Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 29
Acertos e Desacertos


Notas iniciais do capítulo

OIIIIIIÊ! Como vão? Titia veio rápido de novo, aproveitando enquanto a facul não fica hard >.< //
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Primeiro.
Rayden479 - OBRIGAADA PELA RECOMENDAÇÃO! Sério mesmo, de verdade, muito Obrigada, fez a titia muito feliz ! *---* E é bom saber que minha fic é muito melhor que crepúsculo haha' xD
O capítulo de hoje é dedicado a você ♥
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Eu aqui postando cap 29... o proximo é o 30. E eu achava que minha fic ia terminar no 35, to vendo que ainda vai um poucooo mais longe xD
Obrigada aos leitores lindos que comentam, fico muito feliz quando leio cada singelo comentário. Eles me ajudam a continuar com a chama acesa. Essa estória não seria nada sem vocês *-*
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LALLY SUA DIVA VOCÊ JÁ RECOMENDOU A SIDE STORY!!!! *morre* ajsoidjasoidj', vou postar o proximo capitulo mais rapido lá só para você xD Coisa linda do coração da titia!
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E um conselho aos escritores de primeira viagem, não usem POVS é realmente irritante, pelo menos para mim, ficar passando cada hora para uma narração. Eu sempre me perco. E acho que muitos leitores se perdem tbm. Só algo que tenho visto muito ultimamente. Quem quiser aceite o conselho :} Escolha um tipo de narração e se mantenha nela. E se quer passar o ponto de vista de vários personagens por meio deles próprios, separe as narrações por capitulo. Tipo, cap 1-Hinata / Cap 2- Naruto.
É isso, vamos ao capítulo.
Enjoy :}



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Começava a organizar os copos e bebidas, com a mesma calma de sempre. Porém seu semblante estava diferente. Não era mais frio e distante, parecia até mais receptivo a outras pessoas. Ele podia não sorrir, mas parecia estar muito sorridente. A aura que emanava era brilhante e calorosa, um estado desconhecido por seus colegas de trabalho, que ainda cochichavam tentando entender o que poderia ter acontecido a Sasuke. E o moreno estava verdadeiramente feliz. Divertira-se com Hinata nos últimos dias, mas, principalmente, aproveitara momentos muito prazerosos ao lado de Sakura. Só de lembrar na rosada um sorriso travesso, quase imperceptível, surgiu no canto de seus lábios.

O celular vibrando tirou-o dos devaneios. Ele levou a mão ao bolso e retirou o aparelho, lendo a mensagem da mulher que só sabia ocupar seus pensamentos nos últimos dias. “Louca para te ver”, havia sido todo o conteúdo da mensagem, porém havia sido mais do que suficiente para fazer o barman aumentar o sorriso. Quando foi enfiar o celular de volta ao bolso, sentiu um papel amassado no lugar. Soltou algo parecido com uma risada, que estava mais para um barulho de língua, assim que leu a ameaça que sua vizinha pregara em sua porta dias atrás.

Ele acabava de chegar do trabalho, cansado, mas levemente feliz, e se deparou com o bilhete, emanando energia assassina por meio das letras pretas. Arqueou uma sobrancelha e retirou o pedaço de papel da porta, usando a chave que tinha para entrar no apartamento da vizinha. Foi até o quarto da mesma e logo pode perceber que ela havia dormido irritada, pois havia um emaranhado de cobertor no meio da cama e nenhum sinal de Hinata. Escorou no batente e ficou observando o movimento das cobertas. Balançou a cabeça, imaginando que o idiota do Naruto seria o responsável, fazendo assim uma nota mental para espancá-lo mais tarde.

Foi em passos rápidos para o lado da cama, puxou o edredom de uma vez e, assim que a azulada virou de barriga para cima com o corpo rígido de frio, ele bateu o papel em sua testa, fazendo-a acordar em susto.

–Pode me explicar por que tinha uma ameaça em minha porta? – a morena demorou a ajustar a visão e se restabelecer no tempo-espaço, porém, logo que percebeu ser Sasuke em carne e osso em sua frente, avançou nele com as mãos, puxando-o pela camisa e o jogando na cama, só para massacrá-lo com um travesseiro. O Uchiha tentava se defender, mas a vizinha parecia possuída, nunca havia visto tanta fúria na pequena. – Por Deus, Hina! Ficou louca?

