Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 25
Ousadia


Notas iniciais do capítulo

E aí galerinha?
Hoje não estou muito feliz, isso porque eu vi que tenho quase cem leitoras, porém que apenas umas dez comentam com frequência. D: Magoei. Eu não sou de ficar mendigando por reviews ou ficar chantageando ( do tipo só posto quando tiver tantos reviews). não gosto disso, por que sei que tem gente que lê pelo celular ou seilá, qualquer outra complicação que possa aparecer, contudo eu realmente gostaria de ouvir o que minhas leitoras estão achando, realmente me incentiva a continuar escrevendo com mais frequência. aiai;
Eu sinto prazer em escrever, mas todo mundo gosta de ouvir algo sobre o trabalho que levou de duas a quatro horas para escrever, só dizendo. u.u
Mas amo vocês mesmo assim :} Por que vocês pelo menos estão lendo, não é? haha'
Bom é isso, vamos ao capítulo.
Enjoy:}



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Duas semanas se passaram e nada de relevante havia acontecido. Hinata já podia se sentir entediada, afinal seu namorado ainda estava em processo de recuperação domiciliar. Ela sabia que ele estava quase cem por cento, porém havia sido difícil sair ou aproveitar o tempo juntos. A azulada ia trabalhar e depois passava na casa do loiro apenas para trocar alguns beijos e carícias. Por vezes os dois assistiam a um filme juntos ou jogavam algo. A morena gostava do tempo com ele, mas não havia imaginado ter um namorado apenas para ficar jogando jenga.

Mas, no momento, ela podia se sentir mais aliviada, pois esses dias de monotonia estavam prestes a acabar e muito em breve ela já poderia começar um relacionamento mais que normal com Naruto. Foi com esse pensamento e um sorriso no rosto que se remexeu na cama, apertando o cobertor. Já podia sentir os raios solares aquecerem fracamente o quarto, mas não se importava, porque era sábado. Jason já deveria estar com fome. Não havia problema também, o gato precisava mesmo fazer um regime.

-Hinata! – logo que ouviu seu nome ser pronunciado pela voz rouca do vizinho, sentiu seu corpo esguio ser esmagado pelo de Sasuke. O moreno havia se jogado em cima dela na cama com tudo. Ofendeu a mãe do amigo.

-O que foi, Saki-chan? – murmurou chorosamente enquanto tirava os cabelos de seu rosto e boca, podendo então encarar a feição fofamente bicuda do Uchiha.

-Não sei o que fazer.

-E quando você sabe? – perguntou ironicamente. Sasuke revirou os olhos. – Até quando vai ficar aí?

-Até você voltar a me dar a atenção. – ele respirou pesadamente e depois soprou um fio de cabelo que insistia em incomodar sua visão.

-O que quer dizer com isso? – a azulada ficou confusa. O rapaz não fazia o tipo carente e de repente dizia sentir falta de sua atenção? O que estava havendo? Ela teria deixado algo importante fugir de sua atenção? As perguntas passaram rapidamente pela mente da Hyuuga.

-Quero dizer que agora você só quer saber do loiro oxigenado. Onde estão nossas noites de filmes e besteiras? Onde estão meus momentos de manicure e pedicure nas suas unhas? Onde estão nossos café da manhã juntos? Onde eu estou na sua vida, Hinata? – a voz do vizinho era tão carregada e manhosa que Hinata poderia jurar que o jovem estava prestes a desabar em lágrimas. Ela ficou com uma feição assustada e confusa.

-Quem é você e o que fez com o meu Saki-chan? – perguntou adquirindo uma postura receosa. Sasuke revirou os olhos e começou a puxar as bochechas da amiga.

-O que? Só porque eu não demonstro meus sentimentos não quer dizer que eu não os tenha! Eu estou precisando de você na minha vida e você não está presente! – ele ficou irritado e apertou ainda mais as bochechas da vizinha, cujos olhos começaram a lacrimejar.

