Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 28
Bobagens?


Notas iniciais do capítulo

Oooooi! Como estão? :}
Vim rápido com o próximo capítulo porque achei um tempinho, UEBA!
A reconciliação ainda não é neste capítulo, bjs./levapaulada.
MAAS ela vem logo, juro. Só não esperem nada demais viu, porque não costumo escrever mais que um Ecchi por casal... só avisando u.u (não me odeiem T^T)
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E para a felicidade(ounão) de vocês eu comecei uma side story contando um pouco sobre MinaKushi *-*
Quero bastantes comentários lá também *-*
[http://fanfiction.com.br/historia/340969/Invisivel-Side_Story_O_Amor_Dos_Pais] - o link tbm está na descrição da fic ;D
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OK! É isso. Não tenho muita coisa para falar hoje, estou meio tristonha :/
Enjoy :}



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-E como você está se sentindo com tudo isso?

-Bom... Agora estou um pouco melhor. No começo eu tinha muito medo, dormia pouco e quando dormia tinha pesadelos...

Ayame estava sentada em uma confortável poltrona marrom na espaçosa sala de seu novo terapeuta. Ele era um homem muito gentil, tinha uma voz suave e era bom em não invadir o espaço privado do paciente. Com os cabelos castanhos curtos, a barba bem delineada e penteada e os olhos sinceros, não era difícil para Kurumizawa se sentir à vontade em sua presença.

-E o que você via nesses pesadelos? – a pergunta fez a jovem se retrair um pouco e morder o lábio inferior. Ela se remexeu na cadeira e voltou a apertar os dedos da mão. Lembrou como Itachi havia sido cuidadoso ao dar a ideia de ela consultar um profissional. Sabia que o namorado só pensava em seu bem-estar e resolveu aceitar a proposta de fazer um tratamento, contudo não podia evitar se sentir um pouco desconfortável ao falar a respeito de certos tópicos, afinal ela só havia se aberto, ainda que não totalmente, para o Uchiha e isso apenas porque o amava muito. – Se você não quiser falar, não precisa. Não estou aqui para te forçar a nada e sim para ouvir o que quiser relatar, para então tentar te ajudar da melhor maneira possível, desde, é claro, que aceite minha ajuda.

Ela olhou para o terapeuta e pode perceber as intenções verdadeiras dele, pois o olhar em seu rosto relembrava o olhar preocupado de Itachi. Deu para notar que o homem era o tipo de profissional que realmente amava o que fazia. A morena remexeu-se mais uma vez na poltrona e respirou fundo, passando a encarar a bela paisagem através da janela.

-Sempre foi o mesmo pesadelo, desde a morte de minha mãe... Ele só ia ficando maior, de acordo com as cenas que iam se desenrolando em minha vida. No começo eu só via minha mãe morrendo e o som de seu pescoço quebrando ficava repetindo milhares de vezes. Depois Hiruzen aparecia e abusava de mim, mas eu só conseguia ver os olhos sádicos e sentir dor...

-Hiruzen era seu padrasto?

-Sim... – limpou rapidamente lágrimas que lutavam para descer por sua face. – O pesadelo foi ficando maior e cada vez era mais difícil para acordar. Agora tudo que vejo são as mortes de todas as pessoas que foram importantes para mim e no final ele vem para buscar o Itachi e eu não consigo fazer nada a respeito... – colocou a mão na boca para tentar impedir uma enxurrada de água salgada. Piscou fortemente e olhou para cima, recompondo-se aos poucos.

-Então, o que mais te causa dor é saber que não pôde fazer nada para impedir a morte das pessoas que amava? – ele esperou uma resposta que não veio, por isso decidiu continuar. – Bom, eu acho que o que te amedronta é a fraqueza, a vulnerabilidade. Não acho que seu problema seja o medo de criar laços, como disse no início da sessão, e sim o medo de perdê-los.

-Por que acha isso? – perguntou voltando a olhar para o terapeuta, que sorriu gentilmente.

