Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 30
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Notas iniciais do capítulo

Oi amores, espero que gostem do capítulo. Só para avisar aqueles que mais se assustam: Nico e Annabeth NÃO serão um casal. Okay?
Até lá embaixo *-*



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Eu estava com medo de abrir os olhos. Medo de abrir os olhos e descobrir que estou em algum lugar no mundo inferior. Aquela dúvida estava martelando em minha cabeça já a algum tempo e mesmo que a vontade de descobrir a verdade fosse grande, eu ainda temia que o pior acontecesse. Mas em algum momento, descobri que ficar ali lutando contra a verdade seria mais uma perda de tempo, eu devia encarar a minha nova realidade. Devagar, abri os olhos pesadamente. Minhas pálpebras pareciam não obedecer meus comandos e eu tinha certeza que estava usando mais força do que o normal para abri-las. 

Mas então meus olhos finalmente estavam abertos, pelo menos o máximo que consegui forçá-los, e mais uma vez eu não soube se estava ou não segura. Ao menos eu não estava em algum lugar no Hades, eu já lera bastante sobre esse lugar e de fato não deveria se parecer nem um pouco com o lugar que agora me encontro. Deve ser uma espécie de chalé, antigo e não tão bem cuidado como deveria, mas não deixa de ser melhor que a morte e aquele pedaço abandonado da estrada. Havia um delicio-se cheiro de morangos no ar, não sei dizer de onde ele vinha, mas parecia tomar conta de todo o lugar. Olhei ao redor com cuidado, ainda temendo que não pudesse estar totalmente em segurança. Notei que estava deitada em uma cama velhas, porém levemente confortável, estava em um quarto com apenas uma janela e ao meu lado estava...

Espere... eu não estava sozinha.

Um homem estava ao meu lado, sentado e pelo visto encarava-me um tanto quanto surpreso. Ele tinha a pele pálida, como quem nunca tivesse visto a luz do sol. Seus cabelos eram negros e um pouco desgrenhados, seus olhos também eram negros e tinham uma profundidade desconhecida. Eu não sabia definir se ele estava preocupado ou admirado em me ver de olhos abertos. Por um momento estive inseguro e revi todas as minhas possibilidades de fuga caso ele viesse a ser hostil, mas infelizmente elas não eram muito boas. Eu poderia continuar a formular planos de fuga, mas então meu acompanhante disse:

-Oi. -ele disse um pouco tímido e provavelmente inseguro. -É bom vê-la de olhos abertos, senhora.

-Quem... é você? -perguntei sonolenta e um pouco assustada por ainda estar tão debilitada.

-Meu nome é Nico Di Ângelo. -ele disse esbanjando um sorriso calmo e tímido. -Eu encontrei você na estrada quando estava procurando este lugar. -ele disse e eu fiquei surpresa.

-Você me salvou? -perguntei. -Mas por quê? -indaguei, mesmo não querendo parecer mal agradecida.

-Ora, que tipo de homem seria eu se deixasse um bando de monstros sanguinários machucarem uma jovem. -ele disse galante, mas ao meu mesmo tempo nervoso. Algo me dizia que ele tentava, talvez não tão intencionalmente, flertar comigo, mas não estava saindo-se muito bem.

-Bom, então acho que estou falando com meu salvador, afinal. -eu disse sonolenta. Tentei me levantar mais uma forte vertigem tomou conta de mim, fazendo com que eu voltasse a deitar-me rapidamente e gemer de dor.

-Não tente se levantar! -ele me advertiu preocupado. -Creio que em algum momento de seu acidente, acabou por fraturar uma de suas costelas. Posso lhe oferecer Ambrosia e Néctar, mas você não poderá fazer movimentos bruscos ainda. -ele disse e eu assenti ainda sentindo dor.

-Parece que hoje não é meu dia de sorte. -comentei amarga. -Primeiro minha fuga dá errado, depois harpias e agora isso. 

-Todos temos dias ruins. -ele comentou. -Mas ignorando seu azar momentâneo, pode-me me dizer seu nome?

-Annabeth, Annabeth Chase. -eu disse, preferindo ignorar o fato de ser casada ao não dizer o sobrenome de meu marido.

