Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 53
O casamento -Parte III


Notas iniciais do capítulo

Santa Atena, aqui estou eu. Eu sei que todos vocês querem saber o porquê de eu ter demorado tanto e provavelmente querem me matar, eu não vou impedir, porque eu entendo. Sinto muito ter deixado a todos vocês sem nenhum capítulo ou notícias minhas, mas eu gostaria que vocês entendessem que não adiantava nada eu continuar a escrever uma história que se perdera dentro de mim. Eu já havia escrito os capítulos finais, mas eles simplesmente não estavam aos pés do que vocês mereciam e muito menos do que eu sei escrever. Verdade seja dita: eu perdi a inspiração completamente ( e me envergonho em dizer que isso aconteceu por problemas pessoais -lê-se "amorosos"). Mas eu estou de volta e mesmo que eu não esteja 100% recuperada, isso é o que eu posso fazer. É o penúltimo capítulo, pois estou trabalhando no final, uma vez que apaguei o original, pois este não estava satisfatório. Espero mesmo que gostem e não desistam de mim.
Dedico a todos aqueles que acompanham essa história. Obrigada gente!



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Pov: Afrodite.

Rachel não entendia muito o que estava acontecendo ao seu redor, em parte porque tudo acontecera muito rápido e, em parte, porque com Nico tão próximo assim de sua pessoa, as coisas se tornavam pouco claras e realmente muito embasadas diante de seus olhos. Percy apenas os convencera a roubar uma carruagem e partirem o mais rápido possível para a cidade de Annabeth a tempo de impedir que ela se cassasse com o conde.

Querendo ou não, a ruiva sentia-se um tanto quanto intimidada dentro da "missão" de resgate e isso não se deve ao fato de um dia já ter estado perdidamente apaixonada por Percy, longe disso. Agora o que a deixava confusa era o fato de sentir certa inveja de Annabeth, pois por ela, Percy estaria disposto a enfrentar tudo e todos. Ela queria que alguém estivesse disposto a largar tudo por ela.

E quando eu digo "alguém", bem, ela já tem alguém bem especificado em mente.

Nico é exatamente o tipo de garoto que deixa a mente das garotas atordoadas, mas não que esse seja o seu intuito. Na verdade, esse fato é inconsciente para o filho de Hades. E por mais que quisesse se tornar um alguém que fosse um pouco mais compreensível, sabia que, de certa forma, isto era a única barreira que ainda tinha para se defender do mundo cruel que o cercava, mas esta mesma barreira o estava separando de Rachel. Ele não podia deixar isso acontecer. E mesmo que não tivesse certeza de nada sobre o que realmente acontecia entre os dois, vendo Percy mover montanhas para encontrar a mulher que ama, decidiu que era melhor arriscar de uma vez viver aquele amor ou logo se portar para esquece-lo.

–Então, temos um plano? -Rachel perguntou, tirando Nico de seus devaneios (que por sinal eram inegavelmente sobre a ruiva)- Ou vamos apenas invadir e roubar a noiva? -perguntou enquanto se segurava do jeito que podia na carruagem velha que roubaram de um homem aparentemente abastado. Ela estava odiando aquela viagem em alta velocidade, ainda mais quando quase voavam quando passavam pelos buracos da estrada e quase desmontavam a carruagem.

–O plano é simples: chegamos na igreja, impedimos o casamento e pegamos Annabeth. -disse Percy.

–É o mesmo que nada. -disse Nico.

–Podemos pensar em alguma coisa no caminho, mas se ela disser "sim" antes que possamos chegar lá, estará tudo perdido.

–Eu sei, mas não acho que isso será nem de longe fácil. O povo da cidade irá se revoltar ais uma vez contra nós e, já sabemos do que eles são capazes, além do mais... O pai de Annabeth também estará lá e isso pode ser a pior ameaça.

–Vocês acham que eu não sei disso? -perguntou desviando o olhar da estrada para os amigos por um segundo. -Mas eu não posso perder mais tempo. Caso prefiram não arriscar, eu entendo, mas Annabeth e eu passamos por muita coisa até chegar aqui e eu não vou deixar que ela seja tirada de mim mais uma vez.

–Não vamos abandonar a luta. -disse Rachel calma. -Só estamos preocupados em como vamos proceder para sermos bem sucedidos. Além disso, sua máscara está nas últimas, não vai aguentar a viagem, não conseguiremos andar pela cidade se seu rosto estiver descoberto, com todo o respeito...