-Porque, pelo o que me contou, o que você mais sabe fazer é criar laços. Conectar-se com as pessoas. – os olhos de Ayame se arregalaram e sua feição ficou confusa. Um sorriso cético brotou em seus lábios e ela chacoalhou a cabeça em negação.

-Não... Isso não é possível.

-Será mesmo? Diga-me, de todas as pessoas que ajudou, apenas para suprir o vazio e a necessidade de ajudar os outros por não ter conseguido ajudar quem amava, quantas ainda mantêm contato com você? – a morena arqueou uma sobrancelha e abriu a boca para contradizer o homem mais uma vez, contudo parou e refletiu por alguns minutos.

-A maioria... – disse com um olhar perdido no carpete, como se nunca houvesse se dado conta de tal fato. – Alguns me mandam e-mails, que eu respondo, outros enviam cartas, as quais eu também respondo... Eu sempre vou à padaria do senhor que eu ajudei a impedir um assalto... – e conforme ela falava em voz alta ia percebendo que o doutor estava certo.

-Percebe? Você nunca teve medo de criar laços ou entrar em relacionamentos, seu medo sempre foi perdê-los, porque se considera fraca para defender as coisas que lhe são importantes.

Ayame apenas concordou com a cabeça. Realmente fazia sentindo, afinal toda vez que uma oportunidade de fingir ter uma vida normal surgia, ela não conseguia pensar duas vezes, apenas criava raízes e tentava ignorar o medo que sentia de Hiruzen voltar a encontrá-la. Foi assim quando começou a se envolver com Itachi, quando o comandante descobriu a seu respeito e quando começou a viver com Sai. Ela sempre havia criado laços fortes com outras pessoas, mesmo que seu subconsciente gritasse para não criar, porque isso a faria sofrer.

-Tudo bem?

-Sim, estou bem Fujizaki-sama.

-Fuji é o suficiente... – sorriu, fazendo a jovem sorrir de volta. – Bem, por hoje encerramos. Em nosso próximo encontro gostaria que você fosse a responsável por decidir a respeito do que falaremos. Tudo bem para você?

-Sim, tudo bem.

-Certo. Te vejo daqui a três dias então. – Fujizaki se levantou e apertou a mão de Ayame e ambos se despediram com um sorriso.

A jovem saiu pela grande porta dupla de madeira e Itachi já se levantou ansioso, indo até a namorada, com uma feição preocupada e curiosa. Ela envolveu a cintura do Uchiha e repousou a cabeça em seu peito, respirando compassadamente. Depois de se embriagar um pouco no cheiro do moreno e se deliciar com o calor agradável que ele emanava, virou a cabeça para cima, para olhar nos olhos negros.

-Como foi? Gostou? Se não tiver gostado não precisa vir mais... Podemos procurar outro médico ou... – a risada leve e suave de Ayame fez Itachi interromper a própria fala. Ela ria da fofura dele ao ficar preocupado e se emaranhar nas palavras.

-Está tudo bem... Eu gostei. Quero vir mais vezes. – o namorado respirou um tanto aliviado depois da fala de sua pequena. Fechou os olhos rapidamente, como se agradecesse a Deus mentalmente por rápidos segundos. Ele sabia que não iria muito longe se Kurumizawa não aceitasse ajuda de um profissional, por isso ficava mais calmo em saber que a moça realmente havia decidido se abrir e enfrentar os monstros de debaixo da cama.

-Fico feliz... – sorriu e deu um beijo cálido nos lábios rosados da morena. Depois acariciou os cabelos negros e posicionou-os atrás das pequenas orelhas. – Por falar nisso, meu pai disse que daqui uns dias Yamato irá jantar em nossa casa. Parece que ele quer ver como a empresa está cuidando de suas terras, os investimentos, etc.. Se você não se sentir confortável para jantar “em família”, podemos ir para algum lugar... – ele a olhava com carinho e amor, olhar que sempre deixava o corpo de Ayame um pouco formigante.

