Invisível escrita por Carolina Fernandes


Capítulo 21
De Revelações a Conciliações


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOI :}
Amores da minha vida, leitores lindos e maravilhosos, cá estou com outro capítulo! UHU ~.-.~
Eu quero chegar em uma parte logo sabe, to muito empolgada para escrever essa parte romantica argh, D: *respira* Logo eu chego lá.
Sabe, eu gostaria que os leitores fantasmas comentasse mais, gosto de saber o que estão pensando T^T Sem contar que sem os maravilhosos comentários que recebi, não sei se ainda estaria eescrevendo com tanto vigor e entusiasmo. u.u
Ontem cheguei ao vígeeeesimo cap da fic. Nem acreditei, é geralmente nesse numero que ou eu termino a fic, ou eu a abandono( na vdd, não é bem abandonar, é deixar ela no forno por um ano mais ou menos .-.)
Mas aqui estou com o 21° toda orgulhosa e com ideias bem definidas *-* , da ate vontade de chorar. Bom, é isso. Eu acho que estou pegando uma gripe, maldição >
Enjoy :}



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316813/chapter/21

Ayame respirava profundamente e tentava não encarar o Uchiha sentado ao lado da cama a encarando. Ela tremia, não poderia estar com mais medo. Havia dito que contaria, então teria que começar a falar, mas sua língua parecia não querer se mexer ou ajudá-la a verbalizar palavras. Parecia que um nó bem grande havia feito de sua garganta lar. Olhou de rabo de olho para Itachi e suspirou. Ele ainda segurava sua mão ralada com ternura. Por que tinha que ser tão perfeito? Perguntava-se. Tudo só ficava ainda mais difícil.

-Até meus dez anos, minha vida foi normal... Feliz... – a pequena começou. As palavras saíam trôpegas de sua boca. Ela sentia dificuldade em falar sobre seu passado sem chorar compulsivamente. – Só que aí meu pai morreu... – sua feição contorceu-se de dor e ela mordeu o lábio. O namorado colocou um pouco de pressão em sua mão para avisá-la de que estava ali para confortá-la. – Minha mãe ficou devastada, eu fiquei devastada, mas depois de dois anos ela começou a ficar mais feliz, sorridente...  – fungou e abaixou a cabeça, deixando-lhe os cabelos cobrirem seu rosto agoniado. – Depois de um tempo ela me apresentou seu noivo, Hiruzen...

A morena não aguentou e explodiu em lágrimas. Seu corpo dava trancos com os soluços e ela por vezes se engasgava, tossindo por consequência. Itachi estava com medo de abraçá-la e provocar dor na jovem com o ato, por isso apenas acariciou seus cabelos e tentou secar a água salgada que molhava suas bochechas. Ela respirou fundo depois de alguns minutos e se acalmou um pouco, contudo ainda tremia. Sua visão estava perdida, como se as memórias a tivessem lançado em uma espiral de sofrimento.

-Ele era bem atraente na época e sua atitude era respeitosa e gentil... Até meus quatorze anos, tudo correu bem. A gente até parecia uma família... – os pelos de seu braço se arrepiaram com a brisa gelada que entrou da janela. – Mas quando eu fiz quinze, as coisas começaram a mudar... Eu ouvia discussões enquanto dormia...

Itachi ouvia tudo com muita atenção e não gostava do rumo que aquela história estava tomando. Podia sentir a dor da mulher em cada parte de sua alma. Seu único desejo era entender tudo para então arrancar aquela escuridão de Ayame de uma só vez.