-Certo, certo! Eu entendi! Sai de cima de mim e eu escutarei tudo o que quer dizer! – disse rendida. O Uchiha rolou para o lado da cama e passou a encarar o teto, bufando de revolta. – Ok. Que males te afligem pequeno gafanhoto? – Sasuke fuzilou-a com o olhar como quem diz: “Sério mesmo?”, mas ela apenas levantou as mãos demonstrando indiferença. O moreno suspirou cansado.

-Bem, tenho alguns assuntos para tratar, mas o primeiro é que em fevereiro irei me mudar para Tóquio. – Hinata quase caiu da cama de surpresa. Seu queixo desabou e ela paralisou o olhar no semblante do amigo, quem a olhava um pouco triste.

-Desde quando? – a pergunta da azulada foi confusa, porém o rapaz entendeu o objetivo.

-Decidi há uns três meses... – deu de ombros.

-E não pensou em me avisar? – A Hyuuga quase gritou em indignação. Estava atônita. Iria ficar longe de seu melhor amigo? Não podia ser possível, não conseguia imaginar tal situação. Ela tinha apenas dois meses com ele, o que faria? Seus braços estavam até moles devido ao seu estado mental.

-Bem... Sei lá, não achei importante... – a boca de Hinata abriu e sua feição ficou furiosa, por isso o moreno continuou a falar antes que ela começasse a cuspir fogo. – Mas esse não é o caso, você tem o Naruto agora e eu virei te visitar com frequência. O problema é que eu não quero ficar longe da Sakura... – viu o olhar da amiga ficar abismado e apressou-se em corrigir as palavras. – Não! Quero dizer, eu não quero ficar longe de você também, mas é diferente com a Sakura. Você provavelmente vai conseguir viver sem me ver todos os dias, mas duvido que consiga isso em relação ao Naruto... – suspirou de novo, já havia se embaralhado totalmente com o que queria dizer.

-Isso porque eu estou apaixonada por ele. – concluiu a linha de pensamento de Sasuke e o encarou com seriedade, esperando ele rebater algo, porém, ao presenciar seu silêncio, seu queixo caiu novamente. – Você a ama de verdade.

O Uchiha mordeu o lábio e cobriu o rosto com as mãos. Já havia se rendido. Tudo o que sentia em relação à Sakura havia ficado muito visível. Não podia mais fingir que o sentimento não estava presente, porque estava. Tentou lutar, mas viu que era uma batalha perdida. Tinha passado tempo demais junto a rosada nas últimas semanas. Eles almoçaram juntos quase todos os dias e quando ela tinha algum tempo livre de tarde, os dois iam para algum lugar. Cinema, parque, peças de teatro. Ele já estava entregue.

-Enfim. – bateu as mãos no colchão. – Eu não sei como dizer a ela que quero que ela se mude comigo.

-Primeiro, por que é que vai se mudar? – fez uma careta.

-Vou trabalhar na Google.

Hinata ficou com cara de paisagem por alguns minutos. Seu melhor amigo havia conseguido. Terminaria a faculdade e começaria a trabalhar em um lugar de prestígio. Muito provavelmente ganharia bastante dinheiro e teria a mulher que amava ao seu lado. Mulher quem também tinha um futuro promissor como médica, pelo que sabia. A vida dele estava a um passo bem simples do “felizes para sempre”. E a dela? A dela continuava a bagunça de sempre.

Sasuke continuou observando a amiga perdida em pensamentos. Ele sentia falta dela, de verdade. E quando se mudasse não seria diferente. Ficaria preocupado com ela, mas pelo menos poderia se confortar com o pensamento: “ela tem o Naruto”.

- Apenas diga a ela. – a voz da azulada cortou o silêncio que se instalara e fez o vizinho voltar a prestar a atenção. – Sério, Sasuke, o máximo que você ouvir vai ser não. E eu sei que expressar sentimentos é algo difícil para você, mas apenas feche os olhos e fale tudo de uma vez ou vai perdê-la... Não tem uma maneira certa para falar. Você apenas tem que falar. – então olhou para o moreno com carinho e sorriu. Ele deu um meio sorriso e voltou a encarar o teto.

