Lembro-me de te procurar, saltitante

Coração saltando entre as flores do jardim

Ansiando por ver teu semblante

E te ter bem junto a mim

Minha ansiedade, porém, apenas cresce

Até que tu vens me encontrar

E no encontro, minha tez enrubesce

Observando o nosso lugar

Lugar este em quem decidi

Que contigo era o meu “para sempre”

E confrontando meu pai, descobri

Que decidir não era suficiente

Entre as borboletas, então, corajosa

Chorei, e sem que ninguém notasse,

Arranquei do jardim outra rosa

Para o buquê de quando eu me casasse

Casasse contigo, meu amado

Amando daqui a eternamente

Em cada rosa, um momento passado

Em que nós dois havia, somente

Mentiras nos levaram a então

E aqui estão meus arrependimentos

Enquanto te vejo no chão

Tentando entender os momentos

Quando numa momentânea felicidade

Enquanto eu fingia, você me abraçou

E questionei sua sanidade

Quando ao meu ouvido você sussurrou:

“Breve estarei contigo”,

Mas que dizes, ó, amor meu?

Continuas então, decidido:

“Para sempre”, e suspira, “Romeu”

E eu não posso crer em meus olhos

Quando me viro a te observar

Observando teus olhos fechados

“Romeu, tu tens de voltar!”

Eu grito, mas não surte efeito

Tu não podes nem mais respirar

Nem fingir eu soube direito

“Romeu, vás me perdoar!”

Afago teus cabelos e beijo tua boca,

Que arde pelo gosto do veneno

Então, doentia, como uma mulher louca

Encaro teu rosto sereno

Serenidade que me foge por completo

Quando enterro teu punhal em meu seio

Não sei bem se isso é o certo,

Mas por ver-te, meu amor, eu anseio!

Aproximo-me, já enfraquecida,

Lembro-me das rosas e das borboletas

Então digo “não só nesta vida”,

“Mas para sempre te amarei”

“Julieta.”