A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 26
Eu banco o cupido




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Faz dois meses desde a trágica noite em que graças ao Snape tudo deu errado e fomos obrigados a contar a verdade para nossos amigos. Nesse momento Lily, Marlene, Alice e eu estamos voltando para o castelo, tínhamos acabado de ter Trato das Criaturas Mágicas e os meninos ficaram para poderem conversar um pouco com o Hagrid por isso combinamos de nos encontrar no campo para o treino de Quadribol, mas para a minha completa infelicidade James havia feito mais uma de suas tentativas fracassadas de convencer a Lily a ir com ele para Hogsmeade no último passeio do ano e agora depois dela tê-lo recusado ainda temos que aturar ela reclamando em nossos ouvidos pelo caminho todo.

- Quem ele pensa que é? – Ela falou pela milionésima vez.

 - Ele é James Potter ou Pontas, um maroto, apanhador e capitão do time de quadribol da Grifinória. Um grande amigo, corajoso, as vezes idiota e irritante, mas que inacreditavelmente está desde de nosso terceiro ano apaixonado por uma certa garota ruiva. – Eu explodi, mas que droga será que todo mundo esquece que apesar de tudo ele ainda é meu amigo? – O nome dela e Lily Evans, vocês por acaso a conhecem?

- Isso é impossível, James Potter não se apaixona por ninguém e muito menos por mim.

- Desculpa Lily, mas eu acho que o conheço um pouco melhor do que você e posso te afirmar que não estou mentindo.

- Então porque ele é sempre tão idiota?

- Por que você é a única garota que ele já amou de verdade, admito que tudo começou como um desafio, mas já faz muitos anos que essa não é mais a verdade.

- Lily eu acho que a Ravena pode estar certa. – Alice disse cautelosa, afinal nós duas conhecíamos o temperamento explosivo daquela ruiva muito bem.

- Isso é ridículo, só falta agora vocês disserem que o Sirius gosta de mim. – Marlene falou sarcástica e eu e Alice nos entreolhamos. – Vocês só podem estar brincando?

- Nunca reparou na maneira como ele te olha? A única maneira de saber o que Sirius Black realmente pensa é olhando em seus olhos. – Eu expliquei calmamente.

- Sem contar que eu não consigo me lembra de nenhum dos dois saírem com uma garota desde que começamos a andar com eles. – Alice completou, parece que Merlin finalmente ouviu minhas preces e me enviou uma aliada.

- Ravena, encaremos os fatos, a única garota por quem eles nutrem algum sentimento verdadeiro, mesmo que esse sentimento seja apenas fraternal, é você. – Lily argumentou.

- Isso não é verdade Lily, não duvide dos sentimentos deles.

- Rave sejamos francas se eles gostassem mesmo de nós como você afirma tão enfaticamente porque eles não tentam ser mais românticos para nos conquistar?

- Lily só estava certa em uma coisa, Marlene, a única garota com quem eles tem contato o tempo todo sou eu e como já devem ter percebido há muito tempo eu não faço exatamente o estilo romântico.

- Isso não justifica eles nos tratarem como se já pertencêssemos a eles apenas porque se julgam os maiorais. – Lily atacou e acabei revirando os meus olhos.

- Vou dizer pela última vez eles não conhecem outros meios e acredito que devam começar a reconsiderar suas opiniões a cerca dos meus amigos.

- Eles não merecem essa chance.

- Eu já lhe disse uma vez Lily, há muito mais por trás deles e de suas ações do que qualquer uma de vocês poderia se quer imaginar. – Eu falei encarando os olhos verdes dela. – Hoje conhecendo toda a minha história vocês acham minhas atitudes egocêntricas e idiotas da mesma maneira que acreditavam no primeiro ano?

- Não, mas não podemos comparar você com eles, a vida daqueles garotos é perfeita.

Com essa eu não me contive e comecei a rir descontroladamente, afinal essa afirmação não poderia estar mais longe da verdade.

- Qual é a graça Ravena? – Marlene me perguntou furiosa.

- Era disso que eu estava falando vocês o julgam antes de conhecerem toda a verdade da mesma maneira que fizeram comigo.

- Não fazemos isso. – Lily argumentou.

- Fazem e você melhor do que ninguém devia saber que nem sempre somos o que aparentamos, uma vez você me disse que gostaria de ser capaz de entendê-los e vou te dar essa chance hoje. Porque agora meninas eu vou lhes contar a história deles.

- Mas e o seu treino? – Alice me lembrou.

- James e Sirius vão entender. – Eu comentei, se o meu plano desse certo eles fariam mais do que apenas entender. – Vou começar pelo que vocês mais gostam, o Remo como você todas já sabem é um lobisomem e por isso foi excluído da sociedade como se fosse uma praga e assim teria continuado por toda a vida dele se não fosse por Dumbledore, sem ele Remo jamais teria conseguido cursar Hogwarts e se tornaria uma pessoa com ódio não só da vida como das pessoas como a maioria dos lobisomens.

- Não deve ser fácil. – Alice murmurou.

