Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 4
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

ALÔ GALERAAAAA!
Como eu to sem nada para fazer e estou muito orgulhosa dessa fic, venho trazendo outro capítulo saído quentinho do forno!
Leitores invisíveis eu quero conhecer ucêeeis! Deixem um oi para mim na review ;)
É isso aí, enjoy :}



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Sasuke estava em seu apartamento, deitado na cama e encarando o teto. Já havia ensaiado milhares de vezes como contaria a Hinata sobre Naruto. Ouviu um barulho nas escadas e levantou-se rapidamente, indo em direção à porta. Logo que ouviu o barulho de chaves abriu sua porta.

-Hinata, preciso falar com você. – os dois olharam para o moreno surpreso.

-Claro, Sasuke... Deixe-me só...

-É urgente. – interrompeu-a.

Hinata percebeu o olhar sério que seu amigo sustentava, podia perceber que ele não trataria de um assunto banal. Fechou a porta de seu apartamento e entrou na residência do Uchiha acompanhada por Naruto. Este se jogou no sofá e ligou a televisão enquanto Sasuke gesticulava a Hinata para que o acompanhasse até o quarto. A morena seguiu-o receosa, sentia que as notícias não seriam animadoras. Sasuke sentou na beirada de sua cama e segurou a cabeça nas mãos. Tudo o que havia ensaiado sumira de sua memória.

-Hinata, eu descobri a identidade de Naoki.

A azulada arregalou os olhos e perdeu o ar. Sabia que tudo estava sendo muito bom para continuar sendo verdade. Ela sabia que uma hora teria que acordar do sonho. Suspirou fundo e sentou-se ao lado de seu amigo.

-O verdadeiro nome dele é Uzumaki Naruto. Os pais deles anunciaram o seu sumiço em todos os telejornais, rádios... Estão desesperados, pensam que o filho foi sequestrado. A família dele tem muitas posses. – o moreno encarou sua amiga, não aguentava ver aquela feição desapontada. Odiava ser quem tinha que contar a verdade, quem estava esmagando suas esperanças.

-Devemos contar a ele...

-Mas se você quiser...

-Não, Sasuke. A decisão não é minha, eu não posso ser egoísta a tal ponto. – os olhos perolados se encheram de lágrimas – Ele merece saber. A família dele merece tê-lo de volta... – as lágrimas já estavam grossas.

-Você gosta dele, não é? – ele a olhou com compaixão. Sabia que sua pequena estava apaixonada. Ela era totalmente transparente.

-Não importa...

Sasuke a abraçou ternamente e deixou que a menina chorasse em seus ombros. Acariciava os cabelos azulados. Era tudo o que ele conseguia fazer, estar ali para ela desabafar. Nem ao menos sabia como confortá-la. Amaldiçoava-se por isso. Em alguns minutos, Hinata conseguiu se recompor e com um gesto de cabeça declarou que estava pronta para conversar com Naruto.

Os dois saíram do quarto e sentaram na sala. Encararam o loiro, que logo percebeu que alguma coisa estava errada.

-O que foi? – sua feição era de confusão. Hinata olhou para Sasuke, não conseguiria falar e o moreno entendeu o recado.

-Eu descobri sua identidade. – Naruto paralisou. No fundo ele não queria descobrir quem era. Tinha medo, pois não se lembrava de nada, não queria voltar para pessoas que haviam sido apagadas de suas memórias. Seria totalmente estranho, ele se sentiria um estranho, sabia disso.

-Sério... – seu olhar se perdeu na parede branca. Sua mente estava limpa.

-Seu verdadeiro nome é Uzumaki Naruto. Seus pais são facilitadores de acordos empresarias. – Sasuke deu um tempo, não queria jogar tudo em cima do loiro de uma só vez. – Você é de uma família rica e eles estão desesperados por te ter de volta...  – a resposta foi o silêncio – Não estamos te expulsando, a decisão é sua.

O jovem Uchiha tirou um papel do bolso e entregou na mão de Naruto. No papel havia os nomes dos pais do loiro, o telefone deles e o endereço no qual o Uzumaki costumava viver. Ele ficou encarando o papel. Sabia que o certo era avisar aquelas pessoas de que estava bem, vivo, mas não queria. Estava confuso, precisava de mais tempo para se localizar, para tentar lembrar-se de algo. Precisava de mais tempo com ELA.

-Será que eu poderia ficar mais um pouco por aqui? Não sei se estou pronto para... – apertou o papel.

-Pode ficar o tempo que quiser, Naruto-kun. – a azulada finalmente se pronunciou. – Contudo uma hora terá que aliviar a dor pela qual essas pessoas estão passando.