–Rachel está certa, vamos precisar de, no mínimo, mais alguma ajuda. -ela disse e internamente orou a todos os deuses que conhecia pedindo que os ajudasse naquela jornada. -E a falta de sua máscara pode mesmo ser um problema.

–Ninguém vai olhar para mim durante o casamento, além disso eu posso usar isso ao nosso favor e eu tenho quase certeza que já estão nos ajudando. Não estaríamos aqui se alguém não estivesse realmente torcendo por nós. -Percy podia não ser o meio-sangue mais brilhante, mas de alguma forma sabia que aquela carta não chegaria em seus mãos sem a interferência divina. -Mas é claro que vamos ter que contar um pouco com a sorte.

Ao terminar de dizer isso, Percy percebeu que poderia uma ajuda extra, pois logo a frente estava alguém que não via a muito tempo. Um amigo que escolheu, de fato, o melhor momento para reaparecer.

–Grover! -gritou ele para o homem-bode que fazia sinal para que parassem a carruagem.

–Não achou que poderia enfrentar isso sem minha ajuda, não é? -perguntou o sátiro já subindo na carruagem.

–Onde você esteve esse tempo todo? -perguntou Nico surpreso e feliz ao rever o amigo.

–Procurando vocês, mas mesmo que eu tivesse uma noção de onde estavam, preferi não me aproximar e chamar atenção. Tenho tido a impressão que algo anda nos vigiando, desde a invasão do castelo que tenho essa sensação. -ele disse em um tom sério, olhando diretamente para Percy, com a esperança que ele compartilhasse do mesmo temor, ou apenas fizesse ideia do inimigo que enfrentariam. E, por sorte, ele sabia muito bem do que o amigo falava.

–Eu entendo. -ele disse. -Só pode ser a mesma entidade que controla o pai de Annabeth.

–Esse vai ser o nosso maior problema. disse Grover. - Mas acho que você está bem encaminhado, Percy. -disse ele deixando o moreno confuso, pois ele olhava para algo a cima de sua cabeça. -Olhe para a cima, Percy.

O filho de Poseidon se surpreendeu ao ver que dois símbolos brilhavam em cima de sua cabeça, irradiando uma energia revigorante. A figura de uma coruja e de um tridente, lado a lado, giravam e brilhavam intensamente.

–São bênçãos. -disse Rachel. -De Poseidon e Atena... Algo muito poderoso, eles só podem confiar e torcer muito por você, Percy.

–Parece que sim. -ele agradeceu ao pai e a Atena em uma oração silenciosa.

O grupo continuou sua jornada, dessa vez com um pouco mais de confiança. Atena e Poseidon observavam de cima, enquanto torciam para que tudo terminasse da melhor forma possível, para que seus filhos pudessem viver o amor que os pais tanto negavam existir entre eles.

Enquanto isso...

Annabeth olhava ansiosa para dentro da igreja muito bem enfeitada com lindas rosas de todas as cores. O lugar estava lindo e lotado, ela mal conhecia as pessoas que estavam ali e queria muito ter um rosto conhecido ali no meio, que não fosse, é claro, Silena -mas é claro que Silena não podia oferecer todo o apoio que Annabeth precisava, pois minha adorável filha continuava com o coração partido ao ver o homem que amava casar-se com outra mulher.

A filha de Atena sabia que três corações sairiam muito magoados ao final daquela cerimônia. Charles, Silena e, é claro, ela mesma. Ainda por cima, ainda havia a questão de seu pai. A cada dia ele parecia menos humano, ao ponde de se tornar agressivo até mesmo com seus irmãos menores e sua madrasta, não havia feito-lhes nenhum mal, fisicamente, mais havia deixado todos como prisioneiros em sua própria casa. E mesmo que ele continuasse a agir como um louco, se ela olhasse bem no fundo de seus olhos, ainda conseguia ver o homem que a colocava para dormir.

Ele nem mesmo a levaria até o altar. A noiva entraria sozinha e muito triste naquela tarde. A música lenta começou a tocar e Annabeth se preparou para fazer sua grande entrada. Lembrou-se que da primeira vez em que se casou, não havia tantas pessoas para vê-la vestida de noiva, na verdade, não havia ninguém além dela mesma e de Percy.

As portas se abriram e ela caminhou até Charles, nervoso, ele lhe deu o melhor sorriso que pode. Seus olhos varreram a igreja e tudo o que ela viu foram aquelas pessoas detestáveis que destruíram seu lar e lhe roubaram um amor. O vestido longo se arrastava no chão da igreja enquanto a distância entre ela e Charles diminuía. Ela podia ver que durante todo o trajeto, ele não tirou os olhos de Silena -em parte porque ela estava realmente muito linda em um vestido azul que realçavam a cor de seus olhos e, em parte porque ele encontrara uma forma de dizer "me desculpe" com o olhar. Mesmo que não houvesse motivos se desculpar.