-Um dia, desci para averiguar e presenciei a troca de berros furiosos. Hiruzen me viu, parecia bêbado. Ele veio para cima de mim, me pegou pelos cabelos e me jogou no chão. – Ela virou a cabeça completamente e ficou em silêncio por tempo considerável. Não queria revelar aquela vergonha. Engoliu em seco e respirou pesadamente. O patrão merecia saber de tudo. – Ele gritava coisas horríveis para mim, dizia que iria... – ela vacilou, as lágrimas caiam ainda mais grossas. Sua voz saiu esganada nas próximas palavras. – Que iria me foder até eu não conseguir andar novamente...  – ela levou a mão à boca e tampou os lábios. Seus olhos estavam apertados de vergonha. – Minha mãe tentou me defender, pegou uma faca e partiu para cima dele. Foi assim que ele ganhou a cicatriz no rosto... – ela já começara a sussurrar, não possuía mais forças. Não conseguia mais se ouvir. – Hiruzen ficou uma fera, esmurrou-a com força... Ela bateu a cabeça na pia e quebrou o pescoço... – a empregada voltou a chorar compulsivamente. Lembrar a cena da morte de sua mãe era mais que doloroso. Ainda podia ouvir claramente em sua mente o estralo feito pelo pescoço da mulher. Ainda podia ver olhos perdendo a vida de um segundo ao outro.

O Uchiha paralisara. Não sabia o que falar ou o que fazer. Era muito pior do que podia ter imaginado e sabia que a garota não havia terminado de contar sobre seu passado. O coração do moreno apertou, parecia que várias agulhas o haviam perfurado. Seus olhos se encheram de lágrimas. Não podia escutar aquilo a respeito dela, não a respeito de sua Ayame. Não podia acreditar em seu sofrimento ou em como ela ainda aguentava tudo de cabeça erguida e com coragem.

-Eu a vi desfalecer na frente dos meus olhos... Aquele animal a batia e eu nunca percebi nada. – cerrou os dentes. Continuava o relato com custo. – Depois de matar minha mãe, ele veio para cima de mim. Abusou de mim, bateu, cortou minha pele e me fez sentir uma dor absurda toda vez que invadia meu corpo, por frente e por trás, noite seguida de noite. – ela encarava a parede branca do quarto. Parecia sem vida ao falar. Estava com nojo de si mesma e Itachi percebeu isso. – Era só se sentir entediado, que descontava em mim. Eu aguentei por um ano e fugi para Tókio. Fui para casa do meu amigo, Sai. Ele era maravilhoso, meu melhor amigo gay. – ela sorriu sem vida – Tinha até um namorado... Cuidou de mim e eu consegui começar a viver de novo... Estava feliz. Achava que havia despistado Hiruzen, mas estava enganada. Um pouco antes de fazer dezoito anos, ele me achou e matou meu melhor amigo, seu namorado e sua mãe... – lágrimas voltaram a cair enquanto as imagens do apartamento ensanguentado do amigo mostravam-se diante de seus olhos. – Ele os torturou e os matou só para me castigar... – Ela deixou o corpo e a cabeça caírem na cama. Sua respiração estava ruidosa.

-Eu corri do lugar antes que ele me encontrasse, pois o animal gostava de brincar... Matar aos poucos, depois de fazer a pessoa sofrer tanto que até mesmo desejava ter a vida tomada. Fui para o aeroporto e usei o dinheiro que havia guardado para caso aquilo acontecesse. Também já tinha falsificado meus documentos. Entrei em um avião e fui para os Estados Unidos. Cortei meu cabelo e me alistei no exército... – ela agora relatava tudo como se fosse uma máquina. Encarava a vista pela janela e tinha os olhos perdidos no por do sol. – Na segunda semana, o comandante descobriu que eu era mulher, mas ele não me delatou. Na verdade, nós acabamos nos envolvendo. Foram três anos maravilhosos, mas aí o Hiruzen me encontrou de novo. Ele me encurralou em uma rua e me levou para uma construção abandonada. O monstro me fez assistir mais uma morte. Ele me fez vê-lo desmembrando o homem que eu amava. – Ayame voltou a chorar e chorou por algum tempo. Os gritos de dor do comandante ecoavam em seus ouvidos. Ela apertava os olhos tentando trancafiar tudo em um calabouço bem no fundo de sua alma.

