Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 35
Medidas Extremas


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeellooooo!
Como vãoo? :D
~Espero que de muito bom humor e.e

De qualquer forma, hehe,venho trazendo mais um capitulo, que está gigante.
u.u Eu queria ter tirado algumas coisas dele, mas eu realmente precisava relatar tudo que relatei u.u
Mas eu sei que vocês adoram um capítulo bem farto, não é? HASUDHISUHDUA.

Pelos meus calculos a fic irá acabar no capítulo 42. Para mim é como se já tivesse acabado, porque falta tão pouco!
7 singelos capítulos que já estão quase todos prontos na minha cabeça para serem escritos e postados e então *puf* fim de Invisível.
Ok, mas não vou começar o chororô agora u.u

E quanto a minha décima recomendação? Eu odeeeeeio número ímpar sabia? TRatem de transformar esse 9 em 10 ein! OÓ
HAUISDHASIUDASUDH.

De qualquer forma QRIDOS vamos ao capítulo!
Se tiver algum errinho, me avisem e me perdoem! :D


Enjoy :}



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316813/chapter/35

Chorou por alguns minutos, encolhida no chão frio. Quando teve a coragem de levantar a cabeça, seus olhos se perderam na porta entreaberta do quarto do namorado. Ele precisava dela, mas eram tantas as perguntas que rondavam sua cabeça. Ele podia estar simplesmente bêbado e não drogado. E se ele realmente tivesse a traído? Chacoalhou a cabeça para espantar as dúvidas e as indagações. Primeiro ajudaria Sasuke, depois se perderia em sua espiral de desespero. Ergueu-se usando os joelhos para impulsionar-se, limpou as lágrimas e rumou para o cômodo onde seu amado babava no edredom e resmungava frases sem sentindo algum. Seu rosto se contorceu de dor ao ver o estado do Uchiha, parada ao lado da cama. Impediu que água salgada voltasse a brotar de seus olhos e envolveu o tronco do jovem com cuidado, esforçando-se para equilibrar o peso dele.

-Sakura... Eu amo a Sakura... – o moreno balbuciou ainda em delírios e a rosada teve vontade de voltar a se encolher no chão para chorar incansavelmente, porém ela engoliu o bolo gigantesco em sua garganta, cambaleando com o namorado até o banheiro, onde o sentou no chão perto da privada.

Aproximou-se do rosto pálido, pegando-o pelo queixo. Abriu as pálpebras e viu que as pupilas não reagiam à luz. Abriu a boca de Sasuke e cheirou-a, sentindo o odor de álcool, porém não forte o suficiente para comprovar se ele estava bêbado. Abriu a tampa do vaso e arrastou-o para bem perto, ficando atrás de seu corpo para servir de apoio.

-Vamos Sasuke, você precisa vomitar. – gemeu as palavras enquanto se esforçava para controlar o corpo mole e sem forças do namorado.  Esticou a mão até a pia para pegar a escova de dente azul que lá repousava. Não muito confortável com o que fazia, abriu a boca do moreno e enfiou o cabo do objeto, fazendo-o eliminar o conteúdo de seu estômago. Ele cuspiu e tossiu diversas vezes o que não passava de líquido. – Como sempre não se alimentando direito... – Murmurou, limpando um pouco do suor acumulado em seu rosto.

Usando o pouco de força restante, Sakura puxou Sasuke para dentro do boxe e deixou que água gelada caísse sobre ele, não se preocupando em retirar sua cueca, única peça de roupa em seu corpo. Em questões de segundos o Uchiha estava tremendo e encolhendo-se contra a parede, enquanto a namorada pacientemente o lavava e limpava. Ao terminar, a rosada o sentou no vaso sanitário, envolveu-o em uma grande toalha felpuda e o secou bem, tendo muita dificuldade para segurá-lo e equilibrá-lo. Com custo, guiou o moreno até a cama e cobriu-o com duas cobertas. Foi até a cozinha e preparou um pouco de soro caseiro, voltando ao quarto para fazê-lo beber. Sabia que seria melhor levar o amado ao hospital, porém no momento era impossível. Precisava esperar ele recobrar a consciência.

A Haruno observou o namorado, quem não precisou de um segundo para dormir profundamente. Pensava em tantas coisas que acabava por pensar em nada. Ele ainda tremia um pouco, por isso ela entrou embaixo dos cobertores e o abraçou, enterrando a cabeça em seu peito. No momento que Sasuke não mais tremia, ela desfez o enlaço e arrastou os passos até a sala, onde se encolheu em posição fetal no sofá. Por que esse tipo de coisa tinha que acontecer? Perguntava-se. Lágrimas escorriam grossas por seu rosto. Tinha perdido a cabeça de tal forma que se envergonhava. Chorava e não sabia muito bem por quê. Não queria sofrer por suposições mentirosas, por isso não as criava. Estava apenas liberando irritação, frustração, medo...