- Não é, então temo o Peter, apesar do que todos acreditam ele tem motivos para comer tanto, motivos que vão muito além de uma fome infinita, e também motivos para ser tão inseguro. Peter literalmente é ignorado pelos pais, a mãe dele trabalha o tempo todo o St. Mungus e pai dele é um parlamentarista, para ser sincera com vocês as únicas vezes em que vi os pais do Peter eram quando iam levá-lo ou buscá-lo na estação e olhem que isso só aconteceu até o nosso terceiro ano  porque depois ele passou a ter que ir sozinho o que nos leva diretamente para o Sirius que faria qualquer coisa para ser ignorado pela família dele que é completamente presa a ideia de que apenas os sangues puros e as velhas tradições são importantes. Em um mundo desses não é fácil ser escolhido para a Grifinória e ainda por cima ter amigos como nós, sabem ele não é chamado de rebelde e de ovelha negra por nada, para piorar ainda mais a situação toda a família dele está do lado de Voldemort. – Elas estremeceram ao ouvir o nome, mas ignorei esse fato. – Bem toda a família exceto ele e uma prima que é casada com um trouxa, no ano passado o Sirius teve que fugir de casa e passou a viver com os Potter.

- A família dele é totalmente seguidora de... você sabe quem? – Lily perguntou visivelmente surpresa.

- Você quer dizer Voldemort, não é? E sim eles são.

- Para de falar o nome dele.

- Eu não vou parar Marlene, esse desgraçado matou os meus pai e mais centenas de pessoas inocentes por aí, eu me recuso a seguir esse tabu idiota.

- E o James? – Alice perguntou e tenho certeza de que fez isso apenas para evitar uma discussão.

- James pode parecer ter a vida perfeita, pais amorosos, muito dinheiro, habilidade de vôo, inteligência e bons amigos...

- Eu disse que ele era só mais um menino mimado e arrogante que se acha superior aos outros. – Lily me cortou com um sorriso triunfante.

- Não prestou atenção no que eu disse? A vida de James parece perfeita. Alguma de vocês faz ideia de quantas vezes os pais deles tentaram ter um filho? – Elas negaram com a cabeça como eu imaginei que fariam. – Dez vezes e nas nove primeiras a senhora Potter perdeu o bebê, na décima ela já tinha cinqüenta anos, uma gravidez quase impossível de acontecer e desse impossível nasceu o James. Claro que por esse motivo o James foi muito mimado, não nego isso em momento algum, mas ele também foi superprotegido ao extremo, basicamente o único amigo que ele tinha era o elfo da família, pois os filhos dos amigos dos pais dele eram muito mais velhos que o próprio James. A primeira vez em que ele teve a chance de liberdade foi quando veio para Hogwarts e de repente ele se vê em um mundo competitivo onde o melhor se sobressai e foi o que ele fez crio uma identidade própria deixando assim de ser apenas o filho de Charlus e Dorea Potter e se tornando James Potter, o maroto, o melhor apanhando e amigo e assim por diante.

Eu as deixei ainda paradas e segui o meu caminho para trocar de roupa e poder ir para o campo, sabia que elas precisariam de um tempo, eu despejei informações que acumulara ao longo de seis anos de convívio intimo em apenas quinze minutos, mas acho que eu finalmente consegui que elas compreendessem que sempre há dois lados de uma mesma moeda e que quase sempre mantemos um lado oculto para a maioria das outras pessoas.

- Por que demorou tanto? – James me perguntou quanto cheguei e percebi que o time estava esperando por mim.

- Desculpem, mas tive que resolver uma crise no meio do caminho.

Sirius e James me encararam confusos, mas me recusei a dar maiores explicações e acabar assim lhes dando falsas esperanças. Só que mais confusos ainda eles ficaram ao verem Lily e Marlene sentadas na arquibancada ao lado de Remo e de Peter.

- Agora eu estou ficando assustado, o que você falou para elas? – Sirius perguntou voando próximo as balizas do gol.

- Digamos que talvez tenha conseguido mostra um lado menos pior de você e do James para elas e não foi nem um pouco fácil então eu sugiro que façam tudo direitinho porque provavelmente só vão ter essa chance. – Eu falei séria. – Agora faz o favor de passar o recado para o Pontas.

Sirius rapidamente vôo até onde James estava e apesar do treino ter continuado normalmente eu podia ver de longe que eles estavam ansiosos e por esse mesmo motivo não fiquei nem um pouco surpresa que eles tenham voado até elas assim que o James anunciou o fim do treino.

“O terreno já está todo preparado só precisam agir como os garotos que existem dentro de vocês.” Eu pensei, tinha que dar as últimas coordenadas se tencionava ver meus amigos felizes.

“O que quer dizer com isso?” Os dois pensaram ao mesmo tempo enquanto se aproximavam cada vez mais delas e eu os seguia bem de perto.

“Ajam como os meninos que viraram animagos para ajudarem um amigo, mostrem os garotos que me consolaram após a morte dos meus pais e elas não os recusarão.”

- Evans... – Ele começou hesitante.

