Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 9
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Notas iniciais do capítulo

Era para ter saído ontem, mas estava sem net. Ele virá em breve meninas. Este capítulo não saiu como eu planejei, mas é por que estou tomando um fôlego, antes de mergulhar na ação que estar pro vir entre os três: Elena, Stefan e Damon.
Boa leitura!



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Damon não queria ter deixado Elena, mas sabia que agora seria muito mais útil longe dela. Ao menos ele pensava assim. Mandou um mensageiro ir até o reino do pai avisar sobre o que acontecera e estava a espera não só de notícia sobre Elena, que ele deixara aos cuidados dos curandeiros, mas também sobre os batedores que enviou atrás de Elijah. Ele não poderia ir longe. Até então nenhuma notícia lhe chegou. Estava começando a se inquietar. Olhava incessantemente para a tenda onde estava a princesa. Sabia que seu irmão, assim como seu pai iriam querer a caveira do homem que pôs Elena em perigo. E em seu coração uma angustia crescia.

“Ela fez por mim.” Pensava Damon. “Depois de tudo que passamos e a poucas horas estivemos brigando tanto...”

Foi então que um dos curandeiros saiu da tenda. Damon o abordou assim que pode.

-Como ela está? – perguntou impaciente.

-Mei amum. – ele curvou-se sem nada lhe responder, aumentando a ansiedade e inquietude do príncipe.

-Responda! – sua voz saiu áspera.

-Cuidamos da ferida, estancamos o sangramento. – sua voz não inspira animo. – Mas a ferida foi muito profunda. Sinceramente não sei como está resistindo. É muito forte, ou seus poderes... Não podemos fazer nada mais alteza. Está pela vontade de Amón-Rá. – ele curvou -se novamente.

-Posso vê-la? – a voz do príncipe estava mais baixa que o normal, sentiu seu peito apertado, um nó na garganta.

O curandeiro apenas lhe apontou a entrada da tenda. Lá dentro Elena estava deitada, cercada por mais um homem e Rose, que lhe cobria. Estava quase de noite e o deserto tem um frio cortante quando o sol se vai.

O homem imediatamente se pôs de pé e saiu da tenda. Rose permaneceu.

-Ela está ficando com febre. Vou buscar água fresca. – ela falou com voz suave, mas não obteve resposta. Damon estava encarando a mulher pálida, deitada sem movimento diante de si. Seus olhos marejados e engolindo pesadamente sua saliva. – A deusa não permitirá que algo tão injusto aconteça amum. Ela vai ficar bem. Acredite. – tentou consolar. Damon a olhou neste momento e deixou que uma lágrima escapasse a limpando rapidamente.

-É só no que quero acreditar. Que ela ficará bem. – volta a olhar para Elena.

-Eu acho muito puro e bonito o sentimento entre vocês. – Damon a olha como se tivesse acabado que infligir uma das maiores leis, mas ela o ignora. – Sabe mei amum, meu pai me contava histórias de amores assim. De ligações tão fortes. Amores conectados através de várias vidas. São sentimentos muito raros. Capazes de transformar muita coisa. Capazes de curar. – seu tom foi enfático. Damon desviou o olhar do dela.

-Não ia pegar água pra ela? – pergunta sem a olhar, mirando Elena.

-Sim, eu já volto. Devo banhá-la.

Ela se vai. Não sem antes deixar Damon envolto em pensamentos. Não que ele seja crente, ou quisesse se prender a uma conversa tão sem sentido pra ele. Mas naquele momento, diante da situação tão amedrontadora, daria qualquer coisa por ela, acreditaria em qualquer coisa, se ela fosse ficar bem. Se ele pudesse ouvir sua voz novamente.

Damon se aproximou mais dela, curvou-se ao seu lado no chão da tenda.

-Eu olho pra você e não a reconheço. Está tão pálida... Elena está não é você. Não é a sacerdotisa que conheci naquele templo, destemida, vivaz. Não tem nada da princesa que invadiu a reunião de um conselho, nada da mulher que lutou ao meu lado a horas atrás, então seja lá a mulher que esteja diante de mim agora, mande que vá embora. Você consegue ser tanto, tudo ao mesmo tempo. Deve ser forte agora. Por você, pelo que acredita, pelos que acreditam em você. – ele ofega, percebe que está em lágrimas... – Oh Elena não faça isso comigo. Use sua força. Clame pela deusa, por favor... Não me deixe... – ele estica a mão para tocar o rosto dela, mas Rose volta para a tenda cedo demais. Fazendo Damon se sobressaltar e afastar-se dela.

-Me desculpe amum, tenho que banhá-la. – ele apenas assenti, sem voz, contendo os sentimentos e sai da tenda.