–Graças a você... – uma travesseirada – Eu e o Naruto-kun discutimos... – duas outras - Por que você tinha que provocá-lo, não é mesmo? – o vizinho então se recompôs do susto e confiscou a arma de sua agressão da amiga, tentando imobilizá-la com um abraço, o que não foi uma boa ideia, porque ele acabou levando vários tapas no rosto e no peito. – Ele tem ciúme de você, merda! E você ainda faz aquilo! Por Cristo! É difícil para qualquer um entender nossa relação! E eu ainda não podia falar pro Naruto que você está namorando sério! MERDA! MERDA! MIL VEZES MERDA! – a Hyuuga gritava as palavras apressadamente e, por uni-las a uma agressão desesperada ao amigo, acabou perdendo o fôlego e se jogando nos braços de Sasuke, chorando feito uma criança.

O moreno ficara com uma feição desentendida. Uma hora ele servia de saco de pancadas e na outra de ombro para consolo? O que havia acontecido com sua irmãzinha? Por acaso havia pirado? Perguntava-se enquanto afagava os cabelos azulados para tentar acalmar a dona raivosa.

–Hinata, desculpa se minha brincadeira criou uma discussão... Não foi minha intenção. – disse com uma voz calma e suave, um tanto reconfortante. O jovem falava a verdade, nunca quis provocar discórdia entre o casal, ele apenas gostava de irritar o Naruto, mas, depois de ver como Hinata ficara após uma primeira discussão, não se sentiu muito bem a respeito de si mesmo. Ela se remexeu e envolveu a cintura dele, ficando abraçada a seu peito. Fungou algumas vezes e depois negou com a cabeça.

–Eu sei disso... Só precisava de alguém para culpar, eu acho. – murmurou.

–O que aconteceu?

E, depois de perguntar, passou o resto da noite acordado prestando consolo à amiga, quem contara cada detalhe da discussão e desabafara todos os sentimentos que rebatiam em sua cabeça e coração. Sasuke ouviu tudo pacientemente. Eles ficaram abraçados e ele tentou fazê-la se sentir melhor, às vezes com palavras sinceras, outras com piadas irônicas, mas sempre depositando um afago fraternal em seus cabelos. Após algumas horas, ela dormiu em seus braços e ele decidiu apenas continuar ao lado da irmã de coração, pegando no sono também. Acordou perto da hora do almoço ainda na cama da azulada, que já havia ido trabalhar, deixando um bilhete no criado mudo. Por sorte ele podia se dar ao luxo de perder aulas na faculdade.

–Com licença, barman, pode me ver um Dry Martini? – a voz sensual, porém conhecida, fez o Uchiha sair do mundo das memórias direto para o presente. Ergueu os olhos ônix e fez uso de sua melhor feição charmosa e galante.

–Claro, Senhorita, se for apenas isso que quer... – inclinou o corpo para frente, aproximando os narizes e sentindo a respiração quente bater em suas bochechas e boca.

–Não sei ao certo se quero só isso... – disse Sakura com uma voz insinuante, mexendo de forma sensual em uma mecha de cabelo róseo.

–Você é uma mulher muito bonita, mas temo que eu já tenha uma namorada... – um sorriso divertido começava a escapar pelos lábios de ambos. A rosada não tinha pensado em chegar fazendo tal encenação, porém, quando viu o namorado avoado, decidiu imitar as cenas de filmes que tanto gostava de assistir. Seu coração acelerou e ela se encheu de felicidade por Sasuke entrar na brincadeira também. Ele que era sempre tão sério e de modos comedidos.

–Verdade? – fingiu uma voz triste e fez um bico provocativo. O homem já não conseguia conter a vontade de tomar os lábios dela e se deliciar no doce sabor. Cada vez se aproximava mais por cima do balcão. – E como é essa sua namorada? – sorriu sugestivamente, aproveitando os arrepios provocados em seu corpo pelo nariz do Uchiha, passeando por toda a extensão de seu rosto.

