Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 5
Maldição.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, demorei muito! Mas não me matem ainda, estou muito, muito, mais muito ocupada mesmo e não tenho mais tanto tempo quanto antes. Por isso logo teremos um dia para postar.
Boa leitura
Leiam as notas finais! São importantes!



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Pov: Narradora.

Os olhos dele estavam ainda focavam a porta fechada por onde sua esposa saíra a menos de meia hora. Meio-sangues não têm o hábito de ficarem parados por muito tempo devido aos seus inquestionáveis instintos de batalha (mais conhecidos como "hiperatividade") não permitiam que ficassem em um mesmo lugar, porém ele se sentia preso aquele pequeno espaço no chão desde que ela o deixara sozinho; aquela não era a primeira vez em que ficava sozinho, mas pela primeira vez aquilo que incomodava de fato. Havia muito tempo em que sentia-se perfeitamente confortável estar sem nenhuma companhia, mas quando aquela filha de Atena mostrara o quando a sua companhia podia ser proveitosamente agradável ele parou de sentir-se confortável. Havia alguma coisa nela que o fazia sentir-se... normal. Como um homem qualquer que vive sua vida sem a intromissão e sem caprichos de deuses como interferência.

Perseu gostava de pensar, como forma de encontrar consolo, que a vida de mero mortal não tem a mínima graça, afinal eles não têm como viver momentos de aventura, suspense e, aqueles mais sortudos, um romance verdadeiro e agridoce. Era uma pena, claro, que Perseu estivesse retido em sua própria maldição, limitando-se em ficar em sua casa sem ter o mínimo contato com os demais seres humanos. Trazer Annabeth para sua casa era um golpe de sorte, fora mais seu capricho do que qualquer outra coisa, mas antes de mais nada; aquela era sua forma de confrontar seu pai. Poseidon, de fato, não tivera culpa daquela terrível maldição ter sido jogada sobre ele, mas Poseidon também não fizera nada para combater ou mesmo reverter os efeitos que ela causara a seu filho. O deus dos mares nada fez quando seu filho foi forçado a se esconder de todos os olhares depois que sua esposa imortal vingara-se da cria bastarda de seu marido. Aquela, antes de mais nada, era a forma de Anfitrite de punir Sally Jackson, a mortal que deitara-se com seu marido. Afinal, qual a melhor forma de punir uma mãe do que causar dor ao seu filho? Fora cruel! Realmente cruel.

Perseu sabia muito bem que a mãe fora a pessoa mais importante de sua vida, nunca achou que poderia seguir em frente sem ela poucos dias depois ter falecido. O jeito como a mãe cuidava dele e não se importava com o fato de ele ter uma maldição estranha e nem mesmo se importava com o que os outros iriam pensar ao vê-la nessa companhia, era destemida e muito amorosa ou mesmo o jeito carinhoso que ela resolveu chamar-lhe: Percy. Seu Percy, seu pequeno menino amaldiçoado. Estranhamente, Percy podia encontrar aqueles certos traços que adorava tanto na mãe personificados em Annabeth Chase. Estava tendo certos pensamentos que não esperava que pudesse ter para com a loira dos olhos cinzas; como podia isto acontecer? Como podia gostar tanto de alguém que mal conhecia? Não sabia, não fazia ideia. Ela lhe tratava bem, não mostrou-se com medo de como ele poderia ser ou como poderia ser afetada pela maldição dele, simplesmente se aproximara dele temê-lo.

Definitivamente, era uma garota especial. A melhor esposa que poderia encontrar, mesmo que aquele casamento fosse (de fato) algo arranjado e completamente inusitado para ela. Mesmo sabendo que aquela união não seria vantajosa para Annabeth, gostava de saber que ela estava fazendo de tudo para tornar as coisas mais agradáveis. Nunca esperou que ela realmente se importasse com o fato dele nunca tê-la visto. Pelo menos agora ele sabia que ela poderia ser melhor coisa que já lhe acontecera. Não estaria mais sozinho... e estava começando a gostar

Pov: Annabeth.

