguém atrapalhasse o enfrentamento de Percy. Ele e Rachel trataram de trancar a porta principal e prender todos os mortais no recinto. Pelo menos assim garantiriam alguns minutos de vantagem para Percy.

–Temo que ajudá-lo. -disse Rachel nervosa.
–Eu sei, mas... Acho que apenas Percy pode venccer essa luta. O melhor que podemos fazer agora é manter Annabeth segura. -ele disse lançando o olhar para Grover que tentava manter a loira calam, ao mesmo tempo que tentava protege-la, levando-a para longe.

–Percy tem que conseguir... Ele vai conseguir, não é? -perguntou olhando para Nico, os olhos verdes da ruiva estavam se enchendo de lágrimas, ela não queria perder o amigo, mas, ao mesmo tempo temia não só por sua vida, mas também pela a de Nico.

–Ei... -ele disse segurando a mão da ruiva, fazendo com que uma corrente elétrica atravessasse os corpos dos dois. -Vai dar tudo certo, eu sei que Percy é forte e muito habilidoso, ainda mais motivado... Anfitrite não tem chance. -assim que terminou de falar, foi surpreendido por um abraço apertado da ruiva. Ele não tardou a corresponder.

Anfitrite aproveitou a distração de Perseu com a demostração de carinho dos amigos e o atacou com um aspada invocada na hora, era de prata com alguns detalhes verdes brilhantes -que pareciam uma frase em grego antigo.
Percy desviou do golpe, mas sua máscara se desfez apenas com o toque da lateral da lâmina. Agora ele estava desprotegido. Com a cabeça abaixada, não permitindo que olhassem diretamente para as feições, gritou mais instruções:

–Saiam daqui, agora! -gritou aos amigos, mesmo sem olhá-los nos olhos. -Preciso que saiam daqui e se protejam, assim como a Annabeth. -Ninguém de movimentou. -Agora! E não olhem para mim. -ele disse, dessa vez em um tom mais alto e convincente. Grover, Nico e Rachel não podiam fazer mais nada a não ser obedecer. Sem a máscara, além de mais vulnerável, Percy se tornava incapaz de receber a ajuda dos amigos -pois eles também veriam seus medos e acabariam morrendo sem poder se proteger.

Nico levou Rachel e Annabeth, assim como Grover para os fundos da igreja. Enquanto Annabeth ainda discutia como poderia ajudar o marido.

–Deixem-me ficar. -implorou.

–Não podemos, precisamos mantê-la segura. -disse Grover. -Percy pode resolver isso sozinho... -tentou convencê-la.

–Já passamos tempo demais separados... Não posso simplesmente deixá-lo morrer por mim... -gritou.

–Ele não vai morrer por você, vai lutar por você e... Por todos nós. -disse Rachel. -Deixe-nos ajuda-la, Annabeth. Viemos até aqui para perder... Estamos aqui porque acreditamos na causa.

Relutante, Annabeth deixou-se levar, mas nem por isso estava um pouco mais satisfeita com a situação.

Agora restavam apenas a deusa e a fera.

–Acha que pode me vencer em uma luta? Seu pai pode ter tentado levantar seu ego, mas você sempre vai ser uma cria fraca e azarada do mundo dele. Não tem a mínima importância para o mundo para as pessoa nele. Ninguém se importa com você... Seu pai, sua mãe falecida ou mesmo sua adorada esposa. Ela mesma estava prestes a se casar com outro, sem nem mesmo ligar para você. Que tipo de amor esse? Ninguém poderia amar uma criatura assim... Ninguém! -ela gritou e sua voz fez-se ouvida em todos os cantos da cidade, fazendo que algumas estruturas tremessem.

Percy ponderou aquelas palavras por alguns segundos. A verdade é que não muito tempo atrás ele poderia realmente acreditar em cada coisa que sua "adorável" madrasta disse. Mas desde que conhecera Annabeth descobrira que nem tudo girava em torno de aparências. Não é a toa que dizem que "o amor é cego" (ainda mais porque nem eu e muito menos meu filho temos problemas para enxergar o que os mortais fazem ou deixam de fazer com o amor). Talvez durante todo o tempo que passou escondido na mansão odiando aos deuses e a si mesmo, estivesse apenas perdendo longos anos de sua vida tendo pena de si mesmo.