–Ela é linda... Inteligente... Extremamente irritante... – murmurou com os lábios colados no ouvido da rosada, que, após se deliciar com a eletricidade gerada em seu corpo e o calor que a aqueceu, envolveu o pescoço do moreno, pois não aguentava mais a vontade, e roubou-lhe um beijo intimo, porém discreto. Beijo que não passou despercebido por nenhum funcionário, principalmente por certa ruiva, que trincou os dentes e cerrou os punhos, soltando faíscas pelos olhos. – Ainda bem que acabamos de abrir, caso contrário sua orelha já estaria pegando fogo. – ele disse ao se separar dos lábios macios, retornando, custosamente, ao seu posto atrás do balcão.

–Não me importo, você é só meu agora. Que deixe as mal-amadas falarem. – mostrou um sorriso brilhante ao namorado, que a retribuiu com um olhar cúmplice e apaixonante. – Gostou da surpresa? – Sakura então apoiou a cabeça em uma mão, admirando a beleza do Uchiha. Beleza que conseguia surpreendê-la a cada dia que passava, ainda mais quando podia presenciar a feição despreocupada e feliz do moreno.

–Gostei muito... – ele se inclinou novamente apenas para dar-lhe um selo rápido. - Vai ficar aqui até meu turno acabar? Pode acabar se irritando... – ele sorriu travesso e ela depositou um tapa fraco em seu braço forte.

–Vou ficar um pouco apenas. Preciso descansar para amanhã... – ela ficou desanimada por alguns minutos, lembrando-se em como tudo ficara mais corrido, agora que precisava passar na prova para adquirir a transferência dos estudos para Tóquio. – E eu sei muito bem que ficaria irritada! Mas não vim aqui para te vigiar, confio em você. – retornou a linha de pensamento original e sorriu para o namorado, que, mesmo não demonstrando, havia ficado muito feliz com o voto de confiança.

–Ora, Sasuke-kun, não vai me apresentar sua namorada? – e assim que Sasuke ouviu a voz sugestiva e cínica de Karin, revirou os olhos monstruosamente. A namorada logo percebeu que o amante não gostava nada da específica colega de trabalho, mas também percebeu que os dois tinham história, apenas pelo rápido olhar que trocaram. Ele olhou-a com desaprovação. Ela olhou-o com desejo e irritação.

–Não preciso te apresentar a ninguém. Vá cuidar de sua própria vida. – curta e grossamente, tentou dispensar à ruiva, mas deveria saber que não seria suficiente, afinal nunca era.

–Ora, só estou curiosa para conhecer aquela que conseguiu te amarrar, porque você, com certeza, já provou de muitas... – a insinuação da moça fez o sangue do Uchiha ferver e, se não fosse pela mão delicada e compreensível de Sakura em seu ombro, ele teria virado no mesmo instante pronto para bater, pela primeira vez, em uma mulher.

–Não se incomode, Sasuke... – as palavras da Haruno foram suficientes para acalmar a ira despertada dentro do moreno, quem respirou fundo e voltou a se preocupar com os copos. Em seguida, ela voltou os olhos para Karin. – Eu sou Haruno Sakura, é um prazer conhecê-la.

Sakura foi gentil no cumprimento, entretanto a ruiva perdera toda a gentileza falsa que poderia ter com a última cena que presenciara. Como podia o inabalável Uchiha ter abaixado a crista só por causa de uma mulher? Ele parecera um cachorro treinado, recolhendo as presas devido à ordem da dona. Aquilo irritou Karin até o último fio de cabelo, de modo que ela olhou para a namorada do objeto de sua afeição com um supremo olhar de desprezo.

–Eu sou seu pior pesadelo. – dizendo isso, a funcionária se retirou com o nariz empinado e um rebolado irritado. A rosada arqueou uma sobrancelha e deixou a boca abrir poucos centímetros, surpresa com a brusquidão da resposta. Porém todas as preocupações da jovem foram mandadas para o espaço assim que Sasuke envolveu seus dedos com carinho.

–Não se preocupe com ela. – e notando o olhar curioso, porém disposto a respeitar seu espaço pessoal, o moreno continuou a fala. – Eu te explico tudo depois... Não quero esconder nada de você. – ele corou imperceptivelmente e a namorada roubou-lhe um beijo um tanto demorado, mas ele não se importou de forma alguma.

–Não me importo com seu passado, contanto que eu esteja nos seus planos futuros. Eu e somente eu.