Pouco tempo depois, Annabeth estava ao lado de Charles. Ele pegou sua mão e depositou um beijo protetor em sua testa.

–Vai dar tudo certo. -ele sussurrou.

–Tem que dar. -ela respondeu.

A cerimônia começou, sua mente se perdia em mil e um devaneios enquanto o clérigo falava sobre a importância do casamento para o mantimento de uma sociedade harmoniosa e respeitável. Ela pouco prestou atenção nisso, assim como Charles. E por mais que nada ali parecesse certo, ao menos eles sabiam que estariam juntos nessa jornada. Annabeth se sentiu feliz por tê-lo ao lado dela, por mais que ele quisesse ( e precisasse) estar ao lado de outra.

Mas nem mesmo assim deixou de pensar em Percy e em como gostaria que ele estivesse no lugar do noivo, como na primeira vez. Fora tudo tão breve, mas ao mesmo tempo tão mágico. Desde os primeiros contatos... Quando ela invadiu sua biblioteca e o confrontou, quando conversaram pela primeira vez no jardim, quando ele lhe contou sobre sua maldição e quando se beijaram pela primeira vez. Sem perceber, sorriu feliz pela primeira vez em semanas.

–Pensando nele? -perguntou Charles em um sussurro ainda mais baixo,

–Sim... E você, pensando em Silena? -ele assentiu com a cabeça.

–Nós e nossos amores... -ele disse em um tom divertido e os dois riram, mesmo que a situação fosse difícil, ele ao menos podiam contar com a cumplicidade.

A cerimônia prosseguiu até o momento mais esperado, aquele em que os noivos aceitam um ao outro diante das testemunhas e do Deus que acreditam.

–Annabeth Chase, você aceita Charles Beckendorf, para amá-lo e respeitá-lo, até que a morte os separe? -a pergunta pairou no ar por alguns segundos enquanto a mente de Annabeth ainda tentava processar o que fora dito a ela. Sabia qual era a resposta que tinha de dar, mas no momento sua garganta simplesmente sumira com todas as palavras.

–Eu... -sua mente gritava pedindo para que ela dissesse sim, mas estava completamente paralisada. Não se imaginava casada com outro que não fosse Percy.

–Annabeth, você tem que responder... -disse Charles um pouco desconfortável.

–Aceito! -ela disse num salto, quase em um grito.

–Charles Beckendorf, você aceita Annabeth Chase como sua legítima esposa, para amá-la e respeitá-la até que a morte os separe?

–Aceito. -disse ele um pouco mais rápido que pode.

–Se alguém nessa igreja tem alguma coisa que impeça esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre.

Annabeth imaginou uma cena épica, igual aquelas dos livros de romance que ela tanto costumava a ler, onde o príncipe encantado faz sua entrada triunfal no momento mais crítico, justo naquele momento onde há a típica brecha para um impedimento. Mas no caso da filha de Atena, isso não aconteceu exatamente dessa forma.

Em vez de seu príncipe encantado chegar, quem levantou a voz foi seu pai, ou que um dia fora seu progenitor. Os olhos estavam de um tom amarelo estranho e assustador. Ele gritou para que o casamento fosse interrompido e partiu em direção à filha, segurando-a pelo braço e puxando-a consigo. Todos ficaram encarando a cena horrorizados, tentaram impedir, mas Frederick Chase era muito mais forte do que qualquer homem que estivesse no lugar, até mesmo do noivo, que acabou sendo jogado para longe.

–O que está fazendo? -perguntou Annabeth ao pai, enquanto ele a puxava pelo corredor que ela havia caminhado.

–Relaxe, querida... -disse uma voz que nem de longe era a de seu pai, era sombria e, estranhamente, lembrava uma mulher. -Eu apenas estou mudando um pouco os planos aqui, esse casamento não seria nem de longe algo ruim para você, Annabeth Chase, eu não poderia deixar que nem você nem aquela sua mãe consigam se sair melhor do que eu. Ela vai me pagar e vou usar você para fazê-la sentir dor.

–Quem é você? O que fez com meu pai? Solte-me agora! -gritou debatendo-se, mas mesmo que tivesse capacidade para lutar, não podia arriscar machucar o bebê, pois lembrara do que Apolo lhe dissera sobre os riscos de uma meio-sangue poderosa carregar um ser tão frágil dentro de si.