Itachi estava mortificado, parecia ter sido sugado por um buraco negro. Como ela havia conseguido sobreviver todo esse tempo? Como ela ainda não havia sucumbido à loucura? Kurumizawa era extremamente forte. Era só o que coseguia concluir. Ela tinha vontade de viver e não desistia desse desejo. Agora entendia por que a jovem havia lutado tanto para salvá-lo, ela simplesmente não conseguiria carregar outra morte nas costas. Uma lágrima desceu de uma das pérolas negras. Ajudaria a morena a qualquer custo.

-Depois disso, ele me trouxe de volta para o Japão. Ele me deixou presa em uma cela por três anos. Eu parecia uma escrava... – conseguiu reencontrar a voz, mas sentia seu corpo todo dormente. Nunca havia contado aquelas coisas. Falar em voz alta parecia criar um sofrimento ainda maior. – Mas eu nunca deixei de lutar para encontrar um jeito de fugir. Um dia, por pura sorte, ele leva uma mulher para casa, ela deixa cair um grampo do cabelo, que atravessa pela madeira e cai aos meus pés. Peguei a peça e destranquei a fechadura. Ele deixava todas as drogas que usava no alçapão onde me aprisionava. Eu peguei uma seringa e preparei uma dose para causar overdose. Subi pelas escadas e enfiei a seringa em seu pescoço enquanto transava com a prostituta. Corri para longe e fiz uma ligação anônima para a polícia a respeito das drogas. Ele surpreendentemente sobreviveu, mas foi preso. Eu vim para Hokkaido e estava livre dele há algum tempo...

O silêncio reinou por alguns instantes. Ela continuava a chorar silenciosamente. Já havia anoitecido e o quarto estava escuro, apenas iluminado por uma lâmpada fraca ao lado da cama da pequena. Ayame não queria nem imaginar o nojo que seu patrão estaria sentindo dela. Para a jovem, todo seu corpo e alma estavam tomados pela podridão daquele animal.

Itachi, ao contrário do que a namorada pensava, não sentia nojo, apenas sofria por ela. Ele queria salvá-la, mas após saber de tudo aquilo não sabia ao certo se existia alguma coisa imaginavelmente possível em seu alcance. Ele não era tão forte como ela, muito menos tão corajoso. Até seu irmão possuía mais coragem que ele, uma pessoa que havia desistido de todos os sonhos pelo bem da família. Era esse seu pensamento e, de fato, não poderia se considerar corajoso tomando por base conceitos tão superficiais. A coragem que tinha, mas desconhecia, era aquela para se fazer o que é certo.

-Ayame... – tentou falar, mas a morena não deixou.

-Desculpa por tudo isso, Itachi...

-Não precisa se desculpar, porque eu não te culpo por nada! – tentou mais uma vez. Queria que ela o olhasse, mas a jovem continuava evitando seus olhos. – Ayame, eu...

-Será que eu posso ficar sozinha um pouco? Eu realmente...

O rosto de Ayame se contorcia de agonia mais uma vez. Não iria conseguir conversar com a pequena naquele momento e sabia disso. Tinha que dar um tempo a ela. Levantou-se e depositou um beijo terno na testa da namorada. Saiu do quarto lentamente, mantendo o olhar na silueta debilitada da empregada enquanto fechava a porta branca. Estava perdido e não sabia o que fazer para ajudar a pessoa que amava, porém não desistira, lutaria por ela e destruiria sua maldição para todo o sempre.

-----------------------------------****------------------------------

Estava na sala de espera junto com Sasuke. Os dois não estavam muito machucados. A azulada apenas teve de receber uns curativos nas mãos e tomar soro, enquanto o vizinho só teve que desinfetar alguns arranhões. Agora, ambos esperavam aflitos na saleta pelo término da cirurgia de Naruto. O projétil tinha que ser retirado do loiro. Hinata não podia nem ao menos roer as unhas devido ao curativo.

-Hinata, pare de bater essas pernas! – o Uchiha disse agarrando as coxas da vizinha fazendo-as parar com o movimento frenético.