Sakura mostrou outro sorriso brilhante e o Uchiha sentiu o corpo aquecer. Era muito bom saber que a mulher que amava era madura o suficiente para entender que suas atitudes do passado eram justamente isso: do passado. Quanto à rosada, ela apenas conseguia ficar mais e mais feliz, porque o namorado estava realmente a sério e a tratava com muita sinceridade e carinho. Ela sentia o amor dele por sua pessoa e isso era mais que o suficiente. Não era necessário espaço para dúvidas.

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Deslizava os dedos com graça e leveza pelas teclas do piano. A melodia saia sem dificuldade alguma e inundava os ouvidos de Itachi. A noite caía rapidamente e Ayame já havia ido dormir, contudo o namorado não estava com sono para acompanhá-la. Ele estava animado demais pela pequena ter gostado da consulta com o terapeuta, de modo que decidiu sentar na frente do instrumento que tanto amava e expressar a felicidade por meio dos movimentos de suas habilidosas mãos.

–Huh? Dario Marianelli? – a voz gentil de sua mãe chamou-lhe a atenção assim que terminara de tocar a última nota. Ele olhou-a com um sorriso em face e um brilho incomparável nos olhos.

–Sim. Dawn, sua música favorita de Orgulho e Preconceito.

–Você ainda se lembra? – Mikoto perguntou, sentando ao lado do filho frente ao piano. Um ar nostálgico tomou conta dela, quem repousou a cabeça no ombro de sua cria.

–Claro que me lembro. Você assistia a este filme muitas vezes quando o pai saía nas longas viagens a trabalho. Você chorava todas as vezes e fechava os olhos quando a música tocava... – Os olhos da mãe se encheram de água, mas ela sorriu com saudade dos tempos sobre o qual o filho falava. – Eu aprendi a música só para tocar para você sempre que a visse desanimada.

–Você odiava me ver desanimada, não é mesmo? – a morena riu de lembranças que passavam por sua mente. Lembrava-se do menino que cuidava do irmão mais novo só para a mãe poder descansar das obrigações de esposa perfeita. O menino que a consolava quando Fugaku a magoava, agindo como um pequeno homem. O menino que estudava e assumia responsabilidades sem ela precisar lembrar ou pedir. O menino que sacrificara tanto da vida de menino apenas pelo bem da mãe e do irmãzinho. Lágrimas brilhantes escorreram pelo rosto da Senhora Uchiha.

–Mãe? O que foi? Por que está chorando? – Itachi ficou preocupado de imediato, sempre odiara ver a mãe chorando e fazia tudo o possível para que ela sempre sorrisse. Envolveu-a em um abraço apertado, que foi fortemente correspondido.

–Não é nada, querido. Só estou feliz... Feliz que você voltou a tocar, feliz que está se acertando com Ayame, feliz que está começando a viver sua vida, pensando em sua própria felicidade e bem-estar... – ela então olhou para os olhos negros e acariciou o rosto do moreno, beijando-lhe a fronte em seguida. – Minha única tristeza é saber que meu outro filho vai sair de casa...

–Mãe... – a expressão do Uchiha contorceu-se de dor e tristeza, mas Mikoto não o deixou falar.

–Está tudo bem, querido. Só não se esqueça da sua mãe e, principalmente, seja feliz. – ela sorriu com sinceridade e foi correspondida com outro sorriso também muito sincero, porém com um brilho triste. Abraçou o filho com força, para depois fungar e enxugar as lágrimas, rindo de si mesma. – Eu sou mole... – riu mais um pouco com suavidade.

–Você é perfeita, mãe... – ambos ficaram em silêncio por um tempo, até a expressão de Itachi mudar, como se ele tivesse se lembrado de algum detalhe. – Ei, mãe, sabe que eu nunca te perguntei uma coisa...

–O quê? – a mulher olhou-o com curiosidade, incentivando-o a continuar.

–Existiu uma época em que meu pai fez o papel de homem apaixonado? – arqueou uma sobrancelha. Não conseguia imaginar o frio Fugaku apaixonado e tentando conquistar alguém tão doce e gentil quanto sua mãe. Esta riu da pergunta.