Pelos deuses! Ainda sinto minhas pernas bambas e minhas mãos ainda estão frias. Não podia esperar surpresa maior do que estar  na presença de meu marido. Achei mesmo que nunca teria a oportunidade conhecê-lo. Não posso negar que o simples fato de ainda não ter-lhe descoberto o rosto deixa tudo ainda mais interessante. Um homem reservado, solitário e (inexplicavelmente) doce. Podia ser só minhas primeiras conclusões, mas o pouco  que sabia sobre ele já era o bastante para que tivesse a plena e total certeza de que queria conhecê-lo ainda mais. Sei que temos mais ou menos a mesma idade e nosso caráter relativamente parecido poderia fazer com que tivéssemos uma convivência ainda mais pacífica do que poderia imaginar ter um dia.

Eu ainda queria saber mais sobre sua maldição, mesmo sabendo que é por causa dela que todos o temem; de fato, nem mesmo isso poderia afugentar minha curiosidade para com sua pessoa, talvez pelo fato de ser filha de Atena, eu não encontre nenhum escrúpulo que possa manter-me afastada dele enquanto ainda puder descobrir mais sobre o que lhe tirou praticamente todo o convívio em sociedade. Não posso negar que teria corrido da biblioteca caso não estivesse solitária o bastante para recorrer a todo e qualquer tipo de companhia que pudesse encontrar pela casa, ainda bem que fui prudente o bastante para ter me apresentado a ele, ou então não estaria pensando no jantar que teríamos mais tarde.

-Isso realmente não estava nos planos. -eu comentei ao chegar em meu quarto. Encostei-me na porta e parei para recuperar o fôlego rapidamente. -Tem algo realmente muito interessante no sr.Jackson. -falei animada andando pelo quarto. Dirigi-me diretamente para meu guarda-roupa. O móvel era grande o bastante para que eu tivesse uma ampla visão de todos os meus trajes. 

Geralmente o jantar era servido pontualmente às sete e meia, portanto logo apressei-me em arrumar-me como se estivesse aprontando-me para um baile onde seria apresentada a meu pretendente. Infelizmente, Perseu Jackson e eu não teríamos tempo para essas conversas e momentos geralmente usados para que os noivos se conhecessem (mesmo em casamentos arranjados, eles tinham essas chances), mas pelo menos usaria esses momentos para agora conhecer melhor meu marido. Pulas algumas etapas, etapas importantíssimas, mas isso não significaria que não podia manter um convivência agradável com ele, ao que parece podemos ser bons amigos... enquanto as coisas correrem na mais profunda calma e transparência. Coloquei um vestido verde, que costumava gostar muito de usar em ocasiões especiais e onde os trajes deviam ser um pouco mais sofisticados que o casual. Prendi meus cabelos para o alto pela metade, deixando uma boa parte deles desceram por minhas costas em cachos longos. Pouco tempo depois eu já estava pronta, bem no horário.

-Srta. Chase! -chamou a voz de meu marido. Virei-me em direção da porta ainda fechada, ouvindo as batidas de suas mãos em punho contra a porta em não muito altos. -Já está pronta?

-Sim. -respondi sorrindo ao ouvir que nem mesmo ele já havia acostumado-se em intitular-me como "Sra.Jackson". -Sairei em um segundo. -falei vendo-me uma última vez no espelho.

-Vou esperá-la na sala de jantar. -ele avisou apresadamente a medida que aproximei-me um pouco mais da porta. Quando pude abri-la, ele já estava de costas caminhando para o salão.

Eu o segui o mais rápido que pude, mas só fui alcançá-lo quando já estávamos bem em frente á mesa. Um dos criados invisíveis puxou a cadeira da cabeceira para que eu sentasse, sem discutir, sentei-me rapidamente esperando que meu marido se sentasse ao meu lado, porém ele encaminhou-se para a cabeceira oposta, longe o bastante e escuro também para que eu não pudesse vê-lo.

Só pode ser brincadeira! -pensei quando ele se afastou. Um pouco irritada, cruzei meus braços e esperei que os criados invisíveis nos servissem rapidamente. Não falamos nenhuma palavra enquanto a mesa estava sendo preenchida por diversas comidas e bebidas apetitosas. Nos servimos ainda em silêncio, mas antes de terminar a primeira bebida, acabei perdendo a paciência que estava tentando manter naquele jantar. Afinal, aquilo fugia completamente de minhas especulações sobre como aquele jantar poderia acontecer, o que acontecia com minhas esperanças de saber um pouco mais sobre ele? Seriam simplesmente enterradas? Acho que não. Não é o tipo de coisa que costumo tolerar com facilidade.

