Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 27
Divergências e Convergências


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas lindas!
Demorei né? Gomen ne! Mas minhas aulas começaram, então agora eu irei prometer post toda sexta ou sábado, se vir antes ou vir duas vezes ou mais na semana lucro de vocês! haha ;D Porém farei o possível para postar toda semana sem falta!
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Eu vou dedicar o capítulo de hoje a Lynn, por que ela falou coisas muito bonitas e maravilhosas no comentário do último capitulo, palavras que realmente me emocionaram e me fizeram muito feliz. Palavras que eu sempre sonhei ouvir de uma leitora. Muito Obrigada, Querida.
O capítulo de hoje é dedicado a você ♥
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Eu sei que eu havia prometido momentos açucarados e eles virão, ok? É só que não dá para colocá-los em todos os caps, se não eu não desenvolvo o enredo xD
É isso, queridos!
Enjoy :}



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-Uma coisa muito estranha acabou de acontecer... – Falou Hinata ao se acomodar no meio do grupo de amigos. Eles pararam o que faziam e a olharam de forma curiosa, instigando-a a contar todo o ocorrido. – A ex-namorada do Naruto-kun acabou de me ameaçar...

-Onde está essa recalcada? Eu vou cravar minhas unhas nos olhos dela! – Hanabi já levantou furiosa, esquadrinhando toda a área do boliche a procura de qualquer mulher suspeita.

-Você crava as unhas e eu a faço conhecer meus punhos! – Sasuke sentou-se ao lado da vizinha envolvendo-a de forma protetora, exatamente como um irmão. Ninguém tocaria em um fio de cabelo azulado na presença dele.

-Eu sabia que ser namorada desse traste loiro só te traria problemas! – Neji ofendeu Naruto, porém ele não pareceu ouvir. Estava com o olhar perdido no nada, com uma feição um tanto confusa, parecia processar alguma informação, como se um download estivesse demorando em ser concluído.

-Relaxa, gente... Ela só deve estar de coração partido. – a morena revirou os olhos e suspirou pesadamente, sabia que todos iriam querer voar no pescoço da mulher depois que ela comentasse. Até ficou na dúvida se contava ou não, todavia, mesmo não tendo levado as ameaças a sério apesar do medo que sentira, decidiu contar, afinal melhor prevenir a remediar. – As pessoas mudam após serem rejeitadas... Aposto que foi só um momento de raiva. – tentou convencer a todos, mas principalmente a si própria.

-Ok. Me engana que eu gosto! Você não sabe o que vadias recalcadas e rejeitadas são capazes de fazer! Eu vou caçar essa guria agora! – a Hyuuga mais nova já forçava a visão para procurar pelas várias cabeças com mais atenção. Seus olhos já estavam em chamas de raiva, afinal ninguém possuía o direito de ameaçar sua pura e gentil irmã. Ela fazia questão de trazer a morte a tal pessoa com suas mãos, para ter certeza que o indivíduo iria sofrer antes de deixar este mundo.

-Ah! É mesmo! – de repente, o Uzumaki saiu de transe. A informação percorrera todos os neurônios de seu cérebro. – Eu não terminei da melhor maneira possível com a Shion... – ele fez uma careta.

-Só agora que você se pronuncia? Dobe, sua ex- acabou de ameaçar a Hinata! – O Uchiha lançou um olhar feroz ao amigo, que parecia estar em uma viagem de memórias e pensamentos.

-Oras, eu sei! Só estou tentando me lembrar de um motivo para ela ter feito isso! Se for minha culpa, eu tenho que resolver, né, teme! – ele berrava irritado e acabou cruzando os braços com um bico em face. A namorada riu de sua infantilidade.

-Japonês falsificado, conte-me mais a respeito dessa tua ex-. E de preferência inclua o número de RG, CPF e conta bancária em seu relato. – Hanabi se aproximou do loiro e lançou-lhe um olhar ameaçador. Ele se encolheu com a aura que a jovem emanava.

