The Pop Princess escrita por Sarah


Capítulo 5
Capítulo 5 - Gravando a DEMO.




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            Meu pai foi comigo no sábado de manhã para co-assinar o contrato de representação artística que os advogados de Pat tinham preparado. Parecia um bom negócio, mas não era – ainda. Era um contrato padrão – não envolvia dinheiro – que determinava os termos pelas quais Pat me representaria em qualquer possível oportunidade de apresentação.


            Rachell havia mapeado nosso fim de semana em um programa definido: quatro horas para cada ensaio de musica e dança no sábado, duas horas de ensaio seguidas de duas horas de gravação para cada uma no domingo. Para a demo, Pat e eu tínhamos escolhido uma musica que Rachell compôs. Don’t Call me Baby, uma canção impressionante sobre uma garota que exigia respeito por ser tão inteligente além de ser atraente. A musica era bem adequada para a minha voz, porque a melodia tinha mais de R&B do que de pop, e era o tipo de música forte e animada que não teria sido adequada à suavidade e ao comportamento doce de Brittany. A sombra de Brittany não rastejaria para a interpretação que eu daria a musica de Rachell.


            Rachell me fez trabalhar muito – muito mesmo – mas eu tenho de admitir que no fim do sábado à noite, quando desmaiei na cama, eu era duas vezes mais cantora e dançarina que fora na semana anterior.


            No fim de semana dormi no apartamento de Rachell, queríamos aproveitar o maximo de tempo juntar. Rachell entrou na sala e se sentou comigo no sofá cama já arrumado. Ela estava com um short apertado e uma blusa enorme. Eu estava com um pijama de flanela com imagens de óvnis e chinelos de ursinho.


            - Você mandou bem hoje – disse Rachell sorrindo – Pat ficou impressionado. Ele acha que você via chegar lá.


            - Como Brittany – disse com o rosto iluminado.


            - Brooklyn, seu talento é totalmente diferente do talento de Brittany. Como é que você não vê isso? Não faça isso por ela... faça por você!


            - Brittany era a cantora! – falei alto, essa era a verdade.


            Rachell suspirou, como se quisesse me dizer algo que ainda não havia me dito. Algo que provavelmente me magoaria muito e me deixaria triste. Agora eu estou tremendamente curiosa.


            - Sei que não vai gostar de ouvir isso, mas... – começa ela – não quero ser desrespeitosa... Você é talentosa, Brittany era apenas presença.


            Se eu ouvisse de qualquer outra pessoa ficaria, irritada e magoada. Não deixaria ninguém ser tão insolente assim com a minha irmã. Mas mesmo sendo Rachell, que era como uma irmã, eu tinha que protestar.


            - Mas vocês iam formar um grupo? Porque vocês cantavam juntas se não a achava talentosa.


            - Brittany era minha amiga. Eu a adorava... você sabe disso. Mas o dueto funcionava porque nossas vozes juntas se transformavam em uma coisa grande. Sozinha, Brittany não tinha tanta voz. Ela equilibrava a minha voz. Ela suavizava as coisas, nivelava -  fala Rachell.


            Eu sabia que Rachell não estava menosprezando Brittany. Ela só estava sendo ela mesma, sincera.


            Respirei fundo. Era bom estar com alguém além dos meus pais, que conhecera e se preocupara com a minha irmã.


            Parecia que eu mal tinha dormindo quando senti Rachell cutucar delicadamente meu braço e me acordar. Pelas cortinas finais da sala, eu podia ver o sol nascendo no mar. Com os olhos semicerrados de quem acaba de  despertar, vi que, Rachell já se vestira  e estava de moletom. Ela se agachou no chão ao meu lado.


            - Vamos primeiro dar uma corrido e depois vamos trabalhar – disse Rachell animada.


            - Já pensou em ser militar – digo rindo.


            - Princesa, esteja pronta em cinco minutos ou vai conhecer a água fria na cama – disse ela saindo para me trazer um copo de café.


            A corrida no inicio da manhã acabou sendo uma boa idéia, energizando-me totalmente para o dia. À tarde, quando Pat apertou o botão “gravar” no estúdio, eu estava louca para começar e, com Rachell ali para me acalmar, tenho que admitir que estava ótima – e confiante. Conseguimos gravar a demo em cinco tomadas. Gravar o vídeo acabou sendo mais fácil também, especialmente quando Pat me incitou a fazer caretas para a câmera


            - Seja você mesma – disse ele, um conselho que me permitiu não confundir os movimentos de dança de Rachell. O movimento de perfeição chegou quando Pat sugeriu que levássemos a câmera para a praia, e ele me gravou dançando e dando cambalhotas na areia. Fiquei maluca ao ver como a gravação da musica tinha ficado e como eu desenvolvi bem a coreografia de Rachell, então nossas tomadas na praia foram divertidas e despreocupadas – exatamente o estado de espírito que Pat queria.


            - Você foi ótima Brooklyn – disse Pat – mas lembre-se que bem que o que nós achamos ótimo pode dar sono em dezenas de executivos de gravadoras.


            Essa era minha despedida de Rachell, também, não importava afinal o quanto eu sentiria saudades dela. Minha amiga já passará tempo demais longe da escola, agora era hora dela retornar a sua vida e eu a minha.


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