-Sr. Jackson? -chamei um pouco hesitante.

-Sim? -ele perguntou prontamente.

-Posso perguntar o que causou, de minha parte, a distância que manteve-se entre nós este delicioso jantar? -perguntei formalmente desejando ver melhor suas expressões. Tudo o que ei podia ver era o formato de sua silhueta e o contorno de seu rosto.

-Desculpe, mas acho que não entendi sua pergunta, minha cara senhora. -ele respondeu confuso.

-Quero ter qualquer tipo de explicação que descreva o que fiz para afugentar o senhor para a outra ponta da mesa. -eu expliquei sentindo meu rosto corar um pouco. Esperei que as luzes que as velas produzissem em meu rosto não o deixasse notar minha evidente mudança de cor.

-Ah... lamento se a fiz pensar que foi por sua causa que sentei-me neste lugar. É uma tradição minha, não foi ocasionada por sua presença aqui hoje, mesmo que tenha usado-a como uma desculpa. -ele disse hesitante e confuso.

-O que o fez sentar neste lugar, então? -perguntei um pouco chateada por não ter recebido um resposta clara da parte dele.

-Ainda não quero que me veja. -ele disse diretamente. Por um lado, agradeci por isso, por outro, minha curiosidade foi estimulada a ficar mais aguçada com aquela declaração.

-Apenas lhe garanto, Sr. Jackson que este momento acontecerá qualquer dia desses, se quisermos mesmo conviver harmoniosamente, uma hora terá de mostrar-me seu rosto. Como já lhe disse uma vez, não se acanhe achando que irei julgá-lo por algum motivo fútil. É apenas uma questão de harmonia entre nós. -expliquei espertando que ele entendesse-me de uma vez por todas.

-Minha cara, creio que posso realmente acreditar em suas belas e determinadas palavras, mas pessoas como eu estão destinadas realmente a sempre ter um pé atrás com relação a alegações como essas. Sei que a senhorita seria incapaz de proferir contra mim qualquer tipo de julgamento maldoso, mas estove sozinho por muito tempo... qualquer aproximação por parte de qualquer outra pessoa é, sem dúvida, um grande passo. Preciso de certo tempo para poder ter a confiança necessária para crer que não vou afugentá-la daqui. E isso, pode ter certeza, é a última coisa que quero fazer. -disse hesitante, porém tentando parecer calmo, Sua voz estava carregada de sentimento, o que fazia com que cada palavra pronunciada por ele tivesse um ênfase especial. De fato, ele estava certo em pedir que eu fosse com calma. Mas será que eu conseguiria conviver com aquilo por muito tempo?

-Pode ao menos me dizer do que se trata? -perguntei insistente, esperando uma resposta positiva.

-Não acho que...

-Por favor. Pro meto-lhe que nada do que possa me falar irá fazer-me deixar esse lugar e sua companhia, sr.Jackson. Sem falar que é uma maneira de nos conhecermos melhor e preparar-me para o momento em que o senhor decidir mostrar-se para mim. -falei e ele pareceu ponderar por alguns segundo o que eu lhe pedia. Sabia que era algo complicado de se pedir, mas mesmo assim queria avançar um pouco em nossas conversas.

-Certamente, acho que não faria nenhum mal conceder esse tipo de informação. Porém, podemos ao menos deixar para depois do jantar? -perguntou-me como um ar divertido. -Não queremos desperdiçar essa bela refeição. -ele disse-me e eu apenas concorde com um sorriso, que dessa vez esperava que ele pudesse ver.

-Claro.

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O jantar passou perfeitamente bem e agradável. Conversamos um pouco, comentamos sobre a deliciosa comida que nos servíamos e de vez em quando ele ria de meu espanto quando algum criado invisível passava perto de mim segurando algum objeto do banquete. Apesar da agradável refeição não podia negar que estava mais do que esperançosa que ele passasse rápido o bastante para que meu marido falasse sobre sua maldição, sem dar nenhum truque para fugir do assunto que tanto interessava-me. Finalmente, depois de alguns minutos que mais pareceram horas, o jantar acabou e nos levantamos, caminhamos em direção à sala de estar. Praticamente corri na direção dela, e ele, percebendo minha ansiedade e euforia, comentou animadamente:

-Não esqueci de nossa conversa, srta. Chase. -ele disse.