Mas então ela surgiu. Como um anjo salvador, entrando em sua vida de uma forma inusitada e nem por isso menos louvável. Ela mudara tudo nele, o transformara de fera a homem e tudo isso apenas dizendo as três palavrinhas que todos desejam ouvir um dia de alguém (e me culpam se esse desejo não é concedido).
–Acho... -ele disse com a voz baixa, rouca e desafiadora -que eu posso fazer qualquer coisa. -ele disse. Sua ideia era idiota, na verdade, talvez fosse a pior de todas, mas um combate com a ex-dama dos mares não lhe deixava com lá muita vantagem.
Perseu decidiu que o melhor era arriscar, combater da melhor forma que poderia encontrar naquele momento, e literalmente virar um feitiço contra a feiticeira. Ergueu sua espada o mais alto que pôde e disparou para atacá-la com toda a velocidade que suas pernas podiam produzir em movimento ritmado, manteve a cabeça abaixada sem erguer-la em nenhum momento. Isso, até estar apenas alguns passos e segundos de atingir a deusa.

Ao mostrar sua face sem proteção para a sua madrasta, o resultado, apesar de inesperado, foi o mais vantajoso possível para uma situação como aquela.
Bastou um olhar para que ela se rendesse completamente ao medo que sentiu, sabe-se lá do que ao olhar diretamente para feições que ela mesma amaldiçoou anos atrás. Não conseguiu fazer mais nada além de atirar-se ao chão e gritar em terror pedindo que aquela visão a abandonasse. Tentou fechar os olhos, mas Percy não permitiu que o medo dela parasse nem por um segundo, afinal, sendo a maldição algo que o atormentou durante anos, nada mais justo que aprendesse a usar em seu favor e que isso lhe garantisse uma vitória mais do que certa.

–Olhe bem para mim! Não tente desviar o olhar nem por um segundo... Encare o que fez a uma criança sem culpa nenhuma, mas que agora tem condições para fazê-la pagar por tudo que fez contra mim. -disse segurando-a pelos ombros, ignorando o fato de que ela poderia matá-lo facilmente caso resistisse e reagisse por um segundo, mas ele confiava que o horror de seu fardo poderia deixá-la imobilizada por tento suficiente para detê-la. -Você nem mesmo pode lidar com o próprio feitiço. Que tipo de bruxa é você? -perguntou irônico e com uma gargalhada de felicidade misturada a um certo temor e desespero. Estava mergulhado em raiva, nutria um ódio mortal por ela. Ela sim era a vilã de toda a sua história, se ela simplesmente não existisse tudo teria sido tão diferente... Ela simplesmente, ao seu ver, não merecia mais viver.

–Basta! -uma voz forte e máscula tomou conta do lugar e fez Percy soltar a rainha dos mares, ele conhecia a voz que nem era tão diferente da sua. Era uma autoridade que ele não podia e nem queria mais desrespeitar.Era seu pai. -Deixe que eu termino com isso. -ele disse chegando mais perto do filho, mesmo sem olhá-lo nos olhos, tocou-lhe o ombro e o afastou calmamente. -Você pode matá-la assim e, por mais que seja algo que quer, pode ser um motivo para arrependimento no futuro. Não somos assassinos. -ele disse e, por mais que Percy quisesse continuar e ver aquela deusa pagar com sofrimento por tudo que o fizera passar, sabia que o pai estava certo. Afastou-se o suficiente para deixar que seu pai fizesse o que era certo.

Poseidon, estava um tanto quanto transtornado, em parte pela situação e, em parte, porque parte de seu pensamento estava definitivamente prejudicado pela culpa, afinal, seu filho quase matara uma pessoa (por mais desprezível que seja, ainda assim era um ser vivo e, pior, divino) e tudo isso porque ele fora negligente em proteger sua própria prole.

Ele ergueu a deusa, estava em um estado catatônico, os olhos dela estavam vidrados em um ponto atrás dele, a pele estava pálida e ela murmurava alguma coisa que ele não conseguia entender. Parecia estar quase louca, certamente não incomodaria ninguém por um bom tempo. Querendo ou não, fora uma boa lição. Fez um esforço para se concentrar e reunir forças para mandá-la para uma espécie de "prisão" no fundo do mar, era para lá que o Deus dos mares costumava mandar seus inimigos mais perigosos. Com certeza ela seria tratada da forma que merece. Assim que ela sumiu me uma nuvem de fumaça verde, Poseidon virou-se para dar atenção ao filho.

