Chels escrita por Caroles


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Demorou um ano e você está querendo me crucificar. Novidades, certo?
Tudo bem, mas antes de tentar fazer qualquer tipo de macumba contra mim, leia o capítulo.
Você vai achar que está lindo e que valeu MUITÃO a espera, eu sei.
Só que não.
Você está me fazendo chorar.
Não quero ser mais sua best friend.
Mentira, eu sou sim, me abraça ♥ Boa leitura, até ali em baixo. LEIAM.



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Eu estava sentindo pena do Mark. Sério. Mas, ao mesmo tempo, eu estava querendo e estava pronta para ter um ataque de risos. Por todo o trajeto até a ''minha'' maravilhosa e perfeita casa, ele estava com aquele típico sorriso de ''É hoje que eu saio da seca!''. Coitado, mal sabia ele que – provavelmente – seria atacado por três bichas passivas que também estavam na seca. Como eu costumo dizer, nada como compartilhar sentimentos.

Paramos no sinal vermelho e ele estava batucando os dedos das mãos no volante, parecendo felizinho. Seria uma pena se, quando você chegasse no meu apartamento, encontrasse minhas supostas faxineiras e deduzisse que elas fossem travestis, Mark. Seria mesmo. Espera que eu vou procurar um lenço para enxugar minhas lágrimas de compaixão por você. Só que não.

– Ei, Mark, você está bem? – perguntei, arqueando a sobrancelha direita. Ele sorriu, olhando para mim e eu podia ver um brilho... digamos que diferente em seus olhos. Mark estava precocemente excitado e eu não estava gostando da ideia.

– Elas são gostosas? Quais são as idades delas? Elas gostam de comer cupnoodles como você? – ''eles são ridículos, têm a idade mental de uma esponja e, pffff, claro que não! Se tocarem no meus cupnoodles, estarão automaticamente assassinados.'', respondi mentalmente porque se eu revelasse a verdadeira identidade desses gays, seria capaz de Mark, além de me acusar de mentirosa, me largar no meio da rua e passar por cima de todas minhas sacolas de compras, me obrigando a voltar pra casa a pé. E, claro, como estamos lidando com algo muito importante, – comida – não podemos arriscar.

– Aguarde e verá, colega. Aguarde e verá – acredite ou não, a vontade de ter um ataque de risos enorme voltou em um segundo.Você precisa manter a pose, Chelsea. Aliás, sua retardada, não ouse estragar tudo. Não ouse. Virei-me para Mark que assentiu com a cabeça, como se o mistério o animasse ainda mais. O projeto de Brad Pitt voltou a prestar atenção no trânsito quando o sinal ficou verde.

Passamos por um cartaz onde havia uma propaganda de Cupnoodles, o que imediatamente me lembrou de uma músiquinha irritante de comercial que costumava passar nos Estados Unidos. "Cupnoodles. Cupnoodles. Eu quero cupnoodles, cupnoodles...". Fechei os olhos, imaginando-me morando em uma fábrica de cupnoodles, a qual meu maridinho Brad Pitt me dará como presente de uma semana de namoro, porque eu vou obrigá-lo. E isso o fará me amar ainda mais. A vida é o que há, minha gente.

– Chels? Chels?! CHELSEA! – quando abri os olhos, percebi o quê eu estava fazendo. Eu estava mordendo e babando no braço dele. Agora eu sei o porquê dos meus maravilhosos cupnoodles estarem com gosto de perfume para homens. Trocamos olhares rápidos.

Girei meus olhos para ver aonde estávamos, o carro estava parado e vi que estávamos numa rua conhecida. Em frente, estava um condomínio com duas torres brancas e um canteiro de flores na frente. Sim, Ethan, Christian e Thomas são tão machos que escolheram morar num prédio com florzinhas. Ele arqueou a sobrancelha e eu olhei para ele, sentindo-me corar. Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas... malditos cupnoodles! Tirei a minha boca amigavelmente do braço dele e limpei a minha baba com a manga da camisa que eu vestia, com um sorriso sem graça.

– Ok, se você ignorar o que acabou de acontecer, te deixo ficar com minhas faxineiras por três dias – menti e ele pareceu acreditar, o que me deixou muito feliz.

Eu estava toda corada, sem graça, sem saber o quê fazer e o Mark... ele riu. Riu como se fosse a última coisa que ele tinha para fazer no mundo. Ele chegava a gargalhar, e eu comecei a rir, junto com ele.