-A Shion era estranha... De um segundo para outro passava de feliz para o cão chupando limão! Às vezes ela me dava medo, mas era só de vez em quando. – ele parou para pensar, alisando a queixo só para fazer charme. – Ela gostava de fazer compras e de fazer... – olhou de canto para Hinata, que o olhava com uma sobrancelha arqueada, e resolveu não completar a sentença. – Enfim, eu não sei por que fiquei com ela por tanto tempo. Ela definitivamente me amava, mas eu acho que não cheguei a tanto.  – deu de ombros.

-E pode me explicar porque só agora se lembrou de “não ter terminado da melhor maneira possível” com uma mulher perigosamente bipolar e louca de amor? – o moreno de olhos ônix ironizou a pergunta, fazendo Naruto mostrar-lhe o dedo do meio.

-Eu terminei com ela quando não me lembrava dela, seu maldito! E depois, quando eu me lembrei de tudo, a prioridade de preocupações foi com o seu parente que queria me assassinar! Vai à merda, Sasuke! – só então ele se deu conta dos braços do Uchiha envoltos ao redor de sua pequena, de uma forma íntima demais para o seu gosto. – E para de agarrar a minha namorada!

-O que? Quem? – Sasuke fingiu procurar por outra pessoa ao redor de si e depois voltou à vizinha fingindo uma cara de surpresa. – Essa daqui? Ela é sua namorada? Mesmo? – com uma entonação malandra e um olhar provocativo, ele se divertiu ao ver o loiro trincar os dentes e cerrar os punhos, louco de ciúme. – Você tem realmente uma bela namorada... – E olhando para a amiga, que o encarava de canto com suspeitas, ele foi se aproximando de seu rosto, dando então uma bela lambida na bochecha da azulada. – E extremamente gostosa! – o ato foi a gota d’água para o Uzumaki. A cor vermelha pareceu subir por seu rosto e era quase possível notar fumaça sendo exalada por suas narinas.

-ECA, SASUKE-KUN! – Hinata gritou, passando a mão pelo rosto para limpar a saliva que seu vzinho deixara.

-EU VOU TE MATAR, SEU VIADO AFEMINADO!

E depois de berrar, Naruto saiu correndo atrás de Sasuke como um guepardo corre atrás de uma gazela. Eles desviavam de algumas pessoas, porém, na maioria das vezes, apenas derrubavam-nas pelo caminho. O segundo, que era um pouco mais rápido por não estar ferido, por vezes parava e fazia gestos obscenos ou provocativos para o primeiro. Hanabi começou a se esgoelar de rir da cena e torcia fervorosamente para o namorado da irmã.

-VAI, NARUTO! PEGA ELE, FRITA ELE, FAZ PURÊ!

A Hyuuga mais velha bateu a mão no rosto e deslizou-a pela extensão, rindo dos dois homens brincando de pega-pega feito crianças. A confusão acabou distraindo-a e tirando seus pensamentos da ameaça de Shion. Observou os “irmãos” e a cada pessoa, cadeira ou objeto que eles derrubavam ela fazia uma careta e tentava sinalizar um pedido de desculpa caso o atropelado fosse um ser vivo.

-Por que eu saio com esses retardados? – Neji, que estava sentado com cara de poucos amigos, perguntou olhando para cima, como se esperasse que a resposta viesse do céu. Só que ele já sabia a resposta e esta era inteiramente resumida à prima.

-Para ficar comigo! – Hanabi, aproveitando que a irmã havia ido socorrer uma criança e dar um sermão gigantesco em dois seres irresponsáveis, deu um selinho rápido no moreno, quem arregalou os olhos de imediato, lançando-lhe um olhar reprovativo. Ela fez bico e enlaçou seu pescoço. – Já ouviu falar que escondido é mais gostoso?