-Não se preocupe com isso... Eu queria mesmo encontrá-lo.

-Ok, você que manda.

Itachi sorriu mais uma vez e depositou outro selinho na boca da namorada, entrelaçando então seus dedos com os dela e começando a caminhar. Chamou o elevador e desceu até a garagem para pegar o carro. Toda vez que saía com namorada, sempre andava abraçado com a jovem ou de mãos bem dadas. Queria sempre passar segurança a pequena. Mostrar que ele estava presente, ao lado dela, disponível para ampará-la caso fosse cair.

E ela gostava disso, sentia-se como envolta em uma bolha mágica, que permitia que ela se rodeasse apenas de coisas belas, pois, quando o Uchiha a abraçava ou apertava sua mão, parecia que tudo no mundo era colorido e ela só conseguia ver a beleza dos pequenos detalhes, enquanto a realidade cruel passava despercebida.

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Preparava-se para dar partida no carro quando o celular tocou, perdido em algum lugar de sua bolsa. Enfiou a chave na ignição apenas para deixar as mãos livres para vascular apressadamente o buraco negro que era aquele pedaço de pano. Assim que encontrou o aparelho, colocou-o na orelha, sem nem ver quem era pelo identificador de chamadas.

-Alô?

-TESTUDA! COMO ASSIM VOCÊ E UCHIHA PINTINHO? – o berro vindo do outro lado da linha fez Sakura afastar o telefone da orelha e revirar os olhos.

-Uchiha pintinho? – perguntou pausadamente, para demonstrar sua incredulidade e nervosismo.

-Sim! Você namorava o Itachi, Uchiha galo, agora, eu descubro pela Ten Ten, que você está namorando o Sasuke, Uchiha pintinho! – a rosada bateu a mão na testa, não acreditando ser amiga de uma loira tão impossível quanto Ino. Respirou fundo e recolheu a paciência que sabia que seria necessária.

-Será que não dá só para chamá-los de Uchiha mais velho e mais novo? – utilizou de uma voz fina, como se falasse com um bebê, algo que irritou a amiga no telefone.

-NÃO! Eu chamo do que bem quero! E pode me explicar por que sou a última a saber dessas coisas? – Ino continuava falando em um tom elevado, visivelmente fazendo tempestade em copo d’água.

-Por que quando ele me pediu em namoro você já estava nesse intercâmbio muito chique na Europa! Oras, eu não ia gastar uma ligação para te contar algo tão banal. – deu de ombro e colocou a ligação em viva-voz, dando partida no carro.

-Banal? Isso não é banal! MUITO MENOS O FATO QUE VOCÊ VAI MUDAR PARA TÓQUIO COM ELE! – pode ouvir a respiração pesada e arfada da loira, ela soava como um búfalo raivoso.

-Pelo amor de Deus, porquinha, dá um tempo para mim. Eu sei o que você e a Ten Ten pensam a respeito do Sasuke, mas eu não me importo. Eu o amo. Quero fazer isso. E se você for minha melhor amiga como diz, vai me dar força mesmo se para isso tiver que ficar me relembrando dos perigos todos os dias. – suspirou cansada e dobrou uma direita, amaldiçoando mentalmente um cachorro que quase atravessara seu caminho.

-Foi por isso que você falou primeiro para Ten Ten, né? Sabia que eu ia te excomungar. – o tom de voz mudou, ficando mais amarrado, emburrado.

-Eu sabia. Mas não se preocupe, Ino-porca, eu te amo e não te troco por nada, só tem algumas coisas nessa vida que são assuntos de você para você mesma.

-Eu sei... – a linha ficou silenciosa por alguns minutos. – Quando eu voltar, a gente conversa direitinho! E você vai ter que ouvir cada letra que eu tenho para te dizer, entendeu, testuda?

-Sim, senhora capitã!