–Você está bem, Percy? -perguntou ele preocupado.

–Na medida do possível. -respondeu ele um pouco inseguro. -Quase perdi o controle e fiz algo ruim. -disse sem encarar o pai diretamente, estava sem sua máscara.

Ambos eram incrivelmente parecidos, a genética do Olimpo não costuma falhar, tanto que em uma situação como essa, Poseidon sabia exatamente o que o filho estava sentindo e ficou realmente bastante aliviado por ter chegado antes que algo mais grave acontecesse. Ele sabia o quanto o arrependimento poderia ser destrutivo, arrependia-se de muitas coisas, mas duas em sua eternidade costumavam pensar mais: abandonar o filho semideus e magoar a mulher que ama uma vez.

De ambos os arrependimentos, ele poderia apenas tirar uma lição: não repetir os mesmos erros. Lutara por Percy hoje e o faria quantas vezes mais fosse preciso, mesmo que as regras fossem quebradas, era algo que valia a pena. Ele nunca gostou de regras mesmo. E por Atena, bem... Acho que ele também pensa em lutar por essa, mesmo que a batalha dessa vez seja bem mais complexa e as chances de vitória reduzidas.

–Eu sei que o momento é delicado, mas devo dizer que nunca estive tão orgulhoso de alguém como estou de você agora, Perseu. Você cresceu e se tornou um homem forte. -Poseidon e afastou e pegou o que restara da máscara branca de seu filho. -Cometi muitos erros com você, meu caro, mas estou disposto a repará-los... Sei que não será um tarefa fácil e tampouco que receberei seu amor, mas acho que podemos... Tentar agir como pai e filho, por mais que seja complicado levando em conta que... -ele não continuou.

–Que você é um Deus. -completou Percy. O silêncio se instalou por alguns segundos, até que Percy decidiu dizer algo que nunca imaginou proferir ao pai: -Obrigado. -disse sinceramente.

–Não agradeça, não fiz mais do que minha obrigação como pai. -ele disse e se permitiu tocar o ombro do filho num gesto carinhosamente paternal. -Acho que vamos precisar de uma outra máscara para você- ele disse.

–Acho que não será necessário. -a linda voz de uma mulher (igualmente linda), fez-se ouvida no local. E, depois de uma elegante luz rosa, eu dei o ar de minha graça. -Não se depender de mim. -falei enquanto olhava para meus dois marinheiros favoritos.

–O que faz aqui, Afrodite? -perguntou Poseidon.

–Nossa, já fui mais bem recebida. -eu disse um pouco ofendida. -Geralmente a deusa da beleza é recebida com flores e elogios.

–Não temos isso no momento, desculpe. -disse ele, estranhando minha presença.

–Não se preocupe, dessa vez deixarei passar. Porque talvez essa seja a primeira vez que interesso me por um casal, mais do que eles se interessam por minha ajuda. -eu declarei. -E já que todos os deuses estão interferindo, pensei: Ah, por que não? -eu disse me aproximando de Poseidon. -Atena também está aqui. -sussurrei e senti que ele gostou da notícia.

–Atena? -perguntou.

–Ela queria estar com a filha, vocês sabem... Acalmá-la.

–Percy! -Annabeth veio correndo, ignorando os protestos da mãe e dos amigos. -Pelos deuses, você está bem! -ela abraçou o marido, que carinhosamente a tirou do chão durante o abraço. -Eu rezei tanto... -ela disse com lágrimas nos olhos. -Achei que estivesse morto, achei que...

–Ei, eu prometi que ficaríamos juntos... Entenda uma coisa, Annie -ele disse colocando-a bem de frente para ele, já que ela não era afetada por sua maldição - não há nesse mundo que possa nos separar. -ele encostou seus lábios nos dela, em um beijo calmo, mas recheado de carinho e saudades.

–Ah, o amor... -eu disse suspirando.

–O que faz aqui, Afrodite?-perguntou Atena desconfiada. Parecia a primeira vez que ela se importava com a minha presença no local.

–Desculpem-me se estraguei o momento em família, mas eu tenho tanto interesse aqui quando vocês, meus caros colegas de olimpo. Meu departamento está sendo fortemente presente aqui e, portanto, merece minha atenção especial. -eu disse, mas ela pareceu ainda não sentir-se nem um pouco convencida.

–O que isso significa? -perguntou ela.