-Belo nome. -ele comentou corado.

-Obrigada... -respondi corada também, não estava mais acostumada a receber gracejos de desconhecidos. Ficaríamos em silêncio, mas ele resolveu se pronunciar.

-Desculpe-me me intrometer, mas do que estava fugindo? Se para um meio-sangue experiente já é complicado andar sozinho, imagine para alguém que ainda por cima estava guiando uma carruagem pela floresta. -ele disse olhando-me atentamente.

-Bem, eu estava apenas... fugindo de uma situação... -eu disse corada. Por um momento havia me esquecido o que realmente fazia na estrada. -Acho que posso definir assim. Mas se me permite pedir, não gostaria de falar sobre isso agora. -eu disse depois de um longo e demorado suspiro.

-Tudo bem, eu entendo. -ele disse sério. -Você não é a única que se vê obrigada a fugir. -ele disse e dessa vez pude ver que ele tinha certa melancolia no olhar. Parecia ter passado por muitas coisas, que provavelmente seriam mil vezes piores do que aquelas que eu passei.

-Acho que temos alguma coisa em comum. -eu disse por fim. -Mas me diga, Nico, o que o trouxe para esse lugar? -perguntei referindo-me ao chalé.

-É um velho esconderijo. Sou um andarilho e costumo ter lugares como esse para pernoitar de vez em quando. -ele respondeu tetando abandonar o semblante triste de momentos atrás.

-O senhor sempre viaja sozinho? -perguntei curiosa, tentando saber mais sobre meu misterioso salvador.

-Na maior parte do tempo sim. Por uma vez ou outra encontro alguns companheiros de viagem, mas não posso estar com eles por mais de alguns dias. -ele disse, de fato, ele parecia ser muito sozinho. E acredite, pode-se perceber isso no olhar de alguém. -Eu sou muito perigoso para ter amigos. -ele disse amargamente por fim.

-Não parece uma jornada encantadora. -observei.

-E não é. -ele disse por fim. -Mas eu mereço.

-Ninguém merece ser sozinho. -eu disse e ele me encarou assustado.

-Todos carregamos um carma eterno e de uma forma ou de outra ele nos transforma. -ele disse levantando-se e andando um pouco pelo quarto, como se estar parado fosse desconfortável.

-Podemos reverter nossos carmas. -eu disse por fim e ele apenas sorriu de canto.

-Acho que salvar uma dama indefesa pode ajudar, não acha? -ele disse divertido e eu assenti.

-Deve ter ganho pontos com os deuses, senhor. -eu disse formalmente, mas não perdendo o ar divertido da conversa.

-Por favor, não sejamos formais. Não há necessidade desse tratamento todo. -ele disse e eu assenti por fim com a cabeça, gostando de ter a companhia dele. -Você ainda não me disse de quem descende sua parte divina. -ele comentou.

-Sou filha de Atena. -falei simplesmente. 

-Ah, quer dizer que tenho a companhia de uma filha da sabedoria? Um presente da deusa aos reles mortais. Devo sentir-me honrado ou apenas admirado? -perguntou ele galante, mas ao mesmo tempo corado como um tomate.

-Nenhum dos dois. -eu disse corando também. -Sinta-se apenas o que realmente é... um herói. 

-Certamente não há nada heroico em mim, mas vou aceitar seu elogio. De uma forma ou de outra ele fez bem para meu ego. 

-Mas e você? Quem seria seu progenitor ou progenitora divino? 

-Ah, isso não é de fato importante. -ele disse dando-me as costas por um segundo. -Acredite, será bem melhor ficar sem saber. -ele usou um tom sombrio, ao ponto de fazer com que um arrepio percorresse minha espinha.

-Sinto muito... eu não queria incomodar. -eu disse rapidamente.

-Não se preocupe. É só uma coisa que não gosto de debater. -ele disse por fim.

-Então... quando acha que poderei continuar meu caminho? Preciso avisar uma amiga de minha localização, ela deve esperar por mim e a esta hora deve estar mais do que preocupada comigo. -eu disse lembrando que Silena mal deveria controlar seus nervos uma hora dessas, eu devia ter chego a muito tempo.