Depois de se despedir, após Ino ter tagarelado sobre a Europa, os homens europeus e mais algumas coisas, Sakura já estacionava o carro à frente da casa de Naruto, para onde se destinava quando a amiga ligou. Tocou a campanhia e apenas cumprimentou Shizune rapidamente, subindo em passos ligeiros para o quarto do amigo, afinal ele sempre dormia até a hora que começava a sentir o cheiro da comida do almoço. Escancarou a porta do quarto e foi até a janela, abrindo as cortinas com violência, inundando o quarto de luz. O Uzumaki gemeu e enfiou a cabeça embaixo do travesseiro.

-ACORDA, NARUTO! – gritou, logo em seguida puxando os cobertores do jovem, fazendo-o se encolher de frio.

-Ah! Sakura-chan! – ele se sentou na cama e bocejou demoradamente. Esfregou os braços de frio e fungou, olhando a amiga com a maior feição de piedade.

-Pode tratar de acordar, por que eu quero passar um tempo útil com meu melhor amigo sumido. – a rosada cruzou os braços e fingiu o melhor olhar não misericordioso. – Vamos! Bote um agasalho, que vamos à cozinha te pegar uma xícara de café para conversarmos no jardim. Você precisa de sol!

Naruto olhou para a Haruno com desânimo e, suspirando de forma vencida, arrastou a bunda para fora da cama e pegou o agasalho de moletom jogado no tapete. Vestiu-o e saiu em passos arrastados atrás de Sakura, que o puxava pelo pulso para apressá-lo. Ela passou na cozinha e pediu para Shizune servir uma xícara bem grande de café e, assim que seu pedido ficou pronto, foi para o jardim com o loiro e se sentou em uma cadeira, entregando o recipiente para o amigo.

-Sakura-chan... Eu não estou na minha melhor semana... – resmungou enquanto bebericava o café um tanto amargo. Seus olhos azuis se perderam na escuridão do líquido e ele lembrou que já fazia quatro dias que Hinata recusava-se a falar com ele. Não que ele estivesse correndo atrás dela feito louco, afinal ainda estava irritado e enciumado. Toda vez que pensava a respeito da briga, sabia que ela havia corrido em busca do consolo de Sasuke assim que o mesmo chegara ao apartamento. Trincou os dentes só por pensar novamente na situação e tomou um belo gole de café.

-Isso eu posso perceber. Suas olheiras estão terríveis! – a rosada tentou fazer graça, porém seu amigo estava irritantemente emburrado. Ela bufou e revirou os olhos.  Será que não podia ter o Naruto idiota e animado só por um dia para variar? Perguntava-se. – O que aconteceu? Brigou com sua namorada?

O Uzumaki ergueu o olhar, surpreso com a pergunta, mas apenas suspirou e deu de ombros. Encostou-se a cadeira com um bico em face e continuou a bebericar, com a vista perdida no movimento das arvores. Não podia acreditar que estava assim tão evidente que ele havia brigado com a Hyuuga. Nem ele sabia por que perdia o sono de noite ou ficava remoendo o assunto. Na verdade, sabia. Era orgulho.

-É, nós meio que discutimos... – disse sem abrir muito a boca para falar, de modo que a fala saiu meio enrolada.

-Meio? O que aconteceu? Vamos, você costumava desabafar comigo. – Sakura inclinou o corpo para frente e olhou intensamente para o loiro. Havia ido visitá-lo para contar a respeito dos acontecimentos em sua própria vida, porém não estaria sendo uma boa amiga se não ouvisse o que afligia o jovem. Ele fez um barulho de desgosto com a boca e desgrenhou o cabelo.

