Rainha Do Egito escrita por MayLiam


Capítulo 13
Seth


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!!!
Espero que gostem...



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Como eu disse que faria, mandei alguns soldados de nossa escolta até a casa de meu pai, para saber de notícias e tentar confirmar esta história maluca de almas gêmeas. Eu passei minha vida toda ouvindo essas lendas, histórias de amores que atravessam vidas, deuses e deusas. Eu era realmente fascinado por tudo isso. Até agora.

Não é como se eu nunca tivesse ouvido falar na história de Ísis e Osíris. Minha mãe sempre me contou ela. Ela também sempre dizia que o amor dos dois foi feito para a eternidade, pois eles cuidaram para que fosse assim.

Saber da existência de Elena foi tão maravilhoso pra mim. Eu era totalmente enfeitiçado por ela antes mesmo de vê-la em minha frente.

Tudo que eu represento, é uma sombra do que meu irmão deveria ser. Damon renunciou seu dever sagrado ao trono de Rá. Renunciou o domínio das terras e do povo. Consequentemente renunciou seu noivado com Elena. Todos sabemos que o pai dela era favorável a união dos dois tanto como o meu. É como se ele tivesse dado uma grande manobra contra o destino, mas agora este estivesse refazendo as teias para consertar tudo. Minha principal preocupação agora era saber onde isso me deixaria.

Os dias de espera pelos soldados foram de expectativa. Elena não estava acordada, permanecia exatamente como antes. Inerte em sua mente, que todos diziam estar em conexão com a de meu irmão. E então, quando finalmente eles voltaram e confirmaram o ataque a casa de meu pai, bem como a situação em que se encontrava meu irmão, tudo ficou mais do que definido para o rei de Ati.

–As defesas da casa de Rá estão baixas. O Faraó está retido em sua própria fortaleza. Seu guerreiro ferido e sua segunda melhor guarda está presa em minha cidade protegendo seu herdeiro. Acho que afinal, jovem príncipe, você conseguirá de mim a aliança que tanto procura. Meu exército se juntará ao de seu pai na cidade sede. – ele diz pra mim diante de seu conselho.

–O senhor vai nos ajudar?

–Vou fazer o que for preciso para que o destino se faça cumprir. Será melhor para o Egito que o equilíbrio da terra com o povo seja restaurado.

–Que assim seja, senhor. – o sacerdote diz, parecendo mais que satisfeito com a decisão.

–Mande preparar nossa partida. – fala pro seu chefe de exército.

–Sim, senhor.

–Vamos levar minha filha até seu irmão – se volta pra mim - e ver como a união dos dois pode favorecer essa terra.

Apenas assinto. Volto para meus aposentos e me permito refletir. Não estou tendo bons sentimentos sobre esta decisão do rei, e por trás de suas palavras mais vejo a frase ‘quero que minha filha seja a rainha ao lado de seu irmão’, do que qualquer outra. E esta ideia não me agrada.

A expectativa dos últimos dias e toda a tensão estão roubando meus raciocínios e, aos poucos, o sono me pega desprevenido e começo a cochilar...

–A noite está fria. – acordo com a voz suave dela.

–Elena? Quando acordou? O que faz aqui? – ela não me responde e se abraça, tentando proteger-se do vento.

–Então talvez deva abandonar esta janela e chegar mais perto do fogo e se aquecer. – ouço outra voz. Vindo de outra direção. Eu me viro e então me vejo. Mas pelos deuses, o que é isto? Sou eu, mas... Não sou eu. – Não é como se ele fosse surgir do nada no horizonte a sua frente Ísisme.

–É perigoso Setúbal? Onde ele está? – a mulher pergunta para o homem que a alcança na janela. Ele se aproxima mais de seu corpo e beija o topo de sua cabeça. É como estar assistindo Elena e eu. Mas não somos nós.

–A guerra é sempre mais que perigosa. – ele diz com tom frio e esquivo.

–Tenho medo todas as vezes que ele parte. Temo que ele não volte mais. – ela se vira para ele e o abraça, como se seus braços fossem seu refúgio. Ele inala e fecha os olhos delicadamente, acariciando os cabelos longos e soltos dela.

–Ele é forte. Sempre voltará pra você. – fala tentando confortá-la.

–Você o ama Setúbal? – ela procura seu olhar, se afastando de seu abraço protetor.

