Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 47
Pedido de ajuda.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, eu queria muito ter feito um capítulo "ultra-mega incrível", mas não consegui de fato. Espero que gostem e prometo fazer de tudo para melhorar. Ah, e feliz natal -eu particularmente não curto muito essa data, mas fazer o quê? (Nada contra Jesus, mas... bem, minha vida é meio complicada...)
Até lá embaixo.



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Pov: Narradora.

Aquilo era algo complicado para se fazer, ainda mais para alguém como ela. Não era de seu feitio pedir ajuda a alguém, afinal, se existia algum ser no mundo que poderia resolver um problema, era ela. Mas agora estava ali de pé, tentando derrubar todo o seu orgulho para pedir encarecidamente a ajuda da pessoa que ela mais detestava no mundo, ou pelo menos era isso que ela tentava fazer parecer. Os olhos cinzas da deusa focaram na sala dele que ficava em um canto mais isolado do Olimpo. Apesar de ser um dos três grandes, ele preferia privacidade. O que era conveniente, uma vez que era um deus bastante procurado.

Ela esperava não encontrar ninguém no meio do trajeto, detestaria ter que dar explicações e ainda mais tendo que fazê-las parecerem plausíveis.

Sabedoria... Era esse o seu maior trunfo, então por que agora ela parecia ter a abandonado e dado lugar a uma constante e interminável sensação de insegurança. Ela deveria fazer tudo corretamente, seguindo a razão e nunca se arriscando. Mas as coisas estavam complicadas demais, nos últimos tempos, para que ela conseguisse agir da mesma forma que sempre fez éons atrás. Annabeth estava sofrendo achando que seu marido estava morto, grávida e sendo praticamente obrigada a casar de novo apenas para se manter segura. Além disso, o pai de sua filha agora era praticamente um escravo de uma força que ela ainda não identificara e seu genro estava em algum lugar na floresta tentando buscar a esposa na cidade.

Um perfeito desastre e parte da culpa poderia ser completamente e tranquilamente atribuída a ela, uma vez que não costumava medir esforços para afastar a filha daquele homem amaldiçoado. É claro que agora seu trabalho era tentar compensar o erro que cometia com frequência, mas não tem sido perfeitamente eficaz. Por mais que ande se esforçado quase até exaustão, se é que ainda não chegou, nada do que tem feito pode realmente ajudar sua filha.

E agora estava lá, na frente da porta dele. Ansiosa o bastante para querer entrar e temerosa o bastante para querer sair correndo.

Bateu na porta, mesmo não sabendo quando havia dado a ordem para sua mão ergue-se e tocasse a superfície de madeira polida, escura e detalhada com imagens de tridentes, peixes e outros símbolos do mar e de seus habitantes.

–Entre. -respondeu uma voz rouca e grava lá de dentro. Ela sentiu os pelos do braço se arrepiarem rapidamente.

Ela entrou. A pose confiante, a cabeça erguida e o andar majestoso a faziam parecer soberbe e levemente cruel. Aquela era a sua melhor armadura: mulher fria, inalcançável e perigosa. Era também sua melhor máscara.

–Atena. -ela pronunciou o nome calma e pausadamente, como antes mesmo se ser um nome fosse algum tipo de ordem ou mesmo invocação. -Ao que devo a honra? -perguntou ele educado, mas ela podia sentir a ironia sucumbir em cada sílaba que ele pronunciava.

–Gostaria de um minuto do seu tempo para debatermos um assunto importante e um tanto quanto delicado. -ela respondeu solenemente para que ele não notasse o quanto ela estava desconfortável por estar em uma sala sozinha com ele. Ele a analisou por um segundo, permitindo-se o quanto ela estava bonita e ao mesmo tempo como especialmente naquele dia seus olhos não estavam com o brilho feroz de sempre, mas não por isso menos bonitos e assustadores.

–E qual seria esse assunto? Não duvido que seja importante, uma vez que fez você vir até aqui para falar comigo, algo que imaginei ser impossível. -ele disse. Logo se arrependendo por fazer parecer que já havia imaginado Atena em sua sala, sozinha e bem... com bem menos vestes.

Ela caminhou até ele, a sala tinha uma cor azul serena. As paredes estavam repletas de quadros que retratavam cenas aquáticas e uma grande janela que lhe mostrava em tempo real seu palácio submarino. Ela podia ver alguns livros escondidos em prateleiras empoeiradas, ficou impressionado pelo fato dele ter algum livro. Um mapa singular com apenas a localização dos oceanos, rios e mares do mundo bem especificados estava pendurado na parede. Poseidon estava sentado atrás de uma enorme mesa de madeira -do mesmo tipo e provavelmente da mesma confecção da porta de entrada. Quando finalmente chegou até a cadeira que ficava de frente para ele, desabou sentada e já quase completamente sem controle.

–Preciso de sua ajuda. -confessou ela rapidamente e em voz baixa. Podia perder o controle, mas ainda não podia perder a compostura.

–Desculpe? -ele perguntou um tanto quanto animado demais.