-É, acho que você está certa... – respirou pesadamente. Não teria mais como fugir do inevitável. Sua amiga tinha a razão, se não falasse, perderia a pessoa que amava.

-O que mais queria falar?

-Bem, eu quero nossos momentos de volta. – encarou Hinata, quem o abraçou com um sorriso em face.

-Estou à disposição.

Sasuke já havia lhe contado a respeito de Itachi e da conversa que tivera com Fugaku. Mas voltou a falar desses assuntos, apenas para expor alguns sentimentos que mantivera ocultos da primeira vez que relatara. A vizinha ouviu tudo com atenção e compartilhou as opiniões que tinha. Depois os dois tomaram café da manhã e passaram a maior parte do dia juntos, fazendo o que estavam acostumados a fazer. O Uchiha queria falar logo com Sakura, porém ela ainda estava de plantão e ele teria que adiar a conversa para o dia seguinte, o qual a amiga o havia convidado para sair junto dela, Naruto e Hanabi. Não sabia se aceitaria o convite, por isso apenas disse avisar caso resolvesse ir. Talvez fosse, apenas para passar mais um tempo com a vizinha.

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Ayame acordou em um sobressalto. Sentiu a região da costela quebrada doer em protesto, mas isso não importou, pois ela arfava, suava e tentava conter o aperto e velocidade de seu coração. O pesadelo ainda passava perante seus olhos. Os olhos flamejantes de Hiruzen ao tirar a vida do homem que amava era a cena que se repetia em sua mente e a responsável por fazê-la acordar tão cedo na manhã. Não conseguia controlar a própria respiração e sentia falta de ar. As paredes pareciam se fechar a sua volta. Agarrou os cabelos e os apertou. Lágrimas grossas rolavam por seu rosto. A dor de sua alma misturava-se com a dor de seu ferimento.

Sentiu braços fortes envolverem-na. O maravilhoso cheiro de Itachi dopou-a por alguns instantes e ela deixou a cabeça encontrar espaço no peito de pedra dele. Ela estava com medo.

-Está tudo bem. Eu estou aqui com você. – o Uchiha repetia em uma tentativa de acalmar a namorada.

Aquilo já havia acontecido várias vezes nas duas semanas que se passaram. Às vezes, Itachi não conseguia mais pegar no sono após acalmar Ayame. Passava a noite inteira acordado, velando pelo sono dela. O semblante dele havia adquirido uma tonalidade cansada e abatida no decorrer dos dias. Por sorte seu pai não havia lhe recusado as férias. Suspirou e continuou a acariciar os cabelos negros. Com frequência percebia a pequena se remexer durante o sono, de modo que acordava e começava a cantar para ela. A voz dele parecia surtir efeito e sempre conseguia devolver a paz aos sonhos da jovem. Mas estaria mentindo se não dissesse que tudo aquilo não era exaustivo. Ele tentava de todo jeito ajudá-la, porém ela não deixava as barreiras caírem e continuava empurrando o moreno para longe.

-Qual foi o pesadelo? – perguntou depois de notar mais calma por parte de Ayame. Imaginava que ela ignoraria a pergunta como sempre fazia, recusando-se a compartilhar a dor, contudo isso não sucedeu.

-Ele voltava para acabar com sua vida em frente aos meus olhos...  – sussurrou com os olhos vidrados. Encolhia-se no colo de Itachi e deixava o homem envolver seu corpo com os braços e a cabeça com as mãos.

-Ele está morto, Ayame. Não precisa ter medo mais...

-Você não sabe... Da última vez eu usei uma dose também e ele sobreviveu... Sim... Ele sobreviveu... – as palavras saíam apressadas e receosas. Todo o corpo de Kurumizawa tremia. O Uchiha apertou-a um pouco para transmitir segurança.