–Você só pode estar se fazendo de ignorante, minha cara, pois eu sempre imaginei que minha identidade fosse uma das coisas mais claras em sua vida, afinal, quem mais teria algo contra sua vida miserável e a daquele seu estúpido marido. -ele/ela disse em um tom mais agressivo, a esta hora já estavam fora da igreja. -Meu problema nunca foi com você, mas quem poderia imaginar que você, estúpida filha de Atena, pudesse também se tornar um problema? Nunca devia ter se apaixonado por aquela praga. -ao dizer isso, lançou a garota no chão.

–Anfitrite! -ela exclamou. -Você é quem comanda meu pai! E tudo isso apenas para se vingar de Percy? Qual o seu problema? Já não viu que conseguiu tudo o que queria? Você destruiu tudo o que eu mais prezava e agora acha-se no direito de continuar a me prejudicar!-disse Annabeth, sabia que era imprudente desafiar assim uma deusa, mas estava com tanta raiva e queria tanto ter uma espada para enfrentá-la quem nem mesmo estava se importando de aquilo ser uma causa perdida.

–Eu vou conseguir tudo o que mais quero, assim que você parar de respirar e fazer companhia para as parcas no submundo.

Um barulho de cavalos foi ouvido não muito distante de onde a cena acontecia. Annabeth estranhou, pois achou que praticamente todos da cidade estariam em seu casamento e, provavelmente, vendo e entendo alguma coisa completamente distorcida da real cena que ali acontecia. Seu pai/ Anfitrite estava prestes a atacá-la, quando o barulho ficou mais alto e, de repente, alguém de colocou entre eles.

Ela estava no chão, mas ainda assim conseguia ver a silhueta do homem à sua frente e esta parecia-se muito com a silhueta de alguém que ela julgava morto. Pensou estar delirando e cogitou a possibilidade de não estar mais no mundo dos vivos. Mas a verdade tornou-se mais clara quando o homem a sua frente lhe estendeu a mão e ela prontamente a segurou.

Aquele toque ela conhecia muito bem e nunca poderia confundi-lo.

–Percy! -gritou de imediato, sentindo lágrimas escorrerem de seus olhos. -Você... Você está...

–Vivo? -ele disse com um meio sorriso. Sua típica máscara branca estava aos farrapos e mudara para uma tonalidade cinza, e mesmo não podendo ver seu verdadeiro rosto agora, sentia-se reconfortada por tê-lo de volta. -Não achou que eu poderia deixa-la aqui, achou? -ele disse e rapidamente a puxou para um abraço forte. -Por um segundo achei que tivesse perdido-a para sempre, sinto muito não ter chego antes... -ele disse em um sussurro.

–Você está aqui, é o que importa. -ela disse com a cabeça em seu peito. -Meus Deuses, eu achei que tivesse perdido você!

–Nunca! -ele disse como uma promessa, beijando-lhe a testa. -Vamos acabar com isso e continuar de onde paramos. Tenho que resolver algumas coisas com minha madrasta agora. -disse e colocou-a para trás de si, puxando a espada e colocando-a em punho, já em posição de ataque.

–Vejamos quem apareceu dos mortos... É uma pena que Hades não possa desfrutar de sua companhia, aberração!

–Você fez isso comigo, sua...

–Nem tente me ofender, cria dos mares. Você não tem como lutar contra mim. Eu sou imortal e você é apenas um semideus patético que nem ao mesmo pode sair na rua sem assustar as pessoas. Você é um monstro, uma praga que nasceu para arruinar o que é meu. Levou a própria mãe a morte, por desgosto, e agora coloca em risco a vida da mulher que ama e de seus amigos. Todos ao seu redor sofrem as consequências de sua existência, dê um presente a eles e simplesmente morra! A terra não precisa ser habitada por criaturas como você. -Disse Anfitrite ainda no corpo do pai de Annabeth, o único problema de lutar contra ela seria acabar matando seu sogro, mas precisava tentar... Uma solução poderia ser pensada mais tarde, mas agora precisava proteger a todos.

–Muito menos você. Não vou deixar que machuque quem eu amo. Você fez da minha vida um inferno por muito tempo, mas agora eu posso e vou lutar contra você. -ele disse com veemência. -Se você me julga um monstro -ele disse apontando a espada para ela -mas eu sou bem pior que isso. Sou... Uma fera...


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Notas finais do capítulo

Bem, deixem reviews.
Estou com saudades.
Vamos recomendar.
Essas coisas entre autores e leitores que eu senti falta! *------------------*