Através da vista embaçada, viu um pequeno embrulho de papel que repousava perto do tapete. Direcionando toda sua atenção a ele, escorregou para fora do sofá e esticou a mão para pegá-lo. Inspecionou o objeto e seus olhos se arregalaram assim que uma cápsula caiu na palma de sua mão. Pegou-a e a encarou por minutos a fio. Não podia ter certeza qual era o tipo de medicamento, contudo encontrar o comprimido havia acalmado seus pensamentos, que ficaram em silêncio pelo resto da noite até que ela adormecesse na sala.

--------------****----------

Hinata dava dois passos para frente e um para trás. Naruto demorou muito para percorrer o pequeno caminho da porta do vizinho até a cozinha da namorada, afirmando “Sasuke ficará bem” toda vez que ela virava para tentar fazer o caminho de volta.

-Estou preocupada, Naruto-kun. – a azulada disse enquanto dava uma mordida nervosa no sanduiche feito pelo amado.

-Sakura é médica, Hina. Ela saberá lidar com o Sasuke. – pontuou pelo que parecia ser a milionésima vez, suspirando. A pequena mastigava franzindo o cenho e olhando para a parede de minuto em minuto. O Uzumaki passou a mão pelos cabelos e, assim que Hinata terminou de comer, ele a guiou pelos ombros até o quarto. Após fazerem a higiene bucal e se trocarem para dormir, os dois se aconchegaram embaixo da coberta.

A Hyuuga não parecia querer dormir. Ela se remexia na cama, o que estava começando a acabar com a paciência do loiro. Naruto envolveu-a possessivamente, impedindo-a de continuar se remexendo. Iniciou um cafuné carinhoso em sua cabeça, lutando para não pegar no sono antes dela, pois sabia que a namorada não conseguia parar de pensar no que poderia estar acontecendo na residência do vizinho.

-Hinata, vai dormir. Eu conheço a Sakura-chan, por isso sei que o Sasuke vai ficar bem. Relaxa e tira isso da cabeça. – murmurou de olhos fechados, o sono começava a amortecer seu corpo e sentidos.

A azulada apenas suspirou e se deixou ser acalmada pela carícia gostosa em seus cabelos. Não demorou muito para que ela dormisse profundamente. A noite passou rápido de mais para ambos, pois parecia que tinham acabado de dormir quando os raios solares começaram a incomodar seus olhos. Hinata acordou de uma vez e saiu da cama, porém o namorado preguiçosamente agarrou um travesseiro, já que seu “ursinho” saíra de seu alcance. Ela o deixou dormir mais um pouco enquanto tomava banho, trocava-se e preparava o café da manhã. Ao perceber que não tinha mais tanto tempo antes de ir trabalhar, foi acordar o loiro.

-Neko-chan... Levanta. – acariciou os cabelos bagunçados do jovem, quem se remexeu e resmungou.

-Mais dez minutos, mãe... – a pequena riu e começou a balançar suavemente o corpo do amado.

-Vamos, Naruto-kun... Acorda, eu preciso trabalhar! - O Uzumaki finalmente começou a esfregar os orbes, abrindo-os com custo. Vendo a namorada sorrindo ao seu lado, passou a mão em sua nuca, trazendo-a para um cálido beijo de bom dia.

-Bom dia, Hina-chan! – falou animadamente, pulando para fora da cama e agarrando-a pela cintura, o que fez a morena rir.

-Bom dia! Agora se troca e vem tomar café, porque eu quero uma carona para o trabalho!

Hinata deu um selinho em Naruto e voltou para a cozinha, onde esperou por ele para começar a comer. O loiro não demorou muito para se trocar e em minutos sentava-se a mesa, observando que a amada olhava intensamente para a parede compartilhada com o apartamento vizinho. Ela estava preocupada, mas sabia que não devia se intrometer. O assunto era entre Sasuke e Sakura, por isso deveria deixá-los resolver tudo antes de ir falar com o amigo. Não queria ser a amiga chata que entra no meio da relação dos outros, sem contar que não tinha com a Haruno a mesma intimidade que o Uchiha tinha com seu namorado.

-Hina, se ele não estivesse bem a Sakura já teria vindo avisar... – comentou, fazendo a jovem olhá-lo surpresa, pois ainda não havia percebido sua presença.

-Ah! Eu sei... Só não consigo evitar me preocupar.

