Beauty And The Beast escrita por Annie Chase


Capítulo 11
Desentendimento.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, jogo rápido agora, estou fazendo prova. Desculpem a demora, sinto muito, mas o tempo está curtíssimo.
Bom, é o seguinte, se tiver muitos reviews eu posto próximo capítulo amanhã, que tal?
Não seria legal?
Pois é, sejam legais.
Boa leitura.



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Pov: Annabeth.

Abrir. Fechar. Abrir. Fechar. Abrir e fechar outra vez. O livro em minhas mãos estava em constante movimento. Simplesmente não conseguia resolver o que fazer com ele. Não podia fazer isso com Percy, nada que poderia estar naquele livro deveria interessar-me, nada lá jamais seria da minha conta. Com toda certeza nada que se referia ao passado dele faria-me respeito, mas mesmo assim aqui estou eu com o livro em minhas mãos lutando contra minha curiosidade para não desvendar os segredos ali contidos. Meus dedos chegam a formigar de tanta curiosidade, meus dedos batem contra a capa de couro. Um reflexo claro de que a vontade de ler o que ali estava contido estava ultrapassando os limites de meu alto-controle. Eu havia pego e largado aquele livro pelo menos dez vezes nos últimos dez minutos e ainda não conseguira tomar uma decisão sensata em relação ao que devia ou não fazer. Deveria mesmo ler o que estava escrito? Ou devia agir como uma dama e devolver o livro a Percy? Percy confiara em mim para ler seu livro, confiara seus segredos mais profundos sobre suas relações passadas com sua ex-noiva, além de suas desilusões e sentimentos a uma mulher que não conhecia a muito tempo, mas que já convivia bem e até mesmo podia começar a ver como sua "esposa". Uma boa amiga deveria dizer que não poderia ler as inscrições íntimas dele, mas eu simplesmente não conseguiria fazer isso, uma vez que não podia mais controlar minha curiosidade, esta que me corroía por dentro, deixando-me à mercê da vontade de saber ainda mais sobre meu marido. Por outro lado eu não queria fazer nada que pudesse comprometer minha recente relação com Percy, eu me importava com ele e gostava da ideia de poder ser mais sobre ele, porém eu poderia saber de mais e esse "saber de mais" poderia fazer com que eu me afastasse dele. E eu não suportaria ficar sozinha. E sem que ele não encararia isso bem. Somos amigos, estamos construindo uma ligação forte, que não deve ser rompida por algo que aconteceu no passado dele. Diferente de Rachel, eu não vou embora correndo, mesmo que as coisas cheguem a outro nível de complicação.

Estranhamente, me importo com Percy mais do que me lembro de fazer por outra pessoa. Ele é simplesmente especial.

-Você tem que fazer alguma coisa agora, Annabeth. -falei para mim mesma enquanto, mais uma vez, estava encarando o livro depositado com cuidado em cima de meu colo, enquanto eu estava sentada em minha cama respirando bem devagar como se qualquer movimento que fizesse um pouco mais brusco poderia deteriorar o livro tão preciso em minhas mãos. -Você não pode ficar nessa indecisão para sempre. -disse mais uma vez encarando a capa de couro em escuro em minhas mãos. -Meus deuses! Agora estou falando sozinha. Onde estou com a cabeça?

Depois desse diálogo estranho com minha própria consciência, resolvi que seria melhor abrir o livro de uma vez, já que seria bem provável que não conseguiria fazer mais nada se não descobrisse o que nele estava contido. Devagar, peguei a capa e a virei com muito, cuidado igual a quem manoseia uma fina peça de porcelana. A primeira página do livro, com uma cor branca encardida que mais beirava para o amarelo manchado, devido ao tempo. As páginas estavam um pouco amassadas e onduladas com toda certeza por causa do uso contínuo. Logo quando abrimos, encontramos uma dedicatória de Rachel para ele que ocupava quase toda a página, com letras muito bem desenhadas e bem espaçadas, típico de uma mulher, dizia:

Sei que você não gosta muito de ler, mas mesmo assim vou lhe dar este livro. Espero que, mesmo levado em conta o seu histórico, acabe gostando desse livro, uma vez que quando o vi pensei logo em você. 

Esse vai ser nosso livro, nosso segredo, algo que apenas nós conheceremos! Não parece bom?Neste livro estão aquelas belas palavras que, muitas e muitas vezes, não conseguimos dizer um ao outro, mas sentimos e pensamos... algo assim...

Eles deviam ser realmente muito próximos, afinal, o livro que ela dera para Percy era sobre poesias famosas e pensamentos sobre o amor e medo de perder um grande amor. Parecia que ela sabia exatamente o que estava por vir. Rachel parecia ser exatamente o que Perseu estava procurando, uma mulher descontraída, animada, carinhosa e corajosa, o tipo de moça que um rapaz como ele devia (e deve) procurar. Devia ser como um "sonho", levando em conta as circunstâncias que ele se encontrava, e ainda se encontra. 