-Estou apenas garantido-nos tempo. -respondi prontamente.

-Creio que será a última coisa que nos faltará. A noite é uma criança, afinal. -ele comentou antes de que eu me sentasse em um dos móveis da fala, recostando-me confortavelmente nele.

-Vai sentar-se junto a mim? -perguntei esperançosa.

-Por ora, deixe-me caminhar enquanto lhe conto. Não são coisas fáceis de serem ditas a uma moça delicada como a srta. -ele disse e não consegui controlar o impulso de lhe dizer:

-Senhor, acho que devo avisá-lo que não sou mais a srta.Chase. Para sociedade, hoje sou a Sr.Jackson. -comentei normalmente.

-É verdade. -ele disse surpreso com o fato. -Devo confessa-lhe que ainda não acostumei-me em tê-la como minha esposa.

-Não que eu me importe em ser a velha e simples Annabeth Chase, mas em todo caso devemos nos lembrar que o laço que nos une é bem maior do que uma simples e cordial amizade. -Não faço ideia dos motivos que me levaram a falar isso, mas logo que notei as palavras que havia proferido, meu rosto corou bastante.

-Certamente que é. -ele disse por fim. Alguns segundos de um silêncio constrangedor depois, ele disse: -Acho que posso começar a contar-lhe, não é?

-Sim, por favor. Não farei mais nenhuma observação estúpida. -lhe garanti.

-Bem... minha cara, não sei muito bem por onde começar a contar-ler sobre minha tragédia; afinal são tantos fatos que mal sei qual deles possa lhe parecer importante. Por isso, contarei-lhe apenas o resumo de todos eles. Um breve introdução, teremos tempo de debater todos os pormenores. -assenti com a cabeça para que ele continuasse, estava olhando para o nada, apenas seguindo a voz dele que vinha (nesse momento) do lado esquerdo da sala. -Como já deve saber, meu pai é Poseidon -deus dos mares- sua esposa imortal, com quem ele tem um filho (herdeiro de seu trono), ao saber que minha querida mãe havia dado à luz a um filho bastardo de seu marido, pois-se a juntar-se com Hera, especialista nesse tipo de assunto, para lançar um bela vingança na mulher mortal que deitara-se com seu marido. Pelo que sei, Hera aconselhou-a deixar para lá, ou mesmo apenas rogar uma praga simples que apenas interferisse na vida de minha mãe, porém Anfitrite queria mais, muito mais. Achou que a melhor forma de punir minha mãe era prejudicando a quem ela mais amava, no caso, seu primeiro e único filho. A maldição que jogada em mim demorou apenas um dia para ser descoberta. O Deus Hermes veio até minha mãe e lhe contou o que havia acontecido, antes que ela pudesse pedir ajuda aos outros deuses, o mal já estava feito... -ele parou por um segundo e não deu sinais de que iria continuar.

-O que aconteceu depois? -perguntei em um tom baixo, em um pedido breve de que não parasse.

-A maldição pegou-me de jeito. Perdi tudo o que tinha, assim como minha mãe. Todos os amigos e parentes se afastaram de nós para sempre, temendo que minha maldição fosse algo contagioso de tão terrível... -mais uma vez um silêncio se instalou. -Meu rosto... ele é... terrível.

-O que ele tem? Diga-me! -pedi exasperada. 

-Ele reflete o maior medo de quem me vê. Não importa quem seja ou onde esteja, sempre que olhar para mim será aquilo que tem mais medo... sendo assim... nem mesmo eu sei como meu rosto é de verdade. A maldição impede que qualquer um fica tempo suficiente comigo para perceber como realmente sou...

(continua...)


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Notas finais do capítulo

Não me matem!
Deixem reviews
digam oi!
Tá complicado para postar, então preciso de incentivo! Mandem uma penca de reviews e sejam bem legais comigo. Provavelmente amanhã ou depois eu poste e combinaremos dois dias na semana para as postagens! Okay!
Beijos!
até mais *--*