-Da última vez você não injetou diretamente no coração, dessa vez sim. Se quiser, volto naquela casa e confirmo com meus olhos que o corpo dele ainda jaz lá em processo de decomposição. – disse com firmeza e puxou o rosto da namorada para olhar com intensidade nos olhos opacos da mesma. – Você confia em mim?

Ela hesitou por alguns instantes, todavia balançou a cabeça em afirmação e sussurrou:

-Eu confio em você.

Itachi tinha vontade de sorrir. Havia dado um imenso passo, ela havia compartilhado uma aflição com ele e permitira sua ajuda. Beijou-a com ternura, apenas pressionando seus lábios por alguns minutos. Voltou a encará-la e começou a acariciar a maçã de seu rosto.

-Então continue confiando em mim. Tudo isso vai passar, Ayame.

-Você não pode me consertar, Itachi... Eu estou quebrada demais... – as lágrimas brilhantes ainda manchavam a pele alva da jovem. Ele limpou-as.

-Eu não quero te consertar. Eu quero te amar.

A feição de Ayame contorceu-se de dor. Ela levou a mão ao rosto do Uchiha e depositou-a na bochecha, deixando-a no local. Podia se considerar sortuda por ter um homem como ele. De fato, deveria se considerar sortuda. Talvez só devesse deixar tudo desabar. Não seria justo com ele e sabia disso, porém tudo que Itachi queria era a felicidade de amá-la, algo que havia possuído durante algumas semanas. Talvez só devesse deixar o turbilhão contido por muralhas e barreiras atingi-la em cheio de uma vez por todas. O único problema era que ainda não estava pronta. Queria acreditar nas palavras do namorado, palavras que tentavam convencê-la de que o amor que tinham era suficiente para aguentar todos os problemas, todavia a parte ferida de seu ser recusava-se a acreditar que algo assim era possível, afinal nem mesmo sua mãe havia a amado o suficiente para denunciar Hiruzen logo na primeira surra.

Ela tirou a mão da face dele e voltou a se deitar, sentindo a dor em sua cintura amenizar. Virou o olhar para a parede do quarto e ficou em silêncio. Itachi sabia que havia atingindo o máximo dela no dia. Suspirou desanimado. Havia sentido um chama de esperança se acender dentro de si quando ela tocara seu rosto. Por um instante Ayame o olhara de forma vulnerável, convidando-o a ajudá-la. Mas o momento foi da mesma forma como apareceu. Sem avisos.

O Uchiha escorregou para debaixo das cobertas novamente e enlaçou os dedos nos cabelos da namorada. Conversara com Mikoto várias vezes a respeito de tudo, contara toda a história da jovem para a mãe, quem ficou em choque com tais sofrimentos, mas foi uma conselheira extremamente útil e um ombro amigo maravilhoso. Ele saía por algumas horas para se distrair em algum lugar e oferecer a morena um tempo sozinha. Visitava Naruto, quem o distraía como ninguém contando besteiras, ou até mesmo Sasuke. Estava fazendo tudo o que podia e o que não podia. Não coseguia evitar ficar irritado com Ayame por vezes, por ela não ter se livrado do padrasto antes e por assuntos parecidos, porém sabia que eram irritações egoístas. Ainda tinha os comentários provocativos e os olhares superiores e desprezíveis de seu pai para aturar. Quanto mais ficava exausto, mais seu pai parecia ficar satisfeito, como se estivesse ganhando em algum tipo de aposta.

Concluiu que não voltaria a dormir, por isso se levantou e foi para o banheiro. Quem sabe um banho acalmaria suas angustias e preocupações.

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Neji subiu as escadas apressadamente. Seguia o som absurdamente alto que o havia acordado às seis da manhã em um sábado. Por que tinha de ser vizinho daquele traste? Perguntava-se. Estrangularia Hanabi com suas mãos e cometeria tal crime com um sorriso nos lábios, pois sabia que a peste havia feito de propósito e colocado a música da cantora que mais odiava no último volume. O que havia feito a Deus para merecer ser acordado por “Die Young” em um sábado? Mataria a prima.