- O que foi James? – Não preciso nem comentar que meu amigo quase caiu da vassoura por ela ter usado o primeiro nome dele.

- Eu sei que fiz muita besteira, que você me acha um idiota, mas eu gosto muito de você Lily será que você pode me dar ao menos uma chance para lhe provar que eu mudei? Eu só peço um encontro e se você não gostar eu juro que nunca mais irei lhe perturbar.

- Está bem James, eu vou com você a Hogsmeade.

Eu sinceramente não sei quem ficou mais surpreso Remo e Peter que não estavam sabendo de nada ou o próprio James.

- É sério mesmo? Depois de cinco anos você finalmente disse sim?

- É James.

- Não é nenhuma pegadinha? Você realmente aceito?

- Sim James, mas se não parar de ficar me perguntando isso eu juro que mudo a resposta.

Depois dessa o James ficou quietinho o que levando em conta que é o meu amigo é extremamente difícil de acontecer, mas apesar da minha vontade louca de rir me controlei porque precisava escutar o que o Sirius iria falar.

- Marlene eu não sou perfeito, muito embora eu pense o contrario, por isso sinto muito, mas por mais que eu goste de você não vou mudar que eu sou por causa disso se dissesse estaria mentindo e você ou a Ravena provavelmente me matariam depois. A única coisa que posso prometer é que se ficar comigo vou ser só seu e de mais nenhuma garota.

- Acho que eu não gostaria de você se não fosse esse patife então tudo bem você tem uma chance, mas é só uma.

O Sirius teve uma reação bem menos exagerada do que a do James, mas eu sabia que estava tão contente quanto o primeiro. As duas deixaram o campo e por mais que tentassem esconder eu sabia que nenhuma delas era imune aos encantos dos meus amigos por mais que gostassem de me convencer do contrario.

- Pelas barbas trançadas de Merlin, é hoje que o mundo acaba! – Remo exclamou fingindo pânico.

- Super engraçado, Aluado, estou morrendo de rir. – Sirius falou emburrado.

- Você pode ate não estar Almofadinhas, mas eu estou.

- Só não te derrubo dessa vassoura porque conseguiu convencê-las, a propósito como conseguiu fazer isso Nix?

- Um bom mágico nunca revela o seu segredo.

- Não seja cruel Nix, até eu estou curioso. – Peter falou causando espanto, normalmente ele permanece de fora dessas conversas.

- Vejo vocês em uma hora no Três Vassouras então eu conto tudo. – Eu falei já que precisava urgentemente de um banho e como esperava eles concordaram.

Eu fui calmamente até o meu dormitório onde tomei meu banho e vesti uma calça jeans com uma blusa vermelha e um tênis branco, depois segui discretamente até a passagem do salgueiro lutador, pois de lá chegava até a casa dos gritos e ao vilarejo. Essa era a minha passagem preferida para deixar a escola embora normalmente cada uma de nós escolhia uma passagem.

- Boa tarde Madame Rosmerta. – Eu cumprimentei a dona do bar que já estava mais do que acostumada a nos ver por lá mesmo fora dos dias de passeio.

- Boa tarde Ravena, vocês andaram sumidos.

- Não temos tido muito tempo por conta das aulas e das outras atividades da escola.

- Eu imaginei algo parecido, eles estão lhe esperando na mesa do canto.

Eu agradeci e fui até a mesa indicada, nós pedimos uma roda de cerveja amanteigada porque nem um nem ou outros queríamos carregar um Peter bêbado outra vez, sinceramente ele é muito fraco para bebidas alcoólicas, mas em fim, eu contei toda a conversa que tive com as meninas e eles me escutaram pacientemente o que não é nem um pouco normal. Já era noite quando pegamos nossas capas e voltamos para o castelo e como sempre ninguém conseguiu nos pegar. [Ajudinha especial do Mapa do Maroto para isso.]

................................

No final de semana seguinte os dois casaizinhos românticos foram até Hogsmeade, eu e Remo ficamos no castelo e não vimos o Peter pelo dia todo, mas acho que tudo correu bem porque eles voltaram juntos e as meninas me contaram, no segredo do nosso dormitório, que o encontro havia sido fantástico.

Dois dias antes de nossas férias de verão o James finalmente criou coragem e pediu a Lily em namoro coisa que ela logo aceito, para oficializar o pedido ele deu um colar com um pingente em formato de lírio para ela [Já devem ter reparado que o James adora presentes com duplo sentido] não que isso tenha significado o fim das brigas, na verdade como eu mesma já tinha imaginado, apenas o motivo mudou já que ambos são ciumentos  e possessivos ao extremo. Já o Sirius e a Marlene ainda não oficializaram nada e acho realmente pouco provável que isso aconteça, mas já é visível, ao menos para nós, que a Marlene já colocou uma coleira no nosso cachorro.

Nossa amizade continua firme e forte como se nada tivesse mudado embora as vezes tenhamos que aturar eles se agarrando no meio de uma conversa o que quase faz com que eu me arrependa de tê-los juntado, quase. Mas de uma coisa eu tenho certeza eu tenho futuro na carreira de cupido.


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