– Você é estranha, Chels – ele falou e deu um sorriso que derreteria até gelo. – Mas é uma estranhoa de um jeito bom.

– Eu faço o que está ao meu alcance, Mark...

– Enfim, Chels – ocorreu uma leve pausa para ele recuperar o ar – Qual desses condomínios é o seu? – isso querido, pare o mais perto possível. Quanto menos a diva fazer esforço para mexer os pés, melhor.

– Procure ao redor e estacione na frente do prédio mais gay da rua. Esse é o meu – falei tentando não direcionar os olhos ao meu prédio. Eu gostava de mistérios. Deixar as pessoas curiosas é legal. Claro que é.

– Interessante, o único condominío gay nesse lugar é esse da frente com essas florzinhas de arco-íris – ele afirmou e eu sorri, fazendo sinal de positivo com a mão. Não era um desafio muito difícil, já que, como ele disse, era o único condomínio envolto por cores radiantes e mágicas do arco-íris. Parei por um instante e imaginei se os babacas – vulgo três bichas passivas – teriam arrumado a casa.

Ele parou o carro na frente do portão e abriu a porta do carro para mim. Aquele sorrisinho maldoso em seu rosto estava de volta, e eu estava me controlando muito mesmo para não me decidir entre expulsá-lo dali ou esperá-lo para ver sua reação diante dos três idiotas que moram comigo. Mark me ajudou a levar as coisas para dentro. O porteiro sorriu amigavelmente para mim, o que indica que ele havia me reconhecido. Juntamos um mais um que é a mesma coisa que: Se os panacas quisessem me ver trancada para fora do apartamento, nunca iriam conseguir, pois era muito fácil passar pelo portão já que se era reconhecida. Aí vocês afirmam com carinho e amor pra mim: "Sua burra, eles podem muito bem trancar a porta do andar deles!" e então, com a educação que ganhei durante meus dezoito anos de vida, vou falar lindamente, com inocência e afeto a seguinte frase: "Primeiro, enfie esse burra pela goela abaixo se tem amor pela vida, e, segundo, mas não menos importante, vocês acham mesmo que a senhorita Houcks aqui não sabe invadir uma casa com um grampo? Por favor vocês!". Esse lance do grampo passa na televisão e creio eu que dê certo, então ponto final.

Adentramos calmamente o elevador e Mark ficou cantando uma música idiota, enquanto continuávamos com a porta daquele cubículo aberta.

– Você não vai apertar seu andar? – ele parou de cantar subitamente e eu agradeci a Jeová.

– Eu acho que não lembro...

– Chelsea! São vinte e um andares. Você não espera que vamos parar de um a um até você reconhecer o hall do seu apartamento, né? – ele perguntou com indiferença e um sorriso rápido dominou meus lábios.

– Comece pelo um, meu amor.

***

E foi dessa maneira que eu descobri que meu mais novo andar era o décimo primeiro. Eu estava muito contente, Mark estava me ajudando a progredir nessa maravilhosa cidade.

Quando entrei na casa eu fiquei boquiaberta. Tudo estava... impecável. Nada fora do lugar, o cheiro de desinfetante de rosas estava me dando vontade de espirrar, mas estava tudo bem. Aliás, o fato de ser um desinfetante de rosas só me fazia duvidar mais da opção sexual deles.

– Nossa, essas empregadas são mesmo trabalhadoras! Merecem até um aumento! – Mark olhava admirado o interior da casa.

– Mas... – comecei. ''Por quê será que eles não estavam ali? Onde será que essas bichas de avental se meteram?!'' pensei.

– ''Mas'' o quê? – Mark olhou para mim.

– Nada não, deixa – falei, mexendo minha cabeça para me livrar desses pensamentos. Apontei para a cozinha e Mark entendeu o quê eu quis dizer. Fomos andando até ela, onde estava tudo muito arrumado e cheiroso. Ao menos, a louça que eu custei para limpar estava guardada. E os panos de pratos devidamente dobrados numa gaveta. Os talheres e copos em um canto especial da pia, aguardando para serem secos normalmente, sem o utilizo de mãos humanas. Ok, vou dar um desconto pela preguiça porque minha alma é boa e generosa. Colocamos as coisas em cima do balcão mais próximo, antes de eu gritar:

– CADÊ VOCÊS, SUAS GAZELAS SALTITANTES?! – Mark me olhava assustado e em alguns segundos ouvimos um bando de mamutes correndo desesperados pelo corredor. Esquece, eram apenas os meninos. Quando os três apareceram na minha frente, eu pude os ver melhor. Ethan estava com o rosto todo cheio de sujeira preta e seu cabelo estava amarrado com um pedaço de pano, Chris estava com luvas amarelas e suas roupas estavam todas rasgadas e sujas e a última gazela saltitante estava com um espanador na mão, sua calça de moletom dobrada e molhada e seu casaco também de moletom com uma estampa de... Mickey Mouse – prefiro não comentar – estava todo sujo e ele tinha o cabelo todo despenteado.

– Ué, aonde estão as empregadas gostosas?! – Mark exclamou, olhando para os meninos, que, aparentemente, não eram exatamente do jeito que ele imaginava, e, os mesmos arquearam as sobrancelhas. Dessa vez não aguentei e comecei a rir. Muito.

– A minha mãe falou que horas ela vai vir amanhã? – Ethan ignorou as minhas risadas de baiacu manco e perguntou com uma cara de lesado que só ele conseguia fazer. Ri ainda mais, ele realmente achava que eu tinha ligado.

– Primeiro, – eu tentava recuperar meu fôlego – Eles são as bichas empregadas que eu te disse, Mark – ele ficou instantaneamente corado – Segundo, eu não liguei para a sua mãe, seu tapado! Eu só queria uma desculpa para vocês arrumarem aqui – e, ninguém pode reclamar. Eu sou um gênio e mais uma vez eu tive sucesso com meus maravilhosos planos. Lindo, não? Também acho, maravilhoso, esplêndido, sinônimo de perfeição e genialidade.

Todos eles olharam-me com raiva e eu fui dando passos para trás. Os meninos me acompanhavam, avançando cada vez mais. Vamos resumir tudo o que eu estava sentindo em uma só palavra: fudeu.

Acabou que, depois de cinco passos, eu tropecei em um produto de limpeza que eles tinham largado no caminho e caí dentro do balde com sabão, me fazendo ficar toda encharcada e eles terem acessos de riso. Revirei os olhos quando vi que eles estavam ''amiguinhos'' e estavam fazendo cumprimentos vomitáveis com as mãos

– Infantis... – sussurrei com raiva, saindo de dentro do enorme balde e fui dando passos duros até o corredor, molhando tudo. Nos últimos passos até a enorme porta do corredor, tropecei em mim mesma, – o que é uma grande e maravilhosa novidade, lógico – e, como estava molhada, escorreguei, derrubando meu corpo ao chão vagarosamente, como se tudo estivesse em câmera lenta. Até que cheguei ao ponto de achar que ia morrer, batendo a cabeça. Se não morresse, entraria em coma até meus setenta anos, o que daria tempo de todo mundo fugir e eu nunca poder me vingar. Mas algo – ou alguém – amorteceu minha queda. Abri os olhos e vi as íris mais lindas que já vira em toda minha vida. Eram os olhos dele. Do Ethan. Ele estava a alguns centímetros de mim, eu sentia a sua respiração quente e descompassada na minha bochecha. Ele chegou mais perto e...

– CHELSEA, VOCÊ COMPROU BATATINHAS PARA MIM? – aquela voz demoníaca do Christian-oi-sou-viado-pra-caralho soou por entre meus ouvidos, e eu tentei levantar rapidamente, acabando por meter a testa na bochecha do filho de uma linda e maravilhosa mãe que estava quase ao ponto de cair em cima de mim!

Lembra que eu não queria morrer batendo a cabeça no chão? Então, por um momento, achei que daria tudo para que isso tivesse acontecido. De verdade.


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Notas finais do capítulo

Ok.
Primeiro, queria esclarecer que eu achei esse capítulo perfeito e QUE EU NÃO ESTOU SENDO MODESTA PORQUE NÃO FUI EU QUE ESCREVI NEM METADE DISSO. EU SÓ EDITEI.
Quem escreveu foi a >>>>MINHA

FORA ISSOOOOOOOOOOOOOOOOO, VAMOS LÁ, DEIXE UMA OPINIÃO HONESTA E NÃO RECLAME DA DEMORA E LEMBRE-SE: EU AMO VCS E ATÉ O PRÓXIMO POÇO DE INSPIRAÇÃO MINHA GENTE!!!!!! UOU! bai ♥