–Significa que eu tenho a solução para um problema que nem mesmo dois dos Deuses mais poderosos do Olimpo puderam resolver, e por mais que eu queira e possa ficar aqui me gabando para vocês, é de seus filhos que eu vim tratar. -respondi e vi que nem Atena e nem Poseidon tiveram respostas decentes para proferir.

–Explique-se. -disse Poseidon.

–Annabeth... Percy, queridos. Podem se juntar a nós? -lamentei interromper o momento deles, passaram tanto tempo separados! Tadinhos, mas era a minha vez de ajudá-los e, preferencialmente, não aparecer diretamente na vida deles durante um bom tempo. O que não, de fato, significa que irei me afastar da história (por favor, sou a Deusa do amor, tenho meus truques).

Percy não largou Annabeth em nenhum momento, seus braços estavam sempre ao redor dela, como se esperasse que a qualquer momento alguém pudesse levá-la de si. Quem poderia culpá-lo? Afinal, nos últimos meses, toda a vez fora exatamente assim.

–É bom vê-lo vivo, Perseu. -disse Atena um pouco desconfortável, ela ainda se sentia culpada por tudo o que fez para separá-los e mesmo assim não media esforços para reparava seus erros.

Palmas para os Deuses do Olimpo, parece que depois de Eras, finalmente estão dispostos a aprenderem alguma coisa!

–Obrigado, Lady Atena. -ele disse, um pouco desconfiado.

–Enfim, vamos logo ao que nos interessa, não é mesmo? -disse eu. -Duvido que algum de nós queria perder mais tempo. -eu disse variando meu olhar entre os dois casais ali formados, querendo ou não... Todos estavam em meus planos. -Vocês podem ter vencido suas batalhas internas e lutado pelo que queriam, mas quem realmente venceu por vocês foi, na verdade, eu.

Um segundo de silêncio tomou nosso momento. Ninguém disse nada, mas todos queriam protestar.

–O amor venceu. E por mais orgulhosos e cabeça-dura que sejam... -olhei para Atena e Poseidon -acho que todos vocês descobriram que nada pode ser mais forte do que o amor. E eu sei que vocês sabem disso, podem não concordar, mas devem saber que eu sempre estive certa. Sobre tudo. E eu realmente fico muito orgulhosa de vocês, meu caros... E, portanto, decidi fazer um adorável concessão a vocês.

–Hã... -Percy não me olhava, assim como eu não me atrevia a olhar em seu rosto. -Posso saber que tipo de concessão? -ele parecia confuso, assim como seu pai.

–Bem, vocês podem ter se reencontrado, ajeitado a situação com os filhos e feito o culpado pagar... Mas há uma única coisa que ninguém sabe como consertar: A maldição de Percy.

–Não me diga que sabe uma forma de reverter isso? -perguntou Atena.

–Não apenas sei, como farei. -eu disse dando meu melhor sorriso vitorioso.

–Mas... como? -perguntou Annabeth.

–Ah, minha querida, você não tem ideia dos poderes que o amor possui. Toda a magia tem uma falha e, até as mais fortes como a que foi jogada em Percy, pode ser quebrada pelo amor.

–Então... Se tudo o que precisa é amor, então porque Percy continua assim... Quer dizer, eu o amo. -ela disse ficando um pouco vermelha, mas não deixando de ser verdadeira.

–Porque para quebrar esse feitiço, precisamos de outro caso de amor... Um amor se manifeste. Um escondido, de certa forma, proibido e tão reprimido que nem mesmo os próprios amantes sabem como reproduzi-lo e, nem por isso, ele deixa de existir

–Não está falando de nós. -disse Percy a ela, e por algum motivo, ele já sabia que se tratava do pai e da... Hã, sogra.

–De quem...? -Poseidon começou a perguntar, mas não terminou. Olhou discretamente para Atena e pareceu entender. -Ah...

–Creio que esteja errada, minha cara. -disse Atena, como sempre se defendendo de tudo que não pode controlar.

–Não, eu não estou. E você sabe disso. -eu a encarei por um longo segundo. Nem mesmo a sabedoria poderia competir com o sentimento. -E o único jeito de quebrar a maldição é dar um pequeno passo, que permitirá novas possibilidades. Para os dois.

–E qual seria esse passo, só por curiosidade? -perguntou Poseidon, nem ele e nem Atena conseguiam se encarar.