Sorriu tristemente e voltou a comer, sendo acompanhada pelo amado, que tentava distraí-la com piadas e graças. A refeição foi rápida e, após tratar de Jason, os dois saíram do apartamento. O loiro, ao deixar a pequena na porta da biblioteca, prometeu que a buscaria no final do expediente para que eles pudessem assistir a um filme no cinema.

-------------***------------

Sua cabeça pesava de forma absurda. Abrir os olhos nunca havia sido tão difícil. Parecia que alguém colocara toneladas em cima de suas pálpebras. Sem contar que estava tão aquecido a ponto de ficar com calor. Esfregou os olhos para ajudar no processo de abri-los e, quando conseguiu, notou que o motivo de estar quente era os dois cobertores sobre si. Deslizou para fora da cama, dando um choque térmico em seu corpo devido ao quarto frio. Levantou-se com custo e cambaleou para fora do cômodo. Não conseguiu ficar mais surpreso ao ver a namorada dormindo em seu sofá.

-Sakura? – ela despertou em um pulo quando ouviu sua voz, como se não tivesse dormido absolutamente nada.

-Sasuke, como está se sentindo? – perguntou já se levantando e se aproximando do moreno, enquanto ajeitava os cabelos e passava as mãos pelo rosto. Observou o estado do jovem, os cabelos desalinhados, a feição exausta e os lábios um pouco ressecados. Ele ainda estava apenas com a cueca da noite anterior.

-Péssimo, parece que estou carregando dois elefantes em minha costa... O que está fazendo aqui? – a feição do Uchiha era confusa e perdida, parecia não saber nem mesmo onde estava. – Não, melhor, como eu cheguei aqui? Você me trouxe?

-Não se lembra de nada que aconteceu ontem à noite? – a rosada perguntou receosa, esperava ansiosa por cada singela palavra do namorado, que serviriam para confirmar ou não suas suspeitas. Ele a olhou sem entender muita coisa.

-Não... Isso é estranho, você está estranha. O que aconteceu? – disse, levando os dedos lentamente ao rosto da amada, que pareceu sofrer com seu toque, fazendo-o recuar a mão. Começava a ficar nervoso, pois parecia que Sakura havia chorado muito, ainda mais pelo jeito com que ela se abraçava e se encolhia. Ele havia sido o culpado? Havia a feito chorar? Porém, como? Não se lembrava de nada para poder se desculpar devidamente.

-Qual é a última coisa que lembra? – fitou os orbes de Sasuke com intensidade. A resposta que ele daria podia mudar tudo e ela estava ansiosa por ouvir. Sua feição se contorcia em diversos sentimentos.

-Eu me lembro de estar trabalhando e estar entediado. Pensei em te ligar, mas desisti e então fui tomar uma dose de Bourbon... – franziu o cenho, tentando se lembrar de mais algum detalhe importante. A Haruno já começava a se desesperar. Então ele só havia se embebedado, era a frase que tomou conta de seus pensamentos. – Mas antes que eu pudesse beber a Karin veio me torrar a paciência, como sempre... – revirou os olhos enquanto a namorada arregalava os dela para ele. - Depois que eu finalmente consegui beber, tudo começou ficar cada vez mais nublado até eu não me lembrar de mais nada...

-Como a Karin te abordou? Ela colocou a mão por cima do copo ou perto dele? – bombardeou as perguntas apressadamente, assustando um pouco o moreno, quem arqueou uma sobrancelha, não entendendo por que tais detalhes eram importantes.

-Ela colocou a mão em cima da minha que estava segurando o copo... Por quê?

Entretanto, Sasuke não obteve resposta e sim a namorada envolvendo fortemente sua cintura, chorando compulsivamente. Ele ficou ainda mais perdido. Sua cabeça doía até mesmo para pensar e aquilo tudo já estava ficando complicado de mais. Quanto a Sakura, ela estava aliviada. Muito aliviada, pois estava certa desde o começo. Sempre soube que o amado era um homem íntegro apesar de tudo e que ela estava seguindo o caminho certo ao confiar nele primeiro. Saber que havia escolhido certo a preenchia com um sentimento inigualável.

-Ei, Sakura, o que foi? Por que está chorando? Está me deixando preocupado... – murmurou, passando a mão pelos fios róseos. A jovem se afastou fungando e limpando as lágrimas, então sorriu com demasiada felicidade.

-Eu só estou feliz... – interrompeu-se para tentar controlar o choro. – Estou feliz que estava certa em confiar em você, no seu amor por mim. Desculpe-me, Sasuke. Perdoe-me, tudo bem?

-Perdoar a quê? Eu não estou entendendo nada, Sakura! O que aconteceu ontem?

