Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 35
A bela e a fera.


Notas iniciais do capítulo

Oi, gostaram do nome do capítulo? Bastante original, não? Isso significa que estamos entrando na reta final da fanfiction -mas isso não quer dizer que ela vai acabar em menos de cinco capítulos, apenas que a partir daqui vocês devem prestar atenção em todos os detalhes, pois eles serão importantes. Tudo bem?
—Bem, espero ter voltado ao ritmo da história, esse capítulo sairá bem fofinho (acordei cantando Taylor Swift hoje, quer dizer que hoje o dia está bem fofo para mim -ou seja -finais de temporada e livros com romance.)



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Pov: Annabeth.

De todas as pessoas do mundo que esperava confiar em uma lista mental que ousei produzir em certos momentos de desespero, Rachel Elizabeth Dare não estava nem sequer cotada na lista de pessoas que nomeei de acordo com a credibilidade e confiança que tinha depositado em cada uma delas. Portanto, violar os parâmetros, mesmo que fingidos, dessa lista para mim foi algo realmente revolucionário. 

Imagine o quanto é complicado confiar em uma mulher que volta depois de anos com toda uma história complexa e romântica com seu marido e ainda por cima vem para morar em sua casa, deixando você como pano de fundo para uma possível recaída de um amor inacabado. De fato, eu estava equivocado ao imaginar todo essa trama, afinal aquela que sempre impus como minha inimiga acabou sendo minha aliada em um momento de crise.

E aqui estou eu, completamente desnorteada, subindo as escadas de minha casa procurando estar ao lado de meu marido que no momento mostra-se mais desequilibrado do que Atena em um bordel, mas que ainda assim recusa qualquer tipo de ajuda, principalmente quando essa "ajuda" parte de mim. Sua esposa.

-Percy... -chamei seu nome perto da porta, com medo que o barulho de minhas mãos colidindo com a madeira pudesse deixá-lo irritado ou mesmo despertar de uma momento de avaliação mental reclusa.

Por sorte a porta estava entreaberta, o que permitiu minha entrada sorrateira e silenciosa. Logo eu estava na quarto encarando meu marido jogado na cama com a face virada de frente para o travesseiro. A máscara parecia ter sido tacada com força no chão, pois estava amaçada e um pouco arranhada. As costas fortes e másculas dele estavam muito bem alongadas enquanto o corpo dele parecia quase que completamente estático naquela posição. Notei que em movimentos quase milimétricos ele se mexia em espécie de espasmos sincronizados. Ele parecia estar chorando.

-Percy... -mas ele pareceu não se mexeu.

-O que faz aqui? -perguntou ele com a voz abafada por causa do travesseiro.

-Vim para me certificar que você estivesse bem. -falei me aproximando um pouco mais dele, porém esse apenas alertou-me pouco antes que eu conseguisse alcançar a beirada da cama.

-É melhor continuar onde está. -ele disse. -Não creio que seja a melhor hora para estar ao meu lado, não serei uma boa companhia nesse momento. -ele pronunciou solenemente, como se já tivesse treinado aquele discurso antes mesmo que eu chegasse em seu quarto.

-Acho que eu sou a pessoa mais indicada para determinar isso, não é mesmo? Afinal serei eu quem vai desfrutar de sua companhia, após isso eu lhe dou um julgamento um pouco mais detalhado sobre o que sua presença representa ou faz-me sentir. -eu disse e, talvez por apenas um segundo, pude ver que ele esbanjava um sorriso no rosto.

-Você sempre faz uso das respostas mais complexas... é tão inteligente e virtuosa, sem contar que é surpreendente. -ele disse me deixando levemente corada com tantos elogios sem nenhum motivo aparente. Não estávamos dando brechas para que fossem feitos tantos gracejos. Em primeiro lugar, eu estava lá para convencê-lo de sua inocência pelo incidente com Nico, mas nem ao menos tive tempo de tocar nesse assunto. Percy sabia muito bem como distrair alguém, mesmo que sem querer. -É tão inteligente e linda...

-Onde está querendo chegar com tantos elogios? -perguntei um pouco ríspida.

-No mesmo lugar onde sempre paramos no final de cada conversa e, mesmo que tentemos desviar... Elas sempre nos levarão ao mesmo ponto. -ele disse e soltou uma risada sem humor nenhum. 