–Perdoar.-eu disse a frase imperou solitária no ar por muitos segundos. -É tão simples e ao mesmo tempo.. Tão complicado, não é mesmo?

–Só isso? -perguntou Percy.

–Parece pouco, mas não é, não para eles. -eu disse.

–A maldição de Percy não deveria estar ligada a outras pessoas. -disse Atena. -Não parece justo.

–É justo no ponto de vista do universo, do amor e do meu também. Se em vez de procurar mil e uma explicações você apenas seguisse seu coração, metade dessas coisas não aconteceriam.

–Tudo que eu preciso fazer é perdoá-lo? E então tudo terá acabado? -perguntou ela.

–Na prática.

–Então, que seja. -ela se virou para Poseidon, um tanto bruscamente e disse: -Poseidon, eu o perdoo por tudo o que fez.

Ambos esperaram por um momento.

–Sem luzes? Brilhos ou trovões? -perguntou Annabeth. -Nada?

–Não foi do fundo do seu coração, Atena. -disse eu. -Nós duas sabemos que você está apenas dizendo palavras fortes e se colocando como superior. Abandone essa postura e sinta, apenas queria perdoar.

–E se ela não quiser? -perguntou Poseidon, era a primeira vez que falava desde que Atena tentara perdoá-lo.

–Acho que isso fica a cargo de vocês. Já sabem o que fazer, apenas... Façam. Não pode ser assim tão difícil. Vou ajudá-los, não estando mais aqui. Meu trabalho está feito, o resto é apenas com vocês. -eu disse e me aproximei de Percy e Annabeth. -Vocês também deveriam dar algum tempo a eles, acho que vocês dois lembram o quanto é complicado entregar-se assim, não é? -Pisquei para Annabeth. -Saibam que é por vocês que os deuses resolveram intervir. Algo assim... tão forte, faz com que todos queiram ajudar. Até mais, meus queridos. Sejam felizes, reservei muitas aventuras para os dois.

Desapareci. Como eu mesma disse, apenas quem ama pode resolver seus problemas com o amor. A verdade, meus caros leitores, é que somos nós quem movemos nossas peças no tabuleiro. Nenhuma força superior pode atuar em nossas vidas se nós não ao menos pararmos para jogar um pouco. Ninguém ganha sem jogar.

Pov: Annabeth.

–Então... acho que devemos dar mesmo um tempo a eles. -eu disse e puxei Percy comigo, deixando nossos pais se encarando por um longo momento, nenhum deles falava nada, apenas olhavam um para o outro como se quisessem dizer alguma coisa, mas simplesmente não tivessem coragem de proferir um só palavra.

–Concordo. -Percy disse e caminhamos até uma praça deserta na cidade.
–Eu nem acredito que tudo acabou. -falei olhando para ele. Tinha esquecido como seus olhos verdes eram intensos e como seus lábios eram convidativos. Ele estava um pouco mais bronzeado e uma barba por fazer estava o deixando mais charmoso, se é que tal fato é possível. -Eu senti sua falta, Percy. Foram longos dias cinzentos. -eu disse e ele tocou minha mão lentamente.

–Sabe... Eu teria agradecido por dias cinzentos... Eles iriam me fazer lembrar dos seus olhos. Seria como se não tivéssemos nos separado. -ele disse e tocou meu rosto num afago lento, fechei os olhos para sentir seu toque. -Achei que você queria aquele casamento, até cogitei ser o melhor para você. -ele disse e eu abri os olhos rapidamente, me afastando um pouco.

–Você achou que eu poderia amar outro homem? -perguntei incrédula.

–Eu apenas... -ele não pode terminar de falar, pois eu o interrompi com um tapa no rosto. -Annabeth, o quê...?

–Não pense isso sobre mim outra vez. -eu disse séria e com certa raiva. -Eu estava apenas tentando fazer o melhor para mim...

–Eu sei, eu sei... -ele disse tentando se reaproximar. -Desculpe. -ele sorriu de um jeito que nem mesmo toda a raiva do mundo poderia permanecer. -Será que você pode me perdoar por isso? -perguntou ele, ainda sorrindo. -Apesar de você ficar adorável com raiva, eu não gosto que se irrite comigo.

–Pensarei sobre o assunto. -falei cruzando os braços.

–Tente não demorar, senhora. Pois eu ando com a intensa vontade de beijá-la por um tempo indeterminado, até que meu coração possa matar as saudades que ficou de sua pessoa durante o tempo em que estivemos separados.