...

Ela não pode morrer. Não vai morrer. Avisto Niklaus ao longe e corro até ele.

-Você tem notícias dele?

-Por incrível que pareça ele conhece bem este deserto.

-Está justificando o fato de você não encontrar um homem, partindo com sete?

-Vamos encontrá-lo amum.

-Quero ele vivo.

-Assim será.

-O mensageiro voltou?

-Não.

-Me avise quando estiver de volta.

-Certamente.

Quando eu estiver diante de você outra vez hicso, vais implorar que te mate.

Fiquei sentado junto a fogueira de frente pra sua tenda, não conseguia me afastar de lá. Quero estar perto dela, mas me contenho, ela é a princesa de meu irmão. Herdeira do trono da casa de Rá. Trono que era meu por direito, direito que abdiquei, e agora percebo que o destino trama contra mim. Se eu ainda fosse o príncipe herdeiro, ela seria minha mulher.

Meus pensamentos são interrompidos pela dama que deixa a tenda com visível agonia.

-Arquedek ! (me ajudem) – ela grita e me faz levantar. Oh não!

-O que foi? – pergunto sem esperar resposta, entrando na tenda, ela continua gritando pelos curandeiros. Vejo Elena no mesmo lugar onde antes estava imóvel, agora se debatendo em convulsões. – Não! – me agacho ignorando tudo ao meu redor, a pego nos braços, seus olhos estão abertos, arregalados e ela não diz nada. – Elena me diga o que fazer, eu faço qualquer coisa, me diga! – por favor... seu ferimento está sangrando.

Os curandeiros entram na tenda e ficam paralisados, olhando ela em meus braços.

-Façam alguma coisa. Ela vai morrer. – eles não se mexem. Por que não? Pelo amor dos deuses Elena... – Olhe para mim. – eu peço, seu olhar num ponto fixo e ainda se debate em meu colo. – Elena, por favor, o que eu faço? – sangue começa a escorrer de sua boca. Ela revira os olhos, a convulsão cessando, mas é um mal sinal. Não, não, não... –Por Osíris, façam alguma coisa! – grito para os curandeiros, eles não fazem nada, não há o que fazer. Elena fecha os olhos.

NÃO!

-Mei amum... – um dos homens fala.

-Não! – não quero ouvir. – Elena, olhe pra mim. Elena!

-Meu príncipe... – é um soluço da dama de companhia. Não, não! – Ela não pode, não está mais aqui.

-Parem! – grito. – Ela não está morta. – estou com dificuldade pra enxergar o rosto dela, as lágrimas não me deixam a olhar com clareza. Não faça isso comigo. Você não pode ir.

Há uma pequena comoção na tenda, não estou prestando atenção em nada. Vamos abra os olhos, você não morreu, não morreu.

-Medjay. – eu levanto o olhar para o meu general. – Melon (amigo), ela não está mais conosco.

-Não! – ele se curva, acena para alguém e vejo os curandeiros virem em busca de Elena em meus braços. Por que não a ajudam?

-Vamos, deixe eles fazerem o trabalho...

-Eles não fizeram o trabalho, por isso ela está assim. – eu grito e ele fecha os olhos e volta a segurar meu braço. Elena é tirada de mim. – Não!

-Venha amum, venha... – Niklaus me tira aos poucos da tenda. Quero ficar com ela. Tento me soltar, mas ele sempre foi mais forte que eu e estou quebrado, meu peito está doendo, minha garganta doi.

-Ela não pode, não pode fazer isso.

-Venha. Temos que partir amanhã o quanto antes. Seria ideal agora, mas podemos pegar tempestades. Temos que levá-la de volta a cidade sede, para os rituais a Anubis e Osíris.

-Pare de falar. Ela não pode estar morta. – grito novamente.

-Amum, você viu, estava em seus braços, sem vida.

-Não está. Você não vê? Nenhum de vocês pode ver? Ela não pode.

-Não foi sua culpa, foi uma loucura a trazer pra batalha, o faraó levou a extremos sua fé na força de sua amumi. Você tentou alertar.

-Não foi o suficiente. Ela está caída no chão e gélida. Morta! – Oh Amón-Rá  - Ela está... Não! Não!

Niklaus tenta, mas não consegue me segurar e estou de volta na tenda, onde Elena já está com roupas de baixo, ainda manchadas pela sua ferida. Ignoro a todos e avanço contra ela. A tomo em meus braços e deixo o local com todos me olhando assustados.

-Você não está morta. Não vou deixar.

Eu não sei o que estou fazendo, mas em mim cresce a certeza de que sei pra onde vou. Tenho um lugar para ir.