-Qual seria esse, afinal? -perguntei depois de um segundo processando a informação por completo. Percy não costumava enrolar em para chegar ao ponto principal de uma conversa, mas dessa vez estava me surpreendendo bastante com os rodopios que estava proporcionando em nossa conversa.

-Eu não mereço você. -ele disse por fim, com a voz baixa e pouco animada. Não era um tom de voz sarcástico, irônico ou grosseiro. Era um tom amargurado, cheio de tristeza. Típico daquelas pessoas que não tinham muitas histórias felizes para contar, cujas as vidas foram sempre rodeadas de sofrimento. Notei que a comparação não fora realmente uma comparação e sim uma constatação, afinal... Não fora exatamente assim que a vida de Percy seguira durante todos esses anos? -Nunca mereci. Achar que posso estar ao seu lado é ignorar aquilo que carrego desde sempre... Minha maldição pode destruir tudo o que você conhece de bom, pode até parecer que não, mas em algum momento eu vou ferir você, não importa de que jeito seja... Eu sempre vou conseguir achar uma forma de machucar as pessoas que amo. -ele disse por fim. O silêncio se instalou entre nós, eu não sabia mais o que dizer a ele.

Aquela conversa já estava ficando repetitiva entre nós. Ele dizia  quanto sua vida era desgraçada por causa da maldição e passava horas imaginando dezenas de planos para e colocar para fora da mansão e restaurar minha vida na sociedade daquela cidade pequena e sem emoção. Isso quando ele não simplesmente resolve que devo ir embora, para minha segurança, e praticamente faz minhas malas para colocar-me para fora de casa.

Eu não conseguia formular mais nenhum argumentos para dissociar aquele pensamento dele. Foi então que acabei notando que palavras não servem de nada quando podem existir ações que possam substituí-las e firma-las de maneira melhor.

Aproximei-me da cama dele, ignorando seu aviso anterior. Sentei-me devagar e depois deitei-me ao seu lado. Minhas mãos tocaram seus cabelos pretos em um leve cafuné. Eu sorri ao notar que ele não conseguia resistir ao toque, pois não reclamou de minha aproximação. Aconcheguei-me um pouco mais ao seu lado, ficando de lado e encarando seu rosto de perfil levemente vermelho.

Vê-lo tão vulnerável assim fez meu coração se apertar dentro do peito. Eu suspirei esperando que ele esbanjasse alguma reação. Mas ele nada fez, mas pude ver que uma lágrima ainda insistia em cair de seus olhos verdes. Antes que a mesma lágrima descesse por seu rosto, eu a aparei com um de meus dedos delicadamente.

-Você não deveria estar aqui para ver isso. -ele sussurrou.

-Não é você quem decide isso. -eu disse tocando seu rosto, aproveitando que ele se aproximava de mim, tirando o rosto do travesseiro e colocando seu rosto de frente para o meu.

-Eu estou me auto-destruindo na sua frente e você ainda tem coragem de olhar. -ele disse de olhos fechados, impedindo que eu visse seus olhos. -Não é para qualquer uma.

-Não sou qualquer uma. -garanti.

-Eu sei... Você é especial. -ele disse antes de abrir seus olhos. -Ou realmente gosta de desafios.

-Posso ser uma mistura dos dois, não pode? Por que escolher apenas uma opção quando se pode ter as duas? -eu disse e ele suspirou.

-Certo, acho que podemos defini-la com as duas opções. -ele disse tocando uma de minhas mãos, aquela que anteriormente estava em seu cabelo.

-Por que se escondeu aqui? -perguntei. 

-Eu não estava escondido, apenas não queria que você e nenhum dos outros nessa casa vissem-me perder a cabeça e fraquejar diante de algo que já deveria estar em minha rotina. -ele disse me olhando profundamente, deixando-me perdida com a profundidade de seus olhos, era como mergulhar em um mar calmo e aconchegante... É simplesmente impossível não mergulhar mais fundo.

-Você não precisa se esconder de mim. Eu fiz votos que prometem estar com você na alegria e na tristeza. -eu disse e ele sorriu.

-É, você fez... Mas eu não preciso lembrar que você não estava muito feliz ao dizer isso, preciso? -ele disse em um tom de brincadeira, mesmo sabendo que era a mais pura verdade e que eu não estava com a menor vontade de fazer aqueles votos no momento em que estávamos nos casando.

