A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 4
Contando a verdade




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- O Malfoy não mentiu, eu não sei como ele descobriu, mas eu sou uma nascida trouxa.

- O quê? – Os quatro perguntaram ao mesmo tempo.

- A família Wikiman é mágica por gerações. – James argumentou.

- Eu não sou uma Wikiman por nascimento, James, eu sou adotada e meus pais biológicos eram trouxas. Meu nome era Líbia Sapecto e os Wikiman eram nossos vizinhos, com dois meses eu comecei a fazer coisas estranhas e meus pais biológicos tiveram medo de mim, John e Rilary perceberam o que eu era e me adotaram. Entendem agora, legalmente eu sou Ravena Wikiman, mas não sanguineamente.

- Eu só não entendi como você pode ter demonstrado magia com 2 meses se a idade padrão é entre seis e sete anos. – Remo falou enquanto os outros assimilavam o que eu havia contado.

- Isso aconteceu por que... – Eu parei hesitando e me forcei a respirar fundo antes de continuar. – Porque eu sou uma filha da lua.

- Você é uma o quê? – Remo e Peter perguntaram ao mesmo tempo enquanto James e Sirius me encaravam admirados.

- Filhos ou filhas da lua são crianças que nascem durante um eclipse solar total e são bruxas, só que...

- Só que uma criança filha da lua não tem só os poderes normais de bruxaria, elas possuem uma magia a parte que é regida pelas fases da lua. – Sirius explicou me cortando.

- Exatamente, durante a lua nova e minguante esse poder é bem fraco, mas na lua crescente ele aumenta e na lua cheia é quase incontrolável. – Falei apontando para o coque. – Sei que não faz o menor sentido, mas a tentação de usar o poder, assim como o próprio poder, fica mais forte com meu cabelo solto como se ele fosse uma espécie de ponto de ligação com a lua ou algo parecido.

- Mas Rave isso é fantástico, você pode usar seus poderes sem que ninguém descubra. – James disse animado.

- Pensem nas pegadinhas que poderíamos fazer sem que ninguém descobrisse. – Sirius completou o pensamento de James.

- Número um, Dumbledore sabe que sou uma filha da lua, jamais teria aceitado uma aluna como eu sem saber a verdade, podemos dizer que sou um pouquinho instável. – Eu respondi rindo. – E número dois, que na minha opinião é um ponto um pouco pior, essa magia não é como a que estão habituados, ela não é canalizada através de nenhum item mágico e sim das minhas energias.

- Mas isso quer dizer que... – Remo começou a falar, mas não encontrou coragem para terminar.

- É, se eu abusar da magia usando-a sem qualquer controle, se por um erro mínimo eu realizar um feitiço que use um pouco mais de minhas energias, há uma chance de 99 para 1 de que eu morra devido a um esgotamento mágico.

Os quatro me encararam agora assustados, é isso que dar ser uma aberração até no mundo bruxo, pior que isso só se eu descobrir que sou ofidioglota.

- Sabem vou entender se não quiserem mais falar comigo, não deve ser muito fácil ter uma aberração como amiga. – Eu disse evitando encará-los e foi então que senti uma mão em meu ombro.

- E que disse que gostamos dos caminhos mais fáceis? – James falou confiante enquanto com a mão livre ajeitava os óculos. – Não sei quanto aos outro Rave, mas você confiou em nós para contar seu maior segredo e para mim essa pequena prova já basta, minha amiga.

- É isso aí Rave, amigos para o que der e vier. – Sirius gritou me fazendo rir.

- Se eu contar que um Black ficou amigo de uma nascida trouxa que ainda por cima é uma filha da lua ninguém acredita.

- Eu sou o Black quebra tradições esqueceu? Sou Sirius Black, o mais incrível membro que a Grifinória já teve a honra de possuir.

- E o mais egocêntrico também. – Remo falou empurrando Sirius e me dando um abraço apertado. – Conte comigo Ravena.

- Você também Remo. – Falei me referindo a sua aparência doente, mas ele me ignorou.

Peter continuava sentado, depois de todo o trabalho que tive para ele perder o medo de mim parece que vou ter que começar tudo de novo.