Não devia ter acabado assim! Eles deviam ter dado certo, deviam ter... ficado juntos e começado o tipo de história de amor que enfeita com palavras um livro de capa de couro, um livro grosso que deveria ser colocado e retirado da estante da casa de alguma família diversas vezes, para que esse tipo de história nunca fosse esquecido e fosse compartilhado com as demais gerações para todos pudessem se inspirar numa história de amor épica. Mas isso não aconteceu, infelizmente não aconteceu... agora a história de amor deles -breve, porém mágica -estivesse restrita às memórias de Percy, que logo poderiam perder a riqueza de detalhes e precisão. Tudo começou e terminou tão rápido que eu mal consigo imaginar a tristeza sentida por Percy quando ela se foi.

As outras páginas do livro estavam recheadas de mais poemas, alguns tinham palavras grifadas e pensamentos do casal. Coisas como: "Pensei em você quando li isso". Ou coisas ainda bem mais específicas sobre o que sentiam um pelo outro, mais parecia um diário sobre a relação deles, algo tão bonito e carinhoso que deixava meu coração um pouco choroso... não me lembro de ter alto tão especial com Luke enquanto estivemos juntos.

"Agradeço aos Deuses por ter conhecido-a..."

Suspirei pesadamente. Eu já perdera a minha chance de viver um grande amor... estava casada e não mais podia frequentar a sociedade, não tinha mais chances de ter algo tão especial quanto Percy e Rachel.

Li o livro todo em mais ou menos meia hora, minha pressa e curiosidade ajudavam a elevar a pressa de saber muito mais sobre aquele romance... Logo eu já estava na última página, lendo a última inscrição feita, com toda certeza, por Percy:

"E então ela vai embora... e tudo com vai com ela..."

Levantei-me rapidamente, logo em seguida me recriminei com isso. Passei um bom tempo sentada e isso fez com que minhas pernas ficassem um tanto quanto dormentes, uma vez que entraram em contato brusco com o chão, acabaram causando certa dose de dor mim. Ignorei a mesma e continuei andando, procurando por Percy. Não sei bem o que estava pensando, apenas senti a estranha e desesperadora necessidade de estar com ele exatamente agora, depois de descobrir que sua relação com Rachel era ainda mais complicada do que eu havia imaginado anteriormente. Da última vez que eu ignorara a ordem de não andar sozinha pela casa, havia encontrado a biblioteca, assim como seu dono, levando em conta que da última vez que minha desobediência levara-me direto ao objeto de minha curiosidade, assim como de minha procura, achei que não faria mal se cometesse esse "erro" mais uma vez, por boas razões.

Passei pela sala de jantar, apenas para notar se a meda já estava posta (e estava). Passei direto, tomando cuidado para não esbarrar em algumas peças das roupas de cama que estavam sendo levadas para os quartos desocupados da casa pelos criados invisíveis. Os corredores ficavam cada vez mais escuro e mais afastados de meus aposentos. Olhei hesitante para os diversos corredores à frente, sem saber em qual deles deveria entrar para encontrá-lo. Estava prestes a apostar em minha sorte para tomar essa decisão, porém acabei sendo tirada de meus devaneios por um barulho já conhecido de patas batendo contra o chão de madeira lisa, era Grover que vinha trotando de algum lugar à minha direita.

-Sra. Jackson. -ele disse calmamente. -O que faz nessa parte da mansão a essa hora? -pergunto-me incriminador. 

-Estava apenas... caminhando um pouco. -respondi o mais serenamente que pude naquele momento.

-Creio que já lhe fora avisado que tal coisa não é permitido sem a supervisão e autorização do Sr.Jackson. -ele disse olhando-me de forma paciente, mas parecia que ele estava um tanto quando nervoso com toda a situação.

-Perdoe-me por minha impertinência. -eu disse já envergonhada. -Mas achei que poderia, apenas mais essa vez deixar essa regra de lado por um motivo de força maior. 

-Que seria? -ele perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

-Ah... apenas acredite-me quando digo que preciso preciso falar com meu marido.

-E precisa fazer isso hoje?

-Imediatamente.

-Olhe, eu não queria interromper seus planos, cara senhora, mas o sr. Jackson não gosta de...

-Eu sei de tudo isso... mas eu acho que dessa vez... ah... eu... eu preciso tratar de alguns assuntos com ele... sobre algumas descobertas...

-A senhora sabe sobre a srta. Dare, não sabe?

-Sim... eu sei. -eu disse olhando sua expressão pensativa. -Qual o problema? -perguntei apreensiva.