–Nosso casamento foi arranjado, querido. – os olhos do moreno se arregalaram. Nunca sua mente fora capaz de conceber tal hipótese, apenas acreditava que Mikoto, por ter um coração tão puro e bondoso, foi capaz de se apaixonar pelo homem orgulhoso que era seu pai. – Eu amava outro homem, sabe... Ele não era um Uchiha, nem tinha posses. Era só um homem comum, que se esforçava e era carinhoso... Orgulho e preconceito foi o filme que assistimos no nosso primeiro encontro. – então a razão de sua mãe assistir o filme tantas vezes quando era pequeno e ainda chorar ficou claro como água. - Mas meus pais decidiram por mim o que era melhor para meu futuro. Mas não me arrependo de nada ou tenho vontade de fazer as coisas diferentes. Com Fugaku, tive dois filhos maravilhosos e fui feliz, apesar da difícil personalidade de seu pai. Nós aprendemos a nos amar. Cultivamos o sentimento...

–Por que você nunca me contou isso, mãe? – O filho estava incrédulo. Não conseguia digerir a informação. Como ainda poderiam existir famílias que fizessem tal coisa como um casamento arranjado? Indagava-se. Sua mãe sorriu e afagou seus cabelos, respirando profundamente.

–Não achei necessário. E se quer saber de um segredo, seu pai queria fazer o mesmo com você, mas eu não deixei... Foi a primeira discussão que tivemos. – Ela perdeu olhar em um ponto distante, relembrando como havia gritado e encarado o marido no dia.

–Tá brincando, não é? – o jovem ficou ainda mais surpreso do que já estava. Só de imaginar que podia estar casado com uma mulher que nem mesmo amava, seu estômago revirava. Achava algo cruel privar pessoas de sentir e descobrir novos sentimentos. Ninguém possuía tal direito sobre alguém.

–Não... – negou com a cabeça e riu da divertida expressão do filho. – Mas está tudo bem agora, você encontrou a Ayame-chan.

–É, mas eu acho que desde quando você a contratou já tinha planos casamenteiros. – ambos riram.

–Sou inocente até que se prove ao contrário. – então depositou um beijo terno na testa de Itachi. – Boa noite, querido.

–Boa noite, mãe.

Ele a viu se afastar e sumir de sua vista. Sabia que Mikoto merecia ter sido mil vezes mais feliz, mas o que havia passado, não tinha mais volta. Suspirou pesadamente e fez uma prece silenciosa para que Fugaku desse mais valor a mulher que tinha, pois se ele não tomasse jeito, o jovem Uchiha levaria a mãe embora quando deixasse a casa. Voltou a encarar as teclas marfim e, após pensar em alguma outra música, começou a tocar Mozart.

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Chegou ao apartamento exausta. Chiyo fizera questão de torturá-la, mandando organizar todas as prateleiras sobre História. Tudo que fizera no dia foi subir e descer escada, não podia nem sentir as pernas de tanto que as havia exercitado. Jogou a bolsa no sofá e pegou Jason, que dormia estirado no tapete. O gato começou a ronronar com o carinho recebido.

–Oi para você, gato preguiçoso. – olhou para a cara redonda do animal e depositou beijinhos em seu focinho. – Está com fome? – e, depois de ouvir o miado, foi até a cozinha e preparou uma tigela com ração, além de trocar a água. O bichano não esperou uma vez para cair de cara na vasilha. – Guloso.

Hinata passou as mãos pela face e levantou os cabelos em um rabo de cavalo, livrando-se do cachecol, das luvas e das botas. Queria tomar um bom banho e cair na cama, mas uma batida na porta atrapalhou seus planos. Sabia que não era Sasuke, porque o vizinho não batia, apenas entrava. Logo concluiu que deveria ser o namorado, já que era difícil ela ter alguma visita diferente. Aproximou-se da porta e pensou seriamente se abriria ou não o pedaço de madeira.

–Hinata, eu sei que está aí... Posso ver a sombra se mexer por debaixo da porta. – a voz de Naruto fez um frio aparecer em sua barriga, mas ela resolveu ignorar, pois ainda estava irritada e magoada. Respirou fundo e abriu a porta, deparando-se com a imagem muito fofa do Uzumaki. Ele tinha o nariz e os lábios vermelhos devido ao frio, o gorro na cabeça fazia fios loiros tocarem sua testa e, para melhorar, ele segurava uma linda rosa branca com nuances azul. A Hyuuga quase esqueceu tudo só com o primeiro olhar da cena. Quase. Ela estava decidida a se fazer de durona, afinal o namorado precisava aprender a depositar um pouco de confiança nela.