-O Sasuke é o melhor amigo dela sabe, mas ele é um conquistador e tudo mais... E, sei lá, me irrita o modo como ele a abraça e o fato dele saber muito mais coisas a respeito da minha namorada do que eu. Segundo as palavras de Hinata, ele até mesmo a viu nua de todas as maneiras possíveis! – a Haruno arqueava a sobrancelha cada vez mais, conforme ia ouvindo. Pode escutar o ranger de dentes do amigo e decidiu esperar ele terminar de desabafar para contar alguma coisa. – Eu fico com ciúmes, horas! Afinal é normal que o melhor amigo de uma mulher vire o marido dela eventualmente. Sem contar que não tem como competir com o Sasuke... – Ele murmurou a última parte e a rosada não pôde mais evitar cair na gargalhada. Naruto olhou para a amiga sem entender nada, ficando um pouco passado com a reação.

-Naruto... – tentou recuperar o fôlego, limpando a água acumulada em suas pálpebras. – O Sasuke e eu estamos namorando... A sério. – os olhos verdes encararam os azuis com intensidade. O Uzumaki foi adquirindo aos poucos uma feição incrédula, até que seu queixo caiu.

-AAAAAAAH... Hã? – pôde sentir seus neurônios dando um nó dentro de seu cérebro. Odiava receber informações importantes atrasadas.

-É, no domingo ele foi me procurar... Ele foi muito fofo e gentil, falou que ia se mudar para Tóquio e queria que eu fosse junto, porque me amava... – Sakura corou um pouco ao se lembrar do momento com o Uchiha e seus olhos adquiriram um brilho apaixonado, porém ela voltou ao normal rapidamente.

-Mas, espera. Como assim? Eu sabia que você tinha traído o Itachi-nii-san com o Sasuke, mas eu pensei que ele tinha te usado... Sabe... Do mesmo jeito que as outras... – ele foi ficando sem graça com o que falava, porque a amiga intensificava o olhar assassino lançado a sua pessoa. Quando ele terminou de falar, ela socou-lhe a cabeça.

-Baka! – a veia que saltara na testa da Haruno voltou ao lugar depois dela respirar fundo. – Quando eu te encontrei sem memória, eu já tinha tido as preliminares com Sasuke, pensando que ele era o Itachi, porque estava bêbada. Depois disso, na sua festa eu conheci o Sasuke formalmente como o irmão do meu namorado e as coisas se complicaram. Nós começamos a se envolver e quando vimos estávamos fazendo o que não devíamos. – o rosto da jovem corou ao lembrar-se do quão imprudente e irresponsável havia sido. – Foi quando Itachi nos pegou.  – suspirou e deu de ombros, arrumando o cabelo atrás da orelha. – Depois disso, eu também achei ter sido só mais uma conquista para Sasuke, mas umas semanas depois ele veio conversar comigo e aos poucos nós fomos se aproximando. Aí aconteceu e agora estamos namorando.

Naruto ainda tinha o queixo ao chão. Podia sentir seu cérebro iniciando um processo de curto circuito. Era isso que Hinata quis dizer quando disse que ele não precisaria se preocupar com o Uchiha? Mas porque ela não havia contado de uma vez? Eles teriam evitado uma discussão se ela tivesse falado.

-Eu falei pro Sasuke não contar para você, ou, se ele contasse para Hinata, pedisse a ela não contar. Eu queria que você ouvisse a novidade por mim, porque eu estou muito feliz. – então sorriu reluzentemente para o amigo, que acabara de obter a resposta para as últimas indagações mentais.

O Uzumaki só conseguia pensar em como havia sido estúpido. Havia se preocupado com algo desnecessário! Se ele apenas tivesse ouvido a azulada. Acreditado na palavra dela de que a relação com o vizinho era puramente fraternal. Só era tão difícil acreditar que um homem tão conquistador como Sasuke pudesse olhar para uma mulher sem alguma malícia ou pretensão. Ele só queria sair correndo no mesmo instante para pedir desculpas à namorada, porém não queria fazer pouco caso da amiga, que havia ido tão alegremente compartilhar novas felicidades.

-Nossa, eu nunca imaginaria tal coisa... – murmurou ainda surpreso, fazendo Sakura rir suavemente.