-Desculpa, Saki-chan. Estou nervosa. – ela suspirou. Só queria ver seu namorado sorridente e escandaloso de novo para beijá-lo e amá-lo a noite inteira.

-O dobe está bem! Vivo da silva! – Sasuke deu de ombros, fingindo despreocupação.

-Huh, até parece despreocupado, mas fica olhando o relógio de minuto em minuto! – zombou a azulada. O amigo fez uma feição de quem diz: “Droga, fui pego no flagra”. Estalou a língua e virou a cabeça emburrado.

O celular de Sasuke tocou tirando o rapaz de sua pose carrancuda. Ele atendeu ao aparelho enquanto a Hyuuga procurava algo para se distrair folheando uma revista qualquer. Imaginava ser Minato novamente, por isso se surpreendeu ao ouvir uma voz feminina.

-Sasuke? – a voz de Sakura parecia aflita e preocupada.

-Oi, Sakura... – ele sabia que ia ouvir algumas. Hinata olhou-o de rabo e arqueou uma sobrancelha. O rapaz deu de ombros de forma rendida.

-O que você fez? Quase tive um treco quando vi o noticiário! Podia ter pelo menos me avisado! – ele não conseguiu evitar um sorriso ao constatar a preocupação da rosada. Podia responder que não a devia satisfações, pois não eram nada um do outro, mas não conseguia. Gostava de verdade da criatura rosa irritante.

-Desculpa... – Hinata engasgou ao ouvir aquelas raras palavras proferidas pela boca do Uchiha e olhou-o falsamente abismada, só para tirar sarro com a cara do vizinho. Sasuke deu um peteleco em sua orelha e virou a cara de novo. – É que tudo aconteceu rápido demais, eu estava uma pilha de nervos... Podia acabar descontando em você. – falou por fim, contrariado. Ouviu o suspiro da Haruno.

-Tudo bem... Pelo menos está são e salvo... Passe aqui depois, está bem?

-Ok. – Sakura despediu-se assim como ele, logo o moreno desligou o celular. Olhou para a pequena ao seu lado, de feição travessa. – Cala a boca, Hinata. – ela só riu sonoramente o fazendo revirar os olhos.

-Alguém ganhou uma coleira! – continuava rindo. Sasuke enlaçou o pescoço dela e começou a bagunçar seus cabelos azulados em punição. O conquistador envergonhava-se do fato de ter sido dominado por uma mulher. –Pare com isso, Saki-chan!

-É pare com isso... SAKI-CHAN!

Os dois amigos paralisaram ao ouvir uma voz bem humorada e que evidentemente zoava do apelido do Uchiha. Olharam para cima e deram de cara com Hanabi em uma pose de diva e com um sorriso vencedor em face. Sasuke apenas passou a mão na face em desespero. Era o seu fim. Hinata ainda estava surpresa por ver a irmã em sua frente.

-Então, Saki-chan, você está bem? Ainda anda despedaçando corações femininos por aí, Saki-chan? Ou agora você resolveu assumir sua mulher interior, S-a-k-i-c-h-a-n? – a Hyuuga mais nova enfatizava o apelido carinhoso do vizinho da irmã só para irritar o jovem, quem já começava a ficar vermelho de fúria.

-Como foi que eu tive coragem de transar com você, garota? – os dentes dele estavam trincados e seus olhos cerrados de ira.

-Simples, porque eu sou uma mistura de Avril Lavigne com Amy Lee e Hinata. Não tem como resistir a mim... Todos os homens, uma hora ou outra, são Hanabizados! – a caçula jogava os cabelos para o lado e piscava para o moreno, que estava quase batendo a cabeça contra a parede. Hinata começou a rir da irmã, como sempre.

-Toma jeito, garota! Se continuar nesse salto, quando cair, não vai sobrar nem osso para contar história! – Sasuke bufou e deu uma encarada mortal e congelante em Hanabi, que apenas deu de ombros e sentou ao lado da irmã, abraçando-a como se fosse seu ursinho de pelúcia favorito.

