Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 25
Faíscas - segunda parte


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Tô rindo, mas de nervoso aqui. Acreditem...
Boa leitura!



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Eu não sabia muito bem o que pensar depois de tudo o que vinha acontecendo. Quero dizer, minha esposa morreu com meu filho no ventre, em meus braços, mas eu estava mesmo era morrendo de medo da esposa de meu irmão ter estado no lugar dela. Toda minha revolta e desespero eram mais pelo fato de pensar que podia ser Elena. Isso me desarmou. Eu tinha que evitar tal dor pra mim, não pro meu irmão. Eu não resistiria em um mundo sem ela.

Quando Elena me falou sobre o que vinha tentando com Alexia, eu me senti enlouquecer. Eu não podia imaginar ela se pondo em nenhuma situação de perigo, simplesmente não podia. Mas ela, como sempre, conseguiu me convencer de seu ponto de vista e eu cedi. No entanto, eu não podia deixá-la à mercê do acaso. Se acaso ela faz algo que não possa controlar e se machuque, se acaso Alexia estiver tramando nos trair, se acaso ela se torne tão forte que seja impossível detê-la atrás das paredes deste palácio, lugar seguro, ao menos comigo aqui. Eu não podia arriscar. Então lá estava eu, diante das duas mulheres me olhando paralisadas e incomodadas com minha presença imposta. Resolvo focar minha visão em Alexia, pois é mais fácil intimidá-la que a Elena. Ela revira os olhos e responde.

—Apenas acho que você pode nos ajudar.

Ela diz simplesmente. E de certa forma era o que eu queria ouvir. Não gosto do que estão fazendo, mas se posso estar junto e evitar algo mais sério, melhor. Eu só nunca estava preparado para àquela reação de Elena. Conheço Alexia, sei de seu jeito, seu gênio. Ela não teme nada, nem ninguém, minha mãe sempre disse que a admirava, e se sentia até lisonjeada por meu pai nutrir a paixão que nutria por uma mulher como ela. Mulheres... Quem entende? Fiquei pensando nisso enquanto olhava pra Lexi jogada a uns quatro metros de mim.

Nem preciso dizer como fiquei mais impactado quando ouvi a gargalhada dela vindo do chão, mas acho que minha face mudou de cor quando voltei a encara Elena, ela estava vermelha de tanto ódio e seus pés saíram batendo no chão daquela sala como se ela quisesse abrir um buraco até o inferno e nos deixar por lá. Não sei como eu consegui reagir a tudo, mas o fiz e a segui pelo corredor até alcançá-la. ela estava parecendo uma fera, sua pele queimava e eu fiquei com medo de que ela sentisse algo sério ou fosse desmaiar de ódio. 

—Lexi? Dam? Sério??? - A voz gritada dela me fez quase sorrir, mas eu não sou louco e preciso estar vivo para protegê-la. Acredito que perceber os ciúmes de uma mulher tão forte e admirável quanto Elena deva ser umas das sensações mais maravilhosas do mundo, e eu já desfrutei disso mais de uma vez. Mas todo vez eu fico tão abobalhado que tive de ter certeza, mas eu deveria ficar na dúvida, pois ela ficou ainda mais furiosa, eu não achei que seria possível.

Sua fúria acendeu uma chama em meu peito, e as brasas de um antigo sentimento reacenderam com toda força. Elena é minha. Não há o que duvidar, não tem por quê fugir. Ela é minha. Eu a agarrei e comecei a guiá-la para longe de tudo o que pudesse nos atrapalhar, eu queria nos isolar de todas as promessas tolas e sem fundamentos que fizemos. Eu a queria para mim. Só para mim. Ela relutou durante todo o caminho, mas eu finalmente a tinha onde eu queria, porém precisava saber se ela também queria estar lá, se eu não estava louco, e para isso eu tinha que ir com calma.

Tentei ajudá-la focando em meu objetivo. Era nítido que ela não conseguia se concentrar, uma vez que estávamos sozinhos, num lugar tão íntimo, uma sala de banho, privada, precisamente a sala dos encontros de Lexi com meu pai. Que ironia. Eu não podia deixar de notar. Eu fiquei ali, sabendo exatamente a razão do rubor em sua face, dos olhares de esguelha, da respiração descompassada. Tudo, absolutamente tudo, era efeito da ansiedade pela antecipação. Eu tinha que reafirmar isso. Selar minhas suspeitas. Ela não é indiferente a mim.

Então eu pressionei, e a fiz dizer o que de verdade ela sentia. Ciúmes. Amor por mim. E posse, ah... essa posse insuportável que me assola tanto quanto a ela. Agora eu tenho certeza. E se ela sente que sou dela tanto quanto eu sinto que ela é minha, devemos parar de lutar contra isso.

Neste momento não existe medjay, não existe dever divino, ela não é a rainha do Egito, ela não é minha irmã, não é a mulher de meu irmão, ela é Elena, minha Elena e eu sou o seu Damon.

A tomo em meus braços, como queria isso... Ela está quente, de fúria e de amor, de medo e de vergonhas, mas isso não me importa. Eu a tenho onde eu quero. Sua mãos trêmulas começam a percorrer meu corpo, molhado e ansioso por ela. Meus lábios não se afastam do seus um segundo sequer, enquanto desfruto de seus toques, enquanto minhas mãos lutam para que isso não acabe. Ela para uma de suas mãos em meu peito e se afasta, colando nossas testas, eu reclamo, não a quero longe de nenhuma forma, acredito que se ela pensar um pouco mais claramente vai me afastar ainda mais, o calor que emana entre nós, vindo de nossos sopros descompassados, era pra nos aquecer, mas faz ela tremer e me encarar, toda corada e linda, ela diz tão baixo que acho que não tem consciência do que faz.