-Mesmo com a comida dos deuses que lhe dei enquanto estava desacordada, vai precisar de um tempo para se recuperar melhor. Você acabara não melhorando se revolver prosseguir e nesse momento não deve nem mesmo estar em condições de levantar-se dessa cama. -ele disse preocupado e me encarando em forma de advertência. -Poderá contatar sua amiga assim que estiver melhor, o que pode demorar um pouco.

-Há como mandar uma mensagem de íris? -perguntei esperançosa, mas o rosto dele mostrou que era uma alternativa inviável.

-Não creio que seja prudente. O uso de magia pode chamar monstros e dar destaque o cheiro que estamos emitindo. As plantações de morango nos cercam disfarçam um pouco, mas não serão suficientes se usarmos magia.

-É, parece que minha amiga terá de esperar por mais notícias mais tarde. -eu disse suspirando profundamente. -Eu não deveria ter envolvido-a nisso. -lamentei.

-Ela vai ficar bem. -ele prometeu. -Daremos um jeito logo, assim que estiver recuperada, prometo que lhe levarei até sua amiga. Mas por ora esperemos um bom momento.

-Sendo assim, acho que terei de passar um tempo aqui, obrigando você a ter companhia. -disse desafiadora.

-Não conseguirá colocar-me medo com isso, moça -ele disse divertido. -Será mais do que um prazer tê-la aqui. 

                                                                 *  * * * 

Pov: Narradora.

Enquanto isso...

Perseu cavalgava o mais rápido que podia pela estrada. Seu coração batia mais forte e seus olhos estavam ficando perdidos pela paisagem ao procurar desesperadamente por sua esposa. Ele fazia de tudo para não pensar demais. Não pensar que Annabeth podia tê-lo deixado, assim como Rache fizera anos atrás. Ele sabia que se isso fosse verdade, que não conseguiria suportar a dor de ser abandonado mais uma vez. É claro que nunca poderia dar a Annabeth a vida que certamente ela merecia, mas estava fazendo de tudo para dar-lhe todo o amor que estava em seu peito, mesmo que não fosse muito bom quando o assunto eram sentimentos.

Rachel o alertara sobre o fato que seus últimos atos poderiam ter desencadeado em Annabeth um certo ciúme e mesmo que Percy não soubesse direito como o poder daquele sentimento pudesse influenciar tanto as ações de alguém, estava mesmo disposto a conversar com Annabeth e saber o lado dela.

Deixaria toda essa dissertação para mais tarde, agora tudo o que queria fazer era encontrar sua amada esposa e garanti a segurança dela. Ainda tinha esperanças de encontrá-la na estrada, mas todas essas forma destruídas ao ver os destroços de sua carruagem em um canto da estrada que passava entre as árvores e já não mais seguia em direção à cidade. Seguiu os pedaços quebrados da carruagem até chegar em um ponto abandonado da estrada.

Foi lá que seu coração parou de bater por uma ou duas vezes. Havia sangue derramado na estrada e mesmo que não fosse uma poça muito grande, temia que o pior tivesse acontecido, ainda mais ao perceber que haviam algumas penas enormes e coloridas presas em certos galhos de árvores.

Harpias!

-Deuses, Annabeth! O que raios você foi fazer? -ele gritou para o vento.

Mas onde ela estava? Teria ido muito longe caso estivesse ferida? No máximo alguns metros, mas estava sendo seguida por monstros. Mas.. deuses, ele estava ficando louco. Será que estaria bem no final das contas? 

-Por todos os deuses... que ela esteja bem! -ele pediu rogando à falha misericórdia dos deuses, prometeu a si mesmo que nunca mais pediria nada aos deuses que tanto de desprezaram a arruinaram sua vida, mas agora... bem, agora ele esqueceria todo o seu orgulho para pedir que sua amada estivesse bem.

Olhou para os dois lado e soube que precisava procurar um pouco mais sua amada. Escolheu o caminho da direita e rezou para estar certo.


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Notas finais do capítulo

Recomendem.
Deixem reviews
Digam "oi" para a autora.
Beijos
até mais *-* -Talvez amanhã.