– Me perdoe, Ana. Eu te amo. - implora.

– Eu não posso Christian. – suspiro. – Não consigo.

– Me deixe amar você. - ele beija levemente meus lábios. – Por favor.

– Prometa-me que amanhã você não estará ao meu lado, e que vai parecer como se tivesse sido um sonho. - suspiro. – Não posso me machucar mais.

– Prometo. – Ele se inclina, segura meu queixo, ergue minha cabeça e finalmente nossos lábios se tocam. Um beijo intenso e cheio de paixão. Com fervor e saudade.

– Christian...

– Shiu baby... Você é minha. – Ele me pega no colo e me carrega para o quarto, ou melhor, para o paraíso.

Quando chegamos ao quarto num movimento súbito ele me coloca na cama e se deita sobre mim. Christian agarra meus pulsos sobre cada lado de minha cabeça, curvando-se sobre mim. Nossas respirações se aceleram e seus olhos fitam os meus, em um tom cinza chumbo, transbordando sentimentos. Mas quais seriam? Desejo? Amor? Fico fascinada com sua maneira de me olhar. Como é possível ele ter esse poder sobre mim?

– Eu. Te. Amo. – sussurra.

Suas mãos deslizam pelo meu corpo, meus seios, minha cintura e quadris. Ele para com suas mãos lá, deixando-me louca. Nossos lábios se encontram e um turbilhão de sensações me invadem quando nossos corpos começam a se movimentar em um ritmo único, só nosso. Eu sou perdidamente apaixonada por esse homem, mas seria o suficiente para esquecer tudo?

Arfando, solto um gemido contra seus lábios, e o sinto ofegar. Ele precisa de mim como eu dele. Beijo-o com toda paixão que tenho, como se fosse o último, agarro seus cabelos e aperto mais meu corpo contra o seu, segurando-o junto a mim.

Ele traça uma linha de beijos pelo meu pescoço, mordiscando e chupando, então me beija, com fervor. Cruzo minhas pernas em sua cintura e ele me penetra fundo, soltando um gemido em minha orelha.

Acaricio seu corpo todo, memorizando cada parte, relembrando-me de como era bom estar com ele, como era bom ser invadida por ele. Se fosse para viver sem isso para sempre, eu pelo menos o levaria em minha mente, deixaria que essa noite e todas as outras que já vivemos invadissem meus pensamentos, não permitindo nunca que eu me esquecesse de como era amar um homem como Christian Grey, que em todas as nossas noites fez com que eu me sentisse a mulher mais sortuda do mundo, me satisfazendo e me levando ao paraíso.

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Me remexo inquieta e instintivamente procuro por Christian ao meu lado, mas sinto um espaço vazio na cama. Acordo subitamente e vejo que já está claro. Que horas são? Fui tudo um sonho?

Obviamente não, ficou nua sozinha durante a noite? Ele cumpriu a promessa, bobinha!– reclama meusubconsciente –Antes você não tivesse feito pedido nenhum, olhe como eu estou! – agora era minha deusa interior reclamando, com a cara inchada de choro, cabelo pós foda e um pijama de flanela rosa, que me lembrava os antigos de Kate.

Me levanto e olho para o relógio.

Droga, 10h57! Que dia é hoje? Ah claro, domingo.

Pego meu robe e vou até o banheiro, quando me olho no espelho tomo um susto. 

Ah Sr. Grey, eu pedi para parecer um sonho, não uma sessão de submissão! Tinham diversas marcas roxas pelo meu pescoço que denunciavam minha noite com meu marido, ou ex-marido, não sei ao certo.

Tomo um banho relaxante e escolho um vestidinho florido básico, cubro os chupões com um pouco de maquiagem e desço para tomar café da manhã.

Pela primeira vez em duas semanas sinto que estou realmente com fome, o que era ótimo, pois agora tinha um bebê para alimentar também. Por conta da hora, imagino que a mesa do café já tenha sido retirada, mas para minha surpresa encontro Christian, Teddy e minha mãe sentados a mesa conversando.

– Bom dia Ana. – Christian me fita com um olhar desconfiado. – Está com fome?

– Bom dia Christian. – Sento ao lado de meu filho e dou um beijo em sua testa. – Bom dia meu amorzinho, bom dia mãe! – sorrio.

– Bom dia querida. - minha mãe abre um sorriso afetuoso. – Que bom que acordou, quase não nos falamos desde que cheguei.

– Tem razão mamãe, senti sua falta.

O café da manhã seguiu bem, evitei falar com Christian, e ele pareceu não se importar, ele parecia irritado com alguma coisa, apenas fez questão que eu comesse tudo o que ele pedia para Sra. Jones fazer. Assim que terminei de comer tudo o que tinha em meu prato, Christian quebrou o silêncio que tinha entre nós.

– Ana, preciso falar com você. – ele me lança um olhar duro e prefiro não me opor, este é o Christian irritado que não se deve contrariar.

Sigo-o até o escritório e quando entramos ele tranca a porta.

– Quando pretendia me contar? – ele vai direto ao ponto.

– Contar? O que eu tenho pra contar Grey? – pergunto confusa.

Ele me lança um olhar ameaçador e é ai que entendo tudo, ele sabe.

– Conheço seu corpo melhor do que você mesma Anastasia, já vi ele assim antes. – esbraveja – Uma hora está enjoada, agora acorda e come tudo o que eu peço para Gail fazer, acha que eu não percebi Ana? A quanto tempo você sabe que está grávida?

– Há pouco tempo. – sussurro.

– E quando ia me contar? – agora ele está mais calmo.

– Não sei, não pensei nisso. Ainda não tenho total certeza.

– Ah Ana... – ele me puxa e me abraça.–Não sei se fico enfurecido por você não ter me contado antes, ou se caio de amores por você agora mesmo.

– Christian... – Tento me afastar, mas é em vão.

– Você sabe o como estou feliz Ana? – ele beija o topo de minha cabeça.

– Christian! – me afasto. – Isso não vai mudar o que aconteceu. Você me traiu, já disse que não perdôo isso. Esse bebê é fruto do nosso amor, assim como Teddy, um lembrete da época em que éramos felizes e que não tinha toda essa merda em volta de nós. Eu não mudei de ideia com relação a minha decisão. Vou entrar em contato com um advogado.

– O que? E nossos filhos? - grita. - E ontem? Não foi nada? 

– Foi apenas um sonho.–sussurro tentando dar alguma realidade as minhas palavras.