-Eu também não. E sabe, Naruto, não tem problema ficar com ciúme do melhor amigo da sua namorada, é normal. Estaria mentindo se não dissesse que, às vezes, sinto ciúmes da Hinata. Quando Sasuke fala dela é com tanto carinho, com um sentimento tão puro e real, que é difícil não ficar incomodada. – Deu de ombros e foi se sentar ao lado do loiro, para envolvê-lo em um abraço singelo. – Você só tem que por na cabeça que são relações diferentes e que todo mundo um dia vai ter dois melhores amigos, o irmão e o amante...

-É... Acho que você está certa. – eles ficaram em silêncio por alguns instantes, apenas aproveitando a presença um do outro e refletindo um pouco nos próprios pensamentos. A Haruno pensava a respeito de Sasuke, que o veria de noite. Vê-lo era sempre um motivo para deixar a rosada ansiosa e de coração acelerado. Não importa a idade, se apaixonar te faz virar adolescente novamente.  Naruto tinha a mente em sua pequena, não via a hora de pedir perdão e beijá-la, pois estava morrendo de saudade de senti-la. Havia sido um tremendo idiota. Em pensar que havia arriscado o relacionamento com a mulher mais perfeita por causa de uma bobagem. – Então, conte-me mais! Faz séculos que não nos falamos!

E recuperando a animação, o Uzumaki iniciou uma conversa alegre e cheia de risadas com a melhor amiga, que o colocou por dentro de todos os acontecimentos recentes, aceitando de bom grado as opiniões do loiro a respeito do que contava. Sentia falta de seus momentos descontraídos com o jovem e aproveitou as poucas horas que tinha antes de precisar ir para o hospital.

----------------***--------------

Havia acabado de revisar uns contratos financeiros. Respirou aliviado e estendeu as pernas em cima da escrivaninha, deixando-se escorar e relaxar na confortável cadeira de seu escritório. Estendeu a mão para pegar a agenda de couro preta repousando ao lado da luminária, para verificar se havia alguma reunião ou encontro no período da tarde. Assim que abriu o livro, um pedaço de papel caiu no carpete. Abaixou as pernas e pegou o que havia caído, sorrindo ao ver o que era. Apoiou os cotovelos na mesa e encarou o band-aid colorido plastificado e bem preservado. Riu com as memórias que invadiram sua mente e passou os dedos pelo plástico, como se pudesse sentir as lembranças melhor de tal forma. Quando viu Shizune passar pela porta, chamou-a e guardou novamente o curativo de bichinhos em um local especial de sua agenda.

-Em que posso ajudar, Minato-sama? – perguntou a empregada, que carregava uma pilha de roupas.

-Onde está o Naruto?

-Está acabando de se despedir de Sakura-san.

-Pode mandá-lo vir aqui, por favor? – sorriu gentilmente. A serviçal acatou ao pedido com uma reverência e retirou-se.

Alguns minutos depois um loiro afobado desferia batidas rápidas na porta de madeira.

-Oi, pai, me chamou?

-Chamei sim. – Minato então se levantou e foi até o sofá, indicando ao filho para sentar ao seu lado. – Precisamos conversar. – Naruto fez uma careta e olhou várias vezes para qualquer coisa fora do escritório, o que fez o pai arquear uma sobrancelha. – Algum problema?

-Não, é só que eu estava com um pouco de pressa... Preciso falar com a Hinata...

-Ela não está trabalhando agora? – o loiro mais novo coçou a nuca, como se tivesse se esquecido do pequeno detalhe. Minato sorriu e bateu no assento a seu lado, entendendo perfeitamente a linguagem corporal da cria. O jovem suspirou revoltado por ter que esperar até o fim de tarde para falar com a namorada, porque sabia que ela ficaria muito irritada se ele fosse procurá-la na biblioteca, e sentou ao lado do progenitor.

-Sobre o que precisamos conversar?

-Bem... Eu adiei essa conversa, porque você sabe que eu e sua mãe não gostamos de te pressionar a fazer coisas que não te façam feliz, já que temos a oportunidade de te oferecer tal conforto, mas eu percebi que você está a sério com a Hinata-chan, então achei que estava na hora de tocar no assunto.