–Eu creio que isso será possível, assim que o senhor convencer a si mesmo que não há nada no mundo que eu possa querer mais do que estar ao seu lado. -eu disse e ele sorriu.

–Acho que já estou convencido, Sra. Jackson. -ele disse e sem esperar que eu respondesse, puxou-me para um beijo lento e demorado. -Suas mãos ora brincavam com as pontas dos meus cabelos ora apertavam delicadamente minha cintura, enquanto as minhas se enterravam em seus cabelos pretos rebeldes, puxando-o mais para mim. Só nos separamos como o ar se fez necessário.

–Incrível. Como cada vez que beijo você, sinto como se fosse a primeira vez. Você se lembra?

–Claro. Você estava se despedindo... Partia em uma viagem para falar com seu pai, fora o fato de eu estar me despedindo de você, fora ótimo. Não espero ter que me despedir de novo.

–Não, não mais... -ele disse e me abraçou forte, apoiando o queixo em minha cabeça. -Não posso mais ficar longe de você.

–Nem eu. -falei virando-me para olhar para ele, colamos nossas testas. -Acho que esse é apenas o nosso começo. Meu, seu e... bem, de quem ainda vem nos fazer companhia. -eu disse segurando meu ventre.

–Acho que essa vai ser nossa maior aventura...

Pov: Narrador.

Atena e Poseidon estavam atônitos. Em parte, simplesmente porque o fato de estarem juntos já os deixava um tanto quanto encabulados e, em parte, porque estava nas mãos dele a solução para um grande problema. Atena sabia que os planos de Afrodite sempre envolviam alguma coisa que a fizesse perder a posa de mulher forte e destemida, isso a irritava tanto que poderia jurar que a deusa do amor estava apenas tentando fazer uma espécie de piada com ela.

Poseidon estava esperançoso, a ideia de ter uma Atena aceitando suas desculpas de Eras e Eras de conflito parecia uma espécie de utopia antiga. Ele entendia que para ela era complicado, mas sabia que ela estava se esforçando. Ele não queria que ela estivesse apenas fazendo isso para libertar Percy, ele queria que ela estivesse disposta a perdoá-lo pelo simples fato de assim ser melhor para ela.Porque ela o queria perdoar. Simples.

Ele não se sentia merecedor desse perdão. Quantas vezes já não o pedira para ela e quantas vezes ela não o negara? Milhares? Talvez. Depois de todo aquele tempo, ele nem sabia mais porque ainda nutria aquela esperança. Na verdade, sabia sim. Esperava no fundo do coração que eles ainda pudessem ter uma chance, podia tentar se convencer do contrário, mas seus sentimentos por ela nunca mudaram.

Com ela, o mesmo acontecia. Dizia-se indiferente, o desprezava, mas a verdade é que esteve todo esse tempo guardando em si um sentimento descontrolado que continuava a nutrir por ele. Virava o rosto, respirava fundo e dizia não se importara quando ouvia boatos sobre ele com outras mulheres, mas é claro que ela se importava! Sempre se importou. Mas o que ganhava com isso? Nada além de mais um coração partido e isso, ela não poderia se permitir ter. Nunca mais.

Não é?

Não.

Porque por mais que a mágoa seja grande, se você sente falta de algo é porque uma vez foi suficientemente bom para deixar saudades. Ela sentia falta dele, sentia falta daquela emoção de estar com ele, do coração batendo tão forte que ela temia que ele poderia ouvi-lo.

Eram bons tempos. Mas... será? Poderia mesmo ignorar todos os avisos de sua mente e deixar toda essa raiva ir?

Sim.

Poderia.

Porque quando tratamos de amor, devemos ignorar um pouco a razão. Era a hora de ser corajosa e dizer o quanto o queria de volta em sua vida.

–Não acho que isso vai dar certo. É melhor irmos embora e... -começou ele.

–Não... Vai dar certo. -disse ela, impedindo que ele fosse embora. -Porque... Eu realmente quero que as coisas possam dar certo entre nós, e também por nossos filhos. -ela disse e ele a olhou por um longo momento.

–Você não está fazendo isso apenas pelo meu filho, está?

