Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 4
Biblioteca.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura *--*
Capítulo que vem saberemos qual a maldição do Percy.
*Iniciação a Percabeth*



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Pov: Annabeth.

 Já passaram-se três dias! Três dias e três noites que estou confinada neste casarão sem nem não ter nenhum contato com o mundo exterior. A carta que eu enviara à Silena ainda não tinha sido respondida pela mesma. Com esse tempo vivendo aqui consegui aprender e entender algumas coisas sobre o lugar e sobre as figuras singulares que aqui moram. Era, por exemplo, uma regra importantíssima (que não devia ser quebrada sobre nenhuma circunstância) que eu não poderia sair de meu quarto e perambular pela casa caso não tivesse a autorização do sr.Jackson; minhas suspeitas revelam que aquela regra provavelmente existia para que eu não tivesse a chance de encontrar-me com meu marido por obra do acaso. Também era algum tipo de regra que eu não não devia partir em direção ao jardim sem a companhia de alguns dos criados visíveis de meu marido. Quando digo "visível" não estou brincando. Grover e Júniper eram as únicas pessoas visíveis que andavam pela e serviam-me quando fosse necessário. Os demais serventes simplesmente não podiam ser vistos, as coisas se realizavam como se um monte de criados as fizessem; era comum ver vasos e pratos serem erguidos no ar e colocados nos lugares devidos por mãos invisíveis. Na primeira vez que me deparei com tão fato absurdo, acabei soltando alguns gritos e achando que podia estar sofrendo algum tipo de alucinação. Demorou um bom tempo antes que finalmente entendesse o que estava se passando, Grover teve que desperdiçar boa parte de seu tempo tentando explicar para uma filha de Atena (tipo de pessoa que faz muitas perguntas) qual a condição das pessoas que residiam naquela casa. Infelizmente, nenhuma de minhas perguntas sobre seu patrão foram respondidas naquele dia. Pelo que parece, não falar sobre o Sr.Jackson também é uma regra a ser seguida por todos.

Deve ser mais ou menos seis da tarde e eu não tenho nada para fazer. É uma quinta-feira e não tem ninguém em casa, pelo menos ninguém visível, pois ouço o barulho da louça sendo lavada, mas quando passei pela cozinha antes de voltar ao quarto, a impressão que tive era de que os pratos estavam lavando-se sozinhos. Pelas regras, não posso sair do quarto sem permissão, mas pelo que sei ninguém está aqui para dar ou não a permissão e para sair. Eu já não aguentava mais ficar ali parada olhando pela janela e sentindo a brisa fria da tarde entrar no quarto e fazer com que o lugar ficasse ainda mais sombrio do que antes. Levantei-me da cama sem fazer barulho, com medo de que alguém (ou outro tipo de ser) pudesse ver-me e tentar impedir-me. Abri a porta com cuidado e espiei o lado de fora e vi que parecia seguro sair. Com a ponta de meus pés descalços saí com o máximo de cuidado em direção ao grande salão, onde por sinal fora meu casamento.

-Esse lugar ficaria lindo se fosse bem iluminado. -pensei alto ao olhar ao redor do grande salão. As cortinas ainda estavam fechadas, porém o vento entrava pelas janelas ainda abertas. Olhei com o canto dos olhos para o céu e vi que daqui a pouco provavelmente cairia uma tempestade.

Segui hesitante até um corredor espaçoso que nunca havia entrado antes e segui direto para uma grande porta de madeira com detalhes de flores feitos também em madeira que deixavam-na ainda mais bela e delicada. Abri a maçaneta com cuidado e olhei para a grande sala que encontrei lá.; era azul e tinha um longo carpete que cobria todo o piso, era dividida em dois andares em um mesmo cômodo, como se fossem duas salas dispostas em um mesmo andar. A parte de cima era menor do que o de baixo, mas tinha uma mesa e cadeira colocadas para uma melhor apreciação da leitura; estava escuro o bastante para que eu nada pudesse ver além da mesa e da cadeira, mas tinha certeza que por lá haviam ainda mais livros. Minha surpresa maior foi lá encontrar um enorme biblioteca decorada com um grande lustre e grandes estantes que tomavam conta de todas as quatro pardes e ainda se acumulavam em diversas fileiras. Tenho certeza de que meus olhos brilharam ao ver o lugar.