-Vem cá. – ela pegou na mão dele e o guiou até o sofá, onde se sentaram. O Uchiha a olhava nos olhos ansioso, querendo entender tudo de uma vez por todas. Ela acariciou o rosto dele por alguns instantes e respirou fundo. – Você não me mandou nenhuma mensagem? – recebeu uma negação silenciosa enquanto pegava o celular jogado ao chão. – Eu recebi isso ontem à noite. – entregou o aparelho ao moreno, quem encarou as palavras confirmando no mesmo instante que não mandara aquilo à namorada. – Quando eu cheguei aqui, sua porta estava entreaberta. Eu pensei que havia sido um assalto, mas, quando entrei no seu quarto, dei com você aos beijos com a tal de Karin... – os olhos ônix se arregalaram abismados. Sasuke sabia que a última coisa que faria era levar a ruiva para cama, porém deixou a rosada continuar o relato. – Os dois estavam praticamente nus e se eu tivesse dado apenas uma olhada rápida juraria que você estava realmente me traindo. Só que, apesar de querer sair correndo, eu analisei a cena. Depois eu meio que ataquei aquela vadia, cuja cara provavelmente nunca mais voltará ao normal. Naruto precisou me impedir de matá-la... – ela riu nervosamente e o namorado arqueou uma sobrancelha. Queria muito ver o estrago feito. - De qualquer forma, eu fiz você colocar para fora o que estava em seu estômago e te dei um banho frio. Quando você dormiu, eu vim para sala e achei isso... – entregou a cápsula ao moreno, que não demorou nem dois segundos para olhá-la ainda mais aterrorizado.

-A Karin me drogou? – indagou de forma incrédula e irritada.

-Tudo indica que sim, ainda mais depois do que você me contou... Eu não entendo, Sasuke, você sempre a tratou mal, por que ela faria algo assim? – Sakura o olhou de forma confusa e ele engoliu em seco. Quando contara a respeito da colega de trabalho, não relatara a noite em que havia recorrido a medidas extremas.

-Nós... Meio que uma noite...

-Diz que você está brincando! – a rosada gritou, levantando-se do sofá bruscamente. Ela passou as mãos pelo cabelo, absurdamente irritada. O Uchiha imaginava que uma conversa complicada e problemática se iniciaria e que a namorada criaria uma discussão desnecessária, contudo se surpreendeu quando ela respirou lentamente e voltou-se para ele com uma feição entediada. – Quer saber, não importa. Não é de meu interesse o que fez quando nós ainda não namorávamos.

-Sério? – perguntou sem acreditar no que ouvira da namorada. Por acaso havia encontrado a mulher de seus sonhos?

-Sério, Sasuke. Eu estou farta de complicações. Eu consegui minha transferência ontem e, depois de tudo isso, eu só tenho uma coisa para te pedir, então eu vou esquecer o que aconteceu. – gesticulava calmamente, encarando o amado com compreensão e amor, nada de raiva ou ressentimento. Ele até perdeu a fala diante da maturidade dela.

-Qualquer coisa. – disse ainda perdido no que acontecia. Sakura voltou a se sentar no sofá e envolveu-lhe as mãos.

-Vamos mudar o mais rápido possível. Eu quero começar uma vida nova cheia de nada mais que momentos felizes ao seu lado. Eu quero deixar todo o resto para trás. – sabia que adiantar a mudança iria impedir que ela passasse as festividades de final de ano com seus amigos, porém seria a primeira vez e todos tinham que aceitar: as coisas uma hora mudam. Eles seriam algo que nunca deixaria para trás ou esqueceria, mas até mesmo Naruto estava se encontrando na vida. Estava pronta para deixar de colocar obstáculos em sua frente e viver todos os dias como se fossem os últimos. Sem arrependimentos.

-Tudo bem. Já está tudo certo de qualquer forma... Só preciso de duas semanas para que o apartamento fique pronto. – Sasuke entedia a namorada, por isso não teve dificuldade alguma para atender seu pedido. Hinata ficaria desolada, mas um dia os dois precisariam seguir por caminhos diferentes. Usaria as duas últimas semanas para se despedir, então iniciaria uma vida nova e completamente diferente com Sakura ao seu lado.

-Obrigada... Ah, e você não vai voltar àquele bar, mas acho que isso já é óbvio. – ela perdeu os dedos nos fios negros e em seguida enlaçou o pescoço do Uchiha, aproximando-se devagar para permitir que qualquer resquício da noite anterior deixasse seu corpo antes que seus lábios tocassem os do namorado.

-E Sakura... Eu nunca te trairia... Eu te amo. – ele sussurrou quando suas respirações já não se distinguiam, fazendo um sorriso brotar nos lábios da Haruno.