–Não. Eu estou fazendo por mim. -ela disse ficando um pouco corada. -Porque é o certo, para mim. Talvez eu tenha feito tudo isso durar tempo demais, o que não foi junto com nenhum de nós. Se eu perdoo. Sim, eu te perdoo. Mas isso não significa que eu vou esquecer tudo o que aconteceu, apenas que... Podemos colocar uma pedra nisso e seguir em frente. -ela disse.

–Podemos?

–Sim.

–Isso abre... Possibilidades, certo? -ele disse sorrindo abertamente e esperançoso, porque podia ver no fundo dos olhos dela um brilho que a muito tempo não via ali presente, um brilho que costumava ver na época enque tudo estava vem entre eles.

–Talvez, Poseidon. Talvez. -ela disse e não pôde deixar de sorrir, porque era algo que queria e que não era tão difícil assim acontecer. -Devemos ir. Não estamos mais sendo requisitados por aqui, é hora de retornarmos ao Olimpo e deixar que nossos filhos tomem as rédias da situação. -ela disse e ele sorriu, nem mesmo estava com vontade de ir embora, havia coisas no mundo mortal que ele ainda gostaria de resolver, mas era ela quem estava pedindo... E ele nunca negaria a um pedido dela.

Atena sorriu mais uma vez. Sentia como se um enorme peso fosse retirado de suas costas. Pela primeira vez, se sentia livre. Todos aqueles anos e todas aquelas mágoas haviam tornado-a uma pessoa ainda mais fria e orgulhosa. Pela primeira vez em Eras, ela sentia como se pudesse ser simplesmente ser feliz. Transportou-se de volta para o Olimpo, deixando aquele lugar em paz.
___________________________________________________________
Não muito longe dali, Nico e Rachel respiravam fundo pela primeira vez em muito tempo. Estavam tentando retirar todos os convidados que haviam prendido na igreja. Aquela não seria sua prioridade inicial, mas na falta de assunto do momento entre eles, acharam melhor libertar os pobres mortais que ficaram de fora de toda a ação acontecida do lado de fora. Fora bom deixá-los de fora, por mais que a névoa pudesse encobrir a realidade dos olhos mortais, nunca se sabe o que pode ser a eles mostrado.
–Acha que tudo vai ficar bem agora? -perguntou Rachel.
–Espero que sim. Quer dizer... o pior já passou, mas nunca se sabe o que pode acontecer. -respondeu Nico enquanto puxava a pesada tranca de madeira que havia colocado na porta da igreja.
–Creio que teremos menos problemas. Por enquanto, está tudo bem. -ela disse e suspirou pesadamente.
–Quase tudo bem. -ele respondeu enquanto abria as portas e deixava uma leva de convidados mal humorados saírem correndo.
–Quase? -perguntou ela, desentendida.
–Ainda há certas coisas que ainda não resolvemos e que nem mesmo os deuses podem ajudar. -disse Nico e Rachel o olhou preocupado.
–O que ainda não foi resolvido? -perguntou confusa.
–Nós. -ele disse apenas e andou em direção onde Percy e Annabeth haviam seguido juntos, deixando para trás uma Rachel completamente perplexa.
–Espere aí Nico Di Ângelo! Você não pode dizer algo assim e sair andando sem maiores explicações. -ela foi andando atrás dele, um pouco enfurecida e ainda muito confusa. Nico não era o tipo de pessoa que falava abertamente sobre alguma coisa, portanto qualquer iniciativa vinda dele deveria ser considerada um grande passo para a evolução humana. -O que você quer resolver entre nós.
–Acho que não cabe mais sermos somente amigos, depois de tudo o que passamos e dissemos. Eu não sei se você corresponde, mas você certamente deve saber o que eu sinto. -ele disse e por um segundo imaginou estar se afogando em um mar de sentimentos, pois nem mesmo sabia o que sentir. Estava inseguro, tímido, nervoso, esperançoso e temoroso diante de tudo isso, eles simplesmente não conseguia escolher sentir uma coisa por vez.
–Eu... Simplesmente concordo com você. -ela disse. No princípio, não demonstrou nenhuma reação, deixando Nico um tanto quanto confuso, mas logo depois um largo sorriso foi tomando conta de seus lábios rosados. -Quer dizer... Por que não?
–Então... Você e eu... -ele tentou dizer alguma coisa, mas eram informações demais para o filho de Hades
–Acho que sim... -ela disse tão vermelho quanto seus cabelos.
–Então...