–O que quer? – cruzou os braços e olhou-o com irritação.

–Pedir desculpas... Será que podemos conversar? – ele lançou seu melhor olhar brilhante de arrependimento, pedindo por misericórdia. A azulada pareceu estar olhando para Jason quando este queria comida. Franziu o nariz e exalou muito ar de uma só vez, fazendo um barulho de desgosto com a língua.

–Tá. Entra. – abriu espaço paro o loiro, fechando a porta em seguida. Ele coçou a nuca e encarou o semblante da namorada. Sobrancelha arqueada e olhar sério, do tipo “vá direto ao ponto”. Suspirou tentando se lembrar das palavras que pensara durante toda à tarde, mas para variar não conseguia nem se lembrar da primeira.

–Eu fui um idiota... – começou, desviando o olhar para qualquer outro canto. Só de olhar para Hinata seu coração acelerava de saudade e tudo no que ele conseguia pensar era em abraça-la e saborear de sua boca.

–Jura? – ela lançou a ironia e ele engoliu em seco. Ela devia estar com TPM, foi tudo o que conseguiu pensar.

–Sakura-chan foi em casa hoje... Ela contou que está namorando a sério com o Sasuke. - um tom vermelho tingiu as bochechas de Naruto, era vergonhoso admitir que houvesse agido errado. – Eu devia ter acreditado em você quando me assegurou que tipo de sentimento vocês compartilhavam... Mas eu só... Eu estava cego de ciúme. – ele decidiu encarar as pérolas emburradas. A pequena bufou e levou a mão à testa.

–Ah! Naruto! Você foi um... Eu estou tão irritada com você que você nem imagina! – a morena estaria mentindo se dissesse que não sentia saudade. Ela queria tocá-lo, abraçá-lo e beijá-lo a noite inteira. Queria sentir o calor de seu corpo e ouvi-lo dizendo que a ama, mas simplesmente não conseguia relevar o fato de que ele havia duvidado da intensidade dos seus sentimentos. O Uzumaki remexeu-se no lugar e mordeu o lábio, parecia não saber o que falar. – Você duvidou dos meus sentimentos! Você foi meu primeiro em muitos sentidos, acha mesmo que se eu percebesse alguma segunda intenção de Sasuke você não seria o primeiro a saber? Eu te amo, poxa! – ela bateu as mãos nas coxas após levá-las ao alto. Respirou fundo e tentou recuperar a calma que nunca lhe faltara.

–Eu sei! Perdoe-me, por favor! Eu fui estúpido. – aproximou-se da azulada e envolveu suas pequenas e delicadas mãos, apertando-as com carinho. – Eu não duvidei dos seus sentimentos, duvidei dos do Sasuke... Mas isso porque eu achei que ele não estava apaixonado por ninguém. Saber dele e da Sakura-chan muda toda a situação! – tentou mais uma vez. Olhava com intensidade para o rosto da namorada, que se recusava a encará-lo.

A Hyuuga franziu o cenho e trincou os dentes, mas, depois de alguns minutos, respirou pesadamente e revirou os olhos, tirando a rosa das mãos de Naruto. Ela caminhou até a cozinha e colocou a flor em água. Do que adiantaria ficar estendendo a briga? Pensava. O namorado estava lá, em sua frente, pedindo perdão. Todo mundo merece uma segunda chance, afinal. Ela podia estar irritada, mas no final, sabia que não poderia mais viver sem ele. Quatro dias já haviam sido uma tortura. Estava com as mãos apoiadas na pia, de costas para o loiro, enquanto refletia. Pode senti-lo envolvendo-a pelas costas. Passando os braços por sua cintura, apertando-a com força contra o peito. A respiração quente em seu pescoço causava-lhe arrepios e o cheiro que começava a impregnar em sua pele tirava-lhe o fôlego.

–Vai, Hina-chan, me perdoa... Estou com saudades. – murmurou ao ouvido de Hinata, quem pode sentir as pernas bambas por alguns segundos.

–O quanto de saudade? – sussurrou, pois o homem havia sugado suas forças para falar.