-Como nunca vi esse lugar antes? -perguntei olhando ao redor e logo me dirigindo a uma estante de livros. Era justamente a parte onde podia encontrar romances, meu tipo favorito de livros. Acabei derrubando um livro quando tirei da estante um exemplar surrado de "Romeu e Julieta".

-Quem está aí? -perguntou uma voz desconhecida por mim. Parecia irritada e um pouco nervosa. Seja lá quem fosse, só podia estar na parte de cima da biblioteca.

Imediatamente, escondi-me atrás de uma das estantes de permaneci lá até o momento em que ouvi os passos que desciam as escadas apressadamente cessarem por um momento. De alguma forma eu sabia quem estava ali comigo, mas estava assustada demais para me pronunciar. Um cheiro de maresia tomou conta do ambiente enquanto ele caminhava em silênico por entre as estantes. Rezei para todos os deuses para que ele não encontrasse meu esconderijo. Tenho certeza que meu marido não ficaria nem um pouco satisfeito em encontrar-me invadindo sua biblioteca sem permissão.

-Seja lá quem for eu sei que está ainda está aí! -ele pronunciou ameaçadoramente. -Revele-se agora, criatura covarde! -ele disse em um grito, meu sangue pareceu abandonar minhas faces deixando-as pálidas e minhas mãos geladas.

"Que os deuses me ajudem..." -pensei desesperada, logo depois de ouvir um som metálico... como o de uma espada sendo empunhada, ele estava bem perto de mim, ainda não vira-me graças às sombras produzidas pelas estantes. Infelizmente eu também não podia ver seu rosto, mas uma vez ele estava vestido com um longo manto com capuz.

-Apareça! -ele gritou mais uma vez, dessa vez algo me dizia que seria a última vez que ele falaria antes de atacar-me.

-Estou aqui... Sou Annabeth... -falei meio tímida, minha voz saíra abafada e um pouco hesitante. -Desculpe... eu não queria... -falei antes dele dar um passo para trás recuando imediatamente.

-Saia daqui imediatamente! -ele ordenou com raiva. -Não devia estar aqui.

-Eu sei, desculpe... mas não podia ficar mais retida em meu quarto.

-Isso não é desculpa! Retire-se daqui agora mesmo, antes que eu perca a paciência.

Nossa! Muito paciente... -pensei.

-Sr.Jackson... por favor, peço que não expulse-me e que apresente-se de uma vez. -falei tentando parecer confiante, mas tornou-se algo impossível uma vez que agora podia ver o brilho de sua espada reluzindo em meio a escuridão.

-Quem você pensa que é para pedir alguma coisa em meus domínios?-perguntou-me sarcástico e maldoso.

-Desculpe, mas creio que seja, no momento, sua esposa. -respondi com o mesmo tom agressivo e ocasionalmente cruel.

-Não seja impertinente! -ele alertou.

-Então para de esconder-se de mim! -falei elevando meu tom de voz

-Isso não lhe diz respeito! -ele disse defendo-se.

-Mais é claro que me diz respeito. Por algum motivo, este que desconheço, o senhor escolheu-me para que fosse sua esposa. Cá estou eu agora apenas esperando que mostre o seu rosto e honre a palavra que fez a minha família de que eu seria bem cuidada. -falei rapidamente, parei a tempo de ouvir-lo dizer:

-E por acaso está sendo destratada? -perguntou-me ressentido.

-Eu não disse isso!

-O que quer dizer então?

-Que eu não tenho uma conversa decente com alguém desde que cheguei aqui! Que estou cercada de regras estranhas e que nem ao menos tenho o direito de ver com quem me casei! Meus deuses... estão tão...sozinha... -falei esquecendo por um segundo que provavelmente ele não ligava para nenhuma das palavras que declarei neste instante. 

-Eu sinto muito... -ele disse em um tom baixo, mas pude ouvir.

-Apenas... converse comigo, sr.Jackson. Para que eu saiba que não acabei casando-me com um fantasma.

-Podemos conversar, o problema aqui é o fato de poder me ver... -ele confessou, mas mantendo o tom sério.