...

Damon adentra o deserto a noite, com Elena nos braços a leva até as margens do Nilo. Entra com ela, ouve passos a suas costas, mas ignora a tudo. Há apenas ele e Elena. Ele a segura e mantém na superfície, seus longos cabelos se espalhando e ondulando com a agitação causada nas águas. Suas vestes brancas iluminadas pela lua e sua pele tão gélida e pálida contra as águas do grande provedor das terras férteis do Egito.

-Eu nunca fui crente, mas eu acredito em você. No seu amor com o próximo, na sua esperança nos homens, em mim. Você é boa, pura, corajosa, doce, forte. Sei que não acaba aqui. Você não acabou, não completou sua missão então não pode ir.

Sua voz está grave, forte, quase gritos a beira do rio, e aos poucos um grupo se forma na margem. Niklaus, os curandeiros, Rose, alguns outros homens.

-O Egito precisa de sua fé, sua compaixão. Amón-Rá não permita. Não ela, leve a mim.

Damon está olhando o céu escuro e cravejado de estrelas. Lágrimas escorrem por sua face.

-Eu só quero que me diga o que fazer... – ele soluça agora, se referindo a Elena. – Farei qualquer coisa por ti. Sempre, apenas me diga o que. Fique comigo, volte pra mim, como minha princesa, cunhada, deusa, o que for, apenas volte. – ele para engole em seco, talvez ciente do grupo a suas costas. – Eu a amo. Daria minha vida em troca da sua. Volte... – ele acaricia o rosto dela, desespero tomando todo o seu coração. – Não permitam que ela morra. Meus deuses... – soluços desesperados e descontrolados lhe tomam por completo e Damon cai, sentando-se perto da margem, com Elena imóvel em seus braços. – Mãe terra, deusa da fertilidade, da bondade, dos aflitos, olhe por mim, olhe por ela, por todos nós. Precisamos dela. Meu povo, eu...

Damon segura o rosto de Elena pelo queixo, se livra dos fios molhados e grudados que cobrem sua face, encosta o queixo na testa dela e então começa a niná-la, inclinando-se pra frente e para trás, beija o tomo da sua testa.

-Eu amo você, mia anaã, (minha amada) volte pra mim. Etei per semper amoris (te amarei para sempre).

E ele para, fica imóvel. Olhando no rosto dela se inclina cada vez mais, seus lábios quentes e molhados pelas lágrimas encontram os gélidos de Elena e é um beijo puro, cheio de súplica, doação, amor...

-Mia anaã... – soluça ao encarar a face ainda paralisada, sem expressão. “Ela não vai voltar” – pensa ele e se entrega ao choro, afundando a face no colo da princesa.

O redor todos esperam quietos, não se podia esperar mais que isso, a princesa se fora. Niklaus estava pronto para ir até seu príncipe novamente, o tirar daquela tortura, todos com a mente abalada pela confissão e reação do medjay diante da perda da amumi. Mas então Rose o segura.

-Espere! – em sua voz um ofego de exclamação, ela aponta para o casal na margem do rio e Niklaus acompanha seu movimento e vê quando fragilmente Elena ergue sua mão em busca do corpo de Damon.

-Por Amón-Rá. – ele ofega e todos ao redor se agitam. Damon trava ao sentir o toque de Elena e cessa o choro.

-Medjay! – a voz suave e fraca da princesa entra nos ouvidos dele e imediatamente ele ergue o olhar. Seus olhos não parecem crer no que vê. – Está tão frio... – ela tremula arfando um pouco ao receber bem o ar em seus pulmões.

-Pelos os deuses. – Damon ofega e a trás mais junto de si. – Pensei que havia a perdido. – Elena tenta de maneira débil retribuir o abraço esmagador, mas é em vão, ela solta um gemido quando o aperto a afeta pelo ferimento. – Me perdoe! – ele a encara.

-Está tão frio. – ela repete e Damon a ergue da água, levantando e se afastando da margem. – Esteve chorando... – ela diz com doçura capturando uma lágrima que se mantinha na face de Damon.

-Não é nada.

-O que estou fazendo aqui no Nilo com você? Molhada?

-O que sente?

-O corte doi. – ela reclama. – A pouco estava sonhando com você. – diz apenas para ele ouvir. –Estava tudo tão escuro, eu me sentia perdida, mas então você me pediu para voltar. – Damon está encarando-a. Cada palavra dita é como música para ele. Ela está viva. - Você estava falando bobagens.

-Que bobagens? – pergunta não podendo conter a euforia na voz.

-Que me amava, e amaria para sempre.