Abriu a porta do quarto com brusquidão e sentiu seu cérebro ser esmagado pelas batidas infernais da música. A jovem Hyuuga pulava e rebolava, jogando os braços para cima e se descabelando enquanto cantava junto. Ao ver o primo parado na porta com um olhar assassino, apenas sorriu e se aproximou dele, pegando-o pelos braços e o forçando a dançar junto.

-Pare com isso, Hanabi. Eu vim aqui para te matar e não para dançar! – vociferava furioso enquanto a menina apenas gargalhava.

-Adoro irritar você, Dave Grohl!

-O que? Qual é! Eu nem de longe pareço o vocalista do Foo Fighters! – Ele fincou os pés no chão e cruzou os braços. Hanabi continuou dançando ao redor de seu corpo o que o deixou furioso. Neji a agarrou pelos braços e a fez parar na sua frente, apenas para fuzilá-la com os olhos perolados.

Abriu a boca para começar a soltar as pragas presas em sua garganta, quando foi surpreendido pelos lábios da morena nos seus. E, como se não pudesse conter as próprias ações, retribuiu o beijo, que se intensificou cada vez mais. Ele já podia sentir os cabelos todo bagunçado e as mãos que apertavam a cintura da prima. Ambos saciavam-se na boca um do outro com urgência, mas consequentemente tiveram que se separar em busca de oxigênio.

Hanabi soltou uma gargalhada sonora, o que fez o jovem olhá-la com confusão.

-Você pode até dizer que está apaixonado pela aquela tal de Ten Ten, mas esse beijo só provou o que eu sempre soube. Você nunca deixou de me amar. – então ela olhou-o com intensidade, totalmente diferente dos olhares brincalhões e travessos que sempre distribuía. O Hyuuga exalou o ar que mantinha nos pulmões e tentou estabilizar a respiração. Sabia que estava corado.

Odiava-se por ter cedido. Era óbvio que sempre amara a prima, desde o primeiro beijo que tiveram, mas a verdade era que nunca poderiam estar juntos. A família nunca aceitaria tal união, por isso, qual era o ponto em ficar cultivando um amor condenado? Ele lutava para se manter longe, mas não conseguia, seu corpo movia-se para perto do dela como se estivesse sendo atraído por um ímã poderoso. Quando via, já estava brigando com a jovem durante uma partida de vídeo game ou escutando-a reclamar a respeito de algum homem. Se ficava entediado, seus pés se moviam automaticamente para casa vizinha e sem perceber já estava ao lado de Hanabi, trocando ofensas e agressões. Adorava ouvi-la rir e por vezes fingia-se de emburrado apenas porque sabia que ela adorava atormentá-lo. Mentira para Ten Ten quando disse que sua família não havia aceitado o namoro dos dois, na realidade ele nem contara a respeito do relacionamento para os pais, apenas queria evitar qualquer coisa séria e ferir a mulher depois.

Passou as mãos pelos cabelos para ajeitá-los. A prima arqueara uma sobrancelha devido ao silêncio de Neji. Ela queria uma resposta e o incentivava a dar com o olhar.

-O que quer que eu fale? – levou as mãos ao alto – Você sabe que eu te amo, Hana. E também sabe que não podemos ficar juntos. Pare de me torturar. – as últimas palavras saíram sussurradas e ele tomou o rumo da porta. Quando suas mãos tocaram a maçaneta, sentiu ser abraçado pelas costas.

-Eu não estou te torturando, Neji. Eu amo você. Eu quero ficar com você. Não importa com quantos caras eu saia, eu só consigo procurar por você neles. – embriagava-se no cheiro do Hyuuga e deixava as mãos sentirem o corpo definido por debaixo da blusa. Ela desejava-o mais do qualquer um. Não poderia morrer feliz se um dia não consumassem o amor que nutriam um pelo outro.