O homem primeiro abriu a boca para tentar abominar a ideia, mas depois acabou fechando-a e arqueando uma sobrancelha. Um sorriso escapou pelo canto de seus lábios, fazendo a morena gargalhar de felicidade.

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Estava parado na porta do escritório admirando a organização impecável por fim restaurada. Finalmente havia conseguido colocar todo o trabalho atrasado em ordem e se livrar dos milhares de papéis que reinavam em sua mesa. Respirou aliviado e alongou um pouco os braços. Nas últimas semanas, o celular quase se fundira a sua orelha, algo extremamente estressante, pois nem conseguiu ter refeições adequadas com sua família ou conversas maiores de dez minutos.

-Minato-sama, Itachi-sama está aqui para te ver. Ele está na sala. – A voz de Shizune retirou-o de suas observações e ele demorou alguns segundos para captar toda a mensagem.

-Ah! Claro. Obrigado, Shizene. - com uma reverência a empregada se retirou e voltou a seus afazeres.

O loiro verificou qual era o estado de sua aparência no espelho mais próximo e, ao se certificar que a calça jeans e a blusa de lã estavam apresentáveis, foi ao encontro do amigo.

-Itachi! – pronunciou o nome alegremente e, de imediato, recebeu em troca um sorriso animado e um abraço caloroso. – Você esteve aqui há dois dias, mas mesmo assim parecem semanas! – ambos riram.

-Isso por que você estava terrivelmente ocupado, porém é sempre bom te ver, meu amigo! – e, retirando as mãos dos ombros de Minato, Itachi virou-se para a namorada, que estava sentada um pouco atrás dele. – Essa é a Ayame de quem te falei, minha namorada. – a jovem levantou-se um pouco tímida, mas com um sorriso simpático em face, e cumprimentou adequadamente o dono da casa.

-É um prazer finalmente conhecê-la, Ayame-san. – Minato admirava a beleza de traços delicados da namorada do amigo. Sempre achou que Sakura não combinava muito com o Uchiha, por mais que gostasse da moça, porém, logo em um primeiro olhar, pôde perceber o envolvimento do novo casal, além de uma doçura apaixonante pertencente à Kurumizawa.

-O prazer é todo meu... Itachi sempre fala maravilhosamente a seu respeito, Minato-sama.

-Por favor, apenas Minato é suficiente. – ele riu e todos se acomodaram no confortável sofá creme. Ayame não conseguia evitar perder o olhar nos detalhes do lugar, pois a residência era ainda mais requintada que a do namorado. Ela ainda não se sentia totalmente pronta para começar uma vida social ao lado do moreno, entretanto sabia que uma hora não seria possível evitar, por isso achou adequado acompanhar Itachi em uma visita casual a um amigo de longa data. Estava um pouco desconfortável com a situação, porém havia decidido se esforçar ao máximo para ser uma companheira à altura.

-E então, conseguiu se livrar daquele mar de papéis nos quais estava mergulhado? – O Uchiha perguntou ao envolver a mão de sua pequena e esparramar-se um pouco no sofá.

-Graças a Deus! – o loiro passou as mãos nos cabelos enquanto dizia a frase pausadamente, como se demonstrasse seu alívio e antigo desespero. – Você não tem noção como estou leve neste momento. Acho que posso até voar. – os três riram. – Já posso voltar a viver normalmente, afinal as coisas com a empresa de sua família estão resolvidas, assim como já dei conta de todos os clientes para quem devia alguma coisa.

-Fico feliz de ouvir isso, porque você estava parecendo um morto-vivo nas últimas semanas... Kushina não se assustou com você de noite não? – Voltaram a rir. Itachi estava realmente feliz, pois nem havia precisado pedir para que Ayame o acompanhasse. Sem contar que o fato de ter conseguido resultados por meio de seu talento musical o fazia voltar a ficar inspirado para tocar e cantar novamente, do mesmo modo de quando era criança. – Por falar nisso, onde está Kushina? Ela sempre é a primeira a me receber...