-Eu sei, Sasuke. Eu sei...  – lembrou-se do delírio dele, dizendo que a amava, e como ouvi-lo a havia feito feliz.

Beijaram-se intensamente. Para esquecer tudo o que os rodeavam e todas as despedidas que estavam por vir. Para lembrar que o sentimento compartilhado já havia vencido obstáculos difíceis e não teria problema com os próximos. Beijaram-se apenas porque precisavam do toque e da troca de calor. Nas horas que se seguiram, imergiram em um mundo somente dos dois, perdendo-se nele. Todos os compromissos no dia estavam cancelados e esquecidos, pois eles precisavam ficar juntos.

-------------***-----------

Sentiu a claridade incomodar seus olhos fechados, por isso se virou na cama, agarrando o pequeno corpo ao seu lado e enterrando a cabeça na curva de seu pescoço. Já estava pronto para voltar a dormir profundamente quando ouviu a namorada resmungar e se remexer em seus braços.

-Itachi... – murmurou de olhos ainda fechados.

-Ainda é cedo e está frio... Vamos dormir mais um pouco. – o moreno arrastou as palavras, beirando se perder novamente em um sono pesado. Apertou mais Ayame contra seu corpo, aspirando o cheiro de seus cabelos.

-Eu sei, mas o Yamato acorda cedo... Estou preocupada em deixá-lo sozinho com seu pai... – comentou com a voz embargada e não demorou muito para que o namorado suspirasse e se sentasse no colchão. Ainda muito sonolenta ela fez o mesmo, tombando a cabeça no braço de Itachi sem coragem para deixar a luz invadir seus olhos.

-Tem razão, é bem capaz de ele fazer o velho Fugaku chorar... – ambos riram e a pequena finalmente levantou as pálpebras, rindo mais um pouco do estado do Uchiha. A cabeleira negra desgrenhada e amassada, as piscadas lentas e pesadas e os pêlos do braço arrepiados, já que mesmo com frio ele odiava dormir de blusa. Deslizou a mão até o queixo dele, fazendo-o olhá-la, então lhe roubou um selinho demorado que foi devidamente correspondido. Ele tinha acordado.

-Vamos... Afinal não queremos ver ninguém correndo para o colo da mamãe, não é?

Depois de mais algumas risadas e mais um selinho, os dois se arrastaram para fora da cama e fizeram a higiene matinal. Colocaram uma roupa apresentável devido à visita presente e Kurumizawa ajudou o amado a desfazer um irritante nó em seu cabelo, rindo do mesmo por ser aquele a ter problemas com os fios pela manhã. Por fim rumaram para a cozinha, onde Yamato conversava animadamente com Mikoto enquanto tomava uma xícara de café. Ao ver o casal, seu sorriso aumentou e ele levantou-se para dar um abraço na afilhada e cumprimentar Itachi.

-Bom dia! Pensei que o casal dormisse até mais tarde! – bagunçou os cabelos de Ayame, quem o olhou torto, e voltou a se sentar, sendo acompanhado pelos recém-chegados.

-Eu não posso te deixar sozinho por muito tempo. Tenho controlar as besteiras que fala. – piscou para o padrinho e logo começou a servir café tanto para ela quanto para o namorado.

-Não seja má comigo, Ay-chan! – resmungou e fez um bico extremamente infantil, fazendo à senhora Uchiha rir discretamente.

-Bom, Yamato-san, agora que tem companhia irei me ocupar. Qualquer coisa é só chamar.

-Obrigado pela hospitalidade, Mikoto-san! – a mulher sorriu educadamente e saiu depois de trocar algumas palavras rápidas com o filho. – Então, Itachi-san, espero que tenha pensado em minha proposta.

-Você é tão impaciente... – Ayame revirou os olhos para irritar o empresário, que acabou por puxar-lhe uma orelha. Itachi riu e tomou um longo gole de café.

-Eu pensei sim e ficarei feliz em aceitar a oportunidade. – o rosto de Yamato se iluminou e ele deu uma batida leve e animada na mesa.

-Ótimo! Eu realmente preciso de assessoria o mais rápido possível! Por falar nisso, por que os dois não voltam comigo no final da semana? Vocês podem ficar hospedados em minha casa até encontrarem um lugar para os dois... – deu de ombros e bebericou o café. Estava muito clara sua euforia. – Eu sei que é corrido e se vocês quiserem mais tempo...

-Não, está ótimo. – respondeu o Uchiha após sair do estado surpreso e raciocinar o pedido. Sabia que a mãe se sentiria sozinha e que o pai ficaria possesso, mas estava decidido a colocar essas coisas para serem lidadas no segundo plano. O primeiro plano era sua própria felicidade. Não se esqueceria de Mikoto, muito menos de Sasuke, porém já estava mais do que na hora dele começar a viver em função de si mesmo. – Tudo bem para você? – voltou-se para namorada, quem nem se preocupava com a conversa.