-Então somos dois condenados... – As palavras saíram carregadas de dor e ele se desvencilhou do enlaço dela, saindo para o corredor. Seu pé estava no primeiro degrau quando a prima gritou da porta.

-Eu vou sair com a Hinata amanhã. Você vem?

Neji apenas concordou com a cabeça e desceu as escadas, saindo da vista de Hanabi, quem fechou a porta e escorregou até o chão, aumentado ainda mais o som. Podia ter tudo o que queria menos quem mais queria. A vida era injusta. Levou a mãos aos lábios e relembrou o beijo. Queria eternizar aquele toque em sua memória. Ela eternizava qualquer momento que passava com ele. Recusava-se a esquecer, mesmo que doesse.  Limpou uma lágrima que ousou cair de seus olhos. Ela não chorava. Nunca.

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Estava sentada em seu quarto com uma foto nas mãos. Encarava a fotografia com intensidade. O lugar ainda estava um pouco destruído devido aos surtos que tivera. Era tudo culpa dele. Naruto. O responsável por quebrar seu coração em mil pedaços. Como ele ousara trocá-la por aquela morena sem sal? Era um idiota. Pensava.

Voltou a foto ao retrato e depositou em seu criado mudo. Ele era dela e somente dela. Urrou de raiva e jogou o travesseiro no espelho rachado. Depois olhou seu reflexo. Ajeitou os cabelos loiros e admirou-se com tamanha beleza. Beleza que havia sido jogada fora por um loiro imbecil. Franziu o cenho e jogou-se na cama novamente.

Ela não havia entregado seu coração para terminar daquele jeito. Não. Ela não perdoaria a ousadia. Ele pagaria assim como a nova namorada sem sal. Os dois sofreriam. Ela iria garantir que a história dos dois não acabaria com um “e viveram felizes para sempre”.

Olhou para o frasco de remédios ao lado de sua cama. Era o dia de sua mãe fazer contagem, por isso pegou o recipiente e tirou de lá doze comprimidos. Levantou-se e foi até o banheiro, jogando-os na privada. Observou-os serem levados pela água da descarga. Não sabia por que o psicólogo insistia em dizer que ela precisava de tratamento. Shion sabia que estava ótima. Tudo estava perfeito.

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Tocou a campanhia e cumprimentou Shizune, quando a mesma atendeu à porta. Não esperou por direções, pois sabia que o namorado estava no quarto, de modo que foi diretamente para as escadas, subindo-as apressadamente. Já se sentia mais a vontade na mansão, após as semanas de seguidas visitas e jantares em família. Não bateu para entrar no quarto do loiro, não fazia mais isso.

Percebendo a cama vazia, resolveu ver se ele estava no banheiro. Concluiu ter deduzido certo ao ver Naruto cochilando na banheira pela fresta da porta entreaberta. Prendeu a respiração por alguns instantes, contudo não hesitou e entrou no local. Sentiu as bochechas queimaram e o coração acelerar ao ver o corpo relaxado e desleixado do namorado totalmente nú imerso na água. Por segundos sentiu vontade de correr de volta para o quarto. Engoliu em seco.

O que fazia? Acordava ele e o mandava se vestir? Entrava na banheira? Se entrasse, deveria entrar nua ou de roupa íntima? Levou a mão ao rosto em desespero. Ele estava lá, tão calmo e sereno. Tão lindo. Tão ao alcance de suas mãos. Respirou fundo. Já havia decidido que aproveitaria as oportunidades de ousar, por isso pararia de ser uma gatinha medrosa. Estufou o peito em coragem e começou a se despir. A cada peça que tirava parte de sua coragem também ia embora.

Quando estava sem nenhuma peça cobrindo seu corpo, entrou delicadamente na água, comprovando a temperatura agradável do líquido. Com movimentos medidos e suaves foi levando o corpo para frente até estar a poucos centímetros do namorado. Sentiu a respiração quente dele em seu rosto e admirou a perfeição de sua face por tempo considerável antes de soltar o peso em cima do loiro. Precisava recuperar a coragem de alguma forma.