-Eu sei, só preciso de algum tempo para ver se eu me lembro de alguma coisa, porque mesmo que eu volte agora, meus pais não estarão recuperando seu filho, estão recuperando alguém que não se lembra deles.

-A decisão é sua, Naruto. Mas acho que isso seria o de menos para eles. – Sasuke deu de ombros.

-Obrigado por tudo o que vocês vêm fazendo por mim. – o loiro sorriu tristemente. Hinata não conseguia encará-lo, tinha medo de começar a chorar de novo.

-Só acho que você deve evitar sair na rua. Não quero alguém achando que sou um sequestrador. – o moreno levantou do sofá. – Entendeu bem, Baka?

Naruto fez bico para ele. Hinata viu o momento como sua deixa para sair do local e colocar seus sentimentos em ordem. Ela estava saindo sem avisos quando a voz de Sasuke a parou.

-Hinata, daqui a pouco eu preciso ir para o bar, por isso o Naruto vai para o seu apartamento, por que nem a pau que eu deixo esse idiota sozinho aqui.

-Ei! – o loiro protestou, mostrando a língua em seguida.

A azulada apenas assentiu com a cabeça e deixou o recinto. Correu para seu quarto, agarrou Jason e entrou em posição fetal. Não sabia o que fazer. Quase havia sido beijada pela primeira vez e não sabia lidar com aquela explosão de sensações em seu corpo toda vez que ele estava por perto. Sua pele queimava, seu estômago revirava, suas mãos suavam e sua voz parecia desaparecer toda vez que tentava falar. Não sabia como olhar para aqueles olhos azuis lindos e hipnotizantes. Ela só queria abraçá-lo, sentir sua respiração, ouvir as batidas de seu coração. Sabia que nos braços dele ela se sentiria protegida contra qualquer realidade cruel e dolorosa. Ela o amava. Sabia disso, sentia no fundo de seu ser que toda aquela intensidade de sentimentos só poderia ser amor, afinal TPM que não era.

Jason nem estava ligando para aquilo tudo e dormia tranquilamente envolto no abraço apertado de sua dona. Hinata ouviu batidas em sua porta, nem havia percebido o tempo passar.

-Hinata? Estou entrando...

-Ah claro, Naruto-kun. – ela vinha do quarto batendo na roupa para tirar os pelos do gato. – V- você está com fome? – arrumou os óculos como pretexto para não encará-lo.

-Para falar a verdade estou sim! – ele riu.

-Imagino como tudo deve estar sendo difícil para você. – a morena ia a pia para lavar as mãos.

-É, tudo está bem confuso.

Nesse momento a torneira soltou na mão de Hinata fazendo com que um jato de água começasse a molhar todo o ambiente junto com a morena. O loiro no mesmo instante retirou a camisa e foi prestar socorro. Usou sua blusa para impedir que a água espirrasse, mas mesmo assim acabou se molhando inteiro. Seu cabelo molhado colava em sua testa e bochecha e gotas grossas do líquido desciam por seu peitoral e abdômen definido. A Hyuuga corou instantaneamente, porém não conseguia desviar o olhar daquele corpo, daquele rosto, daquela boca rosada e úmida totalmente convidativa. Seu ritmo cardíaco havia subido até as alturas. O pedaço de mau caminho em sua frente ria da situação. Ele chacoalhou a cabeça para tirar um pouco da água de seus cabelos.

-Nossa, isso que eu chamo banho! – ele ria.

-E-e-eu v-vou pegar uma toalha... – A azulada correu para o banheiro, escorou-se na pia e tentou recuperar o fôlego. Deus só podia estar a tentando. Talvez até mesmo Ele estivesse querendo dizer a ela para aproveitar um pouco as vantagens da vida. Ela retornou a cozinha após alguns instantes. Naruto tentava consertar a torneira e estava quase sendo bem sucedido.

-Pronto! Acho que isso deve segurar. – ele a olhou e ela corou de imediato, ficando mais vermelha que um morango. – Só seja gentil ao abrir a torneira.

-Certo... Aqui, a toalha. – Hinata estendeu o pano felpudo ao loiro que ao pegá-lo fez com seus dedos encostassem-se aos dela. O toque pareceu desencadear uma onda elétrica entre os dois corpos, seus olhares ficaram conectados.

-Você deveria se secar primeiro... – Naruto se aproximou, jogou a toalha na cabeça da azulada e começou a secar seus cabelos, o olhar ainda se mantinha.