–Não tente tirar vantagem disso, Poseidon. Eu não viria até aqui se não fosse uma condição extrema. -ela disse rapidamente.

–Tudo bem, mas conte-me logo o que quer de mim? -aquela era uma pergunta perigosa. Primeiramente porque ela não poderia dar uma resposta direta quanto a isso, se fosse impedida de mentir com certeza diria algo que a faria afogar-se em um mar de arrependimento. E em segundo, porque seus desejos não eram prioridade.

–Eu preciso que me ajude a ajudar seu filho a libertar minha filha. -ela disse rapidamente e ele a encarou por um segundo, tentando terminar de processar tudo de uma vez.

–Acho que vai precisar ser mais clara. -ele disse e ela bufou frustrada.

–Annabeth corre perigo. Seu filho precisa achá-la, mas ele também corre sério risco de vida se tentar algo impensado. -ela disse ele pareceu processar a informação mais rápido dessa vez.

–Que tipo de perigo? -perguntou ele preocupado.

–Do tipo que pode ser mortal e eles apenas desconfiam, mas não fazem ideia do que estão para enfrentar. -ela disse e ele respirou fundo.

–Do que precisa? -perguntou ele disposto a ajudar.

–Preciso que os avise, com algum sinal... não sei bem. Eu mesma o faria, mas recentemente Zeus tem me vigiado de perto, ele sabe que andei me intrometendo demais na vida de minha filha. Ele está levando a lei de "observar e não intervir" muito a sério ultimamente. Ele não vai permitir que eu chegue perto dela novamente, muito menos que eu ajude seu filho. -ela disse e ele a observou quieto.

–Desde quando você se importa com o que acontece com eles? Principalmente com meu filho? -ele perguntou.

–Essa questão não importante aqui. -ela disse rapidamente. -Você vai me ajudar ou não?

–É claro que eu vou. É meu filho. -ele disse. -Mas quem os está ameaçando?

–Pensei que já soubesse... Na verdade, imaginei que esse fosse o motivo para você não tomar partido de nenhum deles. -Atena disse olhando ao redor da sala, procurando desviar a atenção dos olhos dele sobre ela.

–Eu... eu não... -ele disse.

–Bom, eu lamento informar, mas sua esposa é a grande vilã dessa história. E não eu, como todos pensavam... -ela disse e ele olhou surpreso para ela.

–Eu nunca achei que você fosse a vilã. -ele disse solenemente.

–Achei que iria dizer alguma coisa sobre sua companheira imortal estar sabotando a vida de uma de suas crias, mas pelo visto você não me parece muito surpreso com o fato. -ela observou.

–De fato, surpreso eu não estou. Porém posso afirmar que estou decepcionado com tudo isso. Nunca achei que ela pudesse voltar a tentar fazer qualquer coisa contra Perseu, ainda mais depois da maldição que ela mesma lançou. -ele falou enquanto levantava-se de sua cadeira e dava uma pequena volta ao redor da mesa.

–Você não deve subestimar o poder de uma mulher raivosa. -ela disse acompanhando com o olhar a caminhada dele. -A vingança é sempre mais doce quando atinge mais de uma pessoa de uma só vez.

–Parece ter pensado muito no assunto. -ele comentou olhando com um sorriso fraco para ela. Apesar da situação, ela sempre o faria sorrir, mesmo que ela não tivesse a mínima noção disso.

–É o meu trabalho: pensar sobre os mais diferentes assuntos, nenhum especificamente, na verdade. -ela disse, era sua defesa, mas ela não sabia mais se el poderia ser detido por ela.

–Ora, eu apenas gosto de saber sobre o que você anda pensando, Atena. -ouvi-lo falar seu nome a deixou nervosa. Ela gostava da forma como ele dizia seu nome.

–No momento, eu só quero ajudar nossos filhos. Eu faria de tudo para deixá-los bem outra vez.

–A troco de quê? -perguntou ele curioso.

–Eu fiz muitas coisas erradas. Eu magoei aquela que amo e agora não posso apenas observar enquanto a vida dela cai em desgraça. É meu dever como mãe garantir que ela tenha o que eu deveria ter garantido para ela antes: felicidade. -ela disse por fim, soltando um suspiro profundo.

–Atena... -ele disse, mas ela se levantou rapidamente e declarou:

–Eu devo ir agora, devem estar sentido falta de mim no conselho dos deuses rotineiro. Espero mesmo que ajude.

–E eu vou. -ele disse antes que ela chegasse até a porta. -tem alguma sugestão sobre o que eu poderia, exatamente, fazer?

–Ótimo. -ela disse sorrindo calmamente. Ele adorava quando ela sorria assim.

–Poderíamos falar mais sobre isso, quer dizer... depois... -ele disse, não queria parecer desesperado, mas não sabia mais o que fazer por ela.

–Acho melhor não levantarmos nenhuma suspeita, Poseidon. -ele também adorava quando ela falava seu nome. -Mais daremos um jeito de arrumar as coisas, mas acho que antes de mais nada você deveria manter a vigilância solene sobre sua esposa. E o quanto mais discreto possível você possa fazer isso, melhor será, nos dará mais tempo e mais possibilidades. -ela disse e suas mãos delicadas tocaram a maçaneta rapidamente. -Obrigada, por fazer isso.