–Poderia ser diferente? – é só o que diz e ela sorri, voltando a lhe dar as costas e a encarar o horizonte diante dela.

–Acho que não. – fala enfim, envolta em nostalgia.

–Nem eu. – ele suspira e se afasta.

Eles somem em minhas vistas e tudo ao redor muda. Só posso estar sonhando, por que agora estou diante de um grande rio, e mais uma vez, Elena está diante de mim.

–Sabe que a morte dele não mudará o que sinto por você. Podemos estar unidos agora diante das leis que você tão desonradamente revogou, mas minha’lma e corpo, sempre serão dele. – ela fala acariciando seu avantajado ventre e com um tom tão frio e rancoroso que me faz arrepiar. - E quando nosso filho nascer e tiver idade para assumir o trono que você roubou do pai dele, vou ver você cair e queimar no inferno de Anubis.

–Suas palavras estão cheias de ódio princesa, - e mais uma vez estou eu, me aproximando dela - mas no fundo você sabe que não seria diferente. O reino, você, até mesmo essa criança em seu ventre, pertencem a mim e sempre foi assim.

–Ele te amava Setúbal. – ela vira e o encara. Me encara. Lágrimas correm por seu rosto - Como você pode?

–Não significa nada para mim. – o homem lhe dá as costas e vejo uma pequena sombra de culpa o invadir, mas seu olhar duro e frio me fazem repensar. Só existe ódio ali.

Eu não sei dizer o que está acontecendo, só o que quero é acordar. Não reconheço nenhuma destas pessoas, mas elas me fazem temer minha realidade. Ele sou eu? Ela é Elena? Por que estas pessoas com vidas tão diferentes estão em meus sonhos? Vidas diferentes? Outras vidas...

Não! Por Amón-Rá!

Eu abro os meus olhos e estou sentado m meus aposentos, ofegante e suado. O que há comigo? Por que estou tendo estes sonhos? A conversa de outras encarnações e vidas dos últimos dias certamente me atormentam. Não posso deixar nada disso me enfraquecer. Meu irmão está ferido e meu reino precisa de mim.

...

–O príncipe logo será corrompido pelo espírito de seu ancestral. Eu finalmente consegui entrar na mente dele.

–Maravilhoso Ayana. Não deve demorar agora.

–Ele está resistindo. O coração dele é muito puro.

–Não importa. O sentimento está lá. Stefan pode ser puro em suas intenções, mas sua alma tem a centelha da inveja e da ambição. Você só precisa explorar.

–A visita a casa de Ati teve o efeito que você esperava, meu senhor.

–Sim. E em breve conseguiremos ele do nosso lado. Só precisamos explorar melhor esta oportunidade. Implantar uma situação que o faça temer ainda mais. Quando mais receio ele tiver em perdê-la mais você poderá entrar.

–Sim. Depois será muito fácil. Uma vez corrompido nada o impedirá. Ele suspeitará de tudo e sua ambição e inveja o dominarão. Ele não terá forças pra lutar.

–Você irá prometer tudo a ele. O império que ele sonha. A divindade que almeja alcançar. Quando acabarmos com Stefan, nem mesmo seu irmão poderá detê-lo, nem mesmo a força da deusa, ou das reencarnações. As sombras presentes na centelha de Seth devastarão todo o Egito.

–Seth vive dentro dele.

–Como Osíris em Damon e Ísis em Elena. Essas terras a muitas vidas não presenciaram a força de destruição deste triângulo.

–Minha mãe daria tudo para ser parte disto, meu senhor.

–Você como sua filha não está se saindo mal. Quando Stefan estiver do nosso lado Ayana, nada poderá nos deter. Ele estará a sua mercê e você está a minha. Nossa aliança será a única indestrutível em todo o Egito. E todo o reino Hicso terá o respeito que merece enfim.

–Elijah, alguém já lhe disse como as suas trevas são tentadoras?

–Uma vez, um rapaz sonhador tentou lutar contra elas. Pateticamente. Porém ele as aceitou, e hoje, está prestes a receber sua maior gratificação. Invocaremos Seth assim que o príncipe te deixar entrar. E então, nem mesmo a casa de Rá e todos os seus aliados, poderão nos parar. O Egito será nosso.


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Notas finais do capítulo

Beijos!



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