Ele se remexeu ao sentir algo sobre seu corpo e, antes que pudesse abrir os olhos, sentiu uma pressão delicada em seus lábios. Sorriu. Não precisava ver para reconhecer o beijo de Hinata. Levou os braços, que repousavam ao lado da banheira, ao redor da cintura fina da Hyuuga, abraçando-a. Deslizou a mão pelo corpo dela e se surpreendeu ao notar a ausência de qualquer peça de roupa. Abriu os olhos no mesmo instante e se deparou com a feição levemente corada da azulada.

Nunca esperara algo do tipo vindo dela, porém havia gostado.

-Oi para você. – disse com um sorriso brincalhão nos lábios. – Gostei muito desse tipo de despertador.

A pequena corou novamente e enterrou a cabeça na volta do pescoço de Naruto. Estava morrendo de vergonha, mas não recuaria, continuaria em frente. Começou a depositar beijos no ombro e pescoço do Uzumaki, que se arrepiou com o toque.

-Aposto que você nem tomou banho, apenas entrou na banheira e dormiu... – murmurou entre os beijos, provocando uma risada no loiro.

-Você realmente me conhece.

Ela então sentou em seu colo e encarou-o. O rosado em suas bochechas recusava-se a desaparecer.

-Acho melhor eu fazer isso para você, não acha, Neko-chan? – aproximou os lábios dos dele, porém não os tocou, deixando apenas um milímetro separando-os.

-Eu acho... Não estou totalmente recuperado, sabe...

Os olhos azul mar encararam os perolados com desejo. Hinata pegou o xampu e começou a ensaboar os cabelos loiros. Tentava se concentrar no que estava fazendo e não em todas as outras coisas que a deixavam completamente envergonhada. Depois de ficar satisfeita com o tanto de espuma na cabeça de Naruto, pegou uma esponja, colocou sabão e passou a esfregar o corpo dele com delicadeza e calma. Primeiro o pescoço, depois os ombros, o peito, os braços e descendo.

O loiro estava no céu. Ser banhado pela mulher que amava o fazia feliz e excitava-o. Poderia se acostumar com aquilo com extrema facilidade. Talvez devesse tomar mais alguns tiros. Sorriu com o pensamento idiota. Imergiu por completo para tirar o sabão do corpo e ao emergir envolveu ainda mais o corpo da namorada, colando-a a si.

-Quanto mais banhos vou ganhar?

-Quantos você quiser...

Ele sorriu e voltou a beijá-la. Sentia saudade de sentir o corpo perfeito da Hyuuga e precisava acabar com essa saudade. 


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Notas finais do capítulo

Eaí, gostaram?
Sasuke carente? OUUUN Quero para mim, beijos u.u
Um momento Aychi e no próximo capitulo chegarei a cena romântica dos dois que tanto queria chegaaaaar *.* Ayame está quase começando a entender que amor pode curar. Veremos :}
E EU DUVIDO QUE ALGUÉM ESPERAVA O NEJI E A HANABI SE AMAREM! xD Surpreendi todo mundo, não surpreendi? Eles não vão ser um casal frequente, mas eu juro que vou colocar um close no rolo deles tbm. u.u
Shion is back, bitches! xD Não me matem ou me arrastem pro inferno! Eu juro que sou má, mas... deixa para lá u.u /fogeparaascolinas
E momento ousadia da Hinata! UAAAH! é gente, ela entrou mesmo na banheira. Gostaram do momento Naruhina do capítulo? Espero que sim *´*
Meus caps estão ficando maiores, tenho que parar com isso, não acham? xD até parece.....
É isso meus lindos.
Escrevi esse cap com cólica, então acho que mereço reviews *_* pf pf pf.
Até a próxima. Reviewem-me! ♥
XOXO



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