Suas respirações começavam a se misturar pouco a pouco. Hinata colocou suas mãos delicadas no peitoral forte de Naruto. Ela queria conhecer cada centímetro daquele corpo com suas mãos, mas não tinha coragem de fazê-lo. O tom rosado ainda permanecia em suas bochechas e o ar parecia faltar aos seus pulmões. Já o jovem Uzumaki sentia que seu coração ia sair pela boca, queria tomar aqueles lábios para si, sentir a maciez deles, provar de seu sabor.

A morena estava mais que preparada, mas quando desviou os olhos por alguns segundos viu a gravação na pulseira de prata. “NxS” só poderia significar que ele tinha uma namorada, alguém que o amava e queria tê-lo novamente em seus braços. Devido a isso enterrou sua cabeça no peito dele, gerando certa confusão no jovem.

-Desculpe... Eu não posso...

-Tudo bem, eu entendo. – ele deixou os braços descerem e a envolveu em um abraço acolhedor. Ela correspondeu ao abraço escorregando suas mãos até as costas largas do loiro.

Eles ficaram abraçados por algum tempo, apenas sentindo o calor um do outro. As batidas do coração dele acalmavam-na e a faziam esquecer a realidade. Desejavam poder ficar daquele jeito para sempre. Porém uma hora eles precisavam se separar.

-Acho melhor eu fazer alguma coisa para comer.

-É, tem razão.

O clima havia ficado constrangedor. Nenhum dos dois sabia o que dizer ou fazer depois daquele momento tão intenso. Acabaram comendo em silêncio, trocavam olhares tímidos em alguns momentos, coravam toda vez que seus joelhos se encontravam e suas mãos pareciam querer se juntar desesperadamente.

Depois da refeição resolveram assistir um filme, sentaram-se um pouco separados, porém seus corpos se aproximavam milímetro por milímetro, como se algum imã os atraíssem.

-Por que esse cara é tão cego? – indagou o loiro referindo-se ao protagonista do filme que viam.

-Acho que é porque ele usa muito delineador. – respondeu a azulada o fazendo rir.

-Você é engraçada, Hinata-chan. Devia deixar as pessoas ver esse seu lado...

-Eu sou covarde e medrosa... Tenho medo dos julgamentos das pessoas. – falou tristonha.

-Pois não devia. Você é maravilhosa, tenho certeza que qualquer pessoa seria muito sortuda em tê-la como amiga! Aquele maldito do Sasuke pode confirmar o que estou dizendo com toda a certeza!

Hinata sorriu. Estar com ele era maravilhoso. Acabou se perdendo em pensamentos e sem perceber adormeceu no ombro de Naruto. Ele ficou a admirando por alguns instantes, sua face tinha um semblante sereno e totalmente em paz. Ela era realmente angelical. Brincou um pouco com algumas mechas de seu cabelo sedoso, mas por fim pegou-a no colo e a ajeitou na cama, cobrindo-a e dando um beijo de boa noite em sua testa. Voltou para o sofá, desligou a televisão e se deitou. Deixou que o cheiro de Hinata o embriagasse e dormiu. Sonhou com ela.

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O bar estava agitado. Mulheres, homens e homossexuais. Sexta-feira era de fato o dia de maior clientela. Já havia perdido a conta de quantas mulheres havia cantado e de quantas quase o haviam atacado.

-Sasuke-kun.

-O que foi, Karin? – respondeu à sensual ruiva de óculos, que tinha uma tremenda obsessão por ele, motivo o qual ele não a levava para cama.

-Eu só estava aqui pensando se você não gostaria de ir lá para minha casa depois do expediente? – ela se aproximou dele fazendo questão que seu decote estivesse chamando muita atenção.

-Já disse que não quero nada com você. Vá cuidar dos drinques que você ganha mais.

-Ai, credo! Por que você me mal trata, Sasuke-kun? – fez bico – Você nem imagina o quanto posso te fazer feliz...

-Karin, escuta, se você não parar de me encher eu vou reclamar do chefe sobre você, está me ouvindo? Some daqui.

-Eu ainda vou te ter, Sasuke-kun...

Então a ruiva voltou para seu posto. O moreno revirou os olhos, já estava de saco cheio daquela mulher. Ela não desistia nunca. Começou a lavar alguns copos e então seu pensamento voou em direção à Hinata. Queria ter sido mais útil à amiga. Odiava ser tão péssimo daquele jeito com relacionamentos. Em momentos como aquele se arrependia de não ter ido ao psicólogo quando sua mãe mandara. Isso que dava não dar ouvidos a sua mãe.

-Com licença... Será que você poderia me ver uma dose de whisky?