-Meu dango! Hina-chan, que susto me deu! Como iria sobreviver sem meu dango! - A jovem quase enforcava a irmã com o enlaço.

-Hana... Ta... Sufocando! – a mais nova soltou rapidamente e a azulada sorriu. Amava tanto a irmã.

-Saia daí, Hanabi. Hinata precisa ser punida! – outra voz interrompeu outro momento.

-Neji-nii-san! – A azulada se surpreendeu ao ver mais um membro de sua família, mas também ficou feliz por saber que eles ainda se preocupavam com ela. Era reconfortante para sua alma frágil.

-Dá no pé, Legolas moreno! – Hanabi mostrou a língua para Neji, quem torceu o nariz. A Hyuuga mais velha e, até mesmo o Uchiha, não conseguiram evitar rir do apelido. O jovem realmente lembrava o elfo de senhor dos anéis.

-Por Deus, Hana, você não mudou nada! – a azulada disse entre risadas.

-Ficou pior. – o primo encarava o rosto arteiro da prima de forma mortal, mas a jovem respondia o olhar fazendo caretas.

-Você me ama, priminho! Até foi quem me ensinou a beijar! – Hanabi deu uma piscadela e o Hyuuga ficou mais vermelho que um pimentão. Na mesma hora a garota bateu uma foto da cara de desconcerto do rapaz. – Opa! Mais uma para o Instagram! – Neji trincou os dentes e estava quase partindo para cima da parenta quando outras vozes invadiram a saleta.

Todos olharam para o batalhão que havia entrado na sala de espera. Hiashi, Harumi, Minato, Kushina, Jiraya e Tsunade. Esses dois últimos haviam visto a reportagem na televisão e ligado preocupados para Minato, quem explicou toda a situação em detalhes para os padrinhos do Naruto. Os dois ficaram aflitos e decidiram ir ao hospital para averiguar se o afilhado estava inteiro. O grupo demorou em chegar ao recinto, pois a recepcionista ficava perdida com todas as perguntas que recebia e não conseguia saber para qual andar encaminhá-los. A Hanabi jogou um charme em um enfermeiro que passou por perto dela e descobriu seu rumo rapidamente, esgueirando-se como uma gata. Só Neji percebeu a artimanha da jovem.

Harumi correu para a filha e abraçou-a com ternura. Chorava. Era tão maravilhoso poder ter sua cria junto a si, onde ela pertencia. Hinata correspondia ao enlaço. Sasuke se afastou para dar alguma privacidade à família, mas não pode evitar direcionar um olhar assassino para o pai de sua vizinha. O homem ficou impassível como sempre. O Uchiha foi então para próximo da família do Uzumaki para explicar como estava a situação, pois percebera que Kushina procurava por um médico desesperadamente.

Hiashi se aproximou da mulher, quem conversava com a filha e a abraçava inúmeras vezes. Hinata ficou tensa com a aproximação do homem, afinal só esperava pedras dele. Seu pai parecia mais calmo que o usual. Sua feição possuía alguns traços de confusão, o que era estranho. A pequena encolheu-se sobre o olhar dominador do Hyuuga. Sua mãe envolveu-a de forma protetora e olhou para o marido desafiadoramente. O que havia perdido? A azulada se perguntava enquanto sondava o olhar por sua família. Neji e Hanabi estavam inquietos, como se estivessem preparados para conter uma explosão a qualquer momento.

-Será que posso conversar com você em particular, Hinata? – o pai disse sério, evitando o olhar de sua mulher.

A pequena vacilou um pouco com o pedido, engoliu em seco e olhou para sua mãe. A mulher parecia decidida a protegê-la de qualquer pedra que Hiashi tentasse jogar. Respirou fundo e tomou coragem. Estava na hora de enfrentar seu velho de uma vez por todas.