—Bate tão forte. - sorrio.

—É por você. Só por você. - agarro sua nuca a puxo para meus lábios. O que ela me causa... Seu corpo contra o meu... Ela me aperta, sinto suas unhas cravadas em minhas costas. - Ah! - me afasto e procuro seu olhar. Quase sinto meu coração parar, pois o que encontro é puro desejo e necessidade. - Você me quer? - não consigo prender as palavras na mente.

—Mais que o ar. Mais que tudo. 

Meu mundo deu um giro tão rápido que acho que fiquei tonto.

—Elena... - ela coloca o dedo em meus lábios.

—Se você falar... Damon, as palavras não cabem aqui, elas podem nos confundir e... Eu tenho estado tão confusa. Agora, aqui, nos seus braços, é o único momento de certeza em dias, meses na escuridão. Eu não quero que esta luz se apague, por favor, só...

Eu a beijo, é exatamente isto.

—Eu vou. Farei com que seja minha. Agora. Aqui. Não vou mais fugir disto.

—Nem eu.

Isso é música, assim como os sons ao nosso redor, a agitação da água, os pássaros visitando as flores ao redor, até o brilho do sol que entra parece produzir um som de cumplicidade. Tudo contribui para nosso encontro. Eu a livro de suas vestas, ela se apressa em fazer o mesmo comigo. E finalmente, eu a tenho, toda sua pele contra a minha, seu cheiro parece mais forte, seu calor mais insuportável e atraente que nunca, é uma contradição tão fatal. Eu a quero por todas as partes, meus lábios devem percorrer cada pedaço de seu corpo e eu estou me empenhando nisso. Minhas mãos estão furiosas com meus pensamentos, e, revoltadas fazem coisas de que nem eu mesmo tenho consciência do que é. Há um som nos meus ouvidos, um abalo em meu peito que me entorpece. É tão abrasador quanto angustiante, tanta necessidade, e ela, ela está perfeita. Entregue a mim como nunca. Suas pernas envoltas em minhas cintura, suas mãos agarram meus ombros e puxam meus cabelos, num indo e vindo enlouquecedor. 

—Damon... - seu gemido me tira do devaneio e me faz mudar o ritmo, a quero ao meu redor, me cobrindo, me possuindo.

Ergo-a e, com delicadeza a desço contra mim, ela senta em meu colo e me acolhe completamente, deus. É divino. Ela joga a cabeça para trás e solta um gemido alto, acho que ouvi algo quebrar ao nosso redor. Pouco me importa se ela derrubar o palácio.

Elena começa a se mover contra mim, suas pernas me prendem mais, suas mãos mais enlouquecidas e o ritmo de seus quadris começa a me deixar louco, a cravo minhas mãos em suas pernas, subindo, subindo, até que os movimentos de minhas mãos guiam e intensificam os dos seus quadris e eu estou entregue, escuro os seus gemidos e os meus e o som é alucinante, meu coração está prestes a explodir, e há tanto calor. Calor demais. Tudo cresce e continua crescendo, cada sensação, e sinto meu corpo formigar.

—Ah! - ela solta novamente, com respiração acelerada. - Damon! - aumento seu ritmo em cima de mim, empurrando meus quadris contra os dela. -Ah!

—Elena!

Estou tonto, mas forço-me a olhá-la agora, ela joga a cabeça para trás, boca aberta, olhos fechados e está tão corada. Com mais um grito esganiçado que escapa de sua garganta ela vacila, e o corpo antes rígido e quente, começa a ficar vibrante e mole em meus braços e isso me basta para acompanhá-la nesta dança trêmula, molhada e extasiante.

—Você me ama? - pergunto ofegante e tonto de prazer.

—Você é minha vida. - ela fala afundando contra meu pescoço. - Meu amor. Eu nunca amarei outro. Nunca.

—Você me disse. - Ela levanta, prendendo meus lábios e me fazendo para de falar, me encara com olhar triste.

—Foi você quem deduziu tudo. Eu apenas achei que seria mais fácil assim.

—Fácil?

—Pra manter você longe, pra me manter longe.

—Péssima estratégia. - falo a abraçando e deitando sua cabeça de volta onde estava. Ela sorri, vibrando um pouco.

—Vejo que sim.

—Como ficar longe de sentimentos tão fortes? - ela me abraça mais antes de responder.

—É, fomos burros.

—Eu não ia usar essa palavra- ela sorri mais - , mas sim, somos bem burros.

—Eu te amo.

—Mia Elena... 

Eu jamais sairia daquele lugar, mas eu tinha que fazer. Eu sei que Elena não queria voltar, assim como eu, mas tínhamos que fazer isto. Pelo menos eu ia falar com meu irmão, eu queria isto, mas nada, e eu vou sempre repetir isto, nada podia me preparar para o que eu ia encontrar depois que deixasse aquele lugar. Fora dali, nossas vidas, a três vidas mais desafortunadas de todo o Egito, estavam prestes a tomar o rumo mais doloroso de que todas as nossas histórias de vidas passadas. Eu apenas não fazia ideia disto.


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Notas finais do capítulo

Até mais!