-Ela precisou sair e é só disso que me lembro do imenso discurso que ela deu antes de ir. Só não conte isso a ela. – o marido riu nervosamente e seu amigo entendeu perfeitamente, pois já havia tido a má sorte de estar presente em um momento de fúria da ruiva.

-Vocês estão juntos há muito tempo? – a pergunta da jovem pegou o chefe de família de surpresa e ele acabou perdendo a fala por não saber o que responder, isso deixou Ayame envergonhada. Ela pensou ter feito uma pergunta atrevida ou ofensiva de alguma forma, de forma que suas bochechas se tingiram de rosa. – Ah, desculpe-me, eu não queria...

-Não, não! Está tudo bem! – Minato riu e se apressou em corrigir sua atitude. – Você só me pegou de surpresa. – a morena respirou mais aliviada e sorriu timidamente. O namorado olhava-a como se dissesse “está tudo bem” e apertava sua mão para acalmá-la. – Deixe-me ver... Eu conheço Kushina há tanto tempo que sempre perco as contas! – o homem riu mais uma vez e deixou que seus olhos se perdessem em um horizonte inexistente. – Conheci-a com seis anos e ela me odiava! Na época, morávamos nos Estados Unidos. Eu morava com Jiraya e ela morava com os avós de Tsunade, então nos víamos o tempo todo. – ele sorriu com a lembrança. Seus olhos tinham um brilho nostálgico – Ela sempre foi muito briguenta. Só arrumava confusão...

-Quando vocês começaram a se gostar? – Kurumizawa ainda perguntava com receio, porém os olhares encorajadores de Itachi a incentivavam.

-Eu sempre gostei dela, desde a primeira vez que a vi. Agora, acho que Kushina só passou a ter sentimentos por mim no colegial, porque foi quando eu comecei a ficar mais corajoso e passei a tentar convencê-la de que eu era um cara legal. Oferecia minha ajuda nas matérias, emprestava CDs, livros... Para fazê-la sair comigo uma primeira vez, guardei dinheiro para comprar dois ingressos para assistir a banda que ela mais gostava. – ele gargalhou, pois se lembrou da chantagem que havia feito à esposa. – Depois do show tudo foi diferente e alguns meses depois nós estávamos namorando. – ele deu de ombros.

-É que você parece tão jovem... Quando Itachi falou sobre você, eu imaginei que fosse mais velho... – Ayame voltou a corar. Esfregava as mãos um pouco suadas e sorria com embaraço. Minato coçou a nuca e riu envergonhado.

-Bem, é que nós casamos cedo. Voltamos para o Japão com dezenove anos e casamos, depois, com vinte, tivemos o Naruto, que agora está com vinte e cinco. – ele sorriu com a feição surpresa da jovem. Todos sempre ficavam espantados quando ele dizia ter quarenta e cinco anos, além de ser muito jovem para ter um filho já homem, ele também aparentava ter uns trinta, isso sem contar sua fama no mundo dos negócios.

-Minato e Kushina tem uma história de amor igual àquelas de filmes bem melosos. – Itachi brincou com o amigo, quem jogou uma almofada em protesto.

-Que culpa eu tenho se encontrei a mulher de minha vida quando era criança? – deu de ombros e voltou a rir.

Eles continuaram conversando sobre assuntos aleatórios durante algumas horas. Quando Kushina chegou, choveram elogios e mimos em Ayame, pois a ruiva se encantou com a nova namorada de Itachi, de modo que quis saber todos os detalhes de como os dois se conheceram, se estavam morando juntos e se já tinham planos de mudar para uma residência própria.

O casal acabou ficando para jantar devido aos inúmeros pedidos, que no fim transformaram em ameaças. A amada do Uchiha acabou ficando extremamente à vontade no meio da família, pois todos eram muito calorosos e animados. Ela acabou se esquecendo de todas as outras circunstâncias e complicações. Itachi perguntou a respeito de Naruto e se desapontou um pouco por não poder apresentar Kurumizawa ao jovem, já que ele havia saído e só voltaria mais de noite.