-Muita bobagem. – ele diz em baixo tom e ela sorri fracamente, descansando a cabeça em seu ombro e envolvendo o pescoço dele com os frágeis braços. Fecha os olhos e parece engolfar em um sono tranquilo, mas agora o coração de Damon está em paz. Ele pode ouvir sua calma respiração.

Internamente Damon agradece aos deuses e encara olhos arregalados diante de si. Segue alheio a eles até de volta a tenda. Só Rose o segue até lá. Elena continua dormindo, quando hesitante Damon a coloca deitada e brevemente acaricia seus cabelos.

-Tire esta roupa molhada, a enxugue bem. Mantenha o corte limpo. – ele dita as ordens e se afasta da princesa.

-Um amor que atravessa vidas. O faraó repararia o erro, tal ligação não pode ser ignorada. Sabemos que ela casou-se com o príncipe que não ama. – Rose fala.

-Muitas casam-se assim.

-Você também a ama e mesmo assim a deixou casar com príncipe Stefan.

-Ela era prometida.

-Não era.

-Faça seu trabalho mulher e não transcenda seus limites comigo, sou seu príncipe.

-Perdão amum. – ela se curva e Damon deixa a tenda. Encontra seu general do lado de fora.

-Mei amum tem uma cena.

-Deve ficar neste acampamento. Certifique-se de que ninguém na casa de meu pai saberá o que aconteceu aqui.

-Nenhum dos homens falará, nem mesmo os curandeiros. Eles não param de falar sobre um milagre. Por priori encantem (elo de outra vida).

-Meu irmão não precisa saber do que houve.

-É um sentimento muito difícil de se esconder. Minha irmã o perceberá em breve. Ela já se queixa de suas faltas e vossa alteza não sabe disfarçar os olhares de posse.

-Ela é a futura rainha do Egito.

-Esse trono é seu amum.

-Chega Niklaus. Suficiente. – ele se cala.

Ficam em silêncio até que um riso de alívio finalmente escapa dos lábios de Damon e uma sonora gargalhada se forma.

-Voltaremos pela manhã para a cidade sede e me lembre de nunca mais aceitar tal ordem, nem do faraó. Nada de princesas em batalhas.

-Tenho certeza de que ele está pensando o mesmo, como o seu irmão.

-Verdade.

...

Esperei o dia amanhecer para ir até a tenda, ver Elena. Ela estava dormindo e sua dama ao seu lado.

-Como passou a noite?

-Com muita febre e lhe chamava. Mas ela acalmou-se perto do amanhecer. Estou vendo levantarem acampamento. Ela não está pronta para uma viagem de volta.

-Não quero arriscar com ela no deserto, exposta a tudo. Vamos voltar com calma a cidade sede. Meu irmão a espera, segundo o mensageiro. Será mais bem cuidada lá.

Ela assenti e antes que sol da manhã se volte contra nós estamos partindo. Chegamos a cidade sede no final da tarde.

-Ainda não o encontraram? – eu nego para meu pai. Ora não se preocupe, eu vou encontrar.

-Nem quero imaginar meus desejos diante dele.

-Nem eu meu pai. - Rebate Stefan – Tentou apunhalá-lo pelas costas?

-Não sei o que seria de mim sem a amumi. Eu lhe dei as costas. Baixei a guarda.

-Não se martirize por isso meu filho. Não se pode medir ou prever as más intenções de outros.

-Deveria ter previsto.

-Pelo menos agora ela está em casa. Será bem cuidada e logo vai se recuperar. – diz meu pai, assinto.

No meio da noite eu recebo a visita de meu irmão em meus aposentos.

-Você vai pegá-lo não vai? – afirmo em silêncio. – Sabe, ninguém em todo o reino egípcio disfarça que prefere você a frente do trono. Eu mesmo fui o primeiro a ir contra a sua decisão.

-Não fale bobagem.

-Estou apaixonado. Como não estaria? Ela é forte, boa. Tão delicada e tão destemida.

-Ela será uma boa rainha.

-Eu espero ser um bom faraó.

-Você será. Sempre foi o mais sensato.

Ele sorri.

-Boa noite irmão.

-Boa noite, Stefan.

...

A luz de meu quarto é familiar e acolhedora. Me movo devagar, ainda sentindo muito meu ferimento. Quero ficar boa logo.

-Bom dia! – é a voz de Stefan, ele está bem nos pés de minha cama e me olha de forma doce.

-Meu senhor. – falo e tento me endireitar de maneira que possa falar com ele de forma adequada. Noto que minha veste deixa exposto um decote um pouco avantajado demais e tento me recompor.

-Me desculpe, eu queria saber como estava.