-Claro! Não tenho problema para fazer as coisas na pressa de qualquer modo! – sorriu travessa e deu-lhe um beijo na bochecha. Itachi sorriu, pois podia ver que a cada dia que passava sua namorada ficava melhor e superava o passado. Tudo parecia estar caminhando para a direção certa. Podia ser precipitado ou até mesmo extremo mudar toda sua vida de uma semana para outra, porém não era mais nenhum adolescente e não tinha mais todo o tempo do mundo. Queria ter um trabalho que o consumisse menos, para começar uma família e, com a pequena ao seu lado, sabia que estava pronto para uma.

-Então eu acho que temos algumas coisas para resolver essa semana, Yamato-san! – disse animadamente, estendendo a mão para empresário, quem a apertou com vigor, selando o acordo.

-Bem vindo à família!

------------***-------------

Jogou-se na cadeira, fazendo o pai a olhar feio. Havia se atrasado para o almoço, porque tinha se desentendido com Neji. Sua mente só conseguia gritar como o homem que amava era um covarde. Ela queria enfrentar tudo de frente, contar aos pais e dizer que ficaria com o primo pelo resto da vida. O que fosse para vir viria. Se os dois precisassem fugir então eles fugiriam e viveriam felizes em algum outro lugar, afastados de problemas e complicações. Contudo o amado não pensava como ela, ele queria continuar ganhando o prestígio da família, queria herdar a glória e honrar o nome. Um tolo inútil com um corpo de deus grego. Pensava ao revirar os olhos. Por que ele não podia ser sempre o homem que era quando estava sozinho com ela dentro de um quarto?

-Hanabi, por que está fazendo careta? – Harumi perguntou enquanto terminava sua salada.

-Nada, mãe. Estou desapontada com alguém. – torceu o nariz e colocou um pouco de comida na boca, descontando toda sua insatisfação no alimento.

-Outro homem com quem dormiu não te ligou no dia seguinte? – o pai fez piada, mas recebeu um olhar mortífero em resposta. – Nossa, já vi que a coisa é mais séria. – deu de ombros e se preparou para abordar o assunto que tanto queria. – Então, filha, eu achei um pretendente maravilhoso para você. Se casar com ele muitas portas se abrirão para o seu futuro... Ele também pareceu se interessar muito...

Hanabi parou de comer de súbito e bateu as mãos com força na mesa, assustando os pais, que a olharam extremamente surpresos. A morena exalava irritação e encarava o progenitor com muita fúria.

-E quando eu te pedi para escolher alguém para eu casar? – disse em um tom elevado, controlado com muito custo da mesma. Ela só queria virar a mesa e sair batendo o pé feito uma adolescente rebelde. Primeiro Neji, agora seu pai para acabar com seu dia. O que ela tinha feito para merecer castigo? Indagava-se.

-Olha como responde seu pai, mocinha! – Hiashi se irritou, mudando a postura descontraída e tranquila para uma enrijecida e severa. – Você, ao contrário de sua irmã, se interessou pelo legado da família, por isso deve cumprir com as obrigações daquilo com que se comprometeu!

-Eu me comprometi a estudar para uma área de trabalho da qual gosto, não a casar com um homem que mal conheço! – berrou. Harumi já se encolhia na cadeira, sem voz ou força para impedir a discussão.

-Você vive transando com homens que nem conhece! – o pai rebateu no mesmo tom – Já está na hora de deixar essa vida promíscua e virar uma mulher séria! – a jovem deixou o queixo cair e sua feição ficou indignada. – Case-se e assegure seu futuro, porque eu já vi que se formos esperar você se apaixonar não iremos viver para ver seus filhos. – o homem reduziu um pouco o tom, porém continuou severo. A esposa o repreendeu com o olhar por falar coisas tão duras para a filha. Ele não se importou com a repreensão.

-Legal, pai... Legal que você me acha uma vadia! Pois é, eu sou uma vadia mesmo! – a Hyuuga gesticulou nervosamente, lutando para impedir que as lágrimas rolassem por sua face. – Mas você está errado. Eu já me apaixonei. Eu amo o Neji. – foi então a vez dos mais velhos deixarem o queixo cair e a olharem com indignação. – Se vocês me pedissem para casar com ele amanhã, eu casaria. E ele aceitaria, porque ele também me ama! O problema é que ele é tão parecido com você que chega a doer! Preservar a tradição, honrar o nome da família e blá blá blá! – sorriu com escárnio, querendo gargalhar para evitar chorar. – Então, como vai ser? Eu sigo o seu desejo e me caso com o Neji? Por que obviamente será ele a herdar tudo por aqui!