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-Hinata! Anda logo! – Naruto berrava a namorada da esquina, porém a morena se despedia de Sasuke e não estava dando muita atenção ao loiro apressando-a.

-Então, Sasuke-kun, como foi com a Sakura? – ela havia passado a tarde inteira curiosa, contudo, toda vez que ia perguntar a respeito, alguma coisa a atrapalhava. O vizinho conteve um sorriso e encostou-se à moto estacionada.

-Estamos namorando e ela vai se mudar comigo... – Hinata abriu um sorriso de orelha a orelha ao ouvir tais palavras. Bateu palmas e envolveu o pescoço do amigo em um abraço.

-Eu sabia que ia dar tudo certo! – sorriu ainda envolta pelo abraço rígido do Uchiha. Sentia-se ambos triste e feliz, porque seu amigo não iria para longe sozinho, mas ainda assim iria para longe dela.

-HINATA! – o namorado se esgoelou mais um pouco. Ainda estava de nariz torcido para Sasuke e cheio de ciúmes. Não via a hora de ter a pequena exclusivamente para si. A Hyuuga revirou os olhos e desenlaçou o vizinho, suspirando pesadamente.

-Você tinha que irritá-lo... – murmurou mais para si do que para o moreno, que conteve uma risada travessa.

-Ah! Não conte nada ao Naruto sobre eu e a Sakura, ela mesma quer contar.

-Ok. – Hinata olhou para trás e viu o semblante irritadiço do Uzumaki, além de uma aura negativa emanando em sua direção. Fez uma careta e soube que teria que conter a curiosidade por mais detalhes a respeito do desenvolvimento amoroso de Sasuke. – Depois você me conta mais detalhes, certo? Eu preciso ir. Bom trabalho! – ao obter a confirmação do amigo, despediu-se com um beijo em sua bochecha e correu ao encontro de seu loiro, que a agarrou pelos ombros e arrastou-a para o carro, com um imenso bico em face.

-Por que está tão nervoso, Neko-chan? Sempre soube da minha relação com o Sasuke-kun... – disse quando a BMW Z4 Silver já estava em movimento acelerado.

-Ele é muito abusado. – o jovem apertou o volante e trincou os dentes. A verdade era que não sabia com exatidão porque estava irritado.

-Tudo isso é ciúme? – a azulada perguntou contendo risadas. Era engraçado ver Naruto com tanto ciúme dela, justo dela, quem cujo primeiro namorado era ele e quem tinha um péssimo histórico no quesito relacionamentos com o sexo masculino.

-Sei lá. É que o Sasuke é um conquistador e... Ah! Não sei! – Hinata explodiu em gargalhadas, fazendo o loiro encará-la com confusão. Por que ela estava rindo dele? Perguntava-se. Será que estava assim tão patético?

-Ai... Naruto-kun, se o Saki-chan quisesse alguma coisa comigo, já teria acontecido faz tempo! Deixe-me ver... Ele já me viu nua de todas as formas possíveis, porque já teve de cuidar de mim quando fiquei muito doente e também porque é muito atrevido mesmo. Já dormiu comigo durante uma semana, porque o apartamento dele ficou com um vazamento. Sem contar que eu sempre contei tudo para ele, assim como ele sempre se abriu comigo. – O Uzumaki havia estacionado o carro para evitar algum acidente devido ao seu estado mental conturbado e pasmo. Sabia que Sasuke era como um irmão para Hinata, porém nunca imaginou que o relacionamento dos dois fosse assim tão íntimo e não podia deixar de ficar extremamente incomodado com o fato de que o que tinha com a namorada estar ainda em um nível superficial se comparado ao que ela tinha passado com o vizinho. A morena percebeu o choque que causara em Naruto e se arrependeu um pouco por ter contado tantas coisas. – Mas, Neko-chan, espero que você entenda que é puramente fraternal... Você é o homem que eu amo e Sasuke é meu melhor amigo.