-Me sinto melhor, obrigado.

-Quando o mensageiro trouxe a notícia, me repreendi por dentro por não ter evitado sua partida. Você poderia estar morta. Graças aos deuses você sobreviveu.

-Eu ficarei bem.

-Não duvido, você é muito forte. – sorri com meiguice. Se incline e beija minha testa. – Você precisa descansar. Deixarei você com sua dama. – ele se afasta. Stefan é um bom homem, mas não consigo sentir por ele o amor que já sinto por seu irmão. Céus.

Ele se vai e quanto sai do quarto vejo Rose vindo até mim.

-Como se sente está manhã?

-Ainda dolorida, mas faminta. – ela ajeita as almofadas em minhas costas.

-Lembra o que aconteceu no deserto?

-Não muito bem. Lembro de estar sentindo muita dor, depois ela se foi, não havia mais nada e logo depois eu estava bem, na tenda.

-Entendo. Bem, devo deixá-la descansar.

-Você viu o medjay?

-Está com o faraó em um conselho. Estão decidindo o que fazer sobre os hicsos. Querem tentar um acordo com seu pai. Acham que uma união com Ati seria propício.

-De quem foi a ideia?

-De quem a senhora acha que foi? – sorrio. Damon é muito perspicaz. – Todos gostam muito do príncipe herdeiro, mas o medjay sempre foi o preferido ao trono do faraó.

-Damon abdicou do trono de boa vontade.

-Sim.

-Eles são harmoniosos entre si.

-Sim, senhora. Sempre foram.

-Isso é bom.

“-Você deveria ser minha.

-Por favor Setúbal, não me toque.

-Por que ainda acha que ele vai voltar?

-Ele prometeu e sempre cumpre com a palavra.

-Ele foi a uma zona mortal de guerra.

-Por suas tramas. Você o enviou para lá!

-Ele escolheu entre você e o que ele chama de dever. Talvez você não seja tão importante assim.

-Vai pro inferno!

-Talvez, mas antes eu me certificarei que você viva em um.

-Ele ama você como um irmão e você o odeia tanto.

-Ele tomou o que é meu por direito.

-Ele é o herdeiro.

-Eu sou o herdeiro Isisme.

-Pare! Você está me machucando.

-Talvez eu devesse mesmo te machucar. Tirar de dentro de você esse ser que cresce em seu ventre.

-Fique longe de mim.

-Por agora...”

O que foi isso? Meu peito está doendo... estou ofegante...

-Senhora? Princesa... O que foi?

-Nada eu só... Me deixe dormir.

-Claro. – ela se vai.

Por que sempre tenho essas visões estranhas? Este setúbal, parece o Stefan. Mas ele é tão diferente, impiedoso, cruel. Stefan é bom. Muito bom.

...

Os dias foram passando e Elena se recuperava muito bem. Logo estava totalmente reestabelecida. Damon, Stefan e o faraó estavam cada vez mais determinados a tentar uma aliança com Ati.

-Meu príncipe partirá com uma comitiva até Ati?

-Sim enaiumi, partirei.

-Meu irmão irá junto?

-Certamente.

-A princesa irá?

-Não creio que meu pai permitirá que Elena deixe a cidade cede tão cedo. Qual o problema? Está triste.

-Nenhum alteza.

-Verei você dançar mais tarde no ritual?

-Vai querer?

-Claro que sim enaiumi. Por que pergunta?

-Você se negou da última vez que tentei.

-Não seja assim. Você sempre será minha enaiumi.

-Até a tarde.

Rebekah se vai. Damon a observa de longe. “É uma bela mulher”, pensa. Ele deveria esquecer a loucura de seu amor por Elena e viver uma vida menos complicada.

-No que estou pensando?  Não nasci para casar. –fala para si mesmo e ergue o olhar pro céu  a tempo de observar Elena na sacada de seu quarto, seus olharem se cruzam, Damon desvia assim que pode e se afasta. Ele não faz ideia do que aconteceu no deserto aquele noite, naquele rio, mas desde então não consegue para de se sentir mais conectado a ela. Sente mais saudade de estar com ela do que nunca, e em seu coração começa inquietar-se.

“Ela será a rainha”, pensa. “Mas poderia ser minha rainha.”

-Amón-Rá o que estou fazendo?

-Meu príncipe, seu pai o espera.

-Então vamos Niklaus.

...

Damon continuava fugindo do que sentia, e em parte estava certo. Elena era a esposa de seu irmão, eles assumiriam o trono, mas também esse era um direito seu, seu trono e por que não, sua rainha. Sim, dele.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu não revisei. Então desculpem os erros... Beijo!