-Nenhum... na verdade, o fato dele ter contado sobre ela para a senhora e algo que deve ser apreciado, até mesmo comemorado. Ele apenas contaria esse segredo a alguém em quem confia plenamente. Fico feliz em saber que ele confia na senhora a esse ponto.

-Eu também fico feliz com isso, me agradaria bastante também se parasse de me chamar de senhora. Apenas Annabeth já está de bom gasto. -falei a ele, que sorriu animado.

-Ah, obrigado pela honra, senhora... quer dizer... Annabeth. -ele disse tímido. -fico comovido...

-Não precisa. Vamos conviver muito tempo juntos, não necessitamos dessas formalidades irritantes. -eu disse e ele pareceu compreender que realmente passaríamos muito tempo juntos naquela casa. Afinal, eu não esperava poder sair muito da mansão Jackson.

-Fico feliz que tome tal iniciativa. -ele disse.

-Eu também. -disse por fim. -Será que agora pode me dizer onde Perseu está? -perguntei ainda um pouco exitante por uma resposta negativa.

-Ele está na última porta à sua esquerda. -ele disse. -Vá com calma com ele, é bem provável que ele assuste-se com sua repentina aparição na porta dele, uma vez que nem eu mesmo tenho permissão de encontrá-lo quando não sou chamado. -ele disse e eu hesitei em prosseguir.

-Acha que ele não verá com bons olhos minha aparição?

-Sinceramente, minha cara... parei de tentar prever as reações dele. É sempre algo surpreendente.

-Bom, acho que não custa nada arriscar. falei olhando para o corredor escuro.

-Boa sorte, Annabeth. -ele disse com um meio sorriso quando me coloquei mais alguns passos á frente do corredor.

-Obrigada Grover. -disse antes de ele continuar sua caminhada em direção ao grande salão.

Minha caminhada estava cada vez mais complicada, uma vez que precisei apoiar-me nas paredes para continuar andando sem vir a cair ao chão, parecia que aquela parte da casa era feita em pedações, a cada cinco metros que eu andava ma nova placa de piso seguia em outra textura e material. Não enxergava mais nada, não havia mais diferença em estar com os olhos abertos ou fechados, minhas mãos ajudavam a me guiar com a ajuda das paredes, depois de mais alguns metros, consegui ver uma linha fina de luz que vinha da porta do quarto dele. Antes que eu pudesse chegar até a porta, repentinamente, ela se abriu rapidamente deixando-me assustada e fazendo-me bater contra a parede que me encostava. Perseu saiu de lá e deu de encontro comigo.

-Ah! -gritei ao sentir o corpo dele chocar-se contra o meu. -Desculpe, desculpe... eu não queria...

-Annabeth! O que você está fazendo aqui? -ele perguntou gritando.

-Eu vim apenas falar com você. -eu disse com a voz baixa, tentando me levantar usando a parede como apoio. Percy parecia instável.

-Vá embora daqui o mais rápido que puder! -ele gritou para mim, fazendo que, pela primeira vez, eu tivesse realmente medo dele.

-Mas...? -tentei questionar, mas ele continuou a me mandar ir embora.

-Ande, o que ainda faz aqui? -ele disse autoritário.

-Desculpe de se minha intromissão acabou afetando seu humor, mas apreciaria muito que você continuasse a manter a boa educação que lhe foi dada comigo. Creio que, apesar de estar errada em vir até aqui, minhas intensões foram boas e... sinto muito ter feito...feito sua paciência esgotar-se. -eu disse me levantando rapidamente e praticamente me arrastando no chão.

-Eu não... -ele disse, mas eu não o deixei terminar.

-Não se preocupe... já estou indo embora. -eu me adiantei. -Creio que estas serão as últimas palavras que trocaremos essa noite. -eu disse indo embora o mais rápido que pude, tropeçando em meus próprios pés e correndo sem direção.

-Annabeth! -pude ouvir ele gritar, mas não parei, corri em direção ao meu quarto e lá me tranquei.

O que eu fiz? Só posso ser a pior pessoa do mundo! Eu tinha a fraca e vaga amizade dele nas mãos, pronta para fazer com que o nível crescesse, e joguei tudo isso fora por algo tão banal. Eu devia ter pensado melhor, devia ter tomado mais cuidado... mas a culpa não foi toda minha... ele devia ser um pouco mais compreensível comigo, o erro também veio da parte dele.

Eu não ficaria da mesma forma outra fez, nossa relação não seria mais a mesma.

Nós erramos um com o outro.

E aquela confiança que estávamos cultivando, acabou se quebrando e dando lugar a algo desconhecido... vazio.

Eu, infelizmente, mantinha dentro de mim algo chamado de "orgulho", não era uma virtude, era um defeito... meu defeito!

Algo que não posso evitar de ter, muito menos esconder dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

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