- E quanto a você Peter? – Sirius perguntou na lata.

- A delicadeza não é o seu forte, não é? – Eu falei, mas fui ignorada por ele apesar das risadas de James e Remo.

- Claro. – Ele conseguiu responder sem gaguejar o que me impressionou apesar de eu saber que ele só buscava conseguir nossa proteção com essa resposta e não que ele realmente gostasse de mim ou que não tivesse medo.

Mesmo assim isso já é mais do que qualquer coisa que eu poderia ter esperado, até algumas semanas eu não tinha sequer um amigo, sou estranha demais para os trouxas, e agora tenho três amigos incríveis que gostam de mim pelo que sou.

Apesar de não ter medo achei mais prudente evitar o Malfoy pelo resto do dia, a tarde o Remo finalmente foi para a enfermaria e hoje também não apareceu para a aula, nós tentamos varias vezes, mas em nenhuma delas nos deixaram ver nosso amigo. Madame Pomfrey diz que ele precisa apenas de descanso, mas não sei não, bem lá no fundo sinto que há mais do que apenas isso, porém quem sou eu para julgá-lo? Se ele tiver que contar será na hora em que julgar certo assim como eu fiz.

A partir do fatídico dia em que contei a verdade sobre mim tenho tentado evitar o Malfoy, vai saber o quanto da verdade ele sabe, mas só para variar a minha sorte não é lá muito boa.

- Droga! – Eu exclamei enquanto mexia rapidamente na mochila.

- O que houve Rave? – James me perguntou distraído.

- Esqueci o livro de DCAT no dormitório, vou ter que voltar para buscá-lo.

- Tudo bem, vamos. – Sirius falou dando meia volta.

- Não precisam vir comigo, já estamos na metade do caminho mesmo, vocês vão para a sala, eu vou voltar, pegar o livro, uso a passagem do sétimo andar e encontro com você lá.

- Tem certeza? – Sirius e James perguntaram juntos, eles sabiam que eu estava tentando a todo o custo me manter afastada do Malfoy e isso era bem mais fácil com eles por perto.

- Tenho sim, o Malfoy não me assusta, eu só... fiquei surpresa ao descobrir o quanto ele sabia sobre meu passado.

- Então está bem, mas toma cuidado viu? – James me instruiu, eles eram um pouco protetores em relação a mim, afinal nenhum deles tem irmã.

- Não precisam se preocupar, eu sei me cuidar. – Falei girando a varinha em minhas mãos e subi as escadas correndo enquanto os meninos ainda riam de minha confiança.

Logo cheguei ao dormitório e encontrei o livro jogado sobre minha cama, eu o estivera lendo durante a noite, fazer o que se eu sou uma pessoa que sofre direto de insônia? Para resumir, enquanto a maioria das pessoas precisa de mais ou menos oito horas de sono para ficarem bem durante o dia eu preciso de duas ou três, isso sem contar que nas noites de lua cheia eu basicamente não durmo.

Eu sei que vivo reclamando de quem eu sou, mas a verdade é que tem umas vantagens ótimas, como essa, e eu realmente gosto de ser uma filha da lua, me torna diferente, me torna quem eu sou não que isso sempre seja uma coisa boa.

Eu estava pensando sobre isso enquanto me encaminhava para a passagem quando esbarrei com a doninha albina.

- Olhe por onde está andando, Wikiman. – Ele disse ríspido provavelmente ainda com raiva do feitiço que lancei nele.

- Engraçado, eu poderia dizer o mesmo que você, mas prefiro guardar minha saliva para fins mais lucrativos. – Eu disse com meu habitual sarcasmo enquanto recolhia os livros que haviam caído no chão com o encontrão.

- Eu se fosse você teria mais respeito ao falar com os superiores.

- Sério? Mas eu não estou vendo nenhum professor por aqui então com quem eu devo ter respeito? – Falei dando meu melhor sorriso inocente.

- Eu estava falando de mim. – Ele gritou vermelho de raiva.

- Sinto muito Malfoy, mas não posso fazer isso, meus pais me ensinaram a não mentir.