-Esse é problema, Hinata! Eu nunca vou conseguir ser os dois pra você. – ela percebeu os olhos azuis adquirirem um brilho e logo se deu conta que era devido ao acúmulo de água salgada.

-É claro que você vai conseguir ser os dois! Você já é! Só que é diferente... Se algum dia eu brigar com você ou se ficar magoada de algum modo, eu vou correr para o colo do Sasuke, porque ele faz o papel de um grupo de amigas na minha vida. - repousou a mão na do namorado e olhou-o com ternura. Não sabia como expressar o que pensava de forma clara, porém esperava que tivesse o feito entender a diferença. – Você só está se sentindo incomodado porque ele é homem, se fosse mulher nem iria se dar conta dessas coisas. – tentou mais uma vez por ter recebido apenas silêncio em resposta.

-É claro. O que mais se ouve nesse mundo é que, eventualmente, o melhor amigo de uma mulher torna-se o marido dela. – Naruto não queria estar brigando com Hinata, nem mesmo sabia o motivo daquela discussão, mas o fato do Uchiha não ter namorada e usar mulheres como se fossem objetos o deixava muito incomodado e receoso.

-Isso é extremamente estereotipado! E você não precisa se preocupar com o Sasuke. – A Hyuuga ficou irritada, pois não conseguia acreditar que o namorado estava realmente duvidando da intensidade de seus sentimentos.  Virou a cara e encarou qualquer coisa através do vidro do carro. De todas as maneiras que havia imaginado o término do dia, uma discussão definitivamente não havia sido uma. Mordeu o lábio e praguejou em pensamento. Iria bater no vizinho por três horas seguidas quando o visse. Por que ele tinha que ter provocado o loiro? Indagou-se, para logo em seguida amaldiçoar mais um pouco.

O Uzumaki, ao perceber que a morena havia encerrado o assunto, voltou a colocar o carro em movimento. Pelo menos havia sido liberado para dirigir novamente, pois não aguentava mais utilizar táxi ou transporte público. Seu pai havia oferecido um motorista, mas ele achava isso muito brega e recusou.

-O que você quis dizer com eu não precisar me preocupar com Sasuke? – perguntou quando estacionava na frente do prédio de Hinata, todavia a pequena não respondeu, nem mesmo olhou-o, e saiu do carro, batendo a porta com raiva.

Naruto tentou sair do veículo e alcançá-la, porém ela já havia corrido escada acima totalmente decidida em não conversar mais com ele. O jovem trincou os dentes e socou o capô do carro. Podia até imaginar o motivo do gelo da azulada. Ela com toda certeza pensava que ele havia duvidado de seus sentimentos, algo equivocado, porque o problema dele era com os sentimentos do Uchiha. Praguejou todas as ofensas conhecidas e não conhecidas. Voltou para a BMW e acelerou furiosamente.

Quanto a Hyuuga, ela já entrou no apartamento jogando a bolsa na primeira parede que apareceu em sua frente. Jason quase foi esmagado. O pobre coitado, que tirava uma soneca, assustou-se e saiu correndo para debaixo do sofá. Ela gemeu irritada e puxou os cabelos. Por que o namorado tinha que ser idiota? Por quê? Por quê? Repetiu a pergunta milhares de vezes enquanto enchia um copo d’água. Tudo o que ela queria era ter chego a casa com ele, se aconchegado na cama e beijado até cansar. Agora, sua noite se resumiria a alimentar o gato, tomar um banho e dormir mais cedo que o normal devido à irritação.