-Você nunca irá casar com ele. Ele é seu primo, isso é errado de todas as maneiras possíveis! – vociferou o Hyuuga. Sua feição era impassível e sua postura inabalável.

-Eu estou bem de homem na minha vida! Ótimo, você e Neji que se fodam! – a mãe colocou a mão na boca, aterrorizada pelo palavreado da filha. – Eu vou fazer que nem a Hina e ir embora daqui! E você, pai, você vai ter que conviver todos os dias com o desapontamento de saber que o filho de seu fracassado irmão se saiu melhor que as suas filhas! – virou o corpo e deu passadas nervosas para longe, todavia a voz do homem a fez parar novamente.

-Você está ciente que no minuto em que sair por aquela porta eu irei cancelar todos os seus cartões de crédito, não é? – a voz era firme e sem emoção. Hanabi apenas riu, sabia que o velho Hyuuga nunca fazia nada para impedir que suas filhas saíssem de casa. Ele podia ter melhorado depois de ter se entendido com Hinata, mas algumas coisas nunca mudam.

-A vantagem de ser uma vadia é que sua lista de contatos é grande e abrange vários lugares do globo.

E, sem olhar para trás, a jovem subiu para o quarto, pronta para arrumar uma pequena mala e pegar o primeiro voo para a Europa, antes que seu pai congelasse sua conta. Ficaria na casa daquele que além de ser um caso de uma noite era também um amigo para todas as horas, que já havia ficado horas e horas com ela no telefone durante a madrugada. Ele a havia oferecido uma oportunidade para trabalhar de modelo algum tempo atrás e sempre vivia retornando ao assunto. Bem que deveria saber que era uma mulher do glamour e não dos negócios. Mandando seu plano de vida para o lixo, Hanabi decidiu seguir por outro caminho e experimentar coisas novas, pois essa era sua essência. Sempre que cansava de algo, mudava ou desistia e havia se cansado de pessoas ditando suas próximas ações.

-Você não acha que foi duro de mais com ela, Hiashi?

-A Hanabi é rebelde, Harumi, mas tenho certeza que não aguentará uma semana longe... – Afirmou o marido, que terminava a refeição como se nada tivesse ocorrido. A mulher não conseguia acreditar em como o Hyuuga estava lidando com tudo aquilo. Seu coração doía e um nó se formava em sua garganta, pois iria ver pela segunda vez uma filha saindo pela porta com a intenção de nunca mais voltar. Sabia que o dia em que ficaria sozinha chegaria, mas nunca se preparou devidamente para ele.

-Você disse a mesma coisa quando Hinata foi embora...

----------------***------------------

Vagou com o carro para todos os lugares possíveis durante a manhã e, quando finalmente atendeu uma ligação da mãe, avisou que almoçaria fora. Kushina não gostou nada, porque estava louca para encher o filho de perguntas. A ruiva ainda comentou que sairia pela tarde com Minato, para resolver alguns negócios, por isso Naruto não encontrou os pais quando finalmente colocou os pés em casa.

-Shizune, estou em casa! – gritou para a empregada antes de correr escadas acima até seu quarto. Queria tomar um banho e dormir o resto da tarde. Queria sua cama desesperadamente, afinal odiava acordar cedo e só fazia isso ao dormir na namorada. Quando abriu a porta do quarto, seu coração quase saiu pela boca. – Shion! O que é que você está fazendo aqui? – encarou a figura feminina sentada em sua cama com o sorriso mais descarado já visto. Paralisara e deixara o queixo cair por não acreditar no que via. Hinata devia estar certa, sua ex- era muito provavelmente louca.

-Vim te ver. Eu ainda tenho a chave, sabe... – chacoalhou o objeto metálico em frente ao rosto, fazendo o loiro se amaldiçoar por ter se esquecido de um detalhe tão importante. Como era estúpido! Pensou.

-Olha, Shion, você realmente não deveria estar aqui... Shizune te viu entrar? – estava perdido até mesmo no que falava. Não sabia se saía correndo do quarto, colocava a mulher para fora ou continuava conversando.

-Ela não me viu, cheguei há uns dez minutos. – levantou-se e se aproximou do Uzumaki, que já havia entrado completamente no cômodo e fechado a porta. – Eu só pensei que não tivemos uma boa oportunidade para conversar de verdade. – seus dedos tocaram o peito do ex-, fazendo-o arquear uma sobrancelha e erguer todas as proteções dentro de si. – Poxa, Naruto, você realmente acha que a sua nova namorada é realmente a mulher certa para você? Ela é tão patética... – falava em um tom penoso e meloso, insinuando-se para o homem na sua frente.