–Não precisa agradecer. São nossos filhos. Talvez não tenhamos sendo bons pais, mas pelo menos podemos tentar.

–Sempre.

–Obrigada pela visita! -ele gritou quando ela já fechava a porta, mas ela conseguiu ouvir.

* * * * * * * * *

Pov: Annabeth.

Eu estava na primeira prova do vestido de noiva. Era difícil para mim, mas para minha melhor amiga, Silena, estava sendo muito pior, disso eu tinha certeza. Ela havia escolhido o modelito com muito carinho, apesar de eu saber que ela estava partindo seu coração em mil pedacinhos. Ela ainda se oferecera para ser a madrinha, mesmo com meus pedidos para que ela desistisse, ela disse que iríamos fazer tudo isso juntas. Era melhor assim, tenho de admitir que por mais egoísta que parecesse, eu gostava de não estar sozinha dessa vez.

–Você está tão linda... -disse ela, eu vi seus olhos brilhando. Eu quase podia ver o que sua mente estava tentando imaginar: ela neste belo vestido, pronta para casar com o homem que amava.

–Obrigada. -foi só o que consegui dizer.

–Você vai ser a noiva mais linda que essa cidadezinha já viu. E eu particularmente terei alguma culpa nisso. -ela disse forçando um sorriso.

–Você não precisa mesmo fazer isso, Silena. Eu ainda posso desmarcar o casamento e você ainda pode confessar o que sente pelo conde.

–Não. Isso não. -ela disse rapidamente. -Você precisa fazer isso, pela criança que você carrega. -ela disse e dessa vez eu não podia discordar, afinal, de uma forma ou de outra ela estava certa. Por mais que eu queria ajudar Silena tanto quanto ela me ajuda, mas eu seria mãe agora, era meu dever proteger essa criança. -Não há nada o que discutir aqui.

–Silena, eu me sinto tão culpada... -eu disse.

–Ah querida, todas nós temos de fazer coisas complicadas... que às vezes podem doer mais do que podemos explicar, mas sempre há um motivo. Eu faço por amor. Porque eu amo você e porque nossa amizade é a coisa mais importante para mim agora.

–Eu também amo você, Silena. E por isso que isso parece tão errado.

–Vai ficar tudo bem, eu vou ficar bem. -ela prometeu, mas eu tinha certeza que ela não tinha tanta certeza assim. Desviei meu olhar do espelho e olhei para a rua, estava pouco movimentada. Uma silhueta similar passou rapidamente de uma esquina para outra e eu tive quase certeza que conhecia aqueles cabelos ruivos. Tanta, que eu rapidamente corri para a porta da loja de vestidos e chamei o nome de Rachel o mais alto que pude.

Não era ela, não podia ser... Ela não se virou e nem mesmo pareceu querer parar. Rachel Dare teria voltado e falado comigo, não é? Poderia sentar, poderíamos falar sobre Percy... Procurar por ele...

–O que você está fazendo? -Silena disse, zangada. -Você não pode fazer esforço, sua gravidez ainda é de risco!

–Desculpe...

–O que estava pensando?

–E achei ter visto...

–Visto?

–Rachel. Minha amiga, eu acho... Ela morava na mansão comigo e Percy, assim como Nico. Eu sabia que ela tinha saído a tempo... -eu disse e Silena me observava como seu eu fosse alguma lunática. -Mas deve ser apenas alguém parecida. -eu disse e ela pareceu se tranquilizar. -Vamos voltar para os ajustes... -eu disse e nós caminhamos de volta para dentro da loja.

* * * * * * * * *

–Eu preciso falar com você. -disse a ruiva assim que entrou no esconderijo que dividia com Percy e Nico. Logo que entrou, puxou logo o filho de Hades pela mão (o que o deixou particularmente feliz, mas não que ele fosse admitir isso para alguém algum dia).

–Sobre o quê? -perguntou Percy assim que viu o quanto a ruiva parecia estressada e nervosa.

–É coisa nossa. -disse ela fingindo um sorriso. -Vamos Nico? -ela disse apontando para a saída, onde poderiam falar sem a curiosidade de Percy atrapalhar.

–Claro... -ele disse hesitante, mas acompanhando a ruiva até lá fora. -O que tem de tão importante para falar? -ele perguntou curioso. A ruiva não parava quieta em um só lugar o que deixava o moreno nervoso.

–Não podemos deixar Percy ir atrás de Annabeth. -ela disse.

–O quê? Mas por quê? -perguntou exasperado.

–Porque ela está de casamento marcado... com outro homem...

–Não é possível!

–É possível, eu mesma a vi.

–O que faremos?

–Daremos um jeito, mas não podemos deixá-lo sofrer. Não mais do que já sofreu.


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Notas finais do capítulo

Deixem reviews de presente e favoritem... recomendações são bem-vindas.
Feliz natal...