–Então... -eles se encararam por um segundo, sem dizer ou fazer alguma coisa... -Acho que você deveria vir aqui e me beijar, não é? -ela disse já cansada de ele ser sempre tão parado e de aquele momento não ter sido completamente perfeito.
E assim ele o fez, o magnetismo entre eles era inegável. Aproximou-se cuidadosamente e tocou-lhe a face com delicadeza. Os rostos estavam próximos, bem próximos. Até que os lábios roçaram lentamente e finalmente o beijo de verdade começou. Era como mágica. Nico podia jurar que os lábios dela eram muito melhores que todo o néctar do mundo. Tão viciantes e macios que ele não se perdoou por ser humano e mortal e precisar de ar.
–Tenho a impressão que demoramos tempo demais para chegarmos a isso. -ele disse.
–Acho que podemos recuperar o tempo perdido depois. -ela disse piscando para ele e o puxando pela mão, para que assim pudessem continuar o que estavam fazendo antes de Nico resolver abrir seu coração: ir atrás de Percy e Annabeth.
Andaram de mãos dadas até a praça onde os dois estavam abraçados. Parecia uma cena de filme, todos estavam tão... serenos. Pela primeira vez não havia nenhum motivo aparente para correr, lutar ou mesmo temer. Fazia muito tempo que ninguém sentia aquela paz e aquele sentimento estranho de "eu acho que agora vai ficar tudo bem". Podia ser fugaz e relativo, mas nem por isso deixava de ser menos precioso.
Quando chegaram na praça, Rachel disse:
–Não achei que fossemos estar todos juntos de novo. -ela disse sorrindo. Annabeth foi abraça-la e Percy estava de costas, pois sua máscara havia se desfeito durante a briga.
–Nem eu... Mas não quero pensar mais nisso, a realidade não costuma ser tão perfeita assim.
–Você nem faz ideia do quanto procurarmos por você e nem do quanto esperamos para ver todo mundo junto de novo. Até Grover está aqui, ele está tentando convencer a maioria dos mortais de que nada demais aconteceu aqui, mas duvido que eles irão acreditar.
–Sinto dizer, mas no momento, tudo o que me importa são vocês e não o que os mortais podem ou não pensar a respeito. Deixe a névoa cuidar disso ou simplesmente deixe onde está. Passamos muito tempo tentando arrumar as coisas e não percebemos que desarrumadas elas são mais reconfortantes. -explicou a jovem.
–Não é a toa que ela é filha de Atena. -disse Nico com uma risadinha, ele parecia tão alegre que Annabeth logou procurou o motivo e encontrou a resposta nas mãos unidas do moreno e da ruiva. Ficou satisfeita por eles.
–Deve se honrar o sangue que temos... Ou algo assim. -ela riu.
–Eu abraçaria você também, Percy. Mas... Você sabe.. -disse Rachel, notando que ele continuava ali parado, sem poder participar da conversa mais ativamente. Parou para pensar o quanto deveria ser desgastante conviver com isso com anos. Era a pior maldição que alguém poderia receber. Segundos depois, percebeu que ainda faltava algo para que aquele dia fosse ainda melhor.
–Eu sei. -ele respondeu balançando a cabeça.
–Pode parecer uma ideia um tanto quanto bizarra agora, mas... Nossos pais e Afrodite falaram sobre a sua maldição, de um jeito para anulá-la. Quem sabe não podemos tentar? -Disse Annabeth, como se pudesse ler pensamentos.
–Não sei se isso é uma boa ideia... -ele começou.
–Já passamos por muita coisa para você não ter fé em algo assim. Só dessa vez, por mim. -ela pediu de um jeito que ele simplesmente não pôde contrariar.
–Ela está certa, Percy. E mesmo se as coisas continuarem iguais, bem... Não vamos nos importar. Somos seus amigos. -disse Nico.
É claro que normalmente Percy nunca concordaria com algo assim, mas talvez eles estivessem certos e, Annabeth a cima de tudo, poderia estar falando sério com todo aquele discurso sobre ter fé e acreditar que algumas coisas podem acontecer, se acreditarmos.
E existe um motivo bem claro para se acreditar nos filhos de Atena, certo?
E, é claro, que se certos deuses e o Destino ajudarem. Tudo poderia ser possível.
E ele decidiu acreditar... Porque há vezes onde isso é tudo o que precisamos fazer...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu realmente espero que não me matem.
Nos vemos para o fim do fim e para o epílogo.
Beijos
até mais *--*