-Tudo bem... – respondeu e se levantou para acompanhar o Hyuuga até um lugar mais reservado. Deixou para trás três familiares com feições preocupadas e aflitas.

-------------------------------****-------------------------

- Naruto está em cirurgia... – avisou ao se aproximar de Kushina e Minato. A ruiva arregalou os olhos e agarrou o braço do marido.

-Como? – perguntou aflita. Não imaginava que seu filho precisaria ir para cirurgia. Não gostava nem de imaginar algo do tipo.

-Ele está bem, só precisavam retirar o projétil... Mas os médicos disseram que não era uma operação de risco. – a mãe respirou aliviada assim como todos os outros membros da família.

-Graças a Deus!

-Sasuke-san, como que as coisas se desenrolaram no prédio? – Minato perguntou. Estava curioso, afinal noticiários não contavam tudo.

-Uma bagunça. A polícia chegou antes da hora, Kakashi e Gai sumiram e eu e o Naruto quase fomos engolidos no meio do fogo cruzado. Tudo o que poderia dar errado deu, mas no final deu certo. – O Uchiha deu de ombros. O loiro em sua frente descabelou um pouco os fios dourados e murmurou algo. Devia estar amaldiçoando os investigadores.

A família começou a falar entre si, discutindo a respeito do plano e tudo mais. Sasuke viu aí sua deixa. Não era de se meter em assuntos alheios. Já tinha sua família cheia de problemas e complicações para se preocupar. Afastou-se e saiu da saleta com as mãos enfiadas nos bolsos. Precisava achar uma máquina de café.

Começou a pensar em seu irmão. O homem deveria estar mesmo irritado, afinal não havia vindo procurá-lo no hospital como os parentes de Hinata e Naruto. Sorriu. Itachi e Fugaku até compreendia, mas até mesmo sua mãe o havia deixado de lado. Deveria ser apenas um membro descartável dos Uchihas. Relfetia. Odiava se importar com essas coisas. Podia fingir que não dava a mínima para o amor e aceitação de sua família, mas tudo não passava de encenação. Agora nem mesmo tinha ao irmão. Praguejou. Havia sido estúpido e imaturo, mas iria conversar com o mais velho o mais rápido possível.

Encontrou uma máquina de café ao final do corredor e se aproximou. Apertou os botões necessários e retirou um copo cheio do líquido negro e quente. Uma sombra a direita chamou sua atenção e o fez voltar o olhar para a direção. Viu um homem sentado ao lado da máquina, com o rosto enterrado entre as mãos e um cabelo negro desgrenhado. Percebeu que os ombros da pessoa chacoalhavam. Estaria chorando? Ia deixar para lá e sair de perto quando reconheceu a calça de moletom surrada que o rapaz vestia. Paralisou no mesmo lugar e sentiu um frio percorrer sua espinha.

-Itachi? – perguntou só para chamar a atenção do irmão, pois já tinha certeza da identidade dele.

O Uchiha mais velho reconheceu a voz do caçula. Praguejou em pensamento e hesitou em levantar o rosto. Não queria que seu irmãozinho tolo visse suas lágrimas.

--------------------------------------******--------------------------------

Entraram em um quarto que estava vazio. Hinata estava tensa. Seu pai era assustador e ela nunca conseguia enfrentá-lo como Hanabi fazia. Encolheu-se com o pensamento. Só podia imaginar as facadas em forma de palavras que receberia em alguns minutos. Tentou respirar compassadamente e esperou que Hiashi começasse a falar.

-Hinata, eu queria... – ele vacilou um pouco e desviou o olhar soberano para uma parede branca. – Queria te pedir desculpas.

A azulada caiu sentada no sofá perto de si. Seu queixou desceu involuntariamente. Nunca, em um infinito de anos, imaginara ouvir aquelas palavras serem verbalizadas por seu pai. Até tremia. Não entendia o que estava acontecendo, por isso ficou muda enquanto encarava o homem de porte requintado e expressão impassível.