-Sabia que é complicado fazer votos eternos com alguém que se escondia nas sombras? -eu disse ele continuou a sorrir. -Nem por isso meus votos são menos verdadeiros agora. -garanti. -Mesmo que eu nunca visse seu rosto, não sou do tipo que deixa as pessoas sofrerem sozinhas. 

-Você deve deixar sua perfeição um pouco de lado, se não assim eu fico completamente estasiado. -ele disse e eu sorri. Percy me trouxe para mais perto ainda até que seus lábios estivessem quase encostando nos meus. -Toda a vez que eu tento me afastar, você me trás de volta. É impossível estar longe de você, mesmo que você e eu também saibamos que é necessário. -ele disse, sua voz parecia ter voltado ao tom sofrido de antes.

-E porque eu não quero me afastar de você, nunca! -eu disse, mas ele continuou insistindo.

-Eu fiz algo horrível com seu amigo hoje, pode ter sido sem querer, mas de qualquer forma essa é a minha natureza. É a minha sina. Eu sei que não é fácil, eu sempre soube e até me conformei com isso no final das contas, eu viveria isolado para sempre, sabendo que ninguém gostaria de estar ao meu lado. Mas você aí você apareceu e acabou com tudo o que eu tinha planejado e foi bom... Deuses, você é minha paz. Só que eu não posso mudar minha maldição, não posso me livrar dela. -ele disse e eu pude ver o quanto aquilo era difícil para ele encarar. -E você não precisa conviver com isso.

-Eu tenho que conviver com você, sua maldição não atinge mais a mim e mesmo que atingisse... Eu te amo. -eu disse suspirando, sentindo seu hálito bem perto de meu rosto. -Não quero ir embora e bem quero que você tente me fazer ir embora. O que aconteceu com Nico não é culpa sua e mesmo que não acha isso eu não vou permitir que você continue se colocando como um nada diante dos fatos. -eu disse. -Sua maldição é sim, sua sina, mas eu aceitei a sua sina, seu destino... Eu aceitar estar a seu lado sob todas as circunstâncias. -eu disse por fim.

Ele não disse mais nada, apenas encostou seus lábios nos meus. Um beijo calmo, quase que preguiçoso. As mãos dele circularam minha cintura e as minhas foram para seu pescoço. Eu não sabia descrever direito qual era a sensação de ter os lábios dele nos meus. Mas era uma das coisas mais perfeitas que pode-se existir no mundo.

Separamo-nos apenas quando eu não pudermos mais respirar. Ele me olhou com aquele olhar que já nos acostumamos a dirigir um para o outro. Aquele olhar apaixonado... Algo só nosso.

-É como se você fosse um ser bom, cheia de virtudes e destemida. Simplesmente bela. Isso... você é a bela e eu... Bem, eu seria uma criatura vil e egoísta, escondida do mundo e sempre no imaginário das pessoas para as piores histórias, eu sou... como uma fera.

-A bela e a fera? -eu perguntei.

-Eu gostei.

-Parece uma história interessante, não é mesmo?

-Eu gostaria muito de saber o final,, se você permitir... -falei incisiva. -Parando de tentar me afastar... -eu disse e ele me beijou mais uma vez.

-Eu também quero ver o final de nossa história, mas temo que não possamos ter nosso "felizes para sempre".

-Isso é apenas para aquelas pessoas que não têm a sabedoria para seguir em frente. Eles colocam isso no final de todas as histórias apenas para encurtar o conto e não deixar-nos saber o que aconteceu antes disso. O caminho trilhado é mais importante que o final.

-Pare de ser tão filha de Atena um segundo e deixe-me apenas beijar você. -ele disse rindo enquanto seus lábios iam ao encontro dos meus mais uma vez naquele dia, não que eu estivesse disposta a parar...


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Notas finais do capítulo

Tenho notado que tenho muitos leitores e muita gente que favoritou a fanfiction, mas que nunca passou par dizer um "oi". Amigos, eu não mordo, não me importo se vocês dizerem um "Oi" para mim agora, sou uma pessoa legal e adoraria saber o que vocês estão pensando. Beleza? Podem recomendar se quiserem também, posso dedicar um capítulo para vocês... bem, vocês decidem...
Deixem revires.
Recomendem.
Digam aqueles famoso "oi" para a autora -porque ela adora, isso ninguém pode negar.
Bom, tchau meus lindos, falei demais hoje!
Beijos
até mais *-*