–Sonho com você de noite, com seu toque, seu beijo, e quando acordo parece que tem um vazio dentro de mim... – ele sussurrava enquanto deslizava o nariz da orelha à ponta do ombro da azulada. – Comida não tem mais o mesmo sabor, o sol não brilha tanto, não consigo enxergar estrelas de noite e a lua me faz lembrar os seus lindos e maravilhosos olhos... Me faz querer eles olhando com amor pra mim... – A jovem estava quase se entregando. Seu corpo formigava e seu coração batia forte contra o peito. A respiração não poderia estar mais descompassada. – Não tenho vontade de sorrir, porque é impossível sorrir sem você... Já estou viciado no seu cheiro, no seu sabor, no seu toque...

E gritando um “dane-se” mental, Hinata virou de frente ao amado e roubou-lhe um beijo quente e cheio de saudade, que foi prontamente correspondido. Ela enlaçou o pescoço de Naruto e puxou-lhe os cabelos, enquanto ele apertava sua cintura e esfregava suas costas. O beijo era urgente, necessitado. Quando por fim precisaram se separar em busca de fôlego, deixaram as testas coladas, as respirações ainda emaranhadas.

–Posso dormir aqui hoje? – ele murmurou com um sorriso cheio de segundas intenções, o que fez a morena rir.

–Isso depende... Eu preciso trabalhar amanhã, você tem que me deixar descansar...

–Mas eu vou te deixar descansada. Você não vai conseguir ficar mais relaxada... – começou a depositar beijos demorados no pescoço e ombro da namorada, que se arrepiou com a eletricidade percorrendo seu corpo. Ela não tinha forças para resistir ao loiro, ele era sua kryptonita. E o mesmo era válido para o Uzumaki.

–Não sei se você merece... – Hinata ria internamente, estava se divertido com toda a situação. – Acho que vou te punir... Duas semanas? Um mês? Hum... Acho que vou te punir por dois meses.

Naruto olhou para ela, que estava com uma expressão divertida, com um olhar fingidamente incrédulo. A Hyuuga então deu um selinho rápido no jovem, seguido de duas batidas leves em sua bochecha, e livrou-se do enlaço dele, andando para a sala cheia de charme. Um riso malicioso surgiu nos lábios do homem, que correu para cima da pequena, agarrando-a pela cintura e jogando-a em cima do ombro, para carregá-la até o quarto. Ela começou a gargalhar no mesmo instante.

–Você que pensa que vai me punir! Agora irá sofrer as consequências, porque eu não vou te deixar dormir!

–Ah! Naruto-Kun! Socorro! – gritava em meio a risadas. O loiro jogou-a na cama macia e iniciou um ataque de cócegas, fazendo-a se contorcer e chorar de tanto rir. Depois tomou os lábios da amada mais uma vez, ambos ainda com sorrisos em face.

–Eu te amo. – disse olhando com intensidade nos olhos perolados. Ela beijou-o com amor em resposta, perdendo-se no brilho dos olhos azuis. Após isso, entregaram-se de corpo e alma ao amor.


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Notas finais do capítulo

Gostaram amores?
Eu acho que vou surpreender todo mundo do modo como Sakura irá lidar com a Karin.muhaha' (já viram que eu não sou muito previsível né? xD)
Gostaram do momento do Sasuke com a Hina e do Sasuke com a Sakura? Sempre tive vontade de flertar assim com meu namorado, pena que não tenho um /bjsbj/
xD
Mikoto teve um casamento arranjado, ooooiá. kkkk' Era de se esperar, Fugaku é tão chato D: hausdhasi' Coitadinha da mãe, sofrendo feliz pelo filho, mas triste porque sente no coração de mãe que ele logo irá deixá-la BUHAHA T^T
(e eu sou super fã de orgulho e preconceito, amo a musica Dawn, qualé.)
E teve a tão esperada reconciliação. Naaada demais como eu havia avisado. Até demorei um pouco para escreveer a parte porque não sabia como eles deviam se entender. ok. kkkk'
Bom, é isso. Acho que a aparição do Yamato será no cap 31 ou 32. Tudo depende hauisdhaisuhd'
Espero que tenham gostado!
Reviewem-me! Façam-me feliz!
XOXO