Para descarregar um pouco a fúria em seu âmago, pegou um pedaço de papel e escreveu: “Seu maldito, prepare-se para sofrer!”, com letras gigantescas e grossas. Saiu do apartamento e colou o papel na porta do vizinho. Ao notar que a atitude não havia ajudado em nada, voltou para sua residência, bateu a porta e se jogou na cama, gritando contra o travesseiro e se debatendo violentamente. Ela foi ameaçada pela ex- de Naruto e era ele quem brigava com ela por causa de Sasuke. O que fizera para merecer tal castigo? Indagava-se. Só podia ter sido uma pessoa terrível em sua vida passada, porque, mesmo quando tudo parecia melhorar, voltava a piorar.

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-Sasuke-kun... – a voz que tentava forçadamente ser sedutora mais uma vez tirou-o dos devaneios noturnos.

-Karin, será que nem enxugar copos em paz eu posso mais? – perguntou rispidamente, em uma tentativa imediata para livrar-se da ruiva. Ela apenas ignorou como sempre fazia e esfregou os peitos em seu braço. O Uchiha revirou os olhos e deu um passo para o lado, afastando-se da criatura incômoda.

-Eu só fiquei me perguntando quando me ligaria novamente... Você sabe que posso te agradar de maneiras inacreditáveis, por que não me dá outra chance? – fez um bico sensual e começou a esfregar as costas largas do moreno, quem segurou seu pulso com brusquidão e tacou-o para longe. – Ai! Isso machuca!

-Não me importo. Não me toque mais, pois eu tenho namorada. – E assim que terminou de falar, Karin pareceu quebrar em mil pedaços apenas para tingir sua aura de vermelho raivoso.

-COMO ASSIM? – o grito fino dela fez metade dos clientes encararem a cena, mas Sasuke apenas continuou indiferente, fingindo que não era com ele.

-Simples. Eu usei você como fiz com todas as outras. Na verdade, só te chamei naquela noite porque queria tentar me esquecer da mulher com quem agora namoro. – olhou-a no fundo dos olhos com um desprezo tão intenso que era quase tocável. – Te chamei porque você era a única mulher com quem eu nunca havia desejado transar.

As palavras atravessaram o coração da ruiva como cem flechas flamejantes. Ela paralisou, apenas sentindo o calor do Uchiha passando perto de si. Quem ele pensava que era para tratá-la de tal forma? Ela não era um objeto! Não havia se esforçado tanto para ser um caso de uma noite. Ela havia se esforçado para ser a namorada dele. Para tê-lo só para si. Trincou os dentes e cerrou os punhos. Ainda descobriria quem ousara roubar seu Sasuke-kun.

-Será que depois dessa você aceita a rejeição? – comentou Suigetsu, que havia escutado toda a conversa em surdina. Karin fuzilou-o com os olhos e odiou o sorriso debochado que ele tinha em face.

-Nunca! Agora vê se vai trabalhar, seu inútil!

-Por que não procura alguém que te ame e te dê o devido valor? Gosta tanto assim de sofrer? – um brilho suspeito tomou conta dos olhos esverdeados do jovem, algo que incomodou a companheira de trabalho, fazendo-a dar-lhe um cascudo violento.

-Isso não te interessa! – e saiu batendo o pé.

O garçom só pôde ficar com dó de qualquer cliente que a mulher pudesse ter na noite. Observou as costas esguias uma última vez e tentou se convencer de que isso era tudo o que receberia da ruiva.


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Notas finais do capítulo

E aaí? Gostaram?
Confusão no bolicheee! E acabou que ninguém deu bola para a ameaça da Shion, vish, isso vai dar merda kkkk' xD
Naru e Hina na primeira DR, JEZUIS. Eu sou má, né? Mas nenhum relacionamento é 100 % cuti cuti e flores na vida real u.u
Um momento aleatório do Minato com Itachi e Ayame, mas achei importante colocar, para mostrar o ínicio dos esforços da morena e contar um pouco mais do relacionamento MinaKushi! Espero que tenham gostado!
E quem aí achou que essa Karin não desistiu? :O
haushuashauh'
O cap de hoje é só isso mesmo. u.u
Espero que tenham curtido!
Façam-me feliz e reviewem-me! ♥
Até a próxima! :D
XOXO