-Qual o problema em deixar-me vê-lo? -perguntei aproximando-me um pouco mais dele, a escuridão deixava-me apenas ver a cor de seus olhos. Um verde intenso e brilhante.

-Minha maldição... -ele respondeu com pesar, sua voz estava carregada de tristeza e eu, pela primeira vez, podia ver isso em seus olhos.

-Eu não me importo com ela...

-Você nem ao mesmo sabe do que ela se trata.

-Você pode contar...-falei tentando parecer persuasiva. 

-Não. Já chega disso. -ele disse e fez preparou-se para ir embora, mas eu não queria ficar sozinha mais uma vez.

-Não! Por favor, não vá. -pedi encarecidamente. -Tudo bem se não puder vê-lo, mas deixe-me ao menos conversar e conhecer você.

-Por que insiste que eu permaneça aqui em sua presença? -perguntou-me curioso. -Por que não simplesmente vai embora? Não tem medo de mim?

-Eu deveria temê-lo? Deveria ir embora? -respondi com mais perguntas. Definitivamente algo muito indelicado, mas eu precisava empenhar-me em conhecer aquele homem.

-A maioria das pessoas iriam embora...teriam medo. -ele respondeu triste.

-Mas eu não sou como elas. Não me importo... eu confio em você, mesmo que não confie em mim... -eu respondi. Estranhamente me sentia perfeitamente normal na presença dele, contanto que ele não estivesse com sua espada em punho, sentia-me perfeitamente segura com ele. Talvez fosse porque pela primeira vez não precisava me esconder e fingir ser uma pessoa normal. Assim como ele eu fora visto como perigosa e estranha dentro de minha própria casa, eu o entendia... sabia o que era ter pessoas próximas sentindo medo.

-Você não deveria confiar em quem não vê. -ele declarou depois de um longo silêncio.

-Minha família, assim como muitas outras de nossa sociedade, dizem que as moças podem confiar em seus maridos... -soltei com um ar divertido, ele pareceu sorrir... não sei dizer.

-É justo. -ele disse por fim.

-O sr tem uma biblioteca e tanto aqui. -eu disse olhando ao redor.

-É, infelizmente eu não tenho o hábito de ler muito, as palavras e letras simplesmente não se encaixam direito com meio-sangues muito imperativos. -ele disse.

-Mesmo assim mantém esse lugar... é incrível. -eu declarei admirada. 

-Estamos guardando esses livros a muito tempo, deste das gerações antes de minha mãe...

-Sinto falta dos meus livros. -murmurei.

-Por que não os trouxe consigo?

-Minha madrasta achou que não deveria roubar seu espaço com, como ela mesma diz, minha "pilha de páginas velhas". -eu disse lembrando-me da voz irritante dela dizendo-me essas palavras pouco antes de levarem-me para a casarão.

-Isso não é justo.

-Nada é justo.

-Posso mandar buscar seus livros. -ele disse animado. -Se quiser, é claro.

-Eu adoraria. -falei animada e sorridente. -Mas... por que quer fazer isso por mim?

-Porque parece não temer quem eu sou.... ou que posso ser. Não é algo comum, e eu gosto disso. Acho que escolhi a mulher certa. -ele comentou e pude sentir meu rosto corar, ainda bem que estamos no escuro.

-Eu acho melhor... voltar para o quarto. -disse por fim. -Já tomei muito do seu tempo.

-Annabeth! -ele chamou quando estava pronta para ir embora e já me encaminhando para a saída. -Posso ter esperança em ter sua agradável companhia para o jantar desta noite? -perguntou-me galante. O mais estranho é que eu achei muito romântico.

-Pode sim. -falei. -Posso ter esperanças em esperar que mostre-me seu rosto em breve e conte-me sobre sua maldição?

-Em breve. -ele prometeu. 

Fiz minha reverência formal e saí da sala animada em direção ao meu quarto, parece quer ser esposa de Perseu Jackson não era algo tão ruim assim como pensava...

Podia parecer bobagem, mas aquele homem, seja lá como ele for, tem algo de especial... algo que logo eu daria um jeito de descobrir.


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Notas finais do capítulo

Eu quero reviews *-*
Recomendem
Opinem
Digam "Oi" para a autora, ela não se importa.