- Sua sangue ruim, mancha o nome de Hogwarts quando pessoas da sua espécie vem para a escola. – Ele disse cuspindo cada palavra.

- Sabe o que é curioso, eu sempre achei que fosse ao contrario e pessoas metidas, arrogantes e mimadas como você sujassem essas paredes, mas por sorte todas elas acabam na Sonserina então só uma casa de Hogwarts fica contaminada e mal falada.

- Eu não ficaria tão confiante se fosse você, Sapecto.

- Primeiro de tudo Malfoy, eu fui legalmente adotada pela família Wikiman, portanto esse é o meu sobrenome e não Sapecto assim como meu nome é Ravena e não Líbia. Segundo se quer contar para a toda escola que não sou sangue pura fique a vontade nunca disse que era e nunca direi porque tenho orgulho de quem sou e a Grifinória, ao contraio de sua preciosa Sonserina, não se importa com a linhagem sanguínea de seus estudantes.

- Você e todos aqueles que apóiam os sangues ruins ainda irão se arrepender desse pensamento.

- Que sonho louco de grandeza é esse Malfoy?

- Não é sonho Wikiman, ele está se preparando para o ataque mais poderoso, muito em breve o Lorde das Trevas vai eliminar todas essas raças impuras e colocar os sangues puros em seu lugar de direito.

- Eu não vou perder meu tempo ouvindo isso. – Falei tentando ir embora, mas ele segurou meu braço.

- Mas o Lorde pode ser misericordioso com aqueles que têm algo a oferecer, como você Ravena. – Ele falou e de súbito eu entendi a onde ele queria chegar com essa conversa.

- Eu preferiria morrer a compartilhar meu poder com pessoas como você. – Falei furiosa e pisei no seu pé.

Isso foi o suficiente para ele se distrair e liberar o caminho, aproveitando a chance, eu corri e entrei na passagem rapidamente antes que ele visse para onde eu fora. Uma vez lá dentro eu comecei a analisar a situação com clareza e logo tudo fez sentido, o Malfoy vivia me perseguindo por causa dos meus poderes, provavelmente o pai dele descobriu a verdade sobre mim e contou ao filho para que pudessem me chantagear e me usar, mas isso não vai ficar barato. Eles não fazem à menor ideia de com quem se meteram. Eu sou Ravena Ciaran Wikiman e irei fazer com que Lucius Malfoy se arrependa do dia em que entrou em meu caminho.

Quando me dei conta já estava no final da passagem e ao sair cuidadosamente de lá vi os meninos me esperando na porta da sala.

- Ainda bem que chegou, já estávamos a ponto de mandar aurores atrás de você, achamos que alguém tinha te matado. – O exagerado do Sirius falou.

- O único assassinato que vai acontecer nessa escola é o do Malfoy se ele continuar atrás de mim.

- O que foi dessa vez? – James perguntou genuinamente preocupado.

- Nada de mais, só me ameaçou, mas muito em breve ele vai descobrir com que está lidando.

- Você me assusta, sabia? – Peter perguntou.

- E é por esse seu lado que nós lhe amamos. – Sirius falou bagunçando meu cabelo.

- Mas vendo pelo lado positivo pelo menos agora sei qual é o motivo da perseguição.

- Jura? Qual? – James perguntou enquanto entravamos na sala.

- Ganância meu caro James, nada mais do que isso.

- O que isso quer dizer Rave? – Sirius perguntou confuso se sentando atrás de James e de mim.

- Quer dizer que o Malfoy está atrás do meu lado regido pelas faces da lua.

- Ele está encrencado? – Peter perguntou distraído.

Eu lancei meu melhor olhar de “O que você acha” que o fez tremer e me voltando para James e Sirius acrescentei com um olhar maligno.

- Vou precisar da ajuda de vocês.

- Conte conosco. – Sirius respondeu e pude perfeitamente escutar quando ele murmurou para James. – Me lembre de nunca irritá-la.

- Ainda bem que você descobriu isso a tempo, não é Sirius? – Eu murmurei de volta fazendo ele engolir em seco enquanto eu e James riamos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.