Seu pai podia falar gentilmente e olhá-lo com simpatia, contudo Naruto sabia sobre o que se tratava a conversa e seu instinto era de sair correndo o mais rápido possível. O sofá começou a ficar desconfortável, como se tivesse espinhos. E o ar gélido parecia ter ficado extremamente quente de repente.

-Você sabe que se um dia quiser ter uma família precisará assumir grandes responsabilidades, não é? – Minato continuou a falar e pode perceber a ansiedade e nervosismo do filho. – Quando eu decidi que queria estar com sua mãe pelo resto da vida, tive que tomar umas decisões bem difíceis. Trabalhar no mundo dos negócios nunca foi meu sonho de vida, eu queria me envolver com política, mas eu soube que isso não seria um caminho muito estável se Kushina estivesse comigo... Você entende? – queria uma confirmação de que Naruto estava acompanhando sua linha de pensamento antes de continuar.

-Sim, eu entendo. – murmurou. Tudo que desejava no momento era que uma cratera se abrisse e ele fosse engolido por ela. Sempre tivera pesadelos a respeito do dia que o pai falaria a respeito de seu futuro profissional.

-Naruto, filho... Eu não fiquei bravo quando decidiu parar a faculdade, não fiquei bravo quando só quis saber de se divertir e não fiquei bravo quando decidiu se envolver com projetos humanitários. Você tem todo direito de escolher o que é melhor para você, mas se por um acaso, você estiver começando a pensar em um futuro compartilhado com outra pessoa, você não pode mais tomar decisões pensando apenas em si. – o loiro mais velho respirou fundo e não gostou de ver o olhar perdido de seu filhote. Odiava ter que tocar em tal assunto, porém era seu dever. Reposou a mão na cabeça de Naruto e olhou-o com intensidade. – Não precisa responder nada agora, eu só queria que começasse a pensar a respeito.

-Ok...

E foi tudo o que o jovem Uzumaki respondeu antes de sair do escritório de cabeça baixa. Ele sabia que estava começando a se tornar um peso para seus pais, sempre dependendo do dinheiro deles, dos cuidados e das preocupações. Não se sentia feliz toda vez que percebia a situação, mas ele simplesmente não conseguia achar seu lugar no mundo profissional. Seus objetivos e intenções tornaram-se infantis.

Minato passou a mão pelo rosto e deitou no sofá de olhos fechados. Depois de alguns segundos, sentiu um peso sobre seu corpo, mas não precisou abrir os olhos para saber que sua esposa havia ouvido tudo e agora o abraçava para confortá-lo, dizendo implicitamente que ele havia agido certo. Envolveu-a e deixou embriagar-se pelo seu cheiro, aquecendo-se com o calor que ela transmitia.


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Notas finais do capítulo

Gostaaram?
O cap não foi nada demais, AGAIN. ahsuhasuha'
Mas eu preciso colocar essas cenas aleatórias, elas são importantes u.u (ounão/kkk)
Ayame está consultando um terapeuta! :O Será que minha descrição de uma consulta foi realista? Digam-me ;D
E para a felicidade das tietes do Yamato (né, Lally querida!) ele irá aparecer para um jantar! MYGOSH, o que será que vai acontecer? huuum.
Sakura foi a responsável por mostrar ao Naruto que bocó ele havia sido com a Hina-chan! Será que deu para simpatizar com ela mais um pouquinho? ahsidhasiuh' xD
E Minato tendo uma conversa sério e MUITO necessário com preguiçoso avacalhado do Naruto u.u É isso mesmo, bota jeito nele Minatinho!
Ah, e a história do band-aid que ele estava encarando, vou contar na side-story, mais um motivo para ler e comentar! ;) (nem foi merchan)
Até o próximo meus queridos!
Love ya'all!
Reviewem-me pra valer e façam a titia muito feliz!
XOXO



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