-Sim, só um minuto. – ele estava de costas para o balcão, por isso não havia visto quem fizera o pedido. Teve uma baita surpresa quando se virou. – Itachi? – seus olhos se arregalaram. Seu irmão era a última pessoa na face da terra que esperava ver naquele bar.

-Não, o presidente. – o Uchiha mais velho riu, enquanto o mais novo revirou os olhos. – Foi bem difícil te achar... Estava com saudades. – Itachi sorriu gentilmente e logo depois deu um peteleco na testa de Sasuke.

-Ai! Pare com isso, não sou mais criança. – serviu a dose de whisky pedida. – O que quer?

-Te ver, oras. Você não dá notícia há quase três anos... Eu imaginei que precisava de espaço, mas já estava começando a ficar preocupado.

Só que isso era mentira, porque Itachi sempre soube o paradeiro do irmão e o que ele estava fazendo. Nunca deixou de zelar por aquele teimoso. Contudo, com toda aquela confusão do sumiço de Naruto, ele havia sido tomado por uma grande preocupação e um imenso aperto no coração, precisando ver com os próprios olhos se seu irmãozinho tolo estava são e salvo.

-Eu sei me cuidar. – o moreno estava emburrado, porém estava feliz ao mesmo tempo, afinal também sentia falta de seu irmão.

-Eu sei que sim, mas, irmãozinho, tem certeza que essa é a vida que quer para si? Sabe, nosso pai mudou muito desde que você foi embora, talvez...

-Nem tente, Itachi. Eu não volto para aquela casa.

-Teimoso como sempre. – o mais novo suspirou pesadamente.

-Você realmente quer passar o nosso reencontro falando desse tipo de coisa? Você sabe que não vai me convencer. – o mais velho riu. Sasuke tinha a razão, era perda de tempo.

-Tudo bem... Então, já arrumou uma namorada? – o jovem galã gargalhou.

-Você sabe que eu não me amarro.

-Pois deveria, relacionamentos não são tão ruins quanto parecem.

-Humf. Se diz isso é porque arrumou umas algemas.

-Coloquei mesmo e estou muito feliz, quase três anos de relacionamento. – Sasuke tossiu engasgando-se com a própria saliva.

-Três anos? Vai tomar... Você não é mais meu irmão. – ele balançava a cabeça em desapontamento.

-Ah, irmãozinho tolo, um dia você vai cair de amores por uma menina e vai virar uma bagunça.

-Até parece.

Os dois ficavam jogando conversa fora toda vez que Sasuke não precisava atender alguém. O caçula sentia falta dos momentos com o irmão, ele era quem sempre o aconselhou, quem o havia dado suporte, quem sempre estava presente. Ele havia feito o papel de pai, de melhor amigo e de irmão mais velho. Contudo Sasuke também nutria certa inveja por Itachi, pois o Uchiha mais velho nunca precisava fazer qualquer tipo de esforço para ganhar a admiração das pessoas, inclusive a do pai. Além disso, era tão simples para o seu irmão fazer amizades e se relacionar. Itachi era como o modelo de perfeição que Sasuke tinha.

O moreno mais novo queria se abrir com seu irmão, contar todas as suas aflições, medos, todas as complicações de sua vida, mas aquela barreira criada por Sasuke que via o quão superior Itachi era não deixava o laço entre os dois se tornar tão forte quanto poderia.

Ao final do reencontro, Sasuke teve que prometer manter contato e avisar pelo menos uma vez por mês que estava vivo e saudável. Itachi ofereceu qualquer tipo de ajuda financeira, todavia o orgulho de seu irmãozinho tolo nunca permitiria que o mesmo aceitasse qualquer tipo de assistência.

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-Você tem certeza que ele está morto? – esbravejou um homem de meia idade claramente sem mais nenhuma paciência.

-Eu não tenho certeza...

-Como? Você foi capaz de tamanha incompetência? – ele continuava com o tom de voz muito elevado. O homem com quem falava estava quase se encolhendo.

-Peço desculpas... Vamos achá-lo e terminar o serviço... – foi interrompido por um violento puxão em seu colarinho.

-Não, considere você e a sua equipe despedida! – o individuo sombrio e com os nervos a flor da pele soltou o pobre coitado, que foi ao chão. – Eu mesmo limparei essa sujeira gigantesca! Suma da minha frente.

O empregado recém-demitido não esperou o homem mandar uma segunda vez, correu daquele lugar.


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Notas finais do capítulo

Quem quer me matar por que eu não deixei rolar o beijo outra vez põe o dedo aqui! MUHAHA'
Espero que tenham gostado do capítulo...o próximo estará ainda melhor com momentos Sasusaku! CALEI :X
Comentem o que estão achando, amo vcs!
XOXOX