-Eu não te odeio, filha... Na verdade, nunca quis que saísse de casa. – pronto, a cabeça da Hyuuga virara um nó de marinheiro. Não entendia mais nada. Sua feição ficou visivelmente confusa. Hiashi suspirou e algumas rugas apareceram em seu rosto revelando uma expressão de dor. O queixo da jovem caiu mais. – Você sempre demonstrou tanto talento e inteligência... Sempre se controlou bem quando estava sofrendo pressão... Você nunca desapontava minhas expectativas e eu acabava ficando mais severo para te fazer amadurecer mais. Eu queria jogar na cara do meu irmão que uma mulher poderia herdar o legado dos Hyuuga esplendidamente. Queria mostrar para ele que minha filha era melhor que o filho dele... Acabei te fazendo sofrer por causa do meu orgulho inabalável e também foi por causa dele que te expulsei de casa, pois não pude aceitar que você tinha uma personalidade totalmente diferente da minha e desejava coisas diferentes. Quando você não quis seguir pelo caminho que eu desejava, eu recebi um soco em meu ego. Agi mal e só agora vejo que o responsável por Harumi adoecer cada vez mais sou eu. Perdoe-me, Hinata.

A morena não sabia o que falar ou pensar. Na realidade, nem mesmo podia acreditar no que acabara de ouvir. Seu pai sempre se orgulhou dela? Era isso mesmo o que tinha ouvido? Ele a havia expulsado porque não conseguiu aguentar ter seu prodígio indo por outro caminho? Ela não conseguia processar essas informações. Eram muito diferentes do que sempre imaginara.

Hiashi estava com seu orgulho ferido por falar tudo aquilo, mas sabia que já era hora da família se reunir novamente. Ele tinha que parar de agir como uma criança mimada, destruindo laços familiares importantes um a um. Talvez, se tivesse sido um pai carinhoso, Hinata teria seguido seus passos. Sorriu com o pensamento. Realmente havia sido estúpido. Só pode chegar à conclusão de que não servia para a paternidade. Exalou o ar pesadamente. Pelo menos ainda tinha chance de concertar tudo. Nunca imaginara Harumi falando em divórcio e aquilo foi o tapa em sua cara que o fez acordar para a realidade evidente.

-Você pode voltar para casa se quiser... Mas se não quiser, saiba que é bem vinda a qualquer hora. – concluiu relaxando os ombros e encarando por fim o semblante abalado de sua filha.

-M-mesmo? – a azulada ainda não conseguia falar. Estava paralisada de surpresa, confusão e felicidade.

-Sim... Isso se você conseguir me perdoar... – o pai torceu um pouco a boca e desviou o olhar novamente, parecia envergonhado. A pequena se levantou e se aproximou do homem.

-Eu nunca te culpei, pai, por isso não tem nada para perdoar. – ela sorriu e envolveu a cintura do Hyuuga, cujos olhos se encheram de lágrimas. Ele correspondeu ao enlaço, lembrando-se como gostava quando a menina o abraçava cheia de admiração e receio quando era mais nova.

-Obrigado por ser minha filha, Hinata... Obrigado...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Geeeeeente, alguém chorou com a hist da Ayame? .-.
Tadinha dela né T^T é de partir o coração.
E quem foi Hanabizado aí? XD HAHAHAHA' Já tá todo mundo amando a Hana que eu sei :p
E quem não sabe quem é Legolas: VAI ASSISTIR SENHOR DOS ANEIS AGORA OU NÃO IREI TE PERDOAR! u.ú
Essa família toda no hospital ainda vai dar confusão xD
Itachi encontrou oSasuke :O Na vdd, Sasuke encontrou Itachi chorando, Mygosh, momentos de tensão...
E Hiashi não é um completo fdp afinaaaal! hahaa' Conseguiram perdoar o homem?
Sempre digo, nem tudo é o que parece. :}
É isso, reviewem-me e me façam feliz. Quem quiser me add em qualquer coisa é so falar, ok? Eu não mordo não u.u
XOXO