-Shion, eu pensei que tivesse sido claro. Acabou tudo entre nós. – respondeu sério e firme. Iria tirar aquela louca o mais rápido possível de seu quarto, afinal não queria acabar como Sasuke. A jovem riu e se aproximou ainda mais.

-Você não me engana... Tenho certeza que aquela lá não abre as pernas com frequência e que eu sou muito melhor que ela na cama. Para quê sofrer? Eu posso te dar tudo o que você quer. – ela tocou ao rosto dele, mas teve suas mãos imediatamente afastadas.

-Depois de namorar a Hinata eu percebi que um verdadeiro relacionamento é muito mais que sexo... O que nós tínhamos era superficial e carnal. – os olhos azuis encararam os olhos a sua frente com intensidade e nenhum brilho de dúvida. – E para ser puramente sincero eu não sinto falta de absolutamente nada em nosso relacionamento, por isso devolva a chave e vai embora. – disse de forma inabalável, fazendo Shion olhá-lo com incredulidade.

-Você não está falando sério, está? – rosnou, cerrando os punhos e trincando os dentes.

-Nunca estive tão sério. Deixe Hinata e eu em paz e siga em frente com a sua vida!

-NUNCA! Você é meu! Só meu! – lágrimas de ódio e raiva se acumularam nos olhos da loira – E se você não quer ser meu, então eu vou acabar com cada uma das suas namoradas até você decidir ficar comigo! – vociferou com os olhos flamejantes e já se preparava para correr para bem longe com o alvo determinado em sua mira. Naruto viu que ela falava sério, por isso pegou-a pelo pulso para impedir sua saída do quarto. Shion começou a se debater com o intuito de tentar fazer o ex- soltá-la, esmurrando-o no peito.

-Você não vai acabar com ninguém! Você vai é fazer tratamento, sua maluca! – gritou, tentando com muita dificuldade imobilizá-la, pois a jovem não parava de se mexer louca e desesperadamente.

Usando toda a força de sua ira, a loira empurrou o ex- para longe de si. Naruto não conseguiu conter o empurrão e acabou por soltar os pulsos da mulher, dando três grandes passos para trás. Nesse movimento, seus pés se enroscaram no tapete e ele caiu. A colisão entre a quina da cômoda e sua nuca foi inevitável e, devido à intensidade do choque, ele desmaiou de imediato. Shion perdeu todo o ar de seus pulmões ao ver o homem que amava inerte no chão. Seu corpo todo começou a tremer. Deu um passo a frente para ir checar se ele ainda estava vivo, porém desistiu, pois não conseguiria se manter em pé caso o Uzumaki estivesse morto. Precisava correr para bem longe. Precisava sumir no mesmo instante, porque se a encontrassem ali, se imaginassem que ela era a culpada, seria mandada novamente para uma clínica de reabilitação. Nunca mais voltaria para seu pior pesadelo, era o que havia prometido a si quando saíra daquele lugar horrível.

Deu uma longa olhada no loiro estirado ao chão e correu para fora, esgueirando-se pela casa para não ser vista. Ele só estava desmaiado. Acordaria em questão de minutos. Repetia as frases em sua cabeça enquanto jogava-se na frente do primeiro táxi que passara na rua. Ninguém nunca desconfiaria de sua presença no quarto de Naruto. Ela jamais retornaria a uma clínica de reabilitação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

NÃAAAO ME MAAAAAATEEEEEEEEEEEEEEEEEEEM!! *seproteje*
Calma gente, CALMA! Respira e inspira e expira! Isso. Relaxem e não se desesperem!
A fic é um drama, um drama ok? Por isso não me matem, não me arrastem para o inferno, não me torturem, não me furem com o tridente e {portudoqueémaissagrado} não parem de ler a fic!
Tudo tem um motivo e uma razão.

{só vendo os maravilhosos comentários neste capítulo, aiaia....}

Quanto ao título, ficou claro né?
As medidas extremas foram: Sakura querer se mudar mais rapidamente, Itachi colocar ele prorpio em primeiro lugar sem pensar duas vezes, Hanabi deixar para trás tanto a família quanto o amado e Shion perder a cabeça geral. u.u

Tudo isso teve um motivo, que vocês vão descobrir em breve :}

Eu irei demorar um pouquinho para postar o prox, porque vou escrever um cap da side story, que já está criando teia de aranha hahahah'

é isso, espero que tenham gostado do capítulo ahuidhisudhsasidhuauh'.

Até a proxima, eu vou ficar aqui rezando para evitar maldições e macumbas...

Reviewem